Kennia Santos | @LendoDePijamas 29/11/2020Às vezes a gente precisa passar por situações dolorosas pra perceber que é bem mais forte do que imaginava.Título: O cara dos meus sonhos (ou quase) | Autora: Jenn Bennett | Classificação: 4/5
Bailey Rydell, vulgo Zibelina (apelido dado pelo seu pai), é uma cinéfila em ascensão que gosta de ficar nos bastidores e entender a mensagem por trás de cada filme. Ela ama essa conexão com os filmes -o poder de entender o que vai além das telas.
Há um tempo ela vem trocando mensagens com Alex, seu crush virtual que parece ser sua outra metade no que diz respeito a essa paixão: eles ficam horas a fio conversando sobre cinema e seus filmes favoritos, e Bailey se vê cada vez mais conectada a ele.
Quando ela precisa se mudar para a Califórnia para morar com seu pai -sabendo que Alex também mora na Califórnia- ela se sente empolgada e ao mesmo tempo com medo. Medo de que Alex pessoalmente não seja a pessoa que ela espera. Então ela não conta a ele que estão na mesma cidade.
Ela conseguiu um emprego de verão em um museu “caça-turistas”, onde conheceu Grace, uma garota que é o oposto dela e é conhecida por toda a cidade, e também Porter Roth, um garoto irritante que parece não perder a chance de importuná-la, e também pertence a uma família lendária de surfistas.
Bailey se vê numa encruzilhada: ela sempre gostou de Alex e a conexão dos dois, mas com Porter, de alguma forma, tudo parece mais real e cada vez mais intenso.
O que ela não sabe é que, descobrir a verdadeira identidade de Alex pode ser uma das maiores reviravoltas de sua vida.
Em 'O cara dos meus sonhos (ou quase)', Jenn Bennett vem mais uma vez com sua escrita incrível e fofa nos cativar com um romance de verão s2
Bailey é uma personagem que só pode ser definida como: fofa, fofa, fofa. Desde o estilo até a forma de se expressar. Entretanto, por baixo de tudo isso ela já passou por coisas muito intensas que acaba atrapalhando-a em diversos aspectos, como confiar e se abrir para as pessoas ao seu redor.
“Esse é um ponto de ser uma evitadora: você precisa ser flexível e saber quando desistir antes que tudo fique esquisito. É melhor para todo mundo, na verdade. Sou uma doadora.” (p.11)
“Mude de assunto tantas vezes quantas forem necessárias para evitar conversas desconfortáveis.” (p.101)
Alex é um personagem que só temos o contato com ele através das mensagens com Bailey, e imediatamente percebemos que os dois têm algo além do comum, uma relação muito peculiar e ao mesmo tempo tão fofa.
Já Porter assusta um pouco no começo, o que faz com que todo o seu relacionamento com Bailey seja desenvolvido no modo “gato e rato”, mas o que esses dois são juntos, nossa senhora, que casal, meus amigos.
Eu amo Alex e Porter, se eu não conseguiria escolher, mesmo levantando os prós e contras, imagina nossa Bailey Zibelina, a confusão dela, tadinha?
“Mas, logo quando a gente acha que entendeu alguém, acontece de perceber que não o conhecia nem um pouco. Ou talvez o verdadeiro problema seja que eu não tenha entendido alguma coisa sobre mim mesma.” (p.339)
A história toda foi bem desenvolvida, os personagens adjacentes são bem trabalhados, assim como a leitura é extremamente fluida e gostosa de se ler. A única coisa que me incomodou um pouco foi o final, achei meio rápido demais e a forma como as coisas se desenrolam deixa um pouquinho a desejar.
Mas não deixa de ser uma delícia de leitura com a cara do verão e um romance muito fofo pra quem gosta do gênero se esbanjar. Recomendo!
“Talvez o poeta Walt Whitman tivesse razão. Todos de fato nos contradizemos e temos multidões dentro de nós. Como é que podemos descobrir quem somos de verdade, então?” (p. 174)