A Morte da Luz

A Morte da Luz George R. R. Martin




Resenhas - A Morte da Luz


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stsluciano 03/01/2013

Uma FC clássica pra ninguém colocar defeito
Tenho saudades do tempo em que a modinha literária eram os livros de ficção científica. E olha que nem ao menos vivi naquela época. Mas mesmo tendo nascido mais de uma década depois; à distância, contemporâneo de um mundo que de muitas formas fora imaginado por grandes mestres, Asimov, Bradbury, Aldiss, Arthur C. Clarke, e David Gerrold ainda assim causam forte impressão quando os leio.

Ler ficção científica com uma distância tão grande é sempre um prazer. Temos a oportunidade de observar as considerações dos autores sobre o futuro – que muitas vezes já se tornou passado – e colocar na balança: os prognósticos que se concretizaram, o que ainda é coisa de ficção científica, e o que hoje parece ingênuo de ser imaginado.

Nesta minha primeira oportunidade de ler George RR Martin, o famigerado autor das “Crônicas de Gelo e Fogo”, tenho o privilégio de lê-lo também em seu primeiro romance. Bom, será bastante útil para futuras comparações.

Em A Morte da Luz, conhecemos Worlorn, um planeta errante, ou seja, que não orbita regularmente em nenhuma estrela, vagando indefinidamente pelo espaço, sem que nenhum astro exerça uma força gravitacional forte o suficiente para retê-lo em sua órbita.

Dirk é chamado até o planeta por sua ex-namorada, que, após uma separação traumática, ficara sete anos sem reencontrar. Mesmo estranhando o fato – embora no fundo ansiasse por ele – decide ir, pois a fizera uma promessa tempos atrás e a cumpriria, fazendo o que fosse necessário. Ao chegar lá a encontra casada, e, aparentemente, pouco disposta a reatar o antigo namoro, o que o deixa um tanto confuso, sem saber ao certo o motivo de seu chamado.

A Morte da Luz é uma ficção científica clássica, com muitas conjecturas acerca de aspectos sociais e filosóficos, e leitores não habituados podem ter dificuldade em acompanhar ou se cansar rápido. No livro, diversos planetas foram colonizados, milhares de anos se passaram e códigos de honra são levados ao extremo dando espaço para xenofobia, preconceitos e tudo mais. O universo como um todo, apesar de desenvolvido tecnologicamente, parece um grande western americano, como muita gente disposta a sacar a pistola – laser – ao primeiro sinal de desagrado da outra parte.

O livro também toca em um ponto bastante explorado em títulos de ficção científica: as diferenças culturais e os preconceitos e julgamentos precipitados que podem ser feitos para quem observa a distância ou não tem conhecimento mais profundo sobre determinado povo.

Os kavalarianos, por exemplo, uma das etnias mencionada no livro, são um povo extremamente orgulhoso que detém alguns costumes bastante peculiares e que, por nossa sociedade, poderiam ser vistos quase como selvagens. A mulher é sua propriedade, possui poucos direitos, e o laço mais estreito e sincero que um homem fará em sua vida será com outro homem, na qualidade de amigo. Mas não fica apenas nisso: este amigo também tem direitos sobre a mulher do outro, que vive em constante submissão. Uma escrava – e também sexual – diríamos. É preciso dizer, também, que os kavalarianos consideram boa parte daqueles que não são kavalarianos como quase-humanos, bestas, diabos, animorfos.

Dirk não entende a razão de Gwen se sujeitar a isso, pois sempre fora uma mulher forte, independente, mas há coisas que o amor faz que são complicadas de entender, e um fator externo faz com que fiquem ainda mais confuso.

É aí que Martin leva boas páginas descrevendo a estrutura social kavalariana, assim como aspectos chave de sua história. São trechos interessantes e importantes para que se entenda o que se passa, os laços que são formados e até onde cada um está disposto a ir para mantê-los firmes. E este é um livro onde os personagens são guiados por aquilo em que acreditam. O que é muito bom, diriam, mas todos sabemos o que acontece quando homens plenamente convictos de seus ideais encontram outros com ideias totalmente contrárias.

O planeta Worlorn é muito bem descrito. No início do livro, Martin narra sua descoberta, e a construção de grandes cidades em sua superfície para se celebrar um festival; cada uma delas construída por um povo diferente, visando a representar sua arte e modo de vida; e mesmo, para alguns, sua superioridade, seja artística, econômica, intelectual, ou até sua despreocupação quanto a tudo isso. Elas são bastante diferentes entre si, e o tour que o autor faz por elas é fantástico.

Só achei que a ação do livro demora a se desenrolar. Apesar de ser plenamente compreensível que, devido à complexidade da sociedade kavalariana criada por Martin, uma boa base tenha sido fundamental para situar o leitor no tempo e espaço criados por ele, alguns leitores podem desistir. O que é uma pena.

Martin se mostra tão competente ao narrar ação que quando descreve paisagens ou intrincados sistemas sociais. Confusa e meio fora do ar, Gwen decide fugir com Dirk, quando este é desafiado para um duelo por um kavalariano que se sentira ofendido por uma das ações do protagonista.

Apenas após isso vemos o quanto um planeta que caminha para a hibernação enquanto se afasta de seu sol – belamente descrito como um conjunto de vários sóis – é hostil. Repleto de criaturas trazidas dos mundos participantes do festival, os bosques são cheios de segredos e perigos, um ambiente nada propício para uma pessoa como Dirk, e o que ele tem que enfrentar ali muda profundamente a pessoa que ele é.

Como minha primeira leitura de Martin, posso dizer que fiquei ansioso por começar logo “As Crônicas de Gelo e Fogo”. Narrador competente, consegue manter o leitor imerso mesmo enquanto passeia por temas que não são dos mais empolgantes. E é isto que o livro é: um passeio dos mais vigorosos por um mundo de ficção científica. Os fãs do gênero tem aqui um livro de primeira grandeza.

Resenha originalmente publicada aqui: http://www.pontolivro.com/2012/11/a-morte-da-luz-resenha-084.html
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CooltureNews 29/12/2012

Publicada em www.CooltureNews.com.br
Falar sobre esse livro não será fácil, com uma história no mínimo surpreendente da pior maneira possível, George R.R. Martin nos transporta a um futuro onde a tecnologia humana atingiu seu ápice e a colonização de outros planetas é algo comum e que já aconteceu há muitos anos. Esse aspecto fica evidente quando podemos equiparar as culturas desses planetas, colocando em nossa realidade, podemos comparar os planetas aos nossos países.

A colonização chegou a tal ponto que quando um planeta errante (esquece os zumbis!), mundos que não possuem sua própria estrela e vagam a esmo pelo universo, se encontra a caminho de um sistema composto por várias estrelas, e assim deixará de ser frio e inóspito durante algumas décadas, acaba sendo colonizado, comparando novamente com nossa realidade, é como se a Antártida perdesse sua camada de gelo e todas as nações do mundo tivessem a oportunidade de cada uma construir uma cidade. Esse é o pano de fundo para a narrativa de um romance fraco.

Dirk t’Larien e Gwen Delvano tiveram um romance no passado que não deu certo, e após alguns anos Dirk recebe um pingente de Gwen, até aí tudo bem mas isso significava que Dirk teria que cumprir sua promessa, ir até onde Gwen estivesse sem fazer muitas perguntas. Promessa essa que Gwen quebrou quando também recebeu a joia-sussurrante que Dirk enviou. Gwen se encontra nesse planeta errante que nesse momento já se encontra praticamente abandonado a própria sorte e é nesse ponto que a história se torna maçante e excessivamente descritiva.

George R.R. Martin é o típico autor que consegue carregar nas descrições, e isso é algo interessante e que geralmente me chama muito a atenção em um livro, infelizmente não foi esse o caso, acredito que justamente por ter uma história fraca. Por mais que você acabe conhecendo um pouco sobre o passado dos personagens e suas histórias pessoais caírem no comum eu não consegui sentir uma ligação com nenhum.

A narrativa e os diálogos são lentos e os nomes dos personagens não ajudam em nada nessa dinâmica. Segundo falado muitas vezes na obra, os nomes possuem peso e aqui os personagens possuem vários nomes, cada um representando a mesma pessoa, mas de forma diferente. E para complicar um pouco mais se você não gravar quem é aquele personagem, ou o local de origem, você pode ser perder facilmente na leitura, tive que voltar algumas páginas mais vezes do que gostaria só para encontrar o fio da história novamente.

Não é possível fazer comparações entre esse livro e os demais de George R.R. Martin além das muitas descrições de cenários, não compre esse livro aguardando uma narrativa parecida com As Crônicas de Gelo e Fogo, certamente você irá se decepcionar. No mais é uma leitura despretensiosa, assim como seu final, para ser feito em um final de semana quando não tiver nada melhor para fazer.
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ENAVARRO 06/11/2012

A Morte da Luz
Após sete anos-padrão Dirk recebe um chamado que o leva até Worlorn, planeta moribundo que vaga pelo universo rumo a escuridão, para encontrar sua grande paixão do passado. O que Dirk não esperava é que sua Gwen estivesse tão diferente daquela que amou. Lá ela está ligada a um homem de Alto Kavalaan e seu companheiro, vivendo segundo a cultura de outro mundo que possui códigos de honra e conduta totalmente diferentes do seu. Enquanto este planeta abandonado por todas as outras raças do universo continua se afastando das estrelas que o mantem aquecido, Dirk tenta proteger Gwen não apenas daquele que a reivindica, mas também de outros kavalarianos que querem caçar qualquer um que não seja considerado humano ou não seja de Alto Kavalaan.

Neste cenário complexo temos um livro que mostra o quanto culturas diferentes podem influenciar as relações e o quanto somos capazes de mudar com o tempo de acordo com as circunstâncias.
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Erunestant 25/09/2012

A Morte da Luz: A evolução moral inerente ao comportamento humano
“A Morte da Luz”, primeiro livro escrito por George R. R. Martin, fora uma obra que me encantou e surpreendeu ao mesmo tempo. Talvez tenha sido a junção da sinopse com a capa da edição brasileira, que traz uma das paisagens de Worlorn – um planeta moribundo preso aos raios doentes de um gigante vermelho prestes a morrer – que tenha me causado uma impressão imprecisa do que se tratava exatamente o romance. Logo de cara, após ler algo que fazia menção à enfermidade daquele sol, pensei imediatamente que a trama trataria dos problemas de um povo que espera calmamente a morte. Não sei precisar exatamente porque fiquei com tal impressão, mas quando finalmente entendi do que se tratava o livro (logo nas primeiras 30 páginas), as surpresas que a contundente narrativa de Martin reservou muito me agradaram.

(...)

Martin reserva a primeira parte do livro para praticamente nos apresentar o rico universo por ele imaginado. Conhecemos não só a história de Worlorn e o cenário político recente dos mundos conhecidos, como suas maravilhosas cidades, frutos arquitetônicos dos diferentes povos habitantes de outros mundos; inclusive a fauna e a flora extremamente peculiares do planeta moribundo. Martin faz uma descrição precisa e um tanto quanto poética, aliando a desolação de um planeta fadado ao esquecimento e a magnificência do intelecto humano materializado em suas criações.

Entre os ambientes únicos e a tecnologia futurista – tipicamente abordada em romances de ficção-científica, o autor também cria um panorama que explora os choques de culturas de diferentes planetas em meio a interesses pessoais que apoiam ou condenam certas ideologias conforme dita a conveniência. Nesses pontos, Martin é magnífico, e acaba cativando o leitor usando praticamente sua narrativa descritiva junto a um tom peremptoriamente político, o que, em um primeiro momento, funciona como uma ferramenta extremamente eficiente, cuja função é nos deixar mais curiosos acerca do real motivo da visita de Dirk à Worlorn; como se o autor nos hipnotizasse com as maravilhas do planeta e resguardasse a trama principal para um segundo momento. Posteriormente, isso acaba por conceder um caráter levemente inverosímel ao romance, já que seria um tanto quanto improvável que alguém viajasse alguns anos luz para um planeta praticamente morto e nem sequer questionasse porque exatamente fora chamado ali. (Apenas uma ressalva: esse fato não me incomodou muito já que me permiti imaginar as diferentes culturas descritas no livro como algo bem particular e, nesse caso, um comportamento incomum seria perfeitamente plausível).

...

A resenha completa pode ser lida no link: http://www.ambrosia.com.br/2012/09/21/a-morte-da-luz-de-george-martin-a-evolucao-moral-inerente-ao-comportamento-humano/
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NelM4n 05/09/2012

Grande obra.
Estória muito interessante, cativante, cruel e inesquecível. Os personagens ficam em sua mente e são muito bem construídos.
O tema futurístico é o que mais me prendeu à esse livro, sem contar as máquinas e tecnologias que quem sabe se tornarão reais. Lerei novamente com certeza.
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Ronan.Azarias 20/08/2012

A cara do Martim
Esse livro é bom. Não é excelente, mas dá pra ver como ele evoluiu sua prosa quando comparado ao seus melhores livros.

Lançado em 1970 não deixa margens de modismo de época, ainda é moderno o suficiente para que pareça se uma ficção futurista. Se bem que pelo que ele diz história se passa a uns bons três dígitos de anos de nossa época.

No meio da leitura apareceram duas ou três palavras mais pesadas, uma coisa bem conservadora comparada com as crônicas de gelo e fogo, que usa palavrão de baixo calão com uma normalidade impressionante. Claro que não podemos esquecer que no ano em que foi lançado essas aparições, mesmo escassas, com certeza tornava o livro meio escandalizador.

Também há o tema da dominação feminina. Gostaria de saber a opinião na década de 70 sobre uma mulher que era de dois homens...

Tudo isso sem contar a já consagrada falta de misericórdia de Martin com seus personagens, se ele seguir a linha de A morte da luz em As crônicas de gelo e fogo, teremos boas ( ou más...) decepções pela frente. Mas assim é a vida.

No geral é um bom livro, não é aquele que você leria duas vezes, mas mesmo assim compensa a leitura.
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Rafael 08/08/2012

O grande aprendizado de George R.R. Martin
Gostei do livro, percebe-se vários elementos que depois foram usados nas crônicas de gelo e fogo. O melhor de A Morte da Luz pra mim é o grande personagem principal Dirk T'Larien. Um apaixonado que vai em busca de seu grande amor em um mundo de ficção com direito a várias espécies, raças, facções diferentes, culturas diferentes.

O pequeno planeta Worlorn está a beira da deriva, se distanciando cada vez mais do grande Satã Gordo, ou sol para nós, e o inverno está chegando definitivamente, sendo que o planeta vive no crepúsculo pela baixa iluminação. Dirk é um anti-herói que se vê perdido em sua vida, não tem mais grandes ambições, se tornou apático a tudo. Durante a história suas angústias só aumentam, assim como suas ambições, que cada vez mais se tornam em frustrações. Sua única forma de encarar a situação é tendo coragem para superar seus obstáculos, mas com uma força vazia. É nesse ambiente que se desenvolve a história, muito bem escrita com uma bela narrativa.

O problema do livro é seu desfecho: curiosamente mal elaborado, o que espero que não se reflita com o final das Crônicas de Gelo e Fogo. Não sei se o autor tinha como objetivo continuar a história, mas fiquei com a sensação que havia mais espaço para um desfecho melhor. Mas vale a dica, é uma ótima leitura apesar de tudo, e deixe o famoso T'Larien lhe envolver com sua trajetória.
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Nick 30/07/2012

Sobre o livro
A morte da luz não é um livro ruim. Mas não é nada de fabuloso.

Tem aspectos interessantes. A ambientação é especialmente curiosa. Um futuro não especificado onde a humanidade colonizou diversos mundos. Esse futuro é tão distante que muitos desses planetas colonizados têm a Terra como um planeta quase mítico.

Depois de várias guerras, muitos planetas ficaram incomunicáveis por várias gerações, chegando até mesmo a criar novos mitos de Gênese e novos valores sociais completamente alienígenas para o leitor.

O mais interessante é como um habitante de um desses planetas, após a reestruturação das viagens interplanetárias, faz um estudo das origens da colonização de seu planeta, e dos acontecimentos das guerras interplanetárias, desenvolvendo uma tese que explica a formação das mitologias e da cultura de seu planeta.

Toda a história se passa em um planeta errante, que por acaso está de passagem por um complexo sistema composto por um Sol gigantesco cercado por outros seis sois menores. Quando os planetas dessa região do universo descobrem essa passagem resolvem montar um festival nesse planeta, criando uma flora e fauna composta por plantas e animais de 14 planetas e 14 cidades representando a cultura de cada um desses planetas.

A história se inicia após a realização desse festival, quando quase todos os "turistas" já partiram do planeta moribundo e apenas alguns membros de alguns planetas permaneceram por motivos pessoais ou para realizar estudos nesse ambiente inusitado.

Nesse ponto, onde não ha mais leis, alguns desentendimentos, mal-entendidos e choques de cultura desencadeiam uma trama digna de um filme de ação. Com uma boa produção, poderia ser um novo Avatar.
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Rodrigo 18/07/2012

Otimo livro. Nao espere um Guerra dos tronos porque voce vai se decepcionar. É o primeiro livro do Martin e fica evidente que muita coisa nele amadureceu com o passar dos anos. Livro muito interessante vale a pena ser lido, tanto pela criatividade do universo, como pela complexidade dos personagens
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Henrique 03/07/2012

o final não me agradou muito. Desnecessariamente não conclusivo
Rodrigo 03/07/2012minha estante
Pra mim ocorre o contrário: o livro demora pra se tornar interessante e apenas em suas últimas páginas (50) a coisa toma forma.


Henrique 08/08/2012minha estante
eu até que me apeguei bem ao livro, estava muito na cede para ler uma ficção cientifica, mas eu fiquei realmente na vontade de saber o que ia rolar fora do planeta. mas de uma forma geral é um ótimo livro


Ronan.Azarias 20/08/2012minha estante
Suponho que aí está a graça do negócio. Só que em 1970 eram comuns estes finais em filmes, geralmente mais apocalípticos. Alfred Hitchcock usava e abusava desta abordagem.


Jefson 08/05/2013minha estante
Esse livro foi um dos poucos que me prendeu do início ao fim. Óbvio que houve partes em que eu achei desinteressante, mas no geral um ótimo livro. Quanto ao final, eu realmente não esperava uma coisa aberta, mas é típico do Martin deixar algumas reticências, para que o leitor possa tirar suas próprias conclusões da obra. Isso ocorre com muita frequência nas Crônicas. Creio que essa é uma característica que ele nunca irá perder.




Henrique 26/06/2012

A Morte da Luz, George R. R. Martin
George R.R.Martin, autor das Crônicas de Gelo e Fogo, em 1977, 35 anos atrás, publicava seu primeiro romance Dying of the Light. No mês de maio a editora LeYa publicou o livro, intitulado A Morte da Luz, tendo por responsável pela capa Marc Simonetti.

Westeros é posta de lado e então tomamos conhecimento de mundos que surgiram 19 anos antes, na mente mestra de George R.R. Martin, o soberano da Alta Fantasia. Passamos então a uma realidade pós-apocalíptica em um mundo diferente de qualquer abordagem westeroiana.

Ao abrirmos as primeiras páginas de A Morte da Luz, temos uma breve citação da gênese da civilização de Worlon, um planeta errante que vaga, sem rumo fixo ou certo, pelo complexo universo elaborado pela mente de Martin, universo que serve como pano de fundo para os 14 mundos tratados na obra. O livro é dotado de um prefácio repleto de abordagens científicas, culturais e conquistas planetárias e interplanetárias que tem por rota final a apresentação de como Worlon, um planeta que não passava de apenas mais um planeta sem considerável importância, tornou-se o centro das atenções ao se colocar em órbita como o tão venerado Olho do Inferno, um conjunto de sóis que por 10 anos lhe forneceram as circunstâncias necessárias para a promoção de vida.

O livro evidencia a absurdamente incrível capacidade de Martin para criar novas civilizações, realidades culturais intrigantes e personagens memoráveis. Nas Crônicas de Gelo e Fogo temos os Dothraki, representados por Khal Drogo, em A Morte da Luz ganhamos os Kethy, representados por Jaantony Vikary, pertencente a uma civilização bárbara. Vikary atua como um antitradicionalista, que contesta os costumes desumanos do seu povo e que, por isso, arcará com as devidas consequências de seus atos reformistas.

Worlon tornou-se o centro para a realização de um festival que envolveu 14 mundos, no entanto Worlon se põe em posição cada vez mais afastada do conjunto de sóis, tornando-se um planeta úmido, frio e que caminha rumo à noite eterna. Já não restam muitos habitantes em Worlon e os que lá residem criam seus próprios códigos e seus próprios conceitos de honra. Uma raça de caçadores de quase-homens age furtivamente nas regiões ainda habitadas após a era do Festival, e sem saber, Dirk t’Larien viaja rumo a este planeta tendo como objeto de espera sua amada Janne, ou como ela exige ser chamada, Gwen Delvano. Tendo em mãos uma joia-sussurante que lhe foi entregue, lembrança de um amor rompido há 7 anos, Dirk viaja para Worlon, e vê o apocalipse se derramando em taças de ira sobre sua vida, sem mistura de misericórdia.

Após a chegada de Dirk no Planeta errante, começamos a desfrutar de uma das incríveis capacidades criativas de Martin: personagens indecifráveis, enigmáticos que sem sombra de dúvida acabarão por nos deixar atônitos e boquiabertos. Como em Westeros, nada é o que parece. Nada. Gwen Delvano está atada a um homem por um complexo sistema de união cultural, e já não é a mesma Jenne que ele havia conhecido. Ao mesmo período que acompanhamos uma explanação repleta de detalhes da biologia e tecnologia do planeta recebemos um prato repleto de personagens que são o que logo descobriremos não serem. Não podemos dividi-los entre bons e maus, mas entre os que fazem as escolhas certas (levando em consideração que esses permanecerão vivos) e os que fazem escolhas erradas (que por fim, causarão sua morte).

Distinguir os que são amigos e os que são uma ameaça se torna uma tarefa bastante difícil para Dirk, que se vê banhado em uma realidade onde as culturas colidem entre si e as leis em muito pouco contribuem para a sobrevivência. Uma corrida entre os que desejam dar o fora o mais rápido possível de Worlon e entre os que apenas querem se manterem vivos começa e, acredite, o desfecho é digno de aplausos!

A obra evidencia que não é de agora que o aclamado autor das Crônicas de Gelo e Fogo é dotado de capacidades invejáveis para construir diálogos ricos e significativos, além de presentear os amantes de ficção com um mundo único e assombrosamente perigoso.

Para os que desejam acompanhar os últimos momentos crepusculares de Worlon e advirto: Cuidado! Você pode estar dormindo ao lado do inimigo.

Por Henrique Magalhães

Visitem meu blog de resenhas: http://h2livros.blogspot.com.br/
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MVGiga 24/06/2012

É apenas o inicio.
Como fã de carteirinha, estava em uma forçada abstinência literária do fenômeno George R. R. Martins depois de ter concluído O Festim dos Corvos, o quarto volume da serie As Crônicas de Gelo e Fogo, e queria mais e mais histórias medievais de Westeros. Enquanto o quinto volume não chegava, fiquei empolgando quando vi nas prateleiras, uma obra inédita do autor. Finalmente, o romance de estréia do autor dava as caras nas livrarias brasileiras.

Situado em um contexto mais tecnológico e/ou intergaláctico, as principais características da escrita ainda estão presentes. O detalhismo do ambiente, a preocupação em descrever o fundo sócio-cultural-politico do local, a complexidade dos ideais e dos valores dos envolvidos na trama. Porém, o que faltou neste livro foi o carisma dos personagens e a ausência de uma história mais interessante. Pelo menos, essa pseudo e confusa história de amor entre Dirk t’Larien e Gwen Delvano, serviu para que o autor evoluísse e desenvolvesse com maestria, a excelente narrativa descritiva, que se faz presente nas suas posteriores obras.
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Iris 23/06/2012

Confuso...
Adorei os outros livros do autor, mas esse eu sinceramente tive dificuldade de entender.
Flavinha 10/02/2013minha estante
também tive dificuldade Iris, é muita informação sobre os kavalarianos, tanta que às vezes chega a ser maçante...


Henrique 23/05/2013minha estante
Poxa, eu adorei cada detalha da cultura desses outros povos...




Igor Gabriel 20/06/2012

A Morte da Luz
Worlorn é um planeta errante, vazio, com poucos atrativos e
não faz parte de nenhum sistema solar.
Ele vaga pelo universo eternamente, passando raras vezes próximo a algum planeta ou estrela até que ele se aproxima de um gigante sol que é rodeado por mais seis menores sois, isso faz com que Worlorn tenha luz por algumas décadas.
Graças a esse evento, os principais mundos se reunem para fazer um festival e constroem 14 cidades, cada uma com as caracteristicas de seus próprios mundos, como um retrato de sua terra natal.
A Morte da Luz se ambienta anos após o festival, quando Worlorn já se afasta lentamente da grande Roda de Fogo em seu errante e eterno caminho e poucas pessoas ainda habitam o planeta, Dirk t'Larien é chamado ao planeta por seu antigo amor Gwen Delvano através de uma jóia sussurrante.

Achei a idéia de Martin para o ambiente onde toda a trama acontece fenomenal, muito diferente das histórias futuristas onde vemos um monte de alienígena estranho convivendo com a raça humana, guerrinha de naves pelo espaço, Império contra Rebeldes. São clichês muito antigos em histórias de ficção e que não encontramos em A Morte da Luz. Ele já mostra nesse seu primeiro livro uma capacidade fenomenal de criar personalidades complexas, onde não existe o cara totalmente bonzinho e nem o totalmente mal. Mostra culturas muito bem estruturadas e com características únicas. Porém, mesmo com um mundo fascinante, acho que Martin podia ter feito uma história melhor,
achei os dois personagens principais meio sem sal, senti que faltava alguma coisa neles.

Aconselho o livro para quem é fã de Martim como eu sou, para os que não conhecem seu trabalho e para os que não gostam do Autor por alguma razão, pois muitas das características atuais do autor não serão encontradas, talvez por termos um Martin menos maduro (afinal foi seu primeiro livro lançado) pode ser que encontrem algo melhor.
O livro não é uma obra prima assim como As Crônicas de Gelo e Fogo tem sido, mas dá uma boa leitura.

Notas 0 a 5:

Capa: 5
Personagens: 2
Trama: 3
Idéia: 5
Narrativa: 3
Mauro 12/08/2013minha estante
Recomendo Isaac Asimov e seus livros sobre a Fundação.


Lidi 01/11/2013minha estante
Adorei sua resenha. Também achei genial a ideia do ambiente futurista tão diferente dos clichês, mas achei que ele pecou sim na trama. Fraquíssimas!


Thiago.Oliveira 14/04/2015minha estante
Excelente resenha! Eu adoraria ver uma continuação desse livro já com o GRRM maduro. Ele me respondeu em 2013 que pode voltar a esse universo depois que As Crônicas de Gelo e Fogo estiver pronto, mas não promete nada: http://goo.gl/9OxpUE


Paula 20/04/2016minha estante
Faço de suas minhas palavras. Descrição excelente, personagens centrais fracos e a trama também não foi totalmente explorada. O final então, maior decepção.


Adriel Alves 12/07/2020minha estante
O final é triste, decepção total. Deu até a impressão que o autor desistiu de continuar escrevendo a história...


Juba 05/01/2023minha estante
cara eu ia desistir de ler, mas eu vi tey comentário e decidi continuar o livro, o romance que diz na contra capa não me apetece muito mas tua review sim




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