Jô 14/04/2024
Em A Heroína da Alvorada, nossa protagonista Amani continua a crescer e continua com conflitos e desafios. Ela não é nem nunca foi a líder da revolução rebelde e nunca quis essa responsabilidade para sí. Ela é uma menina do deserto que queria fugir e acabou se encontrando no meio de uma revolução e acabou fazendo amigos e se envolvendo e adotando a luta deles. Ela não é a líder, mas muitas vezes ela precisou ser a líder, ela precisou agir, precisou decidir, mesmo não tento experiências nem sendo uma estrategista. E o modo como ela lida com essas responsabilidades é incrível de ler.
Muitas vezes ela precisa decidir entre o que ELA quer, o que faria ELA feliz e em o que seria melhor para a luta dela e dos amigos (e de todo o deserto). Será que vale a pena botar TUDO a perder, todos os sacrifícios feitos, para ela ser feliz? O que é mais importante: ela e a felicidade dela ou a causa e todos os sacrifícios já feitos? Todos os questionamentos que ela passa ao longo dos três livros e, principalmente nesse último, evoluem a personagem e também nos fazem refletir sobre o que nós mesmos faríamos no lugar dela. Nós humanos somos egoístas, mas até que ponto esse egoísmo é ?válido??
Jin e Amani continuam evoluindo como casal, mostrando o quanto uma relação igualitária e respeitosa é importante na literatura, principalmente na jovem adulta. Jin tem sua importância na história desde o começo, mas nunca roubando a importância da Amani. O romance é lindo, é divertido, tem química, mas ele não se torna o foco, ele é um bônus. Um bônus que ajuda a história andar e ajuda os personagens a evoluírem. Em nenhum momento me passou que alguma cena ou plot romântico foi posto somente para ?ter romance?. Na verdade, A Heroína da Alvorada é um livro tão ágil e tenso que pouco tempo sobra para cenas românticas fillers. Pode não ter havido muito, mas todo romance que tem nesse livro é especial (e muitas vezes sofrido).
Sobre os outros personagens Ahmed, Shazad, Sam, Delila, Hala, Izz, Maz? Todos tem papéis importantes nessa conclusão e todos estão em perigo. A família da Amani também tem um destaque nesse final e algumas revelações e acontecimentos emocionantes sobre eles. Há perdas e houve momentos que eu pensava ?MEU DEUS ALGUMA COISA VAI ACONTECER E REVERTER ISSO? e muitas vezes era REALMENTE aquilo ali que eu havia lido. Quem se apegou aos personagens assim como eu, certamente irá sofrer.
O último livro continua com as passagens onde há narração das lendas do deserto, mas nesse volume esse elemento é usado e abusado ao seu máximo, coisa que eu amei. As lendas e fábulas contadas sempre foi uma feliz adição para mim nessa história (e em qualquer outra). Aqui várias lendas são iniciadas e várias outras servem de influencia ou inspiração para os personagens.
A Heroína da Alvorada é um livro final com todos os melhores elementos de livro final: aventura, tensão, agilidade, ação, perdas, romance. Momentos épicos e decisões difíceis não faltaram e aquela sensação que a qualquer momento alguém pode morrer. O epílogo é lindo e triste ao mesmo tempo, me deixou com um sorriso no rosto e lágrimas nos olhos. É um livro que conclui totalmente a história, não deixa pontas soltas no final e explica várias pontas dos livros anteriores durante esse. Para mim, a autora não deixou QUALQUER possibilidade de continuações. E sem spoilers: quem ler vai entender o porquê.
A trilogia ?A Rebelde do Deserto? se consagrou e ganhou espaço no meu coração com esse último volume, com certeza. Chegou de mansinho e foi evoluindo de um jeito que me faz pensar: é para isso que eu gosto de ler, para ser surpreendida dessa forma. Vou sentir saudades e lembrar sempre desses personagens, dessa história, desse romance e das quotes. Espero que, se você ler a série, se sinta tão conectada como eu me senti.