Larissa 31/05/2024
É bom, porém?
Já li alguns livros da autora e apesar da polêmica girando em torno desta, ela tem uma escrita fluida. Com esse livro não foi diferente, entretanto, eu achei que ela jogou muitos assuntos sérios num livro só e os abordou de forma rasa e displicente. Acredito que a fama de escrever dramas tenha lhe subido pela cabeça e ela jogou tudo que foi trauma aqui sem ao menos trabalha-los de forma adequada.
Apesar disso, eu gostei da história em geral e dou meus parabéns pelo plot que foi bem inesperado. Gostei dos personagens, apesar de algumas atitudes terem me incomodado um pouco, mas em suma, gostei. Os dois personagens principais (Beyah e Samson) são realmente mais profundos que todos a sua volta e o romance deles é bonito. Achei de fato bonita a conexão que houve entre eles, com dores semelhantes, com partes faltando. Senti falta no final de um desfecho mais detalhado tanto deles quanto dos outros personagens. Achei esse final corrido e pouco trabalhado, o que influenciou na minha nota ao livro também.
Uma coisa que incomodou e que eu achei que forçou muito a narrativa foi que a todo momento a Beyah fazia questão de explanar que era pobre, que sempre foi pobre. E sim, já SABEMOS disso!! Todo mundo já tinha entendido que ela era pobre sem eira e nem beira, mas toda hora ela usava isso e cansava a narrativa.
Também senti drama em excesso diante de algumas ocasiões. Mas em suma, o livro não é ruim, só não é maravilhoso, é bom.
O livro é um romance sobre uma menina de 19 anos que não tinha nada e nunca teve nada, nem afeto, e acaba tendo que, por situações da vida, ir morar com o pai no Texas. Lá ela conhece Samson, um vizinho de 21 anos com fama de rico e misterioso (e é mesmo, a gente não sabe nada da vida dele), mas que acaba se aproximando de Beyah apesar dos muros que cada um constrói. Eles compartilham segredos, traumas, medos e aflições. E para quem não esperava e não queria se aproximar de Samson durante o verão antes de ir pra faculdade, ela não consegue evitar e o romance acaba se iniciando até que?. Não vou contar. Haha. Apenas senti também que a relação dela com o pai poderia ter sido mais trabalhada, já que este foi um ponto muito importante na trajetória da vida dela e que interferiu em várias coisas na sua vida. Acaba que a história e interação com o pai ficam de lado e o romance ganha o centro. Mas gostei do final da Beyah, foi importante pra ela!!
Frases que eu gostei:
?Quando se é uma pessoa horrível, imagino que buscar o que há de horrível nos outros seja uma espécie de tática de sobrevivência. Levar o foco à obscuridade alheia, na esperança de mascarar a própria obscuridade?.
?Eu quero essa vitória. Eu quero ser a razão de me tornar o que me tornarei?.
?Não quero estar aqui. Mas também não queria estar lá. Neste exato momento, é simplesmente difícil estar, seja lá onde for?.
?Uma pessoa ferida reconhece outra?.
?Certas coisas são tão lindas, que deixam tudo um pouco menos impressionante?.
?Às vezes as pessoas se afogam na parte rasa?.
?Toda vez que nos beijamos, parece que deixamos mais um pouco de um dentro do outro