DêlaMartins 13/05/2024
Triste, angustiante. Quem narra é a irmã de Diego, ambos mexicanos. A história é sobre pobreza, narcotráfico, violência, imigração, discriminação, contada com texto corrido que angustia bastante, que passa uma sensação de pressa e urgência. Fatos bons praticamente não existem.
Logo no início, o tema central da falta de perspectiva é escancarado com o suicídio de Diego, já detalhado pela irmã que não tem nome, assim como sua mãe. A negligência na infância com ausência da mãe que migra para a Espanha, medo e violência constantes enquanto viviam no México, dificuldades que encontram quando passam a viver na Espanha (sub-empregos, discriminação, falta de dinheiro)... O sofrimento constante da narradora que precisa seguir, precisa se encontrar, aliado à solidão que enfrenta, é presente em praticamente todo o livro. Enfim, tristeza desde o início.
Como pouco conheço a história do México, busquei informações sobre a presença de militares em zonas de narcotráfico e violência, sobre corrupção destes militares, perseguições. Encontrei algumas referência que me ajudaram a melhor entender a leitura. Viver em algumas regiões do México, dominadas pelo narcotráfico e pela violência, teoricamente protegidas pela presença do exército é bastante difícil e me fez entender a alta taxa de emigração do país. A diferença nesta leitura é que os mexicanos não vão para os EUA, mas para a Espanha.
Gostei, mas não amei, me angustiou um pouco tanta tristeza, tanta falta de perspectiva de todos os personagens envolvidos.