Anna Kariênina

Anna Kariênina Leon Tolstói




Resenhas - Anna Karenina


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Lilian.Cava 28/06/2021

Aquele clássico que vale a pena encarar
Eu já havia lido 3 novelas do Tolstoi e já tinha ficado admirada com a forma que ele aborda temas relacionados a vida e liberdade das mulheres. E gostado muito da sua escrita.

Mas aqui nesse livro o amor se consolidou. É incrível como ele consegue te prender na história, mesmo falando de assuntos que muitas vezes não tenho o menor interesse.

Pra mim é muito importante refletir sobre como era organizada a sociedade da época. E mesmo sendo do outro lado do mundo, muitos aspectos se repetem ao redor do globo. Também acho importante ressaltar o quanto as coisas mudaram desde lá e o quanto ainda precisamos mudar.

Perfeito!
Gabriele.VitAria 28/06/2021minha estante
Vou ler ???


Jess 28/06/2021minha estante
É um livro maravilhoso ???


Lilian.Cava 28/06/2021minha estante
Lê sim guria, a escrita dele é super acessível. ?? Maravilhoso mesmo!




Sarah.Melo 11/08/2023

A escrita do Tolstoi é maravilhosa e a forma como ele descreve e analisa certas situações cotidianas é impressionante. Seja a forma como uma personagem lida com os filhos ou com o marido, ou como a infidelidade conjugal é tratada e recebida por cada personagem com diferentes personalidades? tudo o que ele descreve é muito real e humano.
Somos capazes de reconhecer esses sentimentos ali relatados em nosso dia a dia. As contradições, a insatisfação, as dúvidas?
A construção do relacionamento de Ana com Vronski é ótima também. Da paixão inevitável até o peso de um relacionamento não aceito pela sociedade. A forma como a Ana vai enlouquecendo diante de sua situação e do medo de não ser mais amada é descrita de forma brilhante.
jessdafre 13/09/2023minha estante
Simplesmente desnecessário colocar spoiler, sendo que há a possibilidade de marcar a opção.
Antes de ler já sei como vai se desenrolar.


Sarah.Melo 13/09/2023minha estante
Leia o livro para você saber se o que eu disse é algum spoiler


jessdafre 13/09/2023minha estante
É sim, até a pág 100 é impossível saber que a Ana se envolve com
Vronski.
Enfim, vou seguir lendo




Raul122 25/06/2018

Sensacional.
Marcar esse livro como lido é simplesmente fantástico. Primeiramente que nunca imaginei que seria tão bom quanto é. Que história maravilhosa. E acho que o que me ajudou mais foi ler devagar, sem pressa, aproveitando a história. Amei, não tenho palavras pra expressar o quanto. E estou muito mais que empolgado para uma hora dessas começar Guerra & Paz.
Sauron 14/03/2021minha estante
Seria uma boa porta de entrada, para o autor ?


Raul122 15/03/2021minha estante
Sauron, seria uma ótima porta de entrada. Foi o primeiro que li também.


Sauron 15/03/2021minha estante
Vlw mano eu iai começar por guerra e paz ,mais acho muito denso, vou começar por esse então vlw....




Ingrid.Pardinho 03/07/2021

Fabuloso
Ele livro se tornou um dos meua favoritos. A riqueza de detalhes e a trama das relações construídas por Tolstói impressionam. Ao contrário do que o título pode levar a pensar, a história não é só sobre a Anna Kariênina, ela é mais um dos complexos personagens que nos são apresentados. A frase que inicia o livro explica muito bem o sentido da narrativa: "todas as famílias felizes se parecem, cada família é infeliz à sua maneira". Ou seja, Tolstói se preocupa em demonstrar a constituição da sociedade e das relações familiares daquele período, século XIX, mas que até hoje, ainda são percebidas. Aparecem temas como depressão, suicídio, traição, religião, filosofia, entre outros. Além disso, vejo essa obra como um retrado da Rússia czarista, com as contradições da aristocracia, a questão de terras e as guerras. Essa leitura foi uma viagem e sinto que sou uma pessoa diferente depois dela.
Srta.ayee 03/07/2021minha estante
Foi uma das minhas leituras favoritas da vida também. Fiquei em suspenso o livro todo sobre qual ideia ele passaria por causa das constantes mudanças de ponto de vista, que mostravam pensamentos variados sobre a postura dos personagens, mas no finalzinho mesmo senti que pendeu pra um fechamento moralista, como condizia com o período. É por isso que, no fundo, não consigo gostar muito de Lievin mesmo sem ele ter realmente feito alguma coisa errada. Mas continuei apaixonada pelo livro!


Ingrid.Pardinho 03/07/2021minha estante
Eu identifiquei o Liévin como um personagem muito parecido com o próprio Tolstói. Eu tomei por base a biografia do autor e o livro Uma Confissão onde ele expõe vários pensamentos sobre suicídio, sentido da vida, família e religião. E sim, também senti que o último capítulo foi destinado a reflexões de cunho mais moralista. Mas, as idéias de Liévin sobre rejeitar os dogmas da igreja foi algo bem audacioso (tanto que Tolstói foi excomungado). Enfim, adorei o livro.


Srta.ayee 03/07/2021minha estante
Sim, eu adorei também. Eu já conhecia essa associação entre o autor e o personagem, mas tento pensar no Liévin de maneira mais ou menos isolada. Mas também acho que foram exatamente essas ousadias de Tolstói, sinto que presentes nas duas histórias do livro, mostrando alguns pontos de vista bem controversos para a época, que me mantiveram em dúvida sobre o tipo de fechamento que a obra teria. Eu sabia os acontecimentos, mas a forma de contar é que faz toda diferença, no fim das contas. De qualquer maneira, o moralismo que eu percebi no fim não me fez amar menos, ainda é uma das minhas leituras preferidas da vida!




Natalie Lagedo 23/04/2017

Publicado entre 1875 e 1877 na revista O Mensageiro Russo, Anna Kariênina é um retrato da alta sociedade russa do século XIX, cheia de hipocrisia e contradições. É interessante, pois sai da introspecção característica da literatura russa e mostra a sociedade interagindo com seus costumes, formalidades e elegância. Que o livro trata de um adultério não constitui novidade, mas reduzi-lo a isso é tirar bastante do seu mérito. Tolstói colocou no que ele considera como seu melhor romance um formato cíclico, com mortes, sentimentos e lembranças que se repetem aprisionando a grande quantidade de personagens uns aos outros, com situações que se entrelaçam.

Anna Kariênina é a personagem que dá nome ao livro, mas que não é a protagonista sozinha. Existem dois núcleos destacados: o do qual ela é o centro – e nele estão seu marido, o filho, Vrónsk e o restante da família e nobreza habitante de Moscou e São Petersburgo; e o de Liévin, senhor de terras e morador do campo. Apesar dos dois nichos terem algumas semelhanças, as quais são as responsáveis por enquadrá-los no topo da escala social, as diferenças são mais acentuadas. Enquanto no primeiro vemos a imoralidade em todas as relações, sejam elas de cunho familiar, profissional e com o Estado, a segunda é transparente, simples e voltada aos interesses mais básicos, como a constituição da família, a ajuda mútua entre os parentes, criação e educação dos filhos, dificuldades econômicas numa Rússia coberta de corrupção, entre outros. Anna é a responsável por juntar as pontas do enredo e determinar o destino de cada um. O amor carnal de Anna e Vrónsk, condenado pela sociedade e pelo próprio Tolstoi, dadas as circunstâncias do desfecho, é redimido por Liévin e Kitty.

Algo curioso é que Tolstoi não diz as características físicas dos personagens, sabemos acidentalmente como eles são. Anna tem cabelos negros e encaracolados e preferência por roupas de cores escuras, Vrónsk é alto e possui bigode, Kitty tem uma beleza jovial, Dolly é magra e sua beleza se esvaiu com o desgosto. Mas o que ficou pouco caracterizado, na verdade, é o psicológico de Anna. Pela falta de desenvolvimento nesse sentido o que aparece é que ela é egoísta, ciumenta, vaidosa e exibida. Não há como concluir se essa era a vontade do autor, mas Anna, por vezes, causa repugnância pelas más escolhas e falta de justificativas.

Como o enredo se passa após a reforma na nobreza promovida por Pedro, o Grande e também depois da Reforma Emancipadora de 1861, são corriqueiros os temas de divisão e distribuição de títulos e cargos públicos e terras. Embates entre correntes distintas do materialismo promoviam o debate acerca do trabalho e propriedade e entreviam a Revolução Russa de 1917. O pan-eslavismo também suscita defensores e opositores dentro da obra, tudo isso contribuindo para que Anna Kariênina ultrapasse os limites do mero entretenimento.
Wagner 23/04/2017minha estante
Saudações.
Hoje dia Internacional do Livro, uma resenha brilhante.
Parabéns.


Natalie Lagedo 23/04/2017minha estante
Olá, Wagner! Muito obrigada.


PC_ 28/04/2017minha estante
faz um tempo que terminei Guerra e Paz, mas ainda falta coragem de voltar a ler Tolstói.
vou reler sua resenha quando decidir encarar Anna Karienina.

interessante,
uma frase vinha repetidamente a minha cabeça enquanto ainda estava nas 500 páginas "iniciais" de Guerra e Paz, e era assim : "Não é Dostoiévski, não é Dostoiévski., não é Dostoiévski , não é...", depois foi passando e cessou antes do 1o. volume, quando me conformei com o fato.

um amigo me relatou que aconteceu algo do gênero com ele também.
e vc, sentiu algo nesse "sentido" com Anna Karienina?

: I ?




Lira Juazeiro 09/04/2023

Um dos meus livros favoritos
Tolstoy constroi personagens de maneira exceptional e já sinto saudade de muitos dos de Anna Karenina, especialmente Kitty, o velho Principe e Levin. Anna Karenina não é a única personagem principal, não é nem a que aparece mais no livro. Levin sim, é o personagem mais presente e o meu favorito depois de Kitty. Anna Karenina, porém, foi o personagem cujo as ações influenciaram, de forma direta ou indireta, a vida de todos os outros personagens. Tive piedade de Anna sim, pois é impossível para alguém que tem empatia não ter piedade de quem sofre. Triste mais ainda por ela não ter encontrando a verdade que Levin encontrou e por ter tomado e se afogado no veneno da vaidade e egoísmo. O fato de ter tido piedade de Anna, não quer dizer que jamais tenha eu gostado da personagem. Foi, simplismente empatia e o desejo que a personagem tivesse descoberto a verdade como Levin, o que teria-lhe transformado a vida. De fato, não consegui em nem um momento gostar nem um pouquinho que seja desta pobre criatura. Desde a sua primeira aparição, quando esta ainda era estimada pelos outros como essa mulher excepcional em todos os quesitos, só conseguia ver uma pessoa falsa, que maneja suas ações premeditadamente para que os outros lhe dêem glória. Tudo que ela conversa e todas as suas interações tem esse único propósito. Ela acha-se digna e merecedora de toda admiração. Ela não aceita essa admiração de forma qualquer, tem que ser expressada com a maior veneração possível. Daí o fato dela odiar o marido, um homem justo e dedicado, mas que não age da maneira passional que o ego de Anna exige. Ela precisa de mais. Ela precisa ser o topo da sociedade. Ela precisa da extrema veneração da sua beleza e inteligência, por todos, a todo o momento. Pq Anna, depois de não se importar com o próprio filho por tanto tempo, quando se acha rejeitada por outros resolve vê-lo e desde então decide que o ama e não ama a filha? Simplismente pq o filho, já aos 9 anos de idade se não me engano, depois de tanto tempo sem vê-la, tem aquela reação extremamente emocional (passional). É aí que ela decide que ama o filho, mas não ama a filha, pois esta sendo ainda bebê, não é capaz de ter aquela reação que afaga o ego da mãe. Há muitas coisas sobre Anna, mas falaremos de Levin. Bastante similar a Anna na sua maneira passional e na forma como as emoções o afeta. Completamente diferente da mesma, nas necessidades da alma e na maneira como ver as outras pessoas. Levin não é perfeito de maneira alguma, tem muitos defeitos como todas as pessoas os têm. Mas Levin tem a necessidade de buscar ser uma pessoa melhor e encontrar seu propósito de vida para que o seu tempo na Terra seja significativo para as outras pessoas. Levin não se importa de maneira nenhuma em ser o tipo de pessoa que agrada a todos, como Anna, ao invés, busca seguir os princípios de acordo com o que considera correto. Enquanto Anna busca a admiração sem medida, mas ela se ver que esse mundo onde ela encontra a admiração é hipócrita e tão falso quanto ela e encontra assim cada vez mais rejeição. Sem conseguir a admiração sem fim que tanto busca, seu único objetivo no mundo, sua vida está acabada. Já Levin que busca a verdade incessantememte, a encontra. A vida de Levin está só começando.
Mundus 09/04/2023minha estante
que tudo! amo livros com título de personagens que não são o principal! não fazia idéia que esse era um, agora é mais um motivo para ler


Lira Juazeiro 09/04/2023minha estante
Anna e Levin são os dois personagens principais, mas com trajetórias separadas. Levin aparece muito mais que Anna na história. Os dois tem apenas um breve emcontro perto do final que não influi muito na história de nem um dos dois. Porém as ações de Anna têm consequências de forma direta ou indireta na vida dos outros personagens. Suponho ser este o motivo do nome do livro :)


Lira Juazeiro 09/04/2023minha estante
Espero que goste. Eu amei :)




Renata Rezende 29/09/2020

"Todas as famílias felizes se parecem...
... cada família infeliz é infeliz à sua maneira."

No meio do livro, exatamente, a história pode terminar, com os dois personagens principais tendo desfechos marcantes em suas vidas. E o livro seria maravilhoso! Mas Tolstói continua por mais 400 páginas e o livro se torna maravilhoso 2x.
Não dá para passar pela vida sem ler esta história.

Anna Kariênina é uma personagem incrível. Sua vida, personalidade e comportamento mudam de uma hora para outra e isso determina o final que recebe do autor. Liévin é lindo desde o momento em que aparece até o fim. Um homem de coração puro e bom, em constante mudança e crescimento. Apaixonante!
Jamile.Almeida 29/09/2020minha estante
So fico com mais vontade


Renata Rezende 29/09/2020minha estante
Vai tranquila!




Carolina.Gomes 02/01/2021

Conclui a leitura desse livro em 03/09/2020 e, até hoje, sinto saudade das personagens e das emoções vividas durante a leitura. Impossível passar incólume por essa leitura que é muito mais que uma história de amor. Os personagens são de uma complexidade dramática tão intensa que o leitor se vê imerso naquele universo. Me senti na Russia czarista. Ainda me pego refletindo sobre os temas ali abordados e, posso dizer com certeza que sou outra pessoa depois dessa leitura.
Eliza.Beth 02/01/2021minha estante
Esse livro é especial ??


Carolina.Gomes 02/01/2021minha estante
Demais ?




Lys Coimbra 27/03/2015

Não consigo entender como esperei tanto tempo para ler Tolstói.

É certo que o volume, desta obra em particular, e o próprio nome de Tolstói podem ser um tantinho intimidativos, mas a leitura se mostra, na maior parte do tempo, extremamente prazerosa.

A riqueza e a complexidade de alguns personagens é fascinante e nos conduz a dilemas filosóficos extasiantes.

Anna é um personagem inspirador, especialmente quando consideramos a época em que o romance foi escrito. Uma mulher que se atreve a ser forte, autêntica, inteligente, politizada e vanguardista numa época em que as mulheres se reduziam a meros figurantes sociais. Eu a achei realmente incrível!

Apesar das fraquezas e do desfecho de Anna, me encantei com a postura de assumir seus desejos e lutar pela felicidade, ainda que o preço - a segregação social e a privação da presença do próprio filho - fosse um vislumbre do inferno.

Mas Anna não brilha sozinha, pois mesmo com toda a sua aura mítica, o personagem que mais me conquistou foi Liévin e suas reflexões, suas brigas internas, suas incompreensões e anseios. Ele conseguiu ser simples e riquíssimo com toda a sua simplicidade.

Me maravilhei com as questões filosóficas e com a revelação da estrutura social russa da época do romance.

Em algumas passagens, me senti meio arrastada e até me entendiei um pouco, mas, na maior parte do tempo, o livro é um presente.

Enfim, Tolstói já não me intimida e mal posso esperar pelo próximo.
Leonardo1316 05/04/2015minha estante
Eu estou lendo Anna Kariênina é a sua resenha reflete bem o que eu estou sentindo ao ler essa obra magnífica. Tolstói é vida!!


Lys Coimbra 03/07/2015minha estante
Léo, depois deste li "a morte de Ivan Ilitch" que também é fantástico! Recomendo!




Gláucia 03/12/2013

Anna Kariênina - Liev Tolstói
Alguns livros e certos autores são capazes de afastar leitores por medo. Quando juntamos as palavras clássico e russo temos a tendência de achar que a leitura será difícil e até enfadonha. Ler Tolstói e, especialmente AK nos prova o quanto essa ideia é infundada.
Em AK há muitos personagens sim, todos com nomes estranhos para nós mas eles vão sendo apresentados aos poucos e de forma divertida, dando-nos tempo de nos conhecermos melhor. De repente, percebemos que já somos íntimos de todos. Vamos odiar alguns, rir com outros, sofrer pelas dores de vários, torcer por alguns. Mas há que se tomar cuidado antes de tomarmos partido por um ou outro; minha opinião sobre vários deles se modificou ao longo da leitura.
Narrativa leve e envolvente, personagens muito bem construídos, ambientação muito bem feita que te coloca dentro da obra, o autor traz, além de uma bela história de amor (ou paixão?), adultério e suas consequências, as discussões políticas, históricas e filosóficas daquela época.
Liévin é o próprio Tolstói. Adorei Stiepan, mesmo tendo se revelado um belo oportunista e me surpreendi com sua passiva esposa Dária.
Ótimo livro para desmistificar que clássicos russos são livros difíceis e de compreensão inacessível.



site: https://www.youtube.com/watch?v=odgkw1GVol4
Marcone 17/06/2013minha estante
Ótima resenha!


Gláucia 17/06/2013minha estante
Obrigada Marcone, já leu esse?




Lane 06/02/2012

Acabei de ler Anna Karenina, e já sinto uma saudade imensa dos
personagens, da história, das descrições dos ambientes, dos
sentimentos, dos dialogos inteligentes, e acima de tudo, da narrativa do autor.

Tolstói me encantou, fascinou e me inquietou.

A sensação que tenho após ler esse clássico é de pertubação, dos sentimentos e pensamentos. Tolstói mostrou, nesta obra, os
comportamentos e sentimentos em relação a familia e aos amores.

É um clássico, sem dúvida! E, se não fosse, seria um erro abominável.

Intenso, envolvente, cheio de dilemas, Tolstói, nos apresenta uma

abordagem da alma humana.

Vários temas são discutidos: adultério, politica, filosofia, religião,
agricultura, aspectos sociais, educação, guerra, casamento, situação
social da mulher, aristocrácia, moral, familia, algumas teorias, como por exemplo a de Darwin e outros.

Neste contexto complexo, escrito numa época complicada [final do século XIX], Tolstói, extravaza a imagem de uma Rússia, precedente ao
comunismo. E mesmo, o livro sendo escrito há vários anos atrás, sua
essência é real e nada tem a ver com ficção.

Muitas situações familiares encontradas no roteiro, faz o leitor refletir, avidamente sobre esta instituição, chamada familia.

A obra é escrita em partes, e confesso que teve momentos que fiquei
impaciente, e queria logo saber o desfecho da história. Contudo, apesar de ter ficado ansiosa, não consegui deixar de desfrutar deste romance dramatico.

O enredo, engloba sempre em paralelos contrastantes: a cidade e o
campo, o homem e a mulher, a aristocracia e homem simples, o bem e o
mal, a ciência e a religião, filosofia e praticidade, etc...

No entanto, há sempre um ponto comum, os embates se cruzam de
forma singular e justificada.

A primeira parte, é nos apresentado os personagens e suas
caracteristicas. Engana-se quem pensa que por ter a obra o nome de
"Ana Karenina", está será sempre a centralização do roteiro.

Há dois personagens principais: Ana e Levine, que no decurso de um
pouco mais de 800 páginas, estes, se encontram uma vez somente, e nem por isso, suas vidas não são interligadas.

Ana, mulher da alta sociedade, possui uma beleza singular, um
encanto natural, inteligente e bondosa, casada com um homem de alto
escalão público, que é vinte anos mais velho que ela. Mãe devotada,
entregue a rotina de uma vida social ao qual pertence seu status, se vê envolvida num caso extra- conjugal com um homem mais novo, o
conde Vrosnky.

Inicialmente, Ana me impressionou, por sua coragem como mulher e
diversas vezes compreendi suas atitudes, no entanto, no final, ela me
decepcionou. Em colapso consigo mesma, atormentanda pela culpa e
pela hipocrisia da sociedade e suas malediscencias, Ana mostrou-se
infantil e superficial. Diante da análise psicologica que autor atribuiu ao desfecho da personagem, foi contraditório pra mim entender.

Apesar de ter ficado estupefata com o final, tanto que não consegui
interromper a leitura até compreender, percebi que o romantismo, pode
ser o obstaculo para a felicidade.

E percebi a intencionalidade do autor, em deixar o leitor como
expectador de vidas humanas na obra, ao comparar com o desfecho de
Dolly.

Dolly, esposa do irmão de Ana, e ao contrario desta, é ela quem é
traída, se submete ao desprezo por si mesma e agarra ao amor dos
filhos como justificativa a sua anulação de romantismo.

E entre, essas duas personagens, o autor aborda um tema que tem
como objetivo a reflexão: Quem é mais feliz Ana ou Dolly? É preciso ler para descobrir.

Levine, outro personagem principal, foi o que mais me agradou. Sua
simplicidade, seus pontos de vista, sua crise existencial, sua timidez, seus conflitos, seus receios e medos. Definitivamente, Levine, é o "ser fora da casinha"...rs.

Proprietário rural bem sucedido, Levine busca respostas aos seus
infortunios no amor, e é atraves dele que temos questionamentos
profundos.

O autor, atraves de Levine, coloca toda a beleza e poesia a
trama. É inegável e imprensidível entender este personagem, para a
compreensão do final da história.

Outros personagens trazem sua contribuição ao drama:

Kitty, irmã de Dolly, que inicialmente enamora-se de Vrosnky, a qual
Levine é apaixonado, sofre uma decepção ao ser literalmente trocada
por Ana. Seu crescimento e amadurecimento é muito interessante na
obra.

Oblansky, irmão de Ana, marido de Dolly, despreocupado com a
familia, que incialmente vê seu casamento condenado [ que Ana o
salvou deste destino], apesar disso, não sofre nenhuma consequencia
em sua vida familiar e nem em sociedade. Leva-nos a refletir sobre o
dilema homemX mulher e seus direitos. Será que hj em dia, as
mulheres são tratadas da mesma forma que os homens?

Alexie, marido de Ana, finge não ver a traição da esposa, por receio de julgamentos da sociedade e pelo cargo que exerce. Vê seu amor
transformado em ódio. E, incialmente eu não gostei dele, mas teve
momentos que ele me despertou pena.

Mas, como Tolstói sempre levanta uma questão polêmica. Será ele capaz de perdoar Ana? Suas atitudes e decisões são pautadas no amor sincero ao proximo?

Eventualmente, deixei de citar aspectos desta belissíma obra, afinal são mais de 800 páginas, que merecem ser desfrutadas por aqueles que
amam analisar um bom livro.

Simplesmente, não é uma obra de amor romantica e de ficção. Seus
personagens são expostos nus e de carne e osso. Tolstói nos envolve
numa atmosfera realista, cheia de questionamentos.


Até onde eu sou capaz de ir por amor?
A opinião dos outros, até que ponto é importante pra minha felicidade?
Eu sei compreender o sofrimento do outro, entender e perdoar?
Casamento, é ou não uma instituição falida?


Recomendo muitíssimo, mergulhem nesta obra com Tolstói!!!


Avaliei com 5 estrelas.
L.Abreu 09/07/2021minha estante
??


Sol 62 06/06/2022minha estante
Perfeito! Como se eu estivesse revendo todo o romance em suas poucas (muitas) linhas. Parabéns!




Nayany 27/11/2021

"Como num jogo de gato e rato, os braços que se levantavam para dar passagem a Vrónski imediatamente baixavam na frente de Anna."

O peso da escolha de Anna foi mto maior e isso tem nome. Uma personagem bem complexa, ora tinha pena ora tinha raiva e no fim foi impossível não ter empatia por ela.

E Liévin com seus conflitos internos, o rumo dos capítulos eram totalmente inesperados.Poderia começar falando sobre a agricultura, entrava um pouco sobre política, escalava sobre as condições que os Mujiques viviam e 10 linhas depois entrava em uma crise existencial.

O interessante dessa obra é que ela vai moldar de acordo o leitor. Tolstói expõe contextos e pontos de vistas e vc vai julgar/interpretar de acordo com suas convicções.

Inesquecível!
Caio 27/11/2021minha estante
Caramba. Parece ser incrível.


Raquel 28/11/2021minha estante
Preciso ler logo este livro?




Evy 24/09/2021

Não a toa este livro é um clássico da literatura. Foi considerado "impecável" por ninguém menos que Dostoievski e quem sou eu na fila do pão para discordar. Impecável é uma palavra perfeita para descrever essa obra tão bem construída e tão cheia de nunces por Tolstoi. Impossível não se encantar pela narrativa, uma das mais belas que já li até hoje.

Apesar de levar o nome da personagem Anna, o livro trata, falando bem resumidamente, de dois núcleos familiares que são o cerne de toda a história: os Kariênin e os Liévin, e vai abordar seus costumes, vivências, desventuras e dissabores. A frase icônica do início do livro faz todo sentido nessa perspectiva: "Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira".

É um livro ficcional, mas a narrativa realista de Tolstoi nos faz questionar a veracidade da história como se de fato tivesse acontecido. Seus personagens são tão bem construídos em detalhes e movimentos que saltam das páginas. Não há vilões e heróis, apenas uma miríade de personagens essencialmente humanos e complexos, o que me fez dar cinco estrelas a obra por esse aspecto.

Tolstoi traz à luz discussões importantes sobre classe social, política, religião, machismo, e relacionamento familiar ao longo de toda a narrativa através das vivências de seus personagens, em especial Anna, que representa a aristocracia e a vida efêmera nas capitais e Liévin, que representa a vida simples no campo e o que realmente importa.

"Toda a diversidade, todo o encanto, toda a beleza da vida é feita de sombra e de luz". A genialidade da escrita de Tolstoi está em justamente não deixar espaço para vilões e heróis, mostrando a essência da natureza humana em toda sua beleza e horror. Anna causa furor na sociedade por ter um caso extraconjugal e decidir abandonar marido e filho para viver essa aventura. Liévin, apesar de ter idéias avançadas à época, muitas vezes é bastante resistente e não dá ouvidos à razão.

Uma obra que merece ser lida e conhecida por todos e que faz juz à sua fama.
Douglas Finger 24/09/2021minha estante
Que espetaculo! Parabens pela leitura


Matheus 30/09/2021minha estante
Esse livro é brilhante!




luizafhorta 15/08/2021

livro antigo, mas com reflexões extremamente atuais
?Se há tantas cabeças quantas são as maneiras de pensar, há de haver tantos tipos de amor quantos são os corações.?

O livro tem várias passagens e trechos marcantes, como a frase citada acima. Fiquei um tempo procurando palavras para compor a minha resenha e, finalmente, consigo achar uma que expresse, para mim, a maior parte da obra: dualismo. Digo isso porque a estória é repleta de ?isso ou aquilo?: casamentos arranjados e casamentos por amor; a vida das mulheres e a vida dos homens; o estilo de vida do campo e o estilo de vida da cidade; entre outros.

Os personagens são muito bem construídos e, ao meu ver, ao mesmo tempo que eles se parecem bastante, eles são extremamente diferentes. A maioria deles sente um ciúmes doentio de seus cônjuges, alguns são adeptos ao perdão e outros tomam medidas mais extremas para cessar o sofrimento. Inclusive, apesar de não ter amado o Lievin, me vi muito nele nos momentos em que ele tentava descobrir o propósito da vida.

De qualquer maneira, é um livro bem marcante. Cheguei a compara-lo muitas vezes a uma novela, pois não existe só um personagem principal e vários núcleos são apresentados a nós, leitores, simultaneamente. Enfim, vale totalmente a leitura e, portanto, não é à toa que é considerado um clássico!
Gabriel 15/08/2021minha estante
Nossa, achei maravilhosa a resenha, orgulho da minha leitora favorita!!


luizafhorta 15/08/2021minha estante
meu leiteiro favorito!!




Nernwie 21/01/2022

u d m l q e l n a
(sobre o título: entendedores entenderam)
Existem livros que dividem nossa vida de leitores, e Anna Karenina é um desses.
Como não pretendo colocar spoilers na resenha, irei me abster de alguns pontos que EU QUERIA muito discutir, mas estragaria de verdade a leitura de quem pretende começar.
Começo ressaltando que Anna não é a protagonista, ela é UMA das protagonistas da história, e diferente do que eu li em muitas resenhas, não fui com a cara dela logo pelo começo, achei Anna uma protagonista mimada e supérflua, não complexa. Em várias partes eu não aguentava mais ler sobre as situações que ela criava, a mulher me irritou de um jeito. Mas enfim, opinião pessoal.
O meu personagem favorito foi, com certeza, Liéven. Meus capítulos favoritos tinham ele como narrador e, meu deus, como eu amei acompanhar o psicológico dele (identificação com o personagem, talvez). E também amei o amor puro dele.
Tem muitos outros personagens pra citar, mas eu não aguentaria, seria spoiler na certa, então? vou colocar aqui a descrição de cada um, sem identificar: banana, indecisa, maldito, coitada, [*****] e estrelinha.
Recomendo muito o livro para todos, não deixe de tentar a leitura só pelo autor? eu juro que parece aquelas novelas dramáticas que fuxica a vida de cada família, tendo direito a todo tipo de problema.

Ps: a referência da última cena da penúltima parte >>> o fim as vezes é o começo?
Gabriela3115 21/01/2022minha estante
Ok, me convenceu a ler


Nicolle 22/01/2022minha estante
o que achou da tradução/linguagem do livro? foi difícil ou fluido?




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