Julia 04/08/2021
Durante a leitura, eu não tinha certeza se gostava mais ou se gostava menos desse livro que dos anteriores. Em resumo, Peripécias de Uma Estudante de Moda 3 é mais complexo que Peripécias 1 e 2. O motivo? Bom, as coisas começam a acontecer de fato.
Desde o primeiro livro, vemos uma construção interessante não apenas acerca do mundo da moda e do curso em si, mas também dos personagens. Temos um desenvolvimento consideravelmente lento em relação aos sentimentos dos protagonistas, algo que eu admiro. Ninguém gosta de enrolação, mas também não dá pra tudo acontecer no primeiro livro, né? Há, então, uma preparação de campo para que o desenrolar possa ocorrer em Peripécias 3 (ou foi o que eu senti ao lê-lo, pelo menos). Sendo assim, nesse livro ocorre o famoso "tiro, porrada e bomba". Amei? Sim, mas não por completo.
Vamos falar do Eduardo? Eu te amo, Edu, mas não vou passar esse pano. No PRÓLOGO, antes da história de fato começar, nós vemos o ponto de vista dele - que deixa claro que sabe que está em um relacionamento abusivo, mas que não vai terminar, pois a Susana não gosta dele (ou é o que ele pensa). Basicamente, ele deixa claro que vai permanecer ali com a Íris para não ficar sozinho. E o pior não é nem isso... haha. O pior é que ao longo do livro, em momentos onde temos uma interação mais próxima dele com a Susana, o garoto dá todos os sinais de que é apaixonado por ela, deixando claro para o leitor que se a Susana levantasse um dedo, ele largaria tudo para ficar com a menina. A versão mais jovem de mim cairia de amores por esse fato, mas agora eu só consigo ver e pensar: por favor, Edu, melhore. Não é legal ficar com alguém apenas para suprir sentimentos não correspondidos, principalmente quando é um relacionamento não-saudável.
Susana não fica para trás, pelo menos sobre o relacionamento dos dois (que, querendo ou não, é o foco. Romance é o foco aqui). Não há diálogo entre Susie e Edu. Gente, vocês são adultos, estão cursando o terceiro semestre da faculdade. Por que não sentam e conversam? Eu senti que estava acompanhando protagonistas de ensino médio, que ainda estão descobrindo o que é gostar de alguém e como lidar com isso. O livro inteiro é narrado de forma que Susana fica "será que ele gosta de mim?", "ah, mas se ele gostasse, ele teria dito", "eu acho que ele gosta, mas agora não adianta". Não foi algo que me incomodou a ponto de querer desistir da história, mas tenho certeza que é algo que pode vir a acontecer com outras pessoas.
De qualquer forma, a protagonista continua batalhadora, aprendendo a lidar com a doença recém-descoberta e se auto descobrindo por meio de um novo personagem que é introduzido nesse livro. Confesso que por um momentinho pensei que ele não fosse ser o clichê que já conhecemos (que não vou falar aqui para não dar spoiler), mas foi o que aconteceu. Bom, não desgostei. Acredito que apesar de ter desenvolvido esse clichê, a autora soube contornar bem e usar o desfecho à seu favor.
No geral, eu ia dar 4,5 estrelas para esse livro, mas o final mudou tudo. Se eu achava que era tiro, porrada e bomba, o final veio com a explosão geral. Acontecimento atrás de acontecimento, choro, correria, porradaria e desespero. Amei? Com certeza. Assim, acabei dando 4,8 estrelas.