Salmo para um robô peregrino

Salmo para um robô peregrino Becky Chambers




Resenhas - Salmo para um robô peregrino


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Vania.Cristina 03/02/2024

Em movimento e em busca do que é difícil explicar
Essa novela de ficção científica, da jovem autora norte-americana Becky Chambers, foi para mim uma boa surpresa. A começar pela nota inicial da editora, que explica a ousada escolha da tradução. Chambers apresenta seu protagonista como sendo de gênero não-binário, ou seja, não se identifica com o gênero feminino ou masculino. Na língua inglesa, nesses casos, é possível usar o pronome they, mas como traduzir essa ideia para o português respeitando a criação da autora?

A história começa num mosteiro, onde temos irmãos e irmãs, mas como designar o protagonista Dex?

A tradução literal da palavra they só traria confusão, então a opção foi criar a palavra Irme para falar de Dex: Irme Dex. Quando a narrativa está falando do protagonista, não são usados os pronomes ele ou ela, mas elu. E todos os adjetivos com flexão de gênero estão com o final e, ao invés de a ou o: obrigade, constrangide, quiete, sentade, descontraíde... Foi uma experiência nova e fascinante pra mim. Não tive dificuldade, apenas o pronome elu tirou um pouco da fluidez, mas não foi um problema para a compreensão da leitura.

Bom, do que fala então a obra, sobre questões de gênero? Não, nada disso. O gênero do protagonista só é colocado na narrativa para mostrar que estamos num tempo e lugar onde esse não é um problema. A história, na verdade, apresenta um forte apelo à espiritualidade, à vida simples e a pensamentos filosóficos e místicos.

Estamos na Cidade, a única do planeta Panga. Irme Dex trabalha como jardineire no mosteiro, mas está inquiete. Está se sentindo sufocade e, num impulso, resolve mudar de trabalho. Torna-se monge de chá para poder atuar nas aldeias rurais que orbitam a Cidade. Recusa-se a ser aprendiz de um monge mais experiente, quer aprender sozinhe. Ganha uma carroça bicivaca, de dois andares, com tudo o que precisa para viver, uma casa colocada em movimento pelas pernas e pelo esforço de Irme Dex.

Nesse mundo existe a crença nos três Deuses Pais e nos três Deuses Filhos, forças da natureza responsáveis por todas as coisas.

Num passado remoto na Idade das Fábricas, os robôs, criados pelos homens para o trabalho na indústria, ganharam consciência. Reconhecendo isso, a humanidade ofereceu aos robôs a liberdade e a vida como cidadãos junto aos homens. Os robôs demonstraram agradecimento mas recusaram o convite. Como só conheciam o mundo criado pelos homens, queriam conhecer o mundo selvagem. Esse momento histórico passou a ser conhecido como o Despertar e um tratado foi estabelecido.

O planeta foi dividido: metade para os humanos e metade para a vida selvagem e os robôs. Desde então, os humanos nunca mais tiveram notícias dos robôs. E todo humano que se aventurou na selva, nunca mais foi visto.

Tudo isso aconteceu muito antes de Irme Dex. Embora não existam mais robôs entre os homens, existe tecnologia limpa e sustentável.

Quando o monge Dex se coloca em movimento, está respondendo a um impulso que não consegue explicar. Está buscando algo que não consegue entender. Depois de um tempo aprendendo e trabalhando como monge do chá, de aldeia em aldeia, ainda não se sente feliz.

Seu próximo passo é seguir na direção do território selvagem, e é quando encontra o robô Chapéu de Musgo e estabelece o primeiro contato entre as duas "espécies" depois de muito tempo. O robô tem a missão de descobrir como a humanidade está vivendo e escolhe seguir Irme Dex em sua jornada. Juntos, vão em busca de suas respostas.

Esse é o primeiro livro de uma série, mas o único, por enquanto, traduzido. No entanto, é uma história fechada, não se preocupem. O que não quer dizer que, ao final da leitura, não fique a vontade de saber mais das aventuras de Irme Dex e Chapéu de Musgo.
auroralins 03/02/2024minha estante
sua resenha me deixou com muita vontade de ler! ??


Vania.Cristina 03/02/2024minha estante
Que bom Aurora! ?


debora-leao 03/02/2024minha estante
Resenha ótima! Fiquei com vontade de ler. Coloquei na minha lista!


Vania.Cristina 03/02/2024minha estante
Ah, que bom, Débora!


Cleber 04/02/2024minha estante
Vania, sempre com ótimas resenhas! Minha lista de lista só aumenta quando passo para ver as resenhas, dá vontade de ler todos :)


Vania.Cristina 04/02/2024minha estante
Obrigada, Cleber. Fico feliz ?




Gisele @abducaoliteraria 04/12/2022

Minha nova utopia favorita
Irme Dex tem uma boa vida.
Elu vagueia pelos arredores de Panga com sua bicivaca e leva conforto para as pessoas, ouvindo suas histórias e preparando um bom chá.
Mas? é só isso? Falta algo, talvez uma coisinha mínima, mas que incomoda mesmo assim.

Em um dia, quando o sentimento se intensifica, irme Dex decide cancelar todos os seus compromissos e sair em busca de respostas. O seu primeiro ímpeto é visitar um antigo e abandonado eremitério, que está escondido entre a vegetação selvagem.

De tudo que seria possível, elu só não cogitou se encontrar com um robô! Robôs são criaturas lendárias que abandonaram a civilização para viverem na natureza. Chapéu de Musgo, o robô, está muito interessado em saber não apenas o que irme Dex precisa, mas as pessoas no geral. E ele está obstinado em conseguir essa resposta.

Becky Chambers é uma das minhas autoras favoritas por um motivo. Ela sempre simplifica ou apazigua meus medos. Traz para a luz certos assuntos que quase sempre são desconfortáveis, mas ela é capaz de acolher com as palavras.

?Salmo para um robô peregrino? é minha nova utopia favorita! As coisas que acontecem nesse livro fazem tanto sentido, as pessoas realmente conseguirar parar e pensar nos seus hábitos afim de mudá-los antes que o controle se perdesse de vez. É mais ou menos assim como a gente se sente quando olha para o meio ambiente, o aquecimento global, só que no nosso caso, a máquina do dinheiro fala mais alto do que o bom senso. Sempre.

O mote da história está ligado ao ciclo, reciclagem ou transformações das coisas. É lindo perceber como tudo se conecta no final, por mais distante que pareça estar.

"?Eu diria que você é mais que apenas um objeto ? disse Dex.
O Robô pareceu um pouco ofendido.
?Eu nunca chamaria você de apenas um animal, Irme Dex. Não precisamos estar na mesma categoria para ter o mesmo valor."

E para ressaltar, irme Dex e Chapéu de Musgo formam uma dupla improvável, com as melhores conversas. Chapéu de Musgo também é meu robô favorito da ficção (ê, dona Becky!). Ele mudou a minha concepção sobre robôs e eu quero acompanhá-lo para sempre.

?Salmo para um robô peregrino? dá início a série Monge e o Robô, que terão três livros no total. Em 2022, a autora publicou sua sequência, A Prayer for the Crown-Shy. Eu nem estou ansiosa, né?
Gean40 10/02/2023minha estante
As frases da Isabela Boscov que define esse livro:
- "Ora, tenha santa paciência"
- A questão é que pra me, só deu cansaço, 4 horas que pareceram durar 40, era a coisa que não acabava mais"
- "Eu queria gosta muito dele, mas eu percebi que estava me esforçando, e não estava obtendo resultados"
- "Aiin, achei tão bobo, achei tão sem graça, achei tão batido"




Queria Estar Lendo 30/06/2023

Resenha: Salmo para um robô peregrino
Salmo para um Robô Peregrino, da autora Becky Chambers (que a Editora Morro Branco enviou em cortesia) é o primeiro volume da nova série da autora. Uma premiada ficção científica sobre um monge de chá em uma jornada por propósito. Jornada essa que acaba cruzando o caminho de um robô em busca de que os humanos precisam.

Irme Dex é um monge de chá. Monges de chá peregrinam por aí, oferecendo xícaras de chá especialmente feitas para ajudar com os problemas das pessoas. Mas Dex está entediade. Mais do que isso, Dex não sabe qual seu propósito. Apesar de adorar o trabalho como monge de chá, elu quer mais.

Elu quer encontrar grilos, porque percebeu que eles não existem na civilização. Por isso, elu pega suas coisas e decide se aventurar no meio selvagem, em busca de uma antiga localização onde grilos foram vistos pela última vez.

Nesse caminho, o caminho de Dex cruza com o de uma inesperada figura: um robô. Robôs não são vistos há centenas de anos, desde que despertaram consciência e decidiram que não queriam mais trabalhar em fábricas. Os humanos aceitaram, os robôs foram embora, e agora tem um deles no caminho de Dex.

Chapéu de Musgo, como o robô se chama, está em busca de respostas para uma questão: De que os humanos precisam? Não pode voltar para o seu povo até ter encontrado tais respostas, e por isso se voluntaria para acompanhar Dex em sua peregrinação.

Salmo para um Robô Peregrino é uma história curtinha, mas carregada em conteúdo. Becky Chambers explora o solarpunk da melhor maneira possível, falando sobre esse mundo que deu errado para dar certo.

Com Dex, temos a busca por propósito. Com Chapéu de Musgo, temos a busca por respostas. Mas nem monge nem robô parecem realmente certos do que elus têm que fazer para alcançar o que procuram; o que torna toda a sua jornada ainda mais interessante para o leitor.

Eu gostei demais do carinho e da sensação confortável que essa história passou. É uma jornada simples, mas cheia de significado. Protagonizada por uma pessoa que não sabe exatamente qual o seu lugar nessa história, nos coloca para pensar sobre o nosso lugar em nossas próprias histórias.

Salmo para um Robô Peregrino lida com questões ambientais e tecnológicas de maneira simples. Todas as conversas sobre robôs, inteligências artificiais e o que se seguiu à rebeldia delas é curioso, porque escolha é um dos pontos principais nessa história (nesse mundo).

Eu amei a dinâmica entre Dex e Chapéu de Musgo, que começa numa situação cômica e termina emocionando, com um gancho para sequências da história que aqui começou. Chapéu de Musgo, aliás, roubou o meu coração! Ele é tão querido, sensível e divertido.

Dex vive uma montanha-russa de emoções por sua escolha de procurar grilos (e propósito), e Chapéu de Musgo está sempre ali para estender a mão.

A questão com o não-binarismo desse mundo é tratada de maneira tão natural que realmente faz a gente pensar no futuro ideal que deve ser viver assim. Não apenas pelo solarpunk, que lida com a natureza e a energia sustentável da maneira certa, mas a gentileza da sociedade, e a aceitação.

Dex é uma pessoa não-binária. Uma nota da editora comenta sobre as escolhas para a tradução, e como houve todo um cuidado para que respeito e sensibilidade transparecessem na adaptação para o português. A tradução de Fábio Fernandes ficou excelente, e eu gostei demais de acompanhar as aventuras de Dex tentando se encontrar nesse mundão.

Toda a edição da Morro Branco, aliás, está impecável. Diagramação confortável, capa linda, revisão excelente.

Salmo para um Robô Peregrino é uma história linda sobre amizade e propósito. Eu gostei demais de tudo que a autora levantou e comentou aqui, e como ela conduz Dex e Chapéu de Musgo nessa peregrinação que acaba funcionando para a gente também. Se você tá precisando de um tempo da vida, eis uma leitura perfeita para ter contigo.

site: https://www.queriaestarlendo.com.br/2023/06/resenha-salmo-para-um-robo-peregrino.html
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Stella 29/05/2023

Um excelente e discute muitas questões interessantes, como medo e propósito. Eu com certeza vou reler esse livro no momento certo da minha vida
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Mateus Braga 01/01/2024

Razão para viver
Salmo para um robô peregrino é uma novela escrita por Becky Chambers.

Minha primeira experiência com a autora tinha sido bastante positiva (a longa viagem a um pequeno planeta hostil, ficção científica que aborda diversidade e empatia de uma forma bem bacana).

Aqui, ainda trazendo essas questões, não tão focadas como em sua primeira obra, vemos outros temas que conversam bastante com minha linha de pesquisa atual, a psicanálise (e como somos "sujeitos da falta").

A personagem principal se encontra em um dilema, pelo qual a maioria de nós já passou (ou ainda vai passar): nosso objetivo na vida, ou a ausência dele.

Com questões filosóficas abordadas de maneira simples, Becky Chambers discute o sentido da vida (não só humana, mas de toda natureza e de máquinas criadas por homens). A questão de identidade de gênero também é outro ponto abordado na história, ainda que de forma mais superficial.

Pra quem se interessar de alguma forma pela sinopse (ou já tenha lido e gostado), sugiro outras duas mídias com temas semelhantes:
- The Red Strings Club (pra quem é de jogos)
- Terapia (volumes 1 e 2, pra quem é de quadrinhos)

E claro, a psicanálise em si e as reflexões que Freud iniciou aprofundam as discussões.

Por se tratar de um livro curto, fiquei um pouco decepcionado com o início da obra, que me pareceu demorar a engrenar.

Ainda assim, vale a leitura.
Bora ler?
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Henrique.Zara 09/09/2023

Um ótimo livro
O livro perde estrelas pelo uso excessivo da linguagem neutra. Um livro absolutamente maravilhoso, mas se a linguagem neutra faz sentido no idioma original o mesmo não pode ser dito pela tentativa de lacração aqui
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Grazi 08/01/2023

Amizade entre diferentes
As vezes, procuramos por algo, e quando encontramos não queremos aceitar. Dex procurava por consolo e amizade, encontrou no robô.
O livro tem uma sinopse boa, mas achei que faltou algo, não se aprofundou em questões filosóficas, na minha opinião, tinha grandes chances de ser um ótimo livro, mas pecou no desenvolvimento.
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Léo 17/06/2023

Allalae protege, Allalae aquece, Allalae acalma...
Que livro mais gostoso de se ler. Repleto de beleza, sutileza e filosofia. Faz tempos que não paro e penso nos que os personagens dizem um para o outro de forma tão profunda. Certamente um dos melhores livros que já li. Doido pra ler a continuação ????
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leiturasdaursula 15/01/2023

Sensível e aconchegante
Este é um livro que traz um cenário de tempos futuros mas sem especificar data. Dex inicia uma jornada de autoconhecimento sendo monge de chá e atendendo pessoas diversas e diferentes cidades. Ao encontrar um robô curioso, nós iremos acompanhar a construção de uma relação de amizade ao mesmo tempo em que vamos conhecendo melhor este universo. Eu gostei, mas sinto que faltou um pouco mais de ambientação para favoritar. Porém, quero ler o próximo livro!
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Quinho1 20/08/2023

Livro poético e filosófico em um cenário de utopia tecnológica e sustentável. Visualmente muito bonito. Curti a diagramação. É leve. Bonitas descrições. Usam pronomes neutros para Dex que é não-binário. Todo um respeito em relação ao personagem por parte da tradução.
fernandes 20/08/2023minha estante
que legal! é horrível quando fica escrito "eles", não sei em livro mas em série e filmes acontece muuito


Quinho1 20/08/2023minha estante
Na verdade eu mesmo deveria ter escrito não-binárie.




Qnat 29/08/2022

É um livro curto, muito mais perto de um conto que um romance.

Segue apenas dois personagens, e a história é bastante simples: eles tentando chegar em um lugar.

Pareceu-me um resumo de outros livros dela. É bom, como sempre, mas o achei como uma simplificação do que já lemos dela antes.

Queria apenas comentar sobre o uso de pronome neutro.
No orginal, a autora usou "they" no lugar de "he" or "she", ou palavras como "siblings" no lugar de "brother" ou "sister". Fora isso, no próprio idioma inglês, a maioria dos adjetivos é neutro.

Muitos leitores do original disseram estranhar o uso de "they", diziam que dava um tilt no cérebro. Normal, demora mesmo para nos adaptarmos a essa nova forma inclusiva.

O problema é que o português é muito menos "neutro" que o ingles. Cada adejtivo nosso é masculino ou feminino. Mesmo para "irmãos", não temos uma forma neutra como "siblings".

Ou seja, o livro em português não usou só um pronome neutro novo (elu), mas tentou neutralizar CADA adjetivo. Isso deixou a leitura bastante carregada. Imagina a frase em inglês:

"Ele era alto e bonito". Se é alguém neutro (não binário), em inglês seria "They were tall and beautiful".
Se é um homem "He was tall and beatiful".

Ps: outros escritores em inglês optam pelo pronome neutro XE ou ZE.

Agora, a mesma frase em português, neutra: "Elu era alte e bonite". Veja que, comparado com o inglês, é bem mais confuso.

É se adaptar, não digo que gostei ou não gostei, apenas que ler a versão em português foi muito, muito mais difícil que a em inglês.

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Jackie! 31/05/2023

Meio Morno
Sabia que era um livro para refletir e pensar na vida, no que gerações impõem a gerações desde que o mundo é mundo... Mas sei lá! Acho que não tava muito na vibe e apesar de achar a escrita boa, simplesmente não me fisgou.

A história é bem parada e nada de muito empolgante acontece e os diálogos são "bem cabeça" o que torna a leitura um pouco cansativa. Não sei se é de bom tom dizer isso, mas acho que ler esse livro é tipo usar drogas, "uma brisa" que eu não tava afim!
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Alana N. 01/05/2023

"Todo ser vivo causa danos aos outros, Irme Dex. Se não fosse assim, vocês todos morreriam de fome."
“Salmo para um robô peregrino” foi uma leitura muito interessante, mesmo que tenha minhas questões quanto a linguagem neutra. (Mas falarei sobre isso depois.)
Existe algo de muito bonito e delicado na escrita da Becky Chambers que sempre me pega. Sério. É uma mistura de realidade, divagação, beleza, melancolia e humanidade, que me enchem os olhos.
Sem falar que ela sempre traz algumas discussões e cenários tão interessantes que, sempre que acabo uma leitura dela, me pego pensando um tempo em tudo que foi lido. (É o tipo de leitura que você precisa tirar um tempo para tomar um café e deixar tudo se “assentar”, sabe?)
Esse volume é, claramente, apenas uma introdução, mas consegue cumprir o propósito de nos preparar (e nos fazer ansiar) para o que está por vir. Com certeza vou fazer questão de acompanhar essa jornada tão delicada em busca de uma resposta tão significativa.

Falando sobre a linguagem neutra:
Como uma pessoa que estudou Letras, não posso dizer que não é algo que me deixe meio... Incomodada. E, antes que você venha jogar alguma pedra, quero dizer que entendo o papel da língua quanto a significar e existencializar algo, mas essa é uma pauta que já está incluída na língua. Socialmente e politicamente falando, há muita coisas a melhorar, mas dentro das regras básicas linguísticas é um grupo incluído.
(Apenas para contextualizar: No latim, que é a nossa base, havia o feminino, masculino e o neutro. Com evoluções da língua, e tudo mais, houve a junção do masculino e do neutro, fazendo assim com que a única variação linguística fosse o feminino. Logo, de maneira simplificada, o neutro é o que a gente percebe como masculino. Tanto que, de acordo com a norma culta, quando falamos com um grupo misto, independente de qual gênero dos envolvidos, nós usamos o neutro/masculino. Exemplo: “Bom dia a todos”; “Sejam todos bem-vindos”; “Espero que todos os professores se sintam confortáveis”; “Todos os alunos presentes precisam entender que existem regras”; etc.)
Claro que, pensando em liberdade poética e variação linguística, é válido usar da forma apresentada aqui, mas é necessário lembrar que é uma forma INFORMAL. (Pelo amor do Universo, não me vai escrever assim formalmente, tipo na redação do Enem!)
Isso quer dizer que jamais tal norma vai ser incluída a norma culta? Não, até porque, como já disse, a língua tende a mudar com o tempo, como qualquer coisa viva. Mas, até lá, muita coisa se faz necessária para tal mudança e não é sensato alicerçar na língua, que já inclui a pauta, toda uma discussão.
Eu entendo o grito do grupo, entendo as necessidade do movimento, mas acho que dá para construirmos muitas coisas boas alicerçadas ao conhecimento. Até porque, vale lembrar, a língua também é uma ciência e deve ser valorizada como tal.
Para aqueles que ficarem revoltados com isso, aconselho que pesquisem mais a respeito e pensem em soluções plausíveis. Eu mesma não sou capaz de apresentar uma solução, mas acho que com respeito, conhecimento e bom-senso, dá para começar a construir algo melhor.
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leonardo1083 24/11/2023

Pix solarpunk
"Você tem medo disso? ? perguntou elu. ? Da morte?
? Claro ? disse Chapéu de Musgo. ? Todas as coisas conscientes têm."

Antes de tudo gostaria de deixar uma observação inicial não sobre o livro mas sobre a tradução.

Me deixa muito feliz ver o trabalho e o cuidado que os tradutores e editores tiveram com esse livro e com a linguagem neutra no geral, incrível de verdade!

Já estava a muito tempo querendo ler esse livro mas esperava até poder comprar o físico e vou dizer que não me decepcionou nem por um segundo, os personagens (especialmente cabeça de musgo) são umas fofuras e o livro no geral é curtinho, mas passa uma sensação de conforto incrível.

Só não dei 5 estrelas porquê, embora tenha sido uma experiência ótima, achei curtinho ? Mas com certeza vou ler o próximo livro e se continuar no mesmo caminhar desse sei que vou favoritar!!
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Hamilton* 07/02/2023

paz
Becky Chambers é de longe uma das minha autoras preferidas, entre "n" motivos o que se destacou mais nessa história é o sentimento de tranquilidade que transpassa das páginas.
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