Lud @quoteseplots 02/06/2021Bem melhor que o anteriorComo é bom voltar para essa série com um livro que gostei muito de ler. Confesso que desanimei após o anterior, porque achei bem fraco. Mas agora estou entusiasmada novamente.
Eis que revemos o Clube dos sobreviventes e agora é a vez de Vicent, o visconde Darleigh, que ficou cego no campo de batalha. Sua família é muito amorosa, mas todo esse amor o sufoca e ele anseia ser o mais independente possível perante as suas limitações. A mãe e as irmãs de Vicent acham que ele precisa de uma esposa para cuidar dele e armam uma "emboscada". Não tendo saída, o visconde foge para sua cidade natal, retornando a lembranças de quando tinha a sua visão e ainda não possuía o seu título.
Contudo, o que Vicent não esperava era cair em outra emboscada casamenteira por lá. Entretanto, graças a Sophia Fry, ele se livra. Sophia é uma órfã que é criada por seus parentes pior do que um empregado. Ela é uma ratinha esquecida, mas que mostra suas garras quando precisa ajudar Vicent. Só que ela não esperava sofrer as consequências de sua ação.
É a partir desse rolo de acontecimentos e confusão que os dois acabam fazendo um acordo de casamento. Sophia teria sua liberdade futura, um lugar para chamar de dela, e ela ajudaria Vicent se livrar da familia, mostrando que ele pode se virar sozinho.
A escrita da Mary é mais robusta que outras autoras de epóca e esse livro em especial é muito mais detalhado que os outros. Geralmente eu não curto, porém, aqui fez total sentido já que o protagonista é cego, logo ele precisa expressar sensações e necessita muitas vezes de descrições do seu ambiente.
Com tudo isso, foi ótimo ver a evolução do romance e como ambos ajudaram um ao outro no processo. Se a ideia era cada um seguir um rumo um dia, aos poucos você percebem eles decidindo ficar, não porque precisavam, mas porque queriam um ao outro.
Eu queria dizer que me irritei com a auto depreciação da Sophia, mas como não compreender também uma protagonista que foi a vida toda ignorada, ouviu as piores palavras e sempre teve jogado na sua cara que foi feia. Sophia nunca foi vista e pela primeira vez ela consegue ser justo com alguém que nao pode ver, mas que enxergou muito mais que o próprio mundo. E isso é lindo.
Eu me apaixonei todo o momento que o Vicent mostra a ela a beleza dela e a ajuda ver mais de si mesma.
Preciso ressaltar aqui como a Mary Balogh gosta de deixar bem claro quando suas protagonistas não são bonitas. Não tem aquele disfarce "ela é bonita só ta mal arrumada". Não, a Mary usa protagonistas que não tem a beleza padrão das pessoas. Isso acontece não só nesse livro, mas em vários outros que já li dela. Afinal, bonito para quem? Não é?
Ver a Sophia ganhando confiança é libertador. Assim como é divino o que ela faz pelo Vicent, ajudando-o a ser o visconde que ele sonhou e tendo a liberdade que almejou, dentro das possibilidades. Eles são perfeitos um para o outro.
Acho que é por isso que ainda que eu possa ter me incomodado com alguma coisina ou outra, eu amei essa leitura e desfrutei muito do livro. Senti falta de um epílogo, quase chorei quando virei a página e tinha acabado.
Ah, já ia esquecendo de mencionar a aparição da Lily. Eu tenho um amor por ela e por esse casal, eles são o primórdio de todos os livros que se seguiram, por isso revê-los foi maravilhoso. Agora quero seguir minha caminhada pelo Clube dos Sobreviventes, já querendo saber cada evolução que a Mary preparou pela frente.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Há um conto chamado O Pretendente que deve ser lido ANTES desse livro por que tem spoiler. Ele é sobre uma personagem que aparece aqui no livro 2.