breno montserrat 14/07/2020
pesado e angustiante
Ano novo, vida nova! Hugo inicia com esse propósito em A Comissão Chapeleira, mas como o bom anti-herói que é sabemos que não será tão fácil assim. Hugo ainda carrega consequências dos atos realizados no último ano, algo que ele não se orgulha em nada.
Neste segundo livro a autora entra no viés político do mundo bruxo, que já havia sido levantado de forma superficial. Uma ditadura é instalada na Korkovado, homens sem personalidades com seus chapéu e um Alto Comissário encantador começam a ditar regras severas. O medo se espalha, ninguém está seguro, principalmente Hugo com todos os seus erros e os Pixies com a fama de rebeldes. E em oposição a tudo isso surge uma resistência, mas o quanto você consegue lutar contra o sistema?
Novos personagens são introduzidos e nos levam a ambientes diferentes, podendo conhecer mais desse universo e ver as peculiaridades e culturas de cada lugar. Como já mencionado pela escritora, cada livro da saga nos levará para um canto do país, em suas respectivas escolas. Aqui somos transmitidos para a Bahia, em grande contraste com o Rio de Janeiro, desde a estrutura da escola até as matérias ensinadas, podemos ver diversos elementos de matriz africana, as comidas, costumes e etc.
O folclore que já era explorado por Renata agora ganha mais peso e é muito importante para a história, gratificante ver algo, infelizmente, esquecido por diversos brasileiros sendo valorizado. Além de aprofundar nas questões históricas dos bruxos do Brasil, uma das minhas partes favoritas.
O livro se encerra com diversas questões sem respostas, o que gera a curiosidade necessária para o próximo.
Essa leitura me fez pensar e refletir a cada página, é tanto conhecimento inserido em um livro de fantasia, realmente encantador! Mais de seiscentas páginas repletas de críticas, algumas já feitas em A Arma Escarlate e outras novas, em razão da ditadura. Ventura novamente constrói uma história excelente, este livro é uma verdadeira aula!
"Abram os olhos, fiquem atentos, e estudem! Nunca parem de estudar! É fácil manipular quem não estuda. É fácil manipular quem não pensa! Lembrem-se sempre: nós somos a maioria! Nós podemos contra eles!"