charlie54 27/12/2022Depois de muito postergar, consegui ler City of Glass. Tentei ler várias vezes antes, mas o começo é bem lento e difícil de se situar, especialmente se já faz um tempo que você leu o último livro.
Felizmente, depois que você consegue realmente entrar na história fica divertida e engajante. O livro teve bastante conteúdo, o que provavelmente explica a grande quantidade de páginas. Me diverti horrores, o que costuma acontecer com livros da Cassandra Clare, por mais estranho que seja admitir. Depois de ler e reler os três primeiros livros da série eu percebi um padrão da autora: início lento, meio divertido, e final rápido com reviravoltas. Ela acaba sempre deixando as maiores revelações para o final, e por mais que pareça acelerado demais e abarrotado de coisas, depois de certo ponto você meio que se acostuma. Passei o livro todo na expectativa do final, onde teria a parte mais interessante.
Continuo desgostando da Clary, pelos mesmos motivos que desgostava no início: ela é absurdamente sonsa e só pensa em si mesma. A imprevisibilidade dela se torna previsível, porque fica claro que ela sempre vai agir impulsivamente pensando em si mesma. Porém, nesse livro, pela primeira vez na história, ela percebeu essas características dela, e se questionou sobre. Fiquei aliviada porque estava começando a enlouquecer com ela. Gostei muito mais do Jace, talvez porque tenha me acostumado com sua ironia constante, ou talvez porque seu desenvolvimento tenha sido mais bem feito nessa história. Talvez as duas coisas. Simon, meu protegido, continua sendo meu favorito, a voz da razão! Ele amadureceu nesse livro e é um amigo muito bom, criando novas amizades com personagens diferentes. Os diálogos e interações que outros personagens têm com o Simon são minhas favoritas. Amado, querido.
O único ponto negativo pra mim foi o romance incestuoso, que a Clare se esforça pra demonstrar. Mesmo depois que o leitor descobre que eles nunca foram irmãos, é absurdamente nojento. Sério, eles SABENDO que são IRMÃOS resolvem se beijar eventualmente porque estão apaixonados. Juro, eu não aguentava mais esses dois perturbados da cabeça falando um do outro. Por todo esse negócio de irmãos, mesmo depois da revelação, o casal não funciona, simplesmente. Fica uma sensação esquisita entre eles e todo o resto dos personagens. E eu acho engraçado que todo mundo fica perturbado com o literal casal de irmãos, menos os dois, como se fosse um romance proibido patético.
Enfim, nada pode ser um mar de flores, e esse livro definitivamente não foi, embora tenha me dado um entretenimento enorme.