Isabella.Clouddie 16/01/2021
Aprendizados da vida real
É um compilado dos maiores aprendizados que Gisele teve na vida, até agora, contando experiências pessoais e falando abertamente sobre vários momentos de sua vida, os doces e os sombrios, para mostrar ao leitor o que cada aprendizado mudou em sua vida. Gisele hoje vive a vida dos sonhos, e tem noção de seus privilégios. Atualmente luta por causas eco sustentáveis, vivendo em conexão com a natureza e ajudando o mundo de forma mais consciente.
Confesso que quando comecei a ler esse livro eu esperava algo completamente diferente. Esperava encontrar uma mulher branca e super privilegiada falando sobre como ela venceu as 2 dificuldades que já teve na vida, mas o que encontrei foi uma pessoa completamente consciente de seus privilégios, contando experiências pessoais que nós, meros mortais, também passamos. Ansiedade, depressão, luto, distância da família, saudades, preconceitos, bullying, vícios e o tão famoso despertar.
Pensar que Gisele Bundchen sofreu bullying na escola por ser alta, que sofreu bullying entre as modelos por ter “muitas curvas” e seios “grandes demais”, é algo até irreal. Parece brincadeira. A modelo mais bem paga do mundo por anos também teve seu corpo julgado. E aqui, deixando claro que sabemos que o julgamento que ela recebeu não foi nem de perto tão cruel quanto mulheres gordas sofrem, principalmente se essa gorda for preta. Mas ainda assim é meio chocante as reflexões que isso nos traz, principalmente sobre o quanto evoluímos em questão de autoestima e de como corpos maiores estão começando a ser aceitados socialmente. Pensar que há 20-30 anos atrás, Gisele Bundchen já era considerava curvilínea demais para ser modelo…
Esse livro me fez acordar para algumas coisas da minha vida, principalmente sobre a forma como eu me trato. Percebi que eu perdoo as pessoas facilmente, mas que eu tinha (e ainda tenho, afinal só se passaram 16 dias desde que li) muita dificuldade de entender que eu fiz meu melhor, e se não deu certo ou se não saiu perfeito, paciência. Erros não devem ser motivos de culpa. Eu preciso me responsabilizar pelos meus erros, mas não preciso me culpar por eles.
E obviamente também me fez refletir sobre os meus próprios privilégios. Sou uma mulher preta de pele clara, que veste, atualmente, 44-46. Eu sei muito bem que na listinha de privilégios eu não chego nem perto do topo, mas também sei que não estou em último lugar. Eu ainda encontro roupas para o meu corpo, encontro profissionais que saibam mexer com meu cabelo cacheado e encontro base para o meu tom de pele. E eu posso me mover e fazer algo pelas pessoas que não têm tanta sorte quanto eu, posso ajudá-las a ter uma vida, se não mais fácil, menos difícil. Além de também poder usar a voz que eu tenho para incentivar as pessoas a cuidarem da natureza de uma forma consciente de verdade!
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