Psychobooks 01/12/2011
Pode parecer estranho começar a resenha da série assim, falando de dois livros, mas as histórias estão tão ligadas e o enredo é tão dependente um do outro, que achei natural já indicar a série logo de vez.
O contato que tinha tido com a autora até então foi por meio da série “Interligados”, que já resenhamos o primeiro e o segundo livro aqui. A escrita dela havia me envolvido mas a história criada e a construção de alguns personagem me deixou desgostosa com a trama, então resolvi parar a leitura e não seguir acompanhando a série.
Foi nesse clima que comecei minha leitura: desconfiada de Gena e sem saber se a miscelânea que ela havia feito na série “Interligados” iria se repetir em “Senhores do Mundo Subterrâneo”. A Resposta: Não! São duas séries completamente diversas, com um mote distinto.
No primeiro livro, o guerreiro em foco é Maddox. Ele carrega em si o demônio Violência e é o mais instável de todos os imortais. Também é amaldiçoado pelos deuses e toda noite tem que reviver a agonia que Pandora sofreu no fio de sua espada. Ele morre à meia-noite para reviver no dia seguinte, todo dia. Há milhares de anos. Quando Ashlyn cruza seu caminho, ele é tomado pela desconfiança e pelo avassalador sentimento que ela lhe desperta. Ashlyn é uma mortal com um dom. É capaz de ouvir todas as conversas que ocorrem no lugar em que está, vive atormentada com isso desde a mais tenra idade e busca os Senhores do Mundo Subterrâneo para encontrar uma solução e aprender a controlar seu dom.
No segundo livro, o guerreiro em foco é Lucien. Ele carrega em si o demônio Morte e é o mais calmo de todos os imortais. Todos os seus pontos fracos vêm à tona quando Anya, a deusa da anarquia cruza sua vida imortal, a partir daí seu destino está ligado à ela, mas não da forma que ele deseja.
Achei bem interessante o plano de fundo criado por Gena em sua série. Após a queda dos deuses gregos pelos Titãs, a vida dos guerreiros sofre uma reviravolta e a partir daí sua vida até então considerada pacata começa a sofrer os efeitos da “nova gerência”, por assim dizer.
Em contraponto a autora criou os “Caçadores”. Guerreiros humanos que vivem única e exclusivamente com a intenção de descobrir um meio de acabar com a vida dos “Senhores do Mundo Subterrâneo” e outros seres considerados maléficos por eles.
Quando uma série de – pelo menos – 12 livros é idealizada, torna-se necessário que o plano de fundo seja forte o bastante para sustentá-la. Acredito que Gena tenha alcançado esse objetivo com o mundo que criou. A trama é bem-criada, prende a atenção e se torna um atrativo a mais para continuarmos com a leitura – independentemente do apelo dos guerreiros.
O que gosto bastante na série é a oportunidade de continuar revisitando os personagens e o que aconteceu com eles após o final de “seu” livro. O primeiro livro é sobre Maddox, mas não pense que a história dele acaba por aí, pelo contrário, sua participação continua ativa. Também a oportunidade de conhecer os próximos personagens antes que “seu” livro seja lançado é bem-divertida! Tentar adivinhar quem vai se tornar seu par, ou em qual guerreiro o próximo livro será focado é superlegal.
No início de todo livro da série existe um glossário com todos os personagens e seu papel na trama. No primeiro livro consultei-o várias vezes. Há uma grande introdução de personagens no início do enredo e no decorrer dele também, então saber o nome de cada guerreiro e o demônio que compartilha seu corpo é de suma importância para perceber suas personalidades e saber – na medida do possível – o que esperar de cada um.
A narrativa é feita em terceira pessoa. Cada cena é vista sob o ponto de vista de um personagem, alternando entre o protagonista ou a protagonista, mas algumas vezes a mente de outros guerreiros também é visitada, dando a oportunidade de conhecer um pouco mais de cada um e até mesmo já engatar uma próxima história de amor para outro livro.
No todo os dois livros me agradaram bastante. O segundo foi mais empolgante do que o primeiro e fiquei com a impressão de que o crescimento do enredo vai nessa linha durante toda a série. Mas como disse, a trama é apenas um pano de fundo para o romance de cada guerreiro. É uma série adulta, sem pudor na descrição das cenas de sexo. Recomendo de verdade pra quem – como eu – adora esse tipo de literatura!
Pontos Negativos:
Por já conhecer bem esse tipo de leitura, alguns termos e descrições de sentimentos – e atos – se tornou repetitivo. Achei a obsessão que todos os personagens têm por seu objeto de desejo muito parecida, fazendo com que até mesmo algumas frases fossem repetidas nos dois livros. Há também alguns erros gramaticais e de digitação no texto, acredito que seria interessante uma nova revisão nas próximas edições.
Link: http://www.psychobooks.com.br/2011/08/resenha-noite-mais-sombria-e-o-beijo.html