Resenhas - Véspera

mclaraa_abreu 31/05/2024

Zero surpresas quanto a potência e a escrita avassaladora da Carla Madeira. Ela é capaz de entender as nuances das relações e das individualidades com uma sensibilidade absurda.

Esse livro é sobretudo família e as particularidades de cada um. Sobre como momentos (vésperas), a princípio insignificantes, moldam alguém. Acho que também é sobre algo anterior, a famosa índole, a qual não temos controle, não tem criação que a altere. É o que é.


Tem dicotomia: sentir a culpa de uma superioridade e o sentimento de irrelevância e autopiedade em face a uma inferioridade, coisas que culminam no tão venenoso remorso.


Enfim, marcante a construção de personagens que nunca são bons ou ruins (até porque isso não funciona mais), de forma excepcional. Você sente ódio, sente carinho, você compreende. Até Abel, na sua mesquinhez e nos seus horrores, compreendemos como chegou lá. Até certo ponto. Como citei acima, acho que existiu uma índole aí, que não é controlável.


Ressalto que aredito que a autora não corrobore com esse pensamento, foi uma interpretação pessoal.

Mencionei que um dos temas centrais é a família e a frase de Anna Karenina me marcou muito. Ela restou evidente do início ao fim: ' "Todas as famílias felizes são iguais. As infelizes o são cada uma à sua maneira."- É assim, com essa frase espetacular, que Tolstói começa seu grande romance Anna Kariênina.'


Por fim, queria ressaltar que não curti muito o final, mas não é para curtir. Não é para ser agradável. É para ser o que é.

Adriano 31/05/2024

Carla Madeira nunca deixa de surpreender. A forma como ela narra e desenha o desenvolvimento das relações na história é surpreendente.
diva icônica.

Isadora 31/05/2024

Véspera
Carla Madeira é uma gênia, o modo em como ela conduz suas histórias é extremamente genial e fora da curva, não consigo esperar pouco e me contentar com mediocridade quando se trata dela, e aqui vai minha crítica...... QUE FINAL FOI ESSE? Ela começa o livro com uma história de arrasar, com tanta profundidade, personagens extremamente complexos, quando você vê, você está no centro da teia da aranha, a Carla te amarra e te embala nas teias dela, você se vê torcendo pelos personagens legais, odiando e tendo asco pelos personagens esquisitos, se vê querendo gritar nas cenas bizarras, se vê apaixonada pelos romances e palavras tão bem conduzidas, e justamente por essa crescente, você acaba se perguntando "como essa mulher vai resolver essa situação tão embaraçosa e complexa?". Nesse exato momento começam as expectativas, nos pegamos criando o nosso próprio final, buscando diversas soluções para a raiz do problema, e a raiz é funda, com capítulos intercalados, a gente se surpreende ao entender que Veneza ter deixado a criança só na rua foi o menor problema de toda a história, é uma narrativa que vem de muito antes. Por isso me sinto decepcionada com o desfecho, possivelmente já xinguei a Carla de preguiçosa umas três vezes, o final foi uma das maiores quebras de expectativa dos últimos tempos, ela achou uma solução fácil e nada real para uma história extremamente brutal e autêntica, fiquei bastante chateada mas obviamente gostaria de fechar a santíssima trindade com A Natureza da Mordida!

Júlia 31/05/2024

Véspera(s)
Meu segundo livro da carla madeira. não queria comparar com 'tudo é rio', mas é inevitável. ambos são um furacão, um turbilhão de emoções, personagens e situações que certamente aconteceriam na vida real (ou já aconteceram) e grudam na cabeça.
'véspera' é sobre condenação e perdão, submissão e liberdade, vida e morte, Caim e Abel, mas também custódia, veneza, vedina, antunes filho e tantos outros. às vezes eu me colocava dentro da história imaginando o que eu faria naquela situação e concluía que tomaria uma atitude completamente diferente, mas compreendia a atitude do personagem, cheia de nuances e contextos que se iniciaram muitas vésperas atrás. e no fim somos frutos de várias vésperas a espera de uma tragédia. mas pode existir um final feliz?

Dra..Samanta 30/05/2024

O livro demora um pouco para ficar interessante. Só lá para o meio que me interessou mais, mas sinceramente esperava outro final.
Mas a forma como a autora descreve tão bem os personagens me cativa muito.
Vale a leitura, mas fiquei revoltada com o final.

Virginiaaraujo 30/05/2024

Superou muito Tudo é Rio
Eu não tava esperando nada desse pq não gostei de tudo é rio, mas que livro INCRÍVEL. É uma farofa poética, cheia de babado com sentimentalismo, teve coisas que me relacionei muito, senti na alma. Perfeito mesmo

m4x_mdrs 30/05/2024

Angústia
Mais um da Carla Madeira, e eu fico impressionado o quanto essa mulher escreve bem! Véspera é um livro cheio de sentimentos, amei demais!

Viviane.Ribeiro 30/05/2024

Leitura do clube @paginasapaixonantes ?

Não tenho muito a dizer, minha expressão na foto vale mais que mil palavras!
Dei 2,5 estrelas ???

AndrA.Pieroni 30/05/2024

Difícil
Foi difícil me apegar nos personagens. No fim, acho que só consegui me apegar em Veneza.
Quantos traumas, quanta dor.

Poético e tocante.

giovana753 30/05/2024

Um punhado de vésperas.
O livro que me tirou de uma enorme ressaca literária, não esperava menos dessa autora que só me surpreende a cada livro.
"não há consolo em dizer que o que nos acontece, nos acontece. parte fazemos, parte nos fazem.ás vezes, é preciso ir longe para chegar vindo de trás e alcançar a véspera da véspera da véspera do acontecimento. o momento preciso em que tomamos ou somos tomados por uma direção e um belo dia? ou um triste dia, somos o que somos."
uma autora que em um simples discurso no começo do livro em "antes do começo" consegue resumir o livro de forma extremamente acertiva. como custódia se perguntava o que fiz para isso acontecer, me perguntei durante todo o livro como isso aconteceu? como o destino de caim e abel tomou esses rumos e assim o que definiu o que se tornaram foram as vésperas do que fizeram!
carla consegue se superar em cada final, um final surpreendente

Janine72 30/05/2024

Mais um top da Carla Madeira
Essa autora! Meu Deus!

Consegue captar as sutilezas e profundezas do ser? do viver humano.
Quanta sensibilidade.

Caim e Abel. Dois irmãos gêmeos. Marcados pra sempre pelo peso dos seus nomes.
Véspera nos leva a uma angústia de imaginar sempre a véspera de uma tragedia familiar?. A vida imitará a história já conhecida da Bíblia?

Será essa mãe capaz de perdoar o pai? Serão os irmãos capazes de serem e se amarem aparte da sina dos nomes que carregam?

E o filho perdido? Onde estará? E onde a história de Caim e Abel se encontram com essa criança?

Véspera do que? Onde essas histórias vão se chocar?!

Que livro!

Ps: embora tenha adorado, não é meu preferido da autora. Achei os outros muito mais viscerais e profundos!!!

Gabriela.Brique 30/05/2024

A queda nunca é livre!
Definitivamente, Carla Madeira escreve com o intuito de aflorar a curiosidade e ansiedade do leitor. A forma com que ela dispõe a história e a sequência dos capítulos, nos faz querer ir cada vez mais fundo e procurar as respostas para as algumas/várias perguntas que surgem ao longo do livro.
Estamos sempre à véspera de algo horrível! Quando você acha que está entendendo o que está acontecendo recebe uma rasteira, já que a história se torna imprevisível em alguns pontos. Sigo com algumas perguntas, pois não achei resposta para as atitudes de alguns personagens, uma sensação de que falta um desfecho para determinados acontecimentos.

WallyMenezes 30/05/2024

Eu acabei e não tô bem
Esse livro é perfeito dentro do que se propõe, tem uma ou outra questão que acabam me deixando incerto se ele é um 4.5 ou 5 estrelas que explico postumamente, mas que optei por dar 5 estrelas pois não chegam a ser grandes problemas de fato que afetam a narrativa e o que "véspera" te faz pensar ou sentir.

Foi meu primeiro livro da Carla Madeira, eu achei muito bom em inúmeras discussões, é um livro que ele tem uma progressão excelente, você se interessa pela progressão das histórias que ele traz em paralelo, e você vê elementos narrativos que permitem esse paralelo, eu chorei, ri, fiquei nervoso, indignado, ANSIOSO como eu diria que é o principal a ser debatido desse livro, mas principalmente me senti envolvido pela narrativa da autora, a simbologia de poemas jogados estrategicamente no livro, o simbolismo da capa do livro em relação a como uma personagem fala de seu marido.
A autora consegue trabalhar aspectos do tempo de forma muito boa, a gente acompanha fases da vida de Caim e Abel, ela traz debates religiosos, debate de papel social predefinido para a mulher em sociedade, entendimento de relações familiares e é inspirador como alguns personagens lidam com certas situações e conseguem ser carismáticos, os personagens em sua grande maioria tem seu desenvolvimento, é incrível ver pessoas que tinham praticamente tudo para se tornarem iguais virarem luz e sombras.

Creio que tenha a ansiedade sendo trabalhada em inúmeros pontos e principalmente no final, existe uma ansiedade que ronda acontecimentos por livros, pensamentos temporários que se confirmam por falas tardias de personagens, que muitas vezes esperam e esperam a véspera para soltar a bomba, essa noção de véspera vem com a sensação de uma data anterior a um fim, um fim esse que pode nunca chegrlar e os personagens continuam a adiar acontecimentos ou a sofrer antecipadamente pois não existe o que faça.

Pelo lado ruim alguns personagens poderiam ser mais explorados e pela quantidade de história algumas vezes personagens importantes foram esquecidos por algum tempo, algumas vezes a história de Vedina apesar de ser um paralelo interessante e muito bom, se mostra arrastada pelo livro que vem a fazer mais sentido próximo aos capítulos finais, entendo o motivo pelo qual a autora fez assim mas creio que em meados do livro poderia ter algum outro desenvolvimento e manter a ansiedade para saber a conclusão dessa história.

Por fim, véspera te faz criar teorias que podem elas ser confirmadas ou não, e te faz sofrer a ânsia da resposta, que pode ou não chegar mas você vai ficar esperando o momento da revelação, sofrendo numa contínua véspera.

pinkdiamondgirl 30/05/2024

Estou sem palavras
Véspera, a palavra, sempre teve um significado parecido com ânsia, de ansiedade, pra mim. Algo que se espera muito, que te deixa tenso, aflito, ansioso mesmo pelo que vem.
Acho que isso define esse livro. A sensação de não ter a mínima ideia de para onde a história está indo, o medo do que pode acontecer no próximo capítulo, a ânsia para que as coisas se expliquem.
Achei realmente incrível, excepcional.
Foi minha primeira experiência com a autora e a forma como esse livro aflorou diversos sentimentos em mim foi fascinante. Estou em choque!

Paula.Campos 29/05/2024

A resposta é sim
Nossa senhora o que é a escrita dessa mulher. Que criatividade e ainda falando de coisas tão delicadas. Tô apaixonada pelo jeito que ela escreve. Leia leia leia e ponto.