@gataleitora 25/09/2018“ Isto vai acabar logo.”Eu sempre trago a esperança de um mundo sem guerras principalmente para os civis inocentes que nem sabem porque governo e rebeldes começam a guerrear. Assim acontece com os moradores da Síria que simplesmente não entendem porque estão sendo atacados e como um conflito interno ganhou proporções tão grandes com outros países interferindo em sua pátria. Já foram tantas mortes e tantas bombas usadas que me pergunto todo dia se algum dia isso vai acabar.
A doce e esperançosa Bana ainda era um bebê com uma vida linda pela frente quando tudo começou a desmoronar à sua volta e ela precisou amadurecer antes da hora. Mais uma criança com a infância roubada e que precisou encarar de frente os horrores de uma guerra sem sentido. Se é que existe algum sentido numa guerra.
Ela ganhou destaque depois de lançar vários apelos pelo Twitter, pedindo socorro e paz. Cansada de ver mortes inclusive de sua melhor amiga, ela lança um grito e relata em Querido Diário todas as atrocidades que viveu em sua cidade natal. Um local que antes era tranquilo e onde ela vivia feliz com sua família repleta de amor e carinho.
Junto com sua mãe, elas escrevem este livro mostrando todos os sentimentos de perda, desespero, todos os momentos de dor, desolação, fome, sede, todos os momentos de solidariedade e de amor que viveram na esperança de trazer ao mundo um alerta sobre como as pessoas sofrem na cidade cercada e sitiada de Aleppo.
Um criança não deveria jamais conhecer bombas muito menos experimentar as consequências delas e uma menininha de sete anos não só sabe reconhecer o som de cada uma como o efeito em sua vida. Um absurdo sem tamanho!
O livro ainda traz várias fotos da família antes e depois da guerra, as fotos dos apelos de Bana e seus irmãos que apenas queriam viver em paz, poder curtir os feriados sagrados com sua família e brincar.
Vários momentos me emocionaram mas o que até agora choro só ao lembrar foi quando ela conta que queria brincar com seus irmãos e não podiam sair para a rua por causa dos bombardeios então ela simples e sabiamente cria um mini parque dentro de casa num cômodo apertado e vive momentos de alegria e leveza mesmo com mundo sendo destruído do lado de fora. E nós tantas vezes não damos valor ao que está bem ao nosso lado.
“A sobrevivência traz uma coisa purificadora, que envolve o fato de perdermos tudo: nosso país, nossa casa, nossos pertences. Quando despojados de tudo, compreendemos do que somos feitos e o que é essencial.”
Os sonhos de uma família destroçados sob os escombros de tudo que perderam e saber que vários não tiveram a sorte deles traz tanta dor ao coração que todos os dias rezo a Deus com lágrimas nos olhos e uma dor profunda no coração que acabem com a violência seja na esquina da minha casa, seja a quilômetros de distância num país desconhecido .O mundo é tão lindo e todos merecem aproveitar cada instante da luz do sol, da saciedade da sede, do sentir-se amado... Sempre.
Que não seja necessário uma criança ser ameaçada de morte para que os governantes resolvam seus dilemas sem arrogância nem ganância.
Paz ao mundo !
5/5 estrelas
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