evelyn 27/12/2020
Descreverei a minha experiência com "Todas as cores do Natal" do conto que menos gostei ao meu favorito. Sendo assim, começarei com "Entremarés", que tem um título bastante chamativo e cativante, diferente do que eu senti ao ler. Ele apresenta uma história fantasiosa e com magia e não me agradou muito. Tem uma descrição de fatos muito confusa, como se algumas partes estivessem fora do lugar que deveriam estar e a história em si não me cativou, principalmente por não explorar as características e conflitos pessoais das personagens. Apesar disso, faz uma crítica ambiental importante e aponta algumas informações interessantes.
"Vinte bombons de banana" é bastante realista e de composição simples, demonstra muito bem vulnerabilidades, que todas as pessoas possuem, e como às vezes nós nos planejamos para algo de acordo com as nossas expectativas, mas precisamos nos adaptar ao que é posto em realidade.
"A aventura do peru de Natal" possui aspectos muito semelhantes ao anterior, inclusive na forma como é escrito, e expõe, além disso, situações comuns a muitas famílias brasileiras e um pouco de um ritual de Natal, que em cada família é diferente, quando existe.
"Garotas mágicas super natalinas", assim como o primeiro conto sobre o qual falei, não é realista, uma vez que mistura magia com a realidade e esse não é um gênero que me agrada tanto. No entanto, foi um conto que me abraçou ao demonstrar aspectos importantes para as nossas vidas, principalmente quando se é jovem e está em busca de respostas para questionamentos tão frequentes, como os da sexualidade e do bem-estar. Além disso, é narrado numa perspectiva única ao falar sobre como o amor romântico não deve ser sempre posto num pedestal e como cada tipo de relação que temos em nossas vidas devem ser bem cuidadas.
O último conto do livro, "Os quinze Natais de Benedita", é também o último sobre o qual vou falar por ter sido o meu favorito. Não consigo descrever como eu fiquei de coração quentinho com ele. Mareska Cruz escreveu com tanta leveza a relação de Benedita com todos os Natais de seus 15 anos de vida e, por mais que a minha não se assemelhe tanto à dessa garota, eu me senti representada, escutada e envolvida num abraço forte e cheio de amor, principalmente quando penso nos pais tão atenciosos da Benedita. É leve também a amizade e a conexão que a personagem principal tem com a Domitila e isso torna o conto ainda mais especial. Fiquei triste por ter acabado de ler, mas o final foi realmente muito bem articulado e deixa que nós possamos criar as nossas teorias sobre os próximos Natais.
Por fim, o livro no geral é muito marcante pelo que representa e por abrir espaço a autores e personagens pouco vistos. Todas as histórias são muito boas, apresentam vivências diferentes e a singularidade que existe na personalidade de cada pessoa, algo que eu realmente esperava do livro.