JeliaSantAnna 24/10/2023
Não funcionou para mim
Eu já seguia a autora no Tiktok desde a época do Dracotok. Peguei a fase dela reescrevendo a fanfic para a versão que pode ser encontrada hoje no Wattpad. Li os cinco livros e achei uma história razoável.
Quando a autora anunciou que ia reescrever a fanfic em um livro autoral, eu fiquei muito animada. Ela prometeu muito, mas não conseguiu cumprir da melhor forma.
Talvez eu tenha colocado muita expectativa.
Tenho muitos pontos a abordar sobre a obra, mas vou apontar os que mais desagradaram:
1- O UNIVERSO MÁGICO: Nas primeiras páginas do livro, a autora introduz uma história (muito interessante, na minha opinião) sobre a origem dos bruxos, mas depois larga de mão. O livro se passa em uma escola de magia, mas nós mal somos apresentados às aulas, às matérias que eles cursam, não sabemos como as provas funcionam... A parte mágica da coisa fica muito vaga. "Mas o foco é o romance", de fato; mas como a autora se propõe a fazer uma "romantasia", é esperado que ela saiba e consiga desenvolver os dois aspectos.
2- A SEMELHANÇA COM HARRY POTTER: Isso me incomodou muito. Apesar de ser uma adaptação de uma fanfic de Harry Potter, eu esperava uma certa originalidade. Não encontrei. As semelhanças me assustaram muito. Escola de Magia na Grã-Bretanha, os alunos vão de trem, o trem sai de Londres, existe um vilarejo bruxo perto da escola... No geral, essas características isoladas podem sim formar uma obra original, mas juntas parecem uma cópia.
3- ERROS GRAMATICAIS E DE DIGITAÇÃO: Tive sérias dúvidas de que houve um trabalho de betagem e revisão nesse livro. Um errinho ou outro é normal, mas eu encontrei muitos erros nesse livro, o que atrapalhou bastante a minha experiência com a leitura.
4- ERROS DE CONTINUIDADE: Mais uma vez, o trabalho do leitor beta fez falta. Existem alguns erros de continuidade grotescos: o Daemon diz que a constelação de Draco inspirou o seu nome (sendo que ele era, de fato, o Draco Malfoy na fanfic); O pai do Eros tinha criado a fórmula do uísque de fogo, e depois foi o avô quem criou; Uma hora a Cora diz que os olhos do Daemon são quase cinzentos, outra hora diz que eles são cinza; A Elite se conhecia desde a infância, ou se conheceu na Averly? O Daemon decidiu que queria aprender a falar francês em um evento aristocrata em que os seus pais estavam e a Cora e os pais dela também, quando eram crianças, mas ele apresentou a mãe dele à mãe da Cora no Baile de Inverno? Como assim? E como os bruxos de linhagem pura, que tem tanta aversão pelas famílias mestiças e humanas, têm acesso à determinadas marcas humanas? O Daemon tem uma Harley! A Cora usa coisas da Gucci, Versace e Tiffany! Talvez a autora consiga explicar essas questões, mas eu realmente fiquei confusa.
5- INSENSIBILIDADE: Eu não consegui notar a sensibilidade da autora para determinados assuntos, como as crises da Cora e a questão do consentimento sem dizer (que pra mim pareceu um estu...). Isso pode ter a ver com a inexperiência na escrita; às vezes a autora acredita que desenvolveu o suficiente, e não fez. E foi uma questão que também me incomodou.
6- FALTA DE PESQUISA: Acho que determinadas coisas poderiam ter sido evitadas se a autora simplesmente pesquisasse. Ela chama uma garota asiática de garota-gueixa, o que não condiz com a construção de cena. Gueixas são artistas! Ela descreveu um olhar determinado vindo da garota. Samurai, ou até mesmo "guerreira", se encaixaria muito melhor.
7- CENÁRIOS REPETITIVOS: Volto a dizer, eles estão numa escola, mas não parece. Quase todo capítulo tem uma festa ? e isso até tira um pouco da animação para que um evento assim chegue na história.
8- PRINCESA OU DIABINHA: A autora tentou justificar dentro da narrativa, mas eu achei contraditório. Um apelido acaba anulando o outro.
Enfim, eu espero que a autora consiga ler as críticas, analisá-las e encontrar uma forma boa de retificar tudo isso em seus próximos livros.
Demorei para terminar, descobri que o livro não era para mim e não fiquei interessada na continuação.