Ave Fantasma 08/06/2024Jornalismo, deuses, guerra e romanceDivinos Rivais é um romantasia cativante.
Os textos que Íris escreve são cheios de um estorpor juvenil, assim como sua garra por resistir em meio ao abandono e perdas familiares, competições perdidas e a tristeza da guerra.
Roman, seu rival, se revela um doce e cuidadoso amante e suas cartas endereçadas à Íris são divertidas e inteligentes ao nível de sua destinatária.
Acompanhar uma guerra de deuses sobre o olhar de uma jovem corajosa e anti-guerra foi bastante envolvente. Ainda mais com o frio na barriga de um iminente primeiro amor.
Toda a trama acontece por caminhos mais simples do que esperamos de alguns dramas. A autora escolhe falar mais dos conflitos internos que os personagens tem diante da guerra e não criar obstáculos exagerados para o romance acontecer.
No entanto, senti falta de um pouco mais de informações sobre a mitologia. Sabemos pouco ou quase nada do que motiva esses deuses, mesmo que seja pano de fundo, ficaria mais denso e alimentaria mais a história se conhecêssemos mais sobre os deuses.
Os momentos em que Roman pesquisava na biblioteca do avô e mandava as histórias para Íris me prendiam muito a atenção. E aconteceu umas duas ou três vezes de maneira muito curta. Na história de Dacre e Enva tem um tanto de Hades e Perséfone e fiquei instigada esperando mais detalhes.
Quem sabe há mais detalhes mitológicos na conclusão da duologia.
Para quem quiser uma leitura leve, despretenciosa, fluída, com romance, magia, jornalismo e guerra, é uma boa pedida.