Débora 31/01/2024
As histórias são um milagre contido em 26 letras
Quando comecei a ler, não esperava tanto. Há uns dias, tinha acabado "O que há de estranho em mim?" da mesma autora e, apesar da fluidez e de ter sido realmente interessante, não tinha capturado toda a minha atenção quanto esse capturou.
Primeiro, eu deixo claro aqui: não gostei do Aaron no início, não gostei dele no meio e tão pouco no final, apesar de ter gostado da evolução do mesmo. Acontece que tudo bem não gostar de um personagem, não é mesmo? As histórias são feitas para refletir a vida e os sentimentos de alguma forma, seja do leitor, seja do próprio autor. E não gostar de algo ou alguém, faz parte da vida.
Porém, a dinâmica dele com outros personagens foi o que me fez continuar a leitura. Aaron e Chad, a dupla inesperada, mas que me fez dar umas boas risadas e me emocionou. Aaron e Hannah, os inevitáveis. Confesso que não gostei muito deles como casal durante o livro, isso porque, Aaron tinha muitos problemas e, grande parte deles, se refletiam na Hannah, o que com certeza fazia mal. Mas, no quesito amizade, eles foram inevitavelmente fofos. Eu adorei a ideia dela querer buscar a música perfeita para ele. Ele indo em todos os shows dela desde que se conheceram. Isso foi importante pra mim.
E o melhor de tudo: a forma com que a história foi construída é real. Esse livro demonstra a realidade de muitas famílias que passam pela dificuldade de ter um parente viciado e as diferentes formas com que isso afeta a vida de cada um. Eu não concordo com a visão de Aaron sobre Sandy e talvez esse seja um dos principais motivos pelo qual odiei o personagem, mas eu entendo o porquê dele se sentir assim. Ele sente como se todos os problemas que aconteceram na família dele tivesse de ser assim por conta do que aconteceu com o irmão. O asteroide. Mas, as coisas são mais complexas que isso e é bom ver o personagem finalmente entendendo tudo que aconteceu.
Enfim, foi uma experiência interessante. Gostei muito do livro e indico.