Resenhas - Para Sempre Ana

Amoras Com Pimenta 05/11/2012

PARA SEMPRE ANA
SINOPSE: Na mística Três Luzes, o leitor percorre inicialmente três momentos afastados no tempo, onde três homens, de três gerações da família Rigotti, experimentam situações-limite pela influência de uma mesma mulher: Ana. A partir daí, a narrativa o leva a uma instigante viagem, nem sempre linear, entre meados do século XX e o início do XXI, na qual os dramas, o passado, o verdadeiro caráter e os segredos de cada personagem são pouco a pouco desnudados. A trama é conduzida pela busca de Ana e pela busca por Ana, forasteira misteriosa que abala os triluzianos e cuja trajetória se funde à dos demais em uma história carregada de luzes e sombras. A busca de Ana arrebata as emoções; a busca por Ana arrebata os sentidos. E ambas surpreendem. Sempre que tudo parece esclarecido, detalhes antes considerados sem importância provocam uma reviravolta geral na história. Até o último capítulo. Descubra se os mais atordoantes segredos de Três Luzes estão mesmo nos céus ou no fundo da alma de seus moradores.

Essa resenha contém spoiler.
Mais uma vez me deparo com aqueles livros em que você não lê simplesmente. A leitura de Para Sempre Ana, não é uma leitura difícil no sentido de se identificar com os personagens e com a linguagem usada pelo autor. Mas o livro tem suas viagens no tempo, e no que diz respeito a isso temos que prestar muita atenção, senão nos perdemos, só que depois que pega o ritmo da história flui bem.
Lendo me via numa cidadezinha do interior mineiro. Não sei porquê, mas Três Luzes me me remete a essas cidades, com aquele ar bucólico que toda cidade interiorana tem e que depende da capital pra tudo.
O livro já começa logo de cara com um "mistério." O filho de Ana, depois de morar na capital, volta pra Três Luzes atrás da história de sua mãe. Nesse momento somos levados ao passado.

Ana é uma mulher surpreendente e determinada a ser feliz. Acontecimentos em sua vida sempre a fizeram se sentir "jogada pra escanteio". Primeiro ela se envolve com o patriarca dos Rigotti, que em busca de viver uma amor do passado começa um romance com Ana, que é filha desse grande amor. Depois ela aparece e praticamente impõe sua presença ao filho do seu amante e está determinada a ser sua esposa. Já que o filho é totalmente irresponsável acaba por ter que assumir um filho, que ele jura não ser seu. E por fim Ana acaba tendo um herdeiro dos Rigotti. Ou seja, de todas as maneiras Ana está envolvida com a família.
Não seria nada impossível os segredos do livros serem trazidos pra realidade. O autor construiu seus personagens de maneira muito real pra mim. A cada linha lida eu consegui ver o que se passava.

Senti a angustia de Márcia, que de repente viu seu mundo desabar e como toda dama da sociedade deve manter sua aparência.
Ana nos deixa entre amá-la e odiá-la por suas atitudes. Mas ela está determinada a ser feliz. Cabe ao leitor definir seus sentimentos por Ana.
Falar do livro e não contar sobre ele é quase impossível.
Se você for um leitor que gosta de uma trama com mistérios a serem solucionados, este livro é uma excelente escolha. é um livro que tem de tudo: romance, mistério, drama, etc..
Não leia somente com a finalidade de chegar ao final, assim você lerá, mas não conseguirá capturar a essência do livro.

QUOTES:

"...Vivemos sob o princípio da incerteza. Aos nossos olhos, a essência
de um ente próximo pode ser apenas vislumbrada. A capacidade de melhor
focá-la depende da observação, do bom senso e da inteligência. Todavia,
desejos e temores podem fazer-nos ignorar essas qualidades, tão
necessárias para aproximar, o quanto possível, uma verdade particular da
realidade, cuja luz pode estar encerrada em uma única face da dita
incerteza...."


"...– Um pouco antes ou logo após a morte de Nestor, você recebeu
alguma carta dele?
Também já acomodada sobre o assento, ela não esconde o susto
provocado pela indagação abrupta e inesperada.
– Por que... por que me pergunta isso? – gagueja.
– Por favor, não se alarme. Sou um mero representante de Deus e,
além disso, seu grande amigo. Não estou promovendo um interrogatório,
nem tenho a intenção de prejudicá-la ao tocar em assunto tão delicado.
Mas você precisa me contar a verdade....

...– Sim, padre. Nestor escreveu uma carta... mas não para mim –
revela, sentindo um princípio de alívio por poder finalmente dividir o
segredo com alguém de confiança.
– O que quer dizer?
Ela começa a chorar.
– Eu tenho esse desespero guardado dentro de mim há um ano e
meio. Preciso me libertar de tamanha aflição...."





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Página do livro no SKOOB

Gostaram da resenha? E
Beijos.

Joyce 31/10/2012

Resenha do Blog Entre páginas e Sonhos
Primeiramente obrigada ao Autor Sergio Carmach por me dar a oportunidade de ler esse livro.

Para Sempre Ana é um livro que realmente adorei porque o enredo é ótimo já que as tramas são impossíveis de se decobrir antecipadamente. Cada vez que algum fato importante na história era revelado eu me surpreendia, porque a história é muito bem escrita. Devo parabenizar o autor pela criatividade e por me proporcionar momentos de muita reflexão porque o livro apresenta passagens filosóficas muito interessantes.

A figura central do livro é Ana que está relacionada com todos os outros personagens. Senti dificuldade no começo do livro porque apresenta 3 histórias em diferente tempo e com pessoas diferentes mas no decorrer da leitura tudo se ajusta perfeitamente.

Além de Ana, o autor nos apresenta Nestor, Carlos que é filho de Nestor e Caio que é filho de Ana. A história entre eles é repleta de mistérios, de amor, de ódio e de muitas revelações impressionantes. A história de passa na cidade de Três Luzes que também está calcada em assuntos místicos como a história.

Eu não quero contar demais sobre o livro porque o interessante é descobrir as informações durante a leitura da história porque nada é o que parece ou foi o que eu pensei. Fui supreendida pelo enredo e pela a forma de escrever do autor que mostra relações humanas super complicadas e diferentes do habitual, onde todos passam por dificuldades durante a vida mas sempre é possível recomeçar.

Eu super recomendo!!!

link: http://entrepaginasesonhos.blogspot.com.br/

May 03/11/2012

Degustação Literária - Para Sempre Ana - Sérgio Carmach
Recebi o PDF de Para Sempre Ana direto do próprio autor Sérgio Carmach há algumas semanas. Agradeço-o pela oportunidade que ele me concedeu de conhecer uma estória tão incrível, que me fez ficar vidrada em meu iPad enquanto lia e queria descobrir o que aconteceria nas próximas páginas.

Para Sempre Ana é uma leitura apaixonante! É um drama bastante bem escrito e faz o leitor mudar seus conceitos e visões acerca dos personagens apresentados na narrativa. Escrito em terceira pessoa, o livro conta a estória da família mais influente de Três Luzes e como ela foi afetada pela protagonista Ana. Logo no início, temos uma visão cativante da cidade interiorana, cercada por lendas ufológicas e por sua população cheia de princípios éticos e morais.

Carlos Rigotti, filho de um médico bastante influente na região tem sua vida mudada de cabeça para baixo com a chegada de Ana. Ela aparece na festa de Natal organizada por sua família com um filho dele debaixo do braço. Um filho que atrapalha todos os seus planos de namoro com a moça mais pura da cidade, Cris. Ele, convencido de que não é o pai da criança, faz de tudo para reatar com a namorada e ganhar seu perdão.

A partir desse ponto, vê-se que nenhum personagem pode ser rotulado. Ana, inicialmente tachada como vilã passa a ter sua história de vida recontada e analisada de outra forma. Esse processo ocorre com boa parte dos personagens, até mesmo com aqueles inicialmente perfeitos perante o povo. As reviravoltas e tramas são tão bem articuladas que o leitor se vê ansioso por mais. O autor consegue dar conta de um drama tão bem traçado e possui uma escrita esmerosa e cheia de monólogos sobre, por exemplo, a diferença existente entre o amor e a paixão e a espiritualidade.

Com um enredo digno de uma novela, Para Sempre Ana é uma obra profunda. É uma leitura rápida, mas que deve ser feita com atenção, pois cada detalhe deve ser apreciado com delicadeza. Recomendo deixar-se apaixonar pela bela história de Ana e pelos seus sofrimentos, alegrias e angústias. É uma experiência altamente interessante e instigante para o leitor que quiser se deixar surpreender por uma narrativa onde nada é o que parece.

http://covildapredadora.blogspot.com.br/2012/11/degustacao-literaria-1-para-sempre-ana.html

Nicole Weiss 25/12/2012

Ana... para sempre!
Como é delicioso ler uma obra bem escrita, sem erros, muito bem elaborada e repleta de personagens intensos, vivendo seus próprios medos, assombrados pelos seus erros e tentando acertos. Sim, o que li não me pareceu apenas uma fantasia elaborada para um “conto de fadas” ou algo escrito para agradar. Foi como acompanhar de perto a vida de cada um desses “seres humanos fictícios”, como se eu os conhecesse por toda a minha vida, como se obtivesse notícias escandalosas de parentes que moram longe.

Os personagens de Sergio são tão intensos que cheguei a amar alguns e a odiar outros. Uns foram admirados e outros, totalmente desprezados. Ruim? De maneira alguma, isso prova o poder que o escritor teve com seu texto. A leitura parecia tão real, que sentimento algum foi deixado de lado.
Do que se trata afinal? De três gerações, conforme explica a sinopse, envolvidas pelos encantos da mesma mulher. Acalme-se, Ana não é tão poderosa assim. Trata-se de amores diferentes, porém, um tão intenso quanto o outro. Vamos da loucura passional até a determinação fraternal e filial. Vemos segredos escabrosos sendo revelados, corações e mentes perdoadas, índoles transformadas; e o que parecia ser bom, torna-se ruim. O acusado é inocente e o inocente... bem, alguns são mesmo inocentes. Outros, nem tanto.
O fato é que Sergio montou uma trama tão bem elaborada que seguimos a leitura em uma teia de aranha intelectual. Começamos por um fio e, quando menos esperamos, temos que enveredarmos em outro subjacente. Junte tudo a uma lógica extremamente inteligente, pulando em períodos de tempos estrategicamente distribuídos em ordem nada cronológica; acrescente boas pitadas de traição, ódio, repulsa, amor, desejo, suspense, mistério; some a tudo isso numerosas teorias materialistas e outras espirituais, dessas que fazem o leitor parar e refletir sobre as palavras apresentadas, e o que teremos? Um livro excelente, bem escrito e instigante a cada frase!
Para Sempre Ana não é para leitores imaturos, não é um livro para quem espera tudo mastigado, explicadinho nos mínimos detalhes. É uma obra impressionante, repleta de filosofias, que nos induz a pensar, a analisar cada cena, a considerar prováveis suspeitos e culpados, a imaginar qual será o desfecho de tudo que, revelo, é inesperado e impressionante.
Se você não quer fundir sua mente com raciocínios fortes, não leia os textos do Sergio. Aliás, aconselho a seguir, então, para a parte de livros juvenis da loja, será mais adequado para quem dispensa desafios mentais.
Agora, se o seu objetivo é ler algo que se aproxima, e muito, da realidade, porém, escrito com primazia em todos os sentidos, essa é uma boa pedida.
Não tenho o que falar sobre a escrita. Juro que tomei como desafio encontrar um erro sequer durante a leitura. Analisei cada linha com olhos de águia. A linguagem coloquial foi exímia até mesmo quando as frases do pequeno Caio, em pouca idade, disparava para seu modo infantil de relatar seus anseios. Nenhum erro! Diante disso, eis que deixo meus parabéns, reconhecimento e orgulho expressos ao escritor, ao revisor e a editora.
Com certeza, Ana ficará registrada “para sempre” em minha memória.
Leitura mais que recomendada, obrigatória!

Blog PL 03/12/2012

Desvendar um quebra-cabeça nunca foi tão emocionante como quando se lê Para Sempre Ana.
Blog Palácio de Livros - http://palaciodelivros.blogspot.com.br/2012/12/resenha-para-sempre-ana-sergio-carmach.html

Para Sempre Ana conta a história de três gerações da família Rigotti, tendo, todas elas, seus próprios objetivos com Ana. O começo do livro é um tanto confuso – e digo isso como um elogio – e para captar o que está acontecendo é necessária muita atenção. O livro nos apresenta, ao início, o ano de 2011 onde um garoto procura por sua mãe que está desaparecida. Então, em 2000, na cidade aonde a história é narrada, Três Luzes, um detetive encontrando um presidiário que se suicidou.
Por fim, regride até 1993, onde uma moça aparece com um bebê em uma festa da família Rigotti, revelando a todos que Carlos Rigotti é o pai da criança. O livro possui várias “fases”, e, a cada página, mais peças do grande quebra-cabeça que é essa história nos são apresentadas.

Ana é uma personagem definitivamente complexa, e, apesar alguns momentos em que o leitor se vê frustrado com ela, me agradou muito o jeito que o autor narrou sua história. Em meio a narrativa é visível o crescimento e amadurecimento dos personagens, algo que os mostra como humanos. Entre erros e lições, Ana é uma personagem notável.
A narração é um tanto formal, mas nada que atrapalhe o curso da leitura – pelo contrário, apenas envolve o leitor ainda mais no mundo de Para Sempre Ana.
Não posso de deixar de destacar o modo como o autor encerra o livro. Foi, na minha opinião, um desfecho surpreendente e digno da obra. Senti várias emoções ao ler o livro inteiro, e a maestria com que Sergio relacionou as três principais situações do livro foi extraordinário.
Um livro conflitante, Para Sempre Ana prende o leitor a cada página, fazendo-o querer solucionar o grande mistério que cerca a obra. Recomendo a todos, definitivamente, como algo para quebrar a rotina das leituras supérfluas.
Desvendar um quebra-cabeça nunca foi tão emocionante como quando se lê Para Sempre Ana.


Melhor quote:
"É certo não deixar nossos sonhos se converterem em ilusões, mas também não devemos abandoná-los ao sabor da maré. Ao contrário, é necessário apontar-lhes o rumo em direção a destinos firmes e reais, ainda que tal travessia seja repleta de tempestades. Se alguns deles naufragarem no caminho, paciência. O importante é a consciência de tê-los dirigido com diligência e confiança. Eu denomino essa jornada de felicidade.”

Silvjenn 31/03/2017

[Resenha] Para Sempre Ana
11/12/2011

Já se passaram mais de dez anos desde o desaparecimento de uma mulher bela e enigmática chamada Ana. E depois de tanto tempo, apenas um jovem ainda tinha esperanças de encontrá-la. Certo de que ela estava viva, o rapaz segue a procura do último lugar do seu desaparecimento- ou fuga, a cidade de Três Luzes. Porém seu sumiço é apenas um dos enigmas que completam o local repleto de segredos e mistérios envolvendo os habitantes da cidade.

Três Luzes era o Município de Senador Mariano na região serrana do estado, e possuía não apenas um vale cercado de colinas e bosques cobertos de pinheiros como também uma história bem interessante sobre o nome da cidade. Segundo cientistas, o vale era visitado por caravanas que viam nele um campo de pouso para alienígenas, e para comprovar, muitos disseram terem visto três luzes no céu à noite, e assim surge o nome da cidade.

Por ser uma cidade pequena onde todos se conheciam, os habitantes logo sabiam quando havia um recém-chegado. Caio Rigotti nasceu na capital, mas viveu grande parte da infância no lugarejo serrano até que foi levado embora. Agora aos 18 anos, determinado a encontrar a mãe, a mulher desaparecida. Sem qualquer pista do seu paradeiro, Três Luzes parece o ponto de partida. Contudo, antes de nos aventurarmos nessa procura por Ana. É necessário que o leitor descubra como tudo começou...

O autor nos leva para o dia 25/12/1993, onde um almoço de Natal era promovido pelo doutor Nestor Rigotti e sua esposa Márcia. Onde não apenas amigos íntimos estavam presentes como também os pacientes. Nestor se mudou da capital para Três Luzes há mais de vinte anos, trazendo consigo sua esposa e seu filho Carlos, que na época tinha apenas seis meses. O médico pediatra era paciente e cativante, por isso, rapidamente havia se tornado uma pessoa respeitada e amada por todos na cidade. Sua esposa era bela, inteligente e sempre simpática. Márcia também tentou seguir os passos do marido na carreira, porém decidiu se dedicar a criação de Carlos, que agora mais velho, era sua fonte de grandes preocupações.

Herdada a beleza dos pais, Carlos era disperso e movido de paixões, alguns cidadãos se precipitam o mau julgamento de seu caráter, dizendo que gostava apenas de se divertir sem compromisso. Porém, havia uma pessoa que sempre pensava o contrário. Cristina era uma bela jovem que sempre o admirou e que ao conversarem na Festa Anual da cidade, e depois muitos encontros, havia se tornado sua namorada.

Enquanto os convidados esperavam pela hora do almoço, conversas animadas enchiam o ambiente, tornando- o agradável e descontraído. O padre Motta e o delegado Irineu, amigos desde muito tempo debatiam sobre filosofia e religião, não era algo incomum, pois isso sempre acontecia quando estavam juntos. A família Rigotti também estava reunida em uma conversa sobre o quão bom era morar no interior, com a ex-professora de Carlos, dona Gertrudes e sua neta Cris, porém Carlos não sentia nenhum entusiasmo em participar. Queria sair do interior e estudar arte ao invés de medicina, como seu pai tanto insiste. O que acaba saindo uma discussão, e para amenizar a situação, Márcia chama seu marido para apresentar a casa às convidadas.

Carlos continua sentado e emburrado, pois não queria que sua namorada fosse com seus pais. Queria levá-la para um canto escondido no jardim e confessar um sentimento nunca antes confessado. Porém, esse sentimento logo se dissipa dando lugar a um desespero e indignação ao se deparar com a jovem Ana, que atravessava a entrada principal da casa de seus pais a sua procura. Tentando não ser visto pela intrusa e desejando que seus pais se detenham o máximo dentro de casa, ele se levanta e passa a perambular de um lado para o outro e acaba tendo que participar da discussão entre padre Motta e Irineu. Até que a moça o encontra quando a discussão dos dois homens aumenta.

A conversa já começa com uma descoberta surpreendente para os leitores. Determinada, Ana lhe dá um ultimato, se Carlos não assumisse seu filho, ela contaria a seus pais tudo sobre o envolvimento dos dois na frente de todos, principalmente de Cris. Carlos fica apavorado e irritado, pois Ana havia lhe dado a notícia sobre o bebê há apenas dois dias. Tentando tirá-la da festa antes que seus pais a descubram, ele não consegue contra- argumentar, ele sabia que era inútil. Ela iria contar a sua família e a todos que tivessem por perto.

Não apenas seus pais, como também Cris e dona Gertrudes ouviam todo o relato da jovem. E enquanto contava com os olhos marejados, a fisionomia de todos era ameaçadora em direção a Carlos. Ana conta que os dois haviam se conhecido na Festa Anual da cidade, o que faz Cris não aguentar mais e esboçar sua tristeza e decepção. O bebê de Ana que estava dormindo na recepção é devolvido à mãe, e como um último ato de coragem, Carlos pega o envelope que iria entregar a Cris para expressar o que sentia e o lê na frente de todos, mas é em vão. Pois seu pai que estava o tempo todo em silêncio durante o relato de Ana, se manifesta irritado, exigindo que seu filho crescesse e respondesse as consequências de seus erros. Cris e Gertrudes vão embora e o local de alegria se torna pesado e embaraçoso.

Todos ao redor já percebiam que algo estava errado, e para provar sua inocência, Carlos exige o teste de DNA na capital e isso faz Nestor se alarmar. Pois ele temia que sua reputação fosse abalada por julgamentos superficiais e não fundados, querendo que seu filho assuma a responsabilidade de pai para que os cidadãos não pensassem que ele desprezava os valores familiares.

Mas Márcia está determinada a ajudar o filho, então Nestor toma a frente do problema. Decidindo ir um dia antes na capital para checar se não irá ocorrer nenhum erro no teste.

Porém, há muito mais nessa história do que apenas a descoberta sobre a paternidade do bebê de Ana. Como o passado da jovem que envolve toda a família Rigotti em uma rede de mentiras, ódio, intrigas, paixão, romance e conflitos que apenas lendo para descobrir!

Nessa envolvente história, não tem como o leitor ter uma perspectiva concreta sobre cada personagem, pois em cada capítulo há uma reviravolta bombástica. No início da trama, a entrada de Ana parece tornar a vida de todos na família Rigotti em um tremendo caos, mas conforme eu lia, acabei me surpreendendo totalmente com a construção que o autor Sergio Carmach criou para a história. E foi uma experiência incrível!

Narrado em terceira pessoa, nos permitindo então ler as perspectiva de Ana, Carlos, Nestor, Márcia e muitos outros personagens nessa maravilhosa obra. O livro também possui lindas ilustrações que mostram o que ocorrerá no próximo capítulo ou o que já ocorreu no anterior.

Confesso que fiquei um pouco indignada com o final haha, mas depois de refletir um pouco mais entendi o que o autor quis expressar. E o entendimento que adquiri ao ler esse livro foi que existem pessoas capazes de qualquer coisa pela busca de suas próprias felicidades, não importa o estrago que deixará no processo. A mudança dos personagens também foi algo indispensável e surpreendente, vou sentir muitas saudades dessa obra e principalmente da Ana, que se tornou uma das minha personagens favoritas. Vale a pena conferir!

site: http://colecoes-literarias.blogspot.com.br/2017/03/resenha-para-sempre-ana.html#more

Helena Frenzel 24/12/2012

História Interessante
Este livro traz uma história interessante, sim. Caso contrário eu não o teria lido até o final, e com prazer. A leitura é agradável, o texto é simples e relativamente bem elaborado, embora alguns pontos da trama não tenham logrado me convencer, mas aqui entra uma questão de gosto pessoal relacionado ao tipo de literatura e ficção que me atrai, e as três estrelas são mais por causa disto, do meu gosto, do que pelos méritos do livro em si. Outros leitores poderão gostar muito e como amante da leitura que sou, só posso recomendar que o leiam e tirem suas próprias conclusões.

Irinia Zachello 09/02/2013

Para Sempre Ana... no meu coração...
Como começar? O livro é dividido em três partes, contando os mesmos momentos, ou quase, por ângulos diferentes. Até chegar ao desfecho final. A história se passa em Três Luzes no município de Senador Mariano. E começa com um jovem rapaz o Caio a procura de sua mãe Ana. Que desapareceu a mais de uma década sem explicações. A cidade tem esse nome pois afirmavam ali ser o ponto onde três naves alienígenas pairavam em noite de lua cheia sobre a cidade, sendo a luz da lua cheia a encobrir as atividades das mesmas.

É muito difícil saber por onde começar, pois falamos em datas e tempos, em que o livro fica em um vai e volta sem fim, então temos sempre que nos atentar as datas, mas nada que nos deixem confusos como leitores, pois os acontecimentos fluem de forma natural se encaixando, se emendando até o desfecho final.

Decidi somente escrever sobre Ana. Pois comentar as histórias complexas todos os outros personagens fariam eu cometer um spoiler daqueles.

Ana é uma jovem muito sagaz, e decidida e ao perder a sua avó Irene também, pois já tinha perdido sua mãe quando criança, decide procurar a quem acredita ser seu pai. Quer ter uma família, pois a essa altura ele já teria filhos e sua esposa e não quer passar sua vida sozinha. Decide então morar em Senador Mariano que é próximo a Três Luzes, seu verdadeiro destino. Ana sempre foi muito parecida com sua mãe, e seu pai sempre muito apaixonado por Marília, fica em êxtase ao ver Ana, entrando em um delírio achando que está vendo seu grande amor novamente. Ele revela que não é seu pai verdadeiro. O que a deixa muito chateada, achando que Nestor viu a figura de Marília no corpo de Ana. Logo após enredam em um romance, pois ela depois dessa desilusão decide em busca desenfreada por um homem decente que a dê família e filhos, como sonha... Porém Nestor se mostra um homem "decente", carinhoso e estável, mesmo sendo casado com Márcia e ter seu filho Carlos, um jovem imaturo demais para sua idade, ou não pois cada um vive no seu tempo.

Após anos de um caso que não leva a nada Ana pressiona Nestor, que sempre escapa com todas desculpas possíveis para o fim de seu casamento... E ela muito sagaz, arquiteta um plano. Achando que Nestor a amará e largará tudo para ficar com ela, diz que está grávida! E ela na verdade não está!!!

Queridos e é ai que tudo começa. Que tudo se expande, que tudo nos domina e não nos deixa mais querer parar de ler o livro um só minuto que for. Um livro que nos absorve, que nos dá vida, que nos faz querer ser a Ana, querer ter toda a sua resignação, a sua força. E entender que Deus escreve certo por linhas tortas. O livro não é religioso, mas é de uma sensibilidade tocante, de uma espiritualidade imensa, de uma moral resoluta.

Após essa pequena ideia, Nestor, se desespera e arma um plano muito descabido, e ela acaba conhecendo Carlos seu filho, através desse plano, e ai nunca mais a vida de ninguém nessa cidade será a mesma.
Márcia vive com seu marido, um homem fraco Nestor, ás vezes parece meio cômoda até. Carlos um jovem imaturo que acredita amar Cris, uma jovem doce e tranquila, de família tradicional, que deixa a desejar em seu "amor" por Carlos. Tem sua avó Gertrudes, a matrona da cidade, muito respeitada por seus costumes e rédia curta. Um Padre, Motta e um Delegado, Dr Irineu, que se engalfinham em conversas filosóficas em todas ocasiões possíveis e chegam á extrema discordância deixando loucos todos a sua volta. Cláudia uma jovem advogada, que nunca duvida da palavra de Carlos, um momento sequer, Jorge o amigo tímido que depois tem uma atenção especial. E não deixando de comentar a Marília mãe de Ana, uma mulher doce que tem sua filha de forma reclusa, com a ajuda de Nestor e vive com a Dona Irene que mal julga sua neta e filha, dizendo ser fruto do pecado, aquela criança com um futuro inesperado. Esses são as personagens que envolvem toda a trama de Ana e da família Rigotti.

Durante a narrativa, o autor explica certas cenas nos dando o parecer daquele sentimento, o que nos deixa a mercê dos personagens, até mesmo me fez pensar em minha atitudes, eu amo livros assim, que desperta o meu íntimo, que me faz pensar nas minhas próprias atitudes além de me fazer sonhar.

A história é repleta de profundas traições, ciúmes, incompreensões e não deixa a desejar nos trazendo amores verdadeiros, paz e reconciliações, com um final surpreendente, o autor arremata sua narrativa com um quê de estupefação e admiração por essa mulher. E até mesmo por todos os personagens. Fecha com chave de ouro encontrando Ana, sim ela é encontrada. Mas isso não é um spoiler, tudo leva a crer que esse encontro aconteça, mas o que mais surpreende é todo o resto depois desse encontro. emoção do início ao fim.

"Injustiças podem causar uma reviravolta momentânea no espírito.O temor se transforma em uma energia inebriante, em um ódio prazeroso e indescritível."
Pág. 17 Parte 1

"Algumas pessoas são tidas como felizes em virtude apenas daquilo que aparentam, voluntária ou involuntariamente. Por vezes, quando manifestam sofrimento ou buscam ajuda, costumam ser acusadas de
ingratas com a vida, pois estariam lamentando-se em meio a tantas dádivas recebidas."
Pág. 110 Parte 2
"Carlos é tomado por sentimentos pouco nobres e divaga acerca da natureza perversa do ser humano, de como criaturas egoístas sempre destroem a felicidade alheia – e, por vezes, até a delas próprias – ao buscar
a satisfação de suas paixões.
Pág. 303 Parte 3

"Um livro que nos faz amar, odiar, que nos faz esperar, que nos faz acreditar. Que faz pensar nos caminhos de linhas tortas. Vale muito a pena! Muito! E que seja Para sempre Ana!"

Lu. Franzin 25/03/2013

Para Sempre Ana... É para Sempre!
Resenha:

Terminei de ler Para Sempre Ana de Sergio Carmach e sinto-me extasiada com a grandeza de sua obra. Para Sempre Ana, vai ficar para sempre marcada em mim, como uma força desmedida e avassaladora.

Ana é um nome de grande importância na minha vida, uma das pessoas que mais amo carrega essa graça, e não pude deixar de fazer os comparativos da Ana do Sergio, com a minha. O que me causou um grande e inestimável prazer ao perceber que a coragem das duas se assemelham e se completam ao mesmo tempo.

A “Ana” da obra, fez-me odiá-la e depois ama-la. Assim como todos os outros personagens que surgiram pelo caminho. Nestor, Márcia, Cris, Carlos, Claudia... Todos eles em algum momento cometeram erros grosseiros e sombrios e depois receberam sua redenção. Algumas mais amargas, outras mais comedidas.

Quando a sinopse do livro diz que: “Sempre que tudo parece esclarecido, detalhes antes considerados sem importância provocam uma reviravolta geral na história”, não há apenas um trocadilho de palavras aí, e sim uma sugestão de que o que esperamos das páginas seguintes pode sim vir a acontecer (e acredite virá!), mas também pode trazer grandes efeitos colaterais e até mesmo, dispor de novos tormentos para nossos queridos personagens que vão se enroscando numa teia enredada com maestria e criatividade pelo autor.

Não posso acrescentar muito, pois acabarei por entregar algumas das tramas da história que devem ser percebidas no contexto e não pelas palavras de uma resenhista. O que posso dizer é que Para Sempre Ana, tem um encanto tão surpreendente, que desperta sensações em nós, leitores, e nos embala como em uma cadeira de balanço, ora sobre uma linda tarde de verão, ora sobre a mais sombria tempestade de inverno.

Por vezes, me peguei tendo o pensamento: “Mas será o impossível? Logo agora que tudo ia bem?” e a raiva e descrença me açoitaram. E por muitas outras vezes precisei de um copo com água para acalmar-me quando outros acontecimentos chocantes e inacreditáveis permeavam a vida de Ana e Carlos.

Engana-se quem julga a capa, o nome e a sinopse como um romance fictício. Existe muito mais em Para Sempre Ana do que a turbulenta, e muitas vezes injusta história que envolve os protagonistas dessa trama. O autor mostra-nos o preço da mentira, o peso da culpa e os sacrifícios da omissão. Mostra também que o perdão é para os fortes, que o amor não tem tempo e nem tamanho, que a esperança é algo a ser regado constante e arduamente, e que a fé não deve ser tratada com desrespeito e descrença.

Sei que não contei nada sobre o livro e que esse texto mais parece minha opinião propria sobre a obra (eu sei, todas as resenhas são!). Não nego que essa tenha sido a minha intenção, e devo justificar que, caso mencionasse algum acontecimento, ou explicasse algum comportamento ou caracteristica dos personagens, quando chegasse a vez do leitor, ele seriamente me criticaria. Todo o contexto, os personagens, as descrições, as intrigas e resoluções estão muito ligadas entre si, tornando impossivel a minha menção a qualquer uma delas.

Caro leitor, não tente adivinhar o que "pode ser", não tente imaginar o meio mais atribulado e nem desenhar com giz de cera o final mais colorido e bonito para nossos protagonistas! Afirmo com toda a certeza que há nessa apaixonada pelos livros, de que nunca, em momento algum, você (leitor) conseguirá imaginar o que acontece nessa obra! Pode até ser que você tenha sorte e descobrir um ou outro segredo, mas aposto que não chegará nem perto da real e chocante verdade que cerca o enredo da história de Sergio Carmach.

Recomendo sem duvidas, sem receios e sem rodeios. Esta é uma obra que deve ser sentida, guardada, presenteada, mimada e mais uma vez, ou duas, ou duzentas vezes: LIDA!

Lu. Franzin

*Nota. - Todas as resenhas expostas nesse blog são de minha autoria e responsabilidade, elas expressam a “minha” opinião pessoal a respeito dos livros lidos. Não é meu interesse denegrir a imagem de nenhum autor, e nem influenciar os novos leitores de maneira negativa ou positiva a adquirirem ou se absterem de alguma obra.

GianiPlata 31/03/2013

Para Sempre Ana - Sergio Carmach
Olá Docinhos!
Essa semana li uma história muito bonita!
Uma história que me fez sentir diversas coisas ao mesmo tempo!
Não tem nem como resenhar muito bem sem soltar algum spoiller, pois o livro tem tantos segredos e mistérios que a emoção toma conta do leitor do começo ao fim!
Mas vamos lá! Vou fazer o possível!

Conheci Ana. Uma moça perdida em seus sentimentos, mentiras e esperanças.
Mas vamos do começo!
É Natal e o distrito de Três Luzes está em peso na casa da bela Família Rigotti!
Todos os anos Nestor e Márcia oferecem um grande almoço para amigos e pacientes que tanto os respeitam e os querem tão bem.
Tudo corria as mil maravilhas até que chega Ana acusando Carlos (filho de Nestor) de tê-la engravidado e exige que o rapaz assuma a paternidade da criança.
Carlos entra em pânico, pois sua namorada Cris está presente na festa e o rompimento será inevitável.
Mesmo Carlos explicando que o ocorrido entre Ana e ele foi antes de firmar compromisso com Cris, a moça sai da festa sem olhar para trás.
Carlos fica sem chão... Aquilo não pode acontecer justo agora que encontrou a mulher de sua vida!!! Ele sempre fora tachado como conquistador que se aproveita das boas moças da vila, mas Cris acreditava que ele a amava e que depois que começaram a namorar o rapaz tomaria jeito e seria somente dela.

Carlos exige um teste de DNA! Exame que na época (anos 90), ainda estava em desenvolvimento e por esta razão não era tão preciso e ainda por cima custava muuuito caro!

Nestor vai na frente para verificar o hospital e fazer o pagamento, mas um terrível acidente acontece e a história toma outro rumo....

Em casa, Márcia abre uma carta destinada a seu filho e após uma chocante leitura o faz assumir o filho de Ana sem nem mesmo saber o resultado do exame.
Carlos é contra, mas como é submisso à mãe acaba aceitando. Pouco tempo depois, Ana aparece grávida novamente... Mas Carlos jura que nunca tocou na moça.... Então de quem é esse filho???

A ex namorada muito abalada por todos esses acontecimentos decide ir embora da cidade, mas Carlos a encontra e com a ajuda da irmã de Cris, Cláudia tenta convencê-la de sua inocência, mas o orgulho de Cris fala mais alto e a moça some da cidade em busca de novos horizontes.
Cláudia é a única que parece realmente acreditar em Carlos!
Para ela nada do que já foi dito faz sentido!
E é então que eles começam uma investigação pela verdade!

Será que Carlos é mesmo pai do filho de Ana?!
O que diz essa a carta que Márcia esconde com tanta tristeza e vergonha?
Qual o motivo de tamanho ódio de Márcia que a faz destruir a vida do filho sem piedade alguma?
A única pessoa que parece poder acabar com tudo aquilo é a própria Ana. Até quando irá suportar guardar tantos segredos?

Quando ir a Três Luzes não se esqueça de visitar o ponto de encontro de naves alienígenas!
Este lugar esconde muitos mistérios, assim como toda a história de Ana, Carlos e todos os moradores do distrito.
Aaah e cuidado para não ser pego para participar de uma das infindáveis discussões filosóficas entre padre Motta e o delegado Irineu... Eles nunca concordam e sempre tem algum argumento para contrariar o outro...

Obrigada Sérgio pelo maravilhoso presente que deu a nós leitores!
Essa história realmente me tocou e me arrancou lágrimas de tristeza e de alegria!
Pude sentir a dor de um coração partido e abandonado. E também senti a alegria e o alivio de um tão esperado reencontro.

"Para Sempre Ana" é uma história de segredos da alma, que somente o coração compreenderá!

Paula 06/05/2013

Resenha para o Blog Accio Books
Sinopse:

Na mística Três Luzes, o leitor percorre inicialmente três momentos afastados no tempo, onde três homens, de três gerações da família Rigotti, experimentam situações-limite pela influência de uma mesma mulher: Ana. A partir daí, a narrativa o leva a uma instigante viagem, nem sempre linear, entre meados do século XX e o início do XXI, na qual os dramas, o passado, o verdadeiro caráter e os segredos de cada personagem são pouco a pouco desnudados. A trama é conduzida pela busca de Ana e pela busca por Ana, forasteira misteriosa que abala os triluzianos e cuja trajetória se funde à dos demais em uma história carregada de luzes e sombras. A busca de Ana arrebata as emoções; a busca por Ana arrebata os sentidos. E ambas surpreendem. Sempre que tudo parece esclarecido, detalhes antes considerados sem importância provocam uma reviravolta geral na história. Até o último capítulo. Descubra se os mais atordoantes segredos de Três Luzes estão mesmo nos céus ou no fundo da alma de seus moradores.



Para Sempre Ana - Sergio Carmach



O livro conta a história de Ana, uma mulher que já aparece bem no começo da história, com uma revelação bombástica, que choca os habitantes de Três Luzes, principalmente a família Rigotti. Depois dessa revelação, a vida de Carlos, herdeiro da família, muda completamente, e pra pior. Ele, obviamente, culpa Ana por todo o seu sofrimento.

É fato que Ana, como é explicado na sinopse, mexe com três gerações de homens da família Rigotti. Com Nestor, o “patriarca”, com Carlos, seu filho, e com Caio, que nós já conhecemos no inicío da história, que se passa no ano de 2011. Aliás, todos os capítulos começam com uma data, explicando em que ano se passa a narração.

São várias revelações durante o livro, e cada uma dá uma reviravolta na vida dos protagonistas. Ana é uma personagem que muda completamente, devido à sua evolução como pessoa. Nunca senti antipatia por ela, mas desconfiei que as coisas não fossem bem como ela explicava.

Tem também o padre Motta, que é um personagem que parece ser apenas figurante, mas que contribui muito para a história. Dona Gertrudes, avó de Cris, também esconde vários segredos, mas que não são tão importantes. E mais, a personagem que mais gostei: Cláudia, a irmã mais nova de Cris, que ajudou muito o Carlos quanto à Ana e a revelação que ela fez.

Enfim, são muitos personagens que se revelam importantes durante a história, cada um com a sua participação na vida de Carlos e Ana. O Sérgio construiu muito bem a história. Às vezes estávamos na atualidade, com Caio procurando sua mãe. Às vezes, nos anos sessenta, conhecendo a Ana pequena. E, na maioria do tempo, nos anos noventa, acompanhando a evolução da família Rigotti.

Gostei muito do livro, e recomendo-o demais. A sinopse nos faz pensar num romance, e Para Sempre Ana realmente o é, mas é também um livro cheio de mistérios, ensinamentos e personagens bem construídos, para quem torcemos bastante durante o desenrolar da história.

MK 12/05/2013

A primeira coisa que posso dizer do livro de estréia do Sergio é que o enredo foi capaz de
me prender e querer chegar ao fim da trama intrincada e destaco isso porque é mais comum que a linguagem, a poeticidade ou a força das descrições /
cenas é que me fazem grudar na leitura, não necessariamente o enredo.

O começo não fluiu bem, devo dizer. Mas a partir de uns 20% do texto (li no kindle, então o número de página não é minha referência) os personagens se tornaram interessantes para minha curiosidade. E desde que fui fisgada pela história, me deu ganas de avançar na leitura até o fim, resultando num sono tremendo na manhã seguinte.

Não farei nenhuma menção à sinopse porque a maioria das resenhas postadas já o faz. E aproveito para advertir que minhas resenhas em geral contém spoilers, portanto, se saber detalhes da história tiram a graça da leitura para você, pare agora.

A complexidade da trama é o ponto forte do livro. Embora pense que há
certo excesso de reviravoltas, isso não chega a tornar o conteúdo inverossí­mel, mas soa quase malabarismo em alguns momentos. De toda
forma, as surpresas apresentadas ao leitor são todas coerentes; a única revelação que me soou um tanto previsível foi a do parentesco entre o padre e a vó das meninas.
Esse vínculo me pareceu desnecessário na história como um todo, mas é indispensável para explicar a compatibilidade de medula entre as personagens Ana e Gertrudes. Como achei que faltavam razões para a iniciativa de Ana ao fazer a doação... bem, mas esses pormenores não chegam a comprometer o conjunto.

A linguagem, especialmente no caso dos diálogos, é correta, mas não envolvente. É importante sinalizar minha não predileção por obras com grande proporção de diálogos... Boa parte dos livros que mais gostei de ler tem menos diálogos
diretos, mais divagações e descrições densas do que conversas
propriamente, ou utilizam o diálogo em discurso indireto.

No geral, não percebi uma distinção clara entre a voz do narrador e a
tonalidade dos diferentes personagens.

Foi uma grata surpresa descobrir que, apesar dos indí­cios da sinopse, não se trate de uma fantasia envolvendo aliení­genas - sem juízo de valor sobre as obras do gênero... apenas me
interessaria menos o livro.

O mistério da sobrevivência de Ana me intriga pouco, pois há viabilidade em diferentes explicações - das mais racionais às totalmente fantasiosas e nisso fica a graça da coisa.

Allison Feitosa 05/06/2013

Para Sempre Ana - Sergio Carmach
A busca pela verdade nunca foi tão interessante e intrigante!

Em um livro recheado de descobertas, ciumes, relacionamentos familiares, tristeza e com um tom sobrenatural é que Sérgio nos apresenta personagens tão diferentes que nos fazem ficar envolvidos em todo o enredo. O livro é divido em partes, que por mais que tenham um foco diferente, são interligadas por algo. É difícil você não se perguntar: até onde iríamos para conseguir o que queremos?

Conhecemos Ana que digamos ser a peça chave do livro. Confesso que durante a leitura mudei minha opinião sobre ela umas 20 vezes. Não sabemos se ela é a mocinha ou vilã. Inocente ou aquela que está por trás de tudo.

Carlos vivia de maneira bastante liberal. Tinha um relacionamento estável com Cris, até em uma festa que todos só queriam se divertir, aparece Ana jogando uma tonelada de responsabilidades nos ombros de Carlos e de sua família, e para o garoto que só queria curtir, chegou a hora de arcar com as consequências.

Ana insiste em dizer que Carlos é pai de seu filho recém nascido, não engolindo tão fácil a conversa da garota, é exigido um teste de DNA que prove o que Ana alega. A partir daí o autor constrói um enredo onde passamos diversas gerações em busca do pai do filho de Ana. É ai que surge a pergunta x: quem é Ana?

''Não é difícil perceber que os escravos das paixões são vitimados pelo egoísmo dos próprios desejos.''

Contada por diversos pontos de vistas em diversos períodos, Sérgio constrói uma narrativa inteligente e fluente. Vi realmente personagens bastante humanos no livro. Humanos que se apaixonam, que sentem ciúmes, que agem antes de pensar, que são egoístas, que acham que o mundo gira ao seu redor.

O livro tem como cenário o vilarejo de Três Luzes, que desde sempre acontecem coisas (ou dizem acontecer) estranhas e perturbadoras. Aparecimentos de Óvnis e coisas do tipo. Afinal, o ambiente influencia a personagem? É possível o ambiente mudar nossa maneira de pensar?

A vida da família Rigotti dá uma guinada e o autor consegue nos fazer pensar em como nossa vida pode mudar somente pela modificação de alguns detalhes... sempre pensei isso, e confesso que demorei mais para ler o livro porque os relacionamentos existentes nos faz tirar os olhos do papel e olhar para o espelho. Até onde vamos quando temos um mantra? Creio que para conseguir o que queremos, podemos fazer o impossível ser possível. Isso é muitas vezes perigoso, certo?

''Aprendi desde cedo como é triste o destino dos escravos das paixões. Em meu passado, eu os vi causar sucessivas tragédias.''

Fico sempre muito feliz quando encontro um livro nacional de tal magnitude. Não falo isso por o livro ter uma estória bem construída e por ser cheio de reviravoltas. Falo isso pelo modo como percebemos que foi construído. Não sei se conseguirei em algum momento deste comentário mostrar o quanto minha visão sobre a análise de pessoas mudou durante e após a leitura do livro. E acho que por isso considero um livro tão bom. É um texto fácil de ser lido, fluente. Não encontrei erros durante a narrativa, mas por estar tão conectado aos personagens creio que eles poderiam me passar facilmente despercebidos. O livro atravessa décadas e só chegamos ao seu fim no ano de 2011. Ficou curioso? Então não perca tempo e encare Ana neste 5 estrelas.