Suerllen 24/12/2020O começo de tudo...Nada melhor do que começar pelo começo, não é mesmo? Eu sei, é redundante, mas neste caso faz muito sentido!
A revoada (ou, O enterro do diabo) é o livro de estreia do nosso tão amado Gabriel Garcia Márquez. Quando foi publicado no ano de 1955, Gabo tinha apenas 27 anos de idade, pouca experiência com o romance ficcional e muitas incertezas do que queria para o futuro. E olha, vou te dizer, começou com o pé direito, viu...
É um livro curtinho (cerca de 140 páginas), com um início forte e arrebatador, ritmo e enredo cativante que trata de morte e solidão e uma forma de narrar que flui muito bem. É daqueles livros que você não consegue parar de ler!
A história se passa na cidade de Macondo (isso mesmo, em sua primeira aparição no universo literário do Gabo) mais precisamente no evento do “enterro do diabo”. Este “diabo” na verdade é um médico, que cometeu um ato que revoltou todo o povoado e muito por causa disso está sendo velado por apenas três pessoas: O coronel, a sua filha Isabel e o seu neto.
A trama é narrada justamente pelos três, o Gabriel consegue interligar com perfeição a visão daqueles personagens acerca do evento em que eles estão vivenciando e o desenrolar da história desde a chegada deste misterioso médico no povoado até a sua morte.
É inquestionável a qualidade da obra, fato. Ela se torna ainda mais absurda se pensarmos que foi escrita por um jovem jornalista com pouca experiência no romance ficcional, mas que aos poucos dominava as técnicas da narração como ninguém.
Para entender o que levou o Gabo a escrever este livro, aconselho que leiam a minha resenha sobre “Viver para contar”, que está disponível aqui neste perfil. Um fato em particular marcou a grande virada na sua vida, e com isso, literalmente, nasceu A revoada.
As primeiras linhas deste livro realmente me impressionaram, talvez não sejam tão memoráveis quanto Cem Anos de Solidão, mas com toda a certeza possuem uma força especial, que apenas um escritor tão completo, como o maior da América Latina, seria capaz de escrever.