Carous 29/04/2020Eu não tenho costume de ler thrillers, então, talvez minha opinião não seja das mais confiáveis. Tudo pareceu novidade, tenho dúvidas se ele é muito bom ou se repete a fórmula do gênero tornando - o previsível para quem está acostumado com thrillers.
Eu achei o livro fantástico. Adivinhei uma das duas reviravoltas da história. A outra pegou de surpresa. O desfecho também não me surpreendeu muito, era a solução mais óbvia.
Mas a história em si é muito boa, gostei do ritmo e do texto da Aimee. Fui logo envolvida pela investigação queria saber mais e mais sobre a vida pessoal de cada uma das mães.
No início, foi difícil guardar as informações sobre cada personagem. Eram muitas, isso me pegou de surpresa, e todas pareciam iguais, passando pela mesma situação - mães de primeira viagem.
Mas à medida que as páginas avançavam, elas foram se diferenciando uma da outra.
Inclusive acho que a quantidade de personagens foi de propósito, para confundir o leitor. Como no truque de mágica em que a assistente está ali para distrair a plateia.
"A Mãe Perfeita" é focada no desaparecimento do bebê de Winnie, mas nem por isso deixa de abordar outros assuntos. As dificuldades da maternidade - incluindo o processo de engravidar - sendo o mais óbvio.
É esta outra finalidade para haver tantas personagens. Para mostrar os muitos modos e ângulos de ser mãe e lidar com essa responsabilidade.
Minha única crítica negativa é que a autora não sabe descrever personagens que não sejam brancos ou não sejam magros. As descrições soam quase racistas (porque ao invés de dizer que é preto, ela chama de pele morena) e gordofóbicas. Talvez seja porque a cor da pele e a forma física sejam a única coisa que a autora enxergue, ao invés de reparar que são pessoas.
Apesar das diferenças entre as Mamães de Maio, elas todas tinham o mesmo tipo físico e cor de pele, o que me pareceu meio irreal? Ou talvez não. Talvez procurar esses grupos vá além de encontrar outras mães, mas mulheres que a gente se reconheça.