Rafa P. 10/07/2013Desprentencioso,engraçado e inteligente Este livro de nome tão peculiar, é uma viagem no tempo. Confesso que por diversas vezes me peguei relembrando do meu tempo de infância/adolescência e de como tudo era simples , fácil e confuso.
O livro é uma leitura tão, mais tão agradável que não da vontade de largar o livro.
O estilo da narrativa foi algo que funcionou de maneira perfeita, pois o recurso utilizado pelo autor, em forma de relato em um diário foi uma sacada genial.
John Milton, vulgo cotoco, e toda a trupe é cativante, impossível não se derreter com a amizade, inocência e cumplicidade dessa galera.
As primeiras descobertas, como o primeiro beijo, os sentimentos contraditórios e o espírito de camaradagem, envolve o leitor de forma inevitável.
As passagens da vida do personagem principal, são por diversas vezes politicamente incorretas e puramente cômicas,os professores são totalmente sem noção, e eu me vi rindo muito das situações relatadas pelo pequeno Cotoco. Já sua família disfuncional, consegue transmitir a imagem de diversas famílias existentes pelo mundo, com toda sua simplicidade, equívocos, acertos e muito amor, criando uma inevitável identificação com o leitor.
A sensibilidade de autor ao retratar este ano da vida do pequeno John é uma raridade, e ainda conseguiu incluir uma boa dose de humor, reflexões e acontecimentos marcantes, como toda a situação que vivenciada a África do Sul, e sem contar da perspectiva do garoto sobre literatura, abordando sua opinião sobre diversos clássicos. ( Morri de rir com seu comentários sobre Charles Dickens)
Livro altamente recomendado,justamente por apresentar um estilo de história pouco encontra na atualidade, conduzindo de forma brilhante e com notável qualidade. Uma história puramente simples e pra lá de divertida.
Obs: O final deixa vc com aquele sorrisinho besta no rosto e da uma profunda sensação de bem estar, evidenciando que foi realizada, de fato, uma excelente leitura.
Momentos:
E foi lá na enfermaria, entre lençóis brancos, cortinas bege bem sem graça, vidros de comprimidos, seringas e urinóis, que a pessoa mais improvável do mundo disse ... a coisa mais inacreditável para mim.
Agora é oficial : Charles Dickens é um chato, e vou dizer isso ao Guv assim que tiver oportunidade, antes que ele me empurre mais um desses soníferos da literatura clássica. ( nada contra Charles, mas foi bem engraçado)