Bea 09/01/2022
Sabe quando você ama tanto um livro, vive aquilo por dias e dias, pensa nele constantemente e de repente termina de ler, e parece que desaprendeu a viver sem acompanhar aquela história? Estou escrevendo isso com lágrimas nos olhos, porque sei que, infelizmente, já cheguei ao fim.
Uma das coisas que eu mais amo em Amani é o fato dela ser valente, não importa a ocasião. Não tem aquele blá-blá-blá de ser boa demais e que jamais machucaria ninguém, nem mesmo os vilões porque supostamente seria superior a eles. Não, ela não é assim. Ela é justa, mas também sabe que precisa ser tão feroz quanto os inimigos. As ambientações do deserto, de Miraji ou da vila da poeira sempre foram selvagens. O livro sempre deixou bem claro o quão perigoso esse mundo é. Portanto, é você ou eles.
"Seja uma garota do deserto". Perdi a conta de quantas vezes Amani recorreu a esse pensamento durante a série, pra se lembrar de que precisava ser forte e habilidosa. Um ponto importante, ela é rancorosa. Assim, basta sofrer apenas uma vez, para não repetir mais o erro. Tenho orgulho de dizer que me identifico com ela. É, definitivamente, uma das minhas heroínas favoritas, de todos os livros que eu já li.
Esse não é um livro de romance com fantasia, é um livro de fantasia com romance. Tem traições, conspirações, política, magia...
Então percebi que em livros assim, eu dou mais valor ao casal principal. Os momentos tranquilos são raros, eles sofrem a todo momento e aparentemente não se pode confiar em quase ninguém. Mas quando se tem um pouco de paz, o momento se torna mais valioso, sabe? Se torna tão mais puro e singelo. A proteção, amor e confiança mútua. Foi assim que me senti com Jin e Amani.
Um dos pontos altos de toda a série é o companheirismo que se formou entre Amani e Shazad. É lindo ver o quanto são amigas, o quanto se apoiam, o quanto são fortes, o quanto são leais. Em incontáveis momentos, Amani faz questão de se lembrar de Shazad, e a admiração nas palavras é tão óbvia. Tudo que Amani faz ou fala, ela envolve a General, e é como se, além de Jin, Shazad fosse seu porto seguro.
Foi um desenvolvimento ao longo de 3 livros, personagens indo e vindo, o medo constante, a intensidade dos acontecimentos, e foi simplesmente de perder o fôlego. Um turbilhão de emoções. Difícil explicar tudo o que senti. Tensão, raiva, felicidade, compaixão, medo, amor, tristeza.
Antes dessa série eu não conhecia a autora. Saio agora de uma trilogia, completamente encantada com a escrita e a mente dessa mulher. Absurdamente genial. Alwyn Hamilton me ganhou desde as primeiras páginas.
Ao chegar ao final do livro, eu não sabia se queria chorar, rir, pular, deitar, rolar no chão, gargalhar ou gritar. Eu estava em estado de êxtase, foi puro êxtase. Poucas vezes me senti assim com uma história, e esses livros me ensinaram tanto. É curioso notar que os personagens principais são apenas jovens, de no máximo 21 anos. São heróis; corajosos, destemidos e leais. Tão justos na busca por um mundo melhor. É encorajador ler algo assim, e mesmo tendo me proporcionado 25 tipos de paradas cardíacas diferentes, eu não me arrependo nem por 1 segundo de ter me aventurado pelos desertos de Miraji. Na verdade, estou com uma sensação de saudade no peito, tão forte que até dói.
Acho que posso dizer, de forma definitiva, que essa é minha série de fantasia favorita.