lorraynne.bs 24/01/2024
Depois daquela viagem ??
"AIDS. A AIDS mata. É o mal da humanidade. É mórbida, é deprimente, é horrível. Vamos acabar com a AIDS. Como é que se pode levar uma vida normal ouvindo isso toda hora, lendo isso em todos os lugares? Como é que eu posso pensar em seguir uma carreira, casar, ter filhos, construir qualquer coisa que seja, sendo associada a todas essas coisas horríveis?
Mas acho que o doctor jamais entenderia isso. As vezes, nem eu mesma entendia. Fiquei quieta sem dizer nada."
No livro autobiográfico acompanhamos a história da Valéria, que descobriu ter aids aos 16 anos, após ter relações com seu primeiro namorado, que era abusivo.
Apesar de ter contraido a doença aos 16 anos, ela só descobriu com 18 anos quando foi fazer um exame de rotina, antes de seguir viagem aos Estados Unidos.
Durante o livro vamos nos emocionado a cada página, a linguagem é muito acessível e é impossível não ter empatia pela Val, que vai aprendendo a viver no mundo pós descoberta dessa doença, que na época era ter uma sentença de morte, além da falta de informação e o preconceito da sociedade.
A autora busca com o livro conscientizar adolescentes e também adultos sobre a educação sexual, que ainda hoje é um tabu para a sociedade. É fundamental termos políticas que levem o conhecimento sobre sexo para as escolas, não para ensinar práticas sexuais, mas sim de prevenção, por que segundo a própria Valéria Piassa a sua imaturidade sobre essas questões à levou a transar sem camisinha, mudando todo seu destino.
Destaque ao trecho simples, mas que me destruiu literalmente: "É, acho que já não havia muita esperança. Lembro que antes de ir àquele médico, no caminho de ida, minha mãe havia feito uma promessa de parar de fumar. Agora, no caminho de volta, ela acendia um cigarro."