O peso do pássaro morto

O peso do pássaro morto Aline Bei




Resenhas - O Peso do Pássaro Morto


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Gabi 25/01/2020

Lindo e doloroso!!!
"Entendo que o tempo
sempre leva
as nossas coisas preferidas no mundo
e nos esquece aqui
olhando pra vida
sem elas."

(apaguei a luz).
Angell 18/02/2021minha estante
A melhor frase do livro! Me fez refletir sobre tantas coisas que até dói.


Rafa,ela 22/03/2021minha estante
Esse livro me destruiu


Rita.Beatriz 17/01/2022minha estante
Essa autora foi a minha melhor descoberta de 2021.
O livro "Pequena Coreografia do Adeus" é tão intenso quanto.


Rafa,ela 17/01/2022minha estante
Rita todo livro na Aline e icónico


Rita.Beatriz 17/01/2022minha estante
Verdade, Rafaela!


Bel 20/04/2022minha estante
Como faço pra ler o livro


Rafa,ela 20/04/2022minha estante
Bel vc poder ler ele app do Kindle


prendalingua 12/01/2023minha estante
Entendi que Peso de um pássaro morto é viver sem voar.


Gabriela 15/01/2023minha estante
Esse livro pegou meu coração, despedaçou, jogou no chão, pisou, tacou fogo e jogou as cinzas na pqp.
Eu li tudo em um dia, um dos dias tristes da vida.
Eu quase abandonei quando *alerta de spoiler* a Carla morreu, a autora foi estupr4da (eu te odeio, Pedro) e quando o Vento morreu...
Estou bem mal


Gabriela 15/01/2023minha estante
Armazan, eu achava que era por causa dos passarinhos que o Lucas mat4va


prendalingua 15/01/2023minha estante
Acredito que cada um tem a sua interpretação, mas fiquei pensando que o sonho dela inicialmente era trabalhar como comissária de bordo, porém ela viveu sem realizar esse sonho, e muitos outros.


Isaa.Alvees 07/02/2023minha estante
Esse livro é bem pesado, o próprio título já fala. O peso que a personagem carrega consigo, uma vida que ela não queria pra ela, e nisso teve que viver obrigada a maior parte de sua vida com traumas, desde Carla, Pedro, ao nascimento de Lucas que na minha opinião nunca o reconheceu como filho e a depressão pós parto, pós trauma se consolidou e a acompanhou dali em diante. Ótimo livro!


~ natt 12/02/2023minha estante
Nossa...


luizaformagin 16/02/2023minha estante
Um dos livros mais lindos que eu já li.


Flor 06/03/2023minha estante
Prosa ou verso? Narrativa em versos que diluem com sutileza as dores de se haver consigo mesma. Quando a solidão revela facetas desconhecida de outros que habitam um ser, desumanizado pelas demandas da vida.


Blenda 06/09/2023minha estante
A


@amordegabi 31/12/2023minha estante
Sobre os silêncios, os não-ditos, os gritos entalados na garganta, os passos de dança desajeitados, a solidão da não ida à pizzaria, uma vida toda, dos 8 aos 52.


Vbitt 17/01/2024minha estante
Como descrever a solidão? A vida que não vou vivida e como isso pode se transformar uma vida em branco


Maick 04/06/2024minha estante
Estou lendo ! Que sede dessa leitura ! Aí mesmo tempo que bebo vou me corrompendo em cada palavra !




Maria22510 29/12/2021

E QUEM ERA O CARA?????
...o tempo
sempre leva
as nossas coisas preferidas no mundo
e nos esquece aqui
olhando pra vida
sem elas. ...
rafarenhas 30/12/2021minha estante
Também boiei nessa, e fiquei super curiosa. (iria falar "morrendo de curiosidade" mas nem tenho mais coragem.)


rafarenhas 30/12/2021minha estante
Pera, raciocinando agora, será que era o Pedro?


Maria22510 30/12/2021minha estante
e se for o cara do caminhão???


Maria22510 30/12/2021minha estante
analise


Maria22510 30/12/2021minha estante
mas como ele ia saber q ela morreu??


rafarenhas 30/12/2021minha estante
Se for, bem aleatório o cara do caminhão kkkkkkkkkk, e como ele ia saber, acho que nunca saberemos...


Rayane.Silva 31/12/2021minha estante
Ou será q era o chefe?


Maria22510 31/12/2021minha estante
nossa sim, faz sentido


cilis 27/04/2024minha estante
Eu interpretei que era o chefe




Camila.Pizzoni 07/11/2020

O aperto no peito, meu pai!
GATILHO é a palavra chave desse livro! A personagem principal - que não tem nome - (e eu achei isso muito interessante) passa por tantas perdas ao longo da vida, que eu senti fisicamente a dor dela. O Vento foi a coisa mais linda desse livro, e eu fiquei REVOLTADA (a ponto de olhar pro kindle e xingar em voz alta, sim!) não com O QUE aconteceu - porque eu já estava esperando - mas sim com A FORMA como aconteceu. Tirei 1 ? por esse motivo? Sim, e achei justo da minha parte. Enfim, uma história triste escrita de forma poética. Muito bem escrita e imersiva. Eu entrei de cabeça na história e senti a dor da personagem, e acho que isso se deve muito ao fato de nós - os leitores - sermos os únicos a saber tudo que aconteceu com ela. Muita vontade de envolver essa personagem nos braços e dizer que vai ficar tudo bem.
Mila 07/11/2020minha estante
Você é tão maravilhosa com as resenhas cara! ?


Camila.Pizzoni 07/11/2020minha estante
Ah, poxa! Muito obrigada, Mi ??


DEA 10/11/2020minha estante
Eu fiquei arrasada com o Vento ?


Camila.Pizzoni 10/11/2020minha estante
Eu fiquei revoltadíssima! Não queria nem continuar a leitura ?


DEA 10/11/2020minha estante
? ? ?


Rahrt 10/11/2020minha estante
Estou aqui pra dizer que a cada resenha eu fico mais intrigada com o que você lê! Huahua
Esse livro sempre passa pela minha timeline e eu acho o nome dele muito bom. Vou colocar na lista e depois que eu ler a gnt comenta! ?


Camila.Pizzoni 10/11/2020minha estante
Intrigada com o que eu leio? Isso é uma coisa boa? Hahahaha. Ai lê, pra gente comentar. Tá no kindle unlimited, ele é curtinho e a leitura é super rápida.


Rahrt 10/11/2020minha estante
Sim, se vc ler A Bíblia e vier resenhar, capaz de me convencer a ler.


Camila.Pizzoni 10/11/2020minha estante
Miga, eu sinto muito mas eu não vou ler a bíblia. Hahahahahah. Mas poxa, obrigada pelo elogio ??




Valério 07/06/2019

Denso
Aline conseguiu, neste livro, provocar sensações tão diversas, a ponto de parecer que lemos vários livros em um.
Ao mesmo tempo que é sensível e delicado, é um livro pesado, tenso, de revirar o estômago.
Muito bem escrito, quase musicalmente, é agradável de ler. E ao mesmo tempo nos tortura os sentimentos ao nos participar dos acontecimentos da vida da protagonista.
Aline fez uma estreia arrebatadora, que lhe traz um problema: Cria uma grande expectativa para seu próximo trabalho.
Talento, é notório que possui. Esperemos que consiga traduzi-lo em novas obras tão completas e instigantes quanto esta.
Sylvinha 07/06/2019minha estante
Tá na minha lista! Adorei a resenha!


Valério 07/06/2019minha estante
Bom proveito. Espero que goste tanto quanto eu.


Flávia 07/06/2019minha estante
amei o livro. amei sua resenha. eu, mulher, não saberia expor de melhor forma que vc. tivemos impressões parecidíssimas!


Valério 08/06/2019minha estante
?


Flávia 16/06/2019minha estante
aviso de spoiler! boiei com sua interrogação, valerito. vou chutar. se for pq eu disse que eu, mulher, não poderia ter escrito uma resenha melhor, é pq o estupro é um tema que me apavora. acho que a mim e a todas as mulheres. e ainda assim vc descreveu a agonia de ler sobre melhor q mtas mulheres.


Valério 16/06/2019minha estante
Errou. Hauahauaua. Eu coloquei uma carinha de sorriso.
Não sei pq saiu uma interrogação


Flávia 16/06/2019minha estante
nuss errei feio. o skoob é doido hehe


Valério 16/06/2019minha estante
Mas obrigado por entender que eu soube expressar a agonia desta leitura.
?
(Não sei o que vai sair, mas mandei uma carinha mandando beijo)


Flávia 17/06/2019minha estante
outra interrogação rsrs




Gustavo | @guh_santtoos 31/05/2021

A dor e a poesia estão nos detalhes
Na história acompanhamos uma mulher que, dos 8 aos 52 tenta, com todas as forças, não coincidir apenas com a dor de que é feita.

A autora Aline Bei nos entrega uma obra cheia de dores, sejam internar ou externas! E como a força e a solidão de uma mulher nos dias de hoje podem ser dolorosas.

Recomendo bastante para quem está aberto a novas experiências e quer ler algo de poesia que realmente te deixa perplexo. Além de ser um ótimo cura ressaca.

Lembro de quando li ?Daqui pra Baixo? não fiquei tão tenso em certas partes, mas aqui a autora não poupa palavras, é tudo muito duro, cruel até demais... e a vida é assim, onde sonhos acabam dando espaço a traumas.

O Peso do Pássaro Morto consegue ser uma relato poético de uma mulher que, desde cedo teve seus sonhos, inocência, e até mesmo a vontade de viver tirada de si.
@ka_and_books 31/05/2021minha estante
Nota dessa resenha: 10/10...
???


Gustavo | @guh_santtoos 31/05/2021minha estante
Aaaaah, bondade de Karol ??


Tassio 01/06/2021minha estante
Quero ler :)


Nat 01/06/2021minha estante
"E a vida é assim, onde sonhos acabam dando espaços a traumas." Ótima resenha, Gu ??


Gustavo | @guh_santtoos 01/06/2021minha estante
@Felipe, mesmo se não curta muito poesia, vai gostar bastante.


Gustavo | @guh_santtoos 01/06/2021minha estante
@Nat Só te digo uma coisa, não ficam melhores que as suas...?


Tassio 01/06/2021minha estante
gosto muito de poesia, só não tenho o costume de ler. anotado :)




regifreitas 31/05/2020

O PESO DO PÁSSARO MORTO (2017), Aline Bei.

Já no seu primeiro trabalho, Aline Bei recebeu uma série de elogios, tanto da crítica especializada quanto dos leitores, além de vencer o Prêmio São Paulo de Literatura, na categoria "melhor autor estreante com menos de 40 anos".

Em O PESO DO PÁSSARO MORTO acompanhamos a vida de uma mulher, dos oito aos 52 anos de idade, sendo que cada capítulo detalha algum momento da sua existência durante esse período de tempo. São uma série de circunstâncias às quais a autora reveste de uma aura lírica e trágica, ressaltadas pelo uso de uma linguagem que remete diretamente ao texto poético.

E foi justamente a elaboração formal em versos, apontada por muitos como um recurso que dá maior fluidez ao texto, que não me deixou mergulhar totalmente na experiência da leitura. Esse artifício não fez muito sentido pra mim, na maioria das vezes; me pareceu artificial, forçado. Como foi uma leitura muito rápida, talvez isso tenha influenciado um pouco na sensação final. Uma releitura, em um futuro próximo, não está descartada.

Entretanto, se existe um ponto realmente negativo em relação à obra, ele diz respeito a sua conclusão: abrupta e forçada, não condizente com o restante do texto. Pra mim não funcionou.

Salvo as questões levantadas, foi uma leitura muito boa. Aline Bei é uma autora que parece ter algo a dizer. Veremos se isso se confirma nas suas próximas publicações.
hell 31/05/2020minha estante
Bom ver pontos de vistas diferentes. Tenho observado que homens em geral não dão 5 estrelas e apontam problemas diferentemente e mulheres no geral, e eu me incluo, dão 5 estrelas e favoritos.


ElisaCazorla 31/05/2020minha estante
Eu concordo com você e tenho um opinião sobre os recursos que ela utilizou: tantos espaços e tantos silêncios, como a autora gosta de dizer, me parecem uma forma de fazer com que qualquer leitor preencha essas lacunas livremente e sinta uma conexão com a obra se saber que essa conexão não foi construída pela autora e sim pelo próprio leitor que, ingenuamente, passa a amar a obra que parece falar diretamente com ele. É estranhamente um livro comercial sem ser comercial. Talvez essa tenha sido a grande sacada do livro.


ElisaCazorla 31/05/2020minha estante
Eu concordo com você e tenho uma teoria sobre esse recurso utilizado pela autora: tantos espaços e tantos silêncios, como a autora gosta de dizer, me parece uma estratégia racional de permitir que o autor preencha livremente essas lacunas e sinta uma conexão muito pessoal com a obra sem perceber que essa conexão não foi construída pela autora e sim pelo próprio leitor que, ingenuamente, se vê dentro do livro e se identifica completamente com a obra e a autora. Me parece um recurso muito inteligente de fazer passar por culto um livro comercial.


ElisaCazorla 31/05/2020minha estante
*cult - acho que por isso, concordando com você, tudo na obra parece muito forçado.


regifreitas 31/05/2020minha estante
oi, Hell, certamente é uma obra que pode afetar de maneira diferente homens e mulheres. mas o meu problema com ela foi mais em relação à forma do que ao conteúdo. a temática é realmente muito forte e importante! tanto que quero relê-la futuramente. meu incômodo com o formato com certeza atrapalhou em apreciar o que a autora tinha a dizer.
só o fato de ela despertar sentimentos e reações diferentes nos leitores já prova que é uma obra que merece atenção.


regifreitas 31/05/2020minha estante
Eliza, às vezes me incomada como alguns autores contemporâneos querem dar um ar pós-moderno (brincar com os espaços da página, com tipografias e fontes diferenciadas, imagens etc.) para as suas produções, sem que a temática justifique esse tipo de recurso. muitas vezes acho que é porque o texto carece de aprofundamento e querem chamar a atenção mais pela forma do que pelo conteúdo.
não creio que seja o caso aqui. a temática é poderosa. por isso mesmo, pra mim, a autora podia ter dado mais espaço a ela do que ao recurso formal.
mas posso estar completamente equivocado e o tempo e dedicação dados ao livro não tenha sido suficiente para compreender a intenção da autora. por isso quero relê-lo em algum outro momento.


hell 31/05/2020minha estante
Sim, te entendo. Isso que você falou para Elisa tenho observado que tem acontecido demais na literatura brasileira. Estou lendo um livro de contos nacional chamado ?costura para fora? e ele apresenta uma estrutura que incomoda demais, não há espaços entre parágrafos nem aspas ou travessões para os diálogos, acho um tanto chato e cansativo. Os mesmo textos que fiquei aborrecida lendo, em outra estrutura, talvez teria gostado, até porque as histórias são boas.
Agora entendi bem sua avaliação.




Alane.Sthefany 13/03/2022

O Peso do Pássaro Morto - Aline Bei
Por mais curto que esse livro seja, o conteúdo nele é denso e bastante profundo, me emocionei muito nas últimas páginas, por ser uma história de uma mulher, desde os seus 8 anos de idade, até os seus 52.

É bastante melancólico, durante toda a leitura, nós mergulhamos no drama que é a vida dessa mulher, passamos a compreender os seus sentimentos, a ter empatia por ela, ademais, a sentir muita das vezes, o que ela está sentindo e passando, como se fosse na nossa própria pele.

Super Recomendo (Porém, olhem os gatinhos, pode ser uma leitura sensível para alguns)

? Minhas Considerações Finais Sobre o Livro
.
?? Obs: Contém Spoilers ??
.

Tiveram coisas que eu queria muito que a protagonista tivesse contado, principalmente para o filho dela, para quem sabe resgatar (ou começar, já que eles não tinham) a relação mãe e filho.

Entendi o sentimento dela e também do filho, pois de certa forma ele se sentia rejeitado e excluído pela mãe, e que viu na Bete uma figura materna, na qual não tinha em casa, e com a morte da mesma, ele se viu perder o único vislumbre de uma mãe que ele queria ter, e o sentimento de ser amado e aceito, de olhar no fundo dos olhos de alguém e enxergar o orgulho dentro deles (até mesmo por coisas bobas, mas que se tornam significativas aos olhos de quem as vêem - por simplesmente amar a pessoa que as fazem).

E a protagonista, nem preciso falar muito, já que o ponto de vista e a história do livro é sobre a vida da mesma.

Só queria abraçar ela, abraçar o filho dela que em nada teve culpa.

No entanto, infelizmente, a mãe não soube lidar com os próprios sentimentos e traumas, daquela situação tão trágica e infeliz. Não recebeu apoio, muito menos alguém notou, nem nas suas mudanças, no seu humor, nas suas perguntas/dúvidas, nos seus gritos internos, que foram guardados para si, no seu mais profundo ser, todavia, ela foi morrendo aos poucos, marcada pelas suas feridas do passado (que estavam ainda abertas e sangrando), é notório isso, principalmente nessa parte do livro:

"Meu filho
arrumou 1 Estilingue não sei onde.
Da janela do quarto
o Lucas e os amigos
bolaram um plano de matar
passarinhos,
eles gostam de ver brutalmente interrompido
algo delicado que estava em
Movimento.
(...)
Então os meninos desciam
correndo até embaixo do prédio pra caçar
os corpos que nem sempre caíam onde eles calculavam, às vezes
longe, às vezes estranhamente perto já no primeiro degrau,
todos com sangue no meio das penas, sangue pequeno tamanho canário,
uma bolinha
de sangue era tudo o que o pássaro tinha e bastava.
A Bete
ocupada com o almoço pensava que bom o Lucas
fora do quarto pelo menos um pouco.
Depois da colheita
os meninos faziam um grande
Funeral.
Colocavam os pássaros em caixas de bis, completavam os espaços com flores, convidavam pessoas,
não me convidaram.
fiquei sabendo porque 1 mulher no elevador me perguntou se por acaso eu era
a mãe do Lucas,
eu disse que sim franzindo a testa.
ela me contou da matança em tom de ah esses meninos e a mão
na cintura.
Fiquei em silêncio
olhando sem forças pra notícia saída da boca daquela
mulher.
O que eu estava criando,
um monstro?
que enterra
a morte prematura
num evento pra convidados que pensam isso é coisa de
criança?
Isso é tudo, menos coisa de criança.
Isso
é o lugar onde nasce
a dor.
Isso é
tudo o que destrói a possibilidade de um mundo um pouco menos cruel, com os mais fortes abusando dos
mais fracos e o pai do Lucas
dentro dele
e o pai
do Lucas
dentro de
mim.

Perguntei pra Bete se ela sabia.
Ela disse sinceramente que:
? não.
Chamei o Lucas na sala.
Arranquei seu fone
de ouvido, o escudo que ele usava
sempre quando estava
comigo.
Com a cara besta
típica
da idade, ele me perguntou em tom hipócrita:
? que foi?
eu
dei um tapa
mais duro do que eu esperava
na cara
do menino que não voltou a me olhar nos
olhos,
A Bete
de mão na boca.

[...] às vezes
eu penso que o Lucas nunca esqueceu
aquele tapa,
ficou a marca no rosto dele
por dias e o que já era
longe em nós, ficou ainda mais
inalcançável.

[...]

Essa parte pode ser talvez o (provável) motivo do nome do livro O Peso do Pássaro Morto, mas também o nome, possa estar associado a própria protagonista e o seu "eu" da infância que foi roubado na morte da sua melhor amiga, no bullying da escola, na rejeição de um possível amor, no abuso que sofreu ... ??

[Continuação das minhas considerações ...]

Eu chorei no final, porque estava querendo que o filho soubesse o que estava por trás das atitudes (que era de fato erradas) da sua mãe para com ele, mesmo que fosse através da carta que foi escrita a tantos anos, que apenas tinha morrido anos atrás picotada no lixo que virou reciclado de leite.

E quando ele recebeu a notícia, da morte tão solitária da mãe, em uma casa rodeada pelo mato; magra, com fome; com roupas sujas, toda cagada, por não sentir ânimo de levantar e ir ao banheiro; morrer ao próprio vômito e adormecer, para nunca mais acordar; com a alucinação da vida que foi deixada para trás, onde sonhava de novo com a chegada
pra ver o Vento (seu cachorro) morto, só que dessa vez ele não estava morto,
o portão, não estava aberto, no sonho
o Vento estava em casa esperando e isso a deixou tão feliz que ela não acordou; com o sonho de ter de volta a única companhia que ela tinha, seu companheiro que ela sentiu familiaridade, lembro-me do encontro dos dois:

Num canto perto da loja de conveniência,
um imenso cão preto
ficou me olhando, cheguei a pensar que era um porco.
Ele tinha nos olhos
as chagas do abandono, além de rombos
por todo o corpo, uns mais frescos
que outros.
Apesar disso, era um cão calado na dor que sentia e não
tão
triste para além da dor que tinha.
O frentista mal me olhou
quando eu disse saindo do carro:
? enche o tanque.

Já com o cão
eu fiz um longo
contato visual. Nada em mim parecia o assustar, nem nele.
nem os machucados, a careca, o tamanho de
urso,
eu tinha um lanche
no banco do carro, pra depois.
Enquanto o sujeito me abastecia,
abri o papel alumínio.
Ofereci pro cão
que veio com calma
parecendo um velho
cavalo
à passeio.
(...)
O Cão
contrariando as minhas expectativas,
começou a comer o lanche com jeito de criança que tinha crescido demais.
Senti o focinho me encostando a palma, a língua rápida e fina no movimento de
fome, a cabeça musculosa maior que a minha, o canino
uma lança que não me encostou.
Ele comeu com pressa, não aquela pressa de quem não sabe desfrutar das
minibelezas e sim a de quem sente
a dor mais
urgente e ao acaso encontrou
uma cura possível."

" (...) deitou (o cão) esparramado
do meu lado
com cara de quem sabia alguma coisa importante
mas
não conseguia me contar porque
a coisa
não era do tipo das que cabem em palavras."

[...]

E chorei pelo fato do filho ir visitá-la depois de tantos anos, em um cemitério, para ver a mãe que não estava lá, era pedra com data
de nascimento e morte,
além da frase "a cura
não existe" (de sua última redação quando criança, ao expressa seus sentimentos ao se dá conta do significado da morte - da sua melhor amiga , Carla) escrita como epitáfio que
cobria o buraco
guardador de
caixão.

Essas últimas palavras acabaram comigo:

"Parecia mentira que a sua Mãe pra sempre
não estava mais
viva.
Quando um homem chegou
de buquê.
Disse bom dia,
o lucas respondeu
? bom dia.
E ficou com vontade de perguntar
quem era"

[...]

Sei que acabou com um final em aberto, mas no fundo, quero muito que esse homem seja o Pedro, pai do Lucas, e que ao saber da morte da protagonista (depois de viver uma vida cheia de arrependimento e remorso), foi ao cemitério em busca da sua redenção, e para pedir perdão pela vida que ele tirou, dos sonhos que ele roubou, de uma pobre jovem, e que o Lucas pergunte quem ele era, por está intrigado de sua mãe receber uma visita tão inesperada, de um homem, ainda mais com flores, e que ele conte ao Lucas, toda a história, como se quisesse jogar tudo para fora, aquilo que ele tanto guardou para si, dentro dele, ao mesmo tempo, que com o passar dos anos, só o corroeu, o destruiu pouco a pouco, entretanto, que enfim queria se libertar, desse peso que carregou sobre os ombros, o peso da culpa, do seus erros, do seu crime.

E que ao ouvir, o filho enfim, compreendesse sua mãe, e a admirasse por não ter desistido dele, por ter dado a oportunidade dele ter uma vida, mesmo diante de tudo o que ela passou, e tentou revelar ao filho.

"Eu nunca
vou conseguir contar, no fundo
não devo querer.
Ainda assim,
nada
justifica a minha ausência, se decidi ter o filho, então
eu devia ter vivido a minha decisão plenamente ao invés de ficar procurando os
restos
do Pedro
nos olhos do Lucas, restos da noite que eu não fui comer pizza e que eu devia
tanto
ter ido comer
a Pizza, restos do sonho de ser aeromoça
puxar mala
pelos aeroportos
e servir café pra quem voa comigo, servir um lanche, viajar o mundo, conhecer
hotéis, fazer uma lista das ruas mais bonitas e depois mudar
a lista inteira
usar
todo dia a mesma roupa, explicar como não morrer caso aconteça do avião
cair ou seja: ter fé
e calma, não deu
pra ser
nada
além de uma secretária mediana, também não fui mãe.
A Bete foi, por
anos. depois a Vida.
Agora acho que a Joana era mãe (Joana - esposa do Lucas, que estava esperando um filho dele). E acho também que o Lucas não precisa mais de
mãe nenhuma,
nem eu do filho que
não matei.
Pensei por nove meses vou matar, mas

não matei."

E por fim, o Lucas perdoasse a sua mãe e pedisse ao mesmo tempo perdão ??


Trechos Preferidos ?????

Eu não gostava de basquete e tive que jogar pra não tirar
zero. me acostumei a ser a última escolhida pelos times porque eu não era boa e
achava justo. começaram também a me dizer:
? você
não é bonita.
E pra Ana diziam:
? você é
bonita.
Teve uma vez que eu fiquei no espelho
olhando a minha cara e a ana na pia do lado, olhando a dela.
Eram caras muito parecidas
dois olhos no mesmo lugar, cabelo na cabeça, dentes.

[A inocência dela quando criança ???]
.

Carta era um ótimo jeito de dizer que se
amava alguém porque às vezes falando a pessoa não entende nada ou escuta
pouco pensando em
outras coisas.
? escrever é mais forte.

[Pena que a carta escrita pelo remetente, que deveria tanto ser lida, não chegou nas mãos do destinatário - tanto a carta escrita para a amiga da protagonista, quanto a carta escrita para o seu filho]

.
Vou conversar com seu pai pra gente casar. Eu não tenho dinheiro como ele
gostaria mas tenho um peito
que dentro só cabe
teu nome
e medo nenhum quando penso em você.
Se tudo der errado te proponho uma fuga
e muito amor
pro resto da vida.

[Eu amei o velho Luís ???]

.
O que a Carla estaria fazendo se ainda estivesse viva?
Talvez
fosse uma atriz
com aquelas imitações maravilhosas que ela fazia de Borboleta, estaria na capa
de uma revista, provavelmente teríamos perdido o contato também.
"Tenho amigos que não morreram, mas é como se eles tivessem morrido, ninguém se fala apesar de ser possível."
Até com meus pais eu falo cada vez menos
e nada dói no meu corpo a ponto de chamar de
saudade,
com as pessoas vivas eu me sinto mais à vontade pra esquecer.

.
O que nasceu apenas como promessa de dar almoço pro menino,
acabou virando o dia todo com ele, que
cresceu
menos no meu
braço e mais no dela (Bete).
As despesas da casa, contas de telefone, de água e de
luz me davam oi antes do meu filho me dar.

.
O dia todo pela frente, a vida é tão longa com suas horas enormes,
no cemitério uma paz
de noite incurável,
aconteça o que que acontecer um morto está morto. Não há urgência que o faça
levantar ou ser triste
tampouco alegre, é o nada absoluto que
me soa como belo.

.
As pessoas
sabem meu nome, me chamam,
então eu existo ao mesmo tempo que sou
invisível na multidão.

.
Ser avó
me deixava com uma sensação ainda maior,
ainda pior
de que a morte
estava
cada vez mais
perto, pra todo mundo,
perto,
até para os recém-nascidos, ninguém está ficando mais novo.

.
O moleque não era nem nascido e já tinha gente pensando
na sua
profissão.
O trabalho é
por tantas vezes
a maior tristeza da vida de uma pessoa e é só nisso
que certos pais pensam, no filho
crescendo e sendo alguém sendo que esse ser alguém envolve tudo menos Ser.

.
Primeiro
morreu meu pai.
Os homens morrem
10 anos antes das mulheres eu li numa revista de ciência.
Dormindo
meu pai não acordou.
Minha mãe sim e logo que abriu o olho sentiu o gelo de defunto na cama,
chamou a ambulância,
chamou a mim, chamou deus mas meu pai não voltou.
No enterro as pessoas beijavam o rosto da minha mãe sentada
na cadeira ao lado
do caixão acumulando
pêsames.
Foram tantos que
4 meses depois, minha mãe morreu também, os médicos disseram que foi do coração e
foi mesmo
muita tristeza
ficar tão sozinha.
? casais juntos há muitos anos não conseguem seguir vivendo quando a morte os
separa, ? o padre disse
fazendo o sinal da cruz no caixão da minha mãe
que foi enterrada ao lado do meu pai e muitos santos no cemitério
cuidando de tudo.
De vez em quando eu vou até eles
e levo uma flor, mas sinto que estou indo no lugar errado
sinto que os mortos não estão ali e as pessoas insistem que sim.
Eu entendo,
todo mundo se sente confuso com essa história de parar de existir.

.
Sorriso eu não sabia mais em que lugar que ele ficava no corpo.
Não dei beijo
no Vento
antes dele morrer.
Dei depois mas depois não adianta. Também de manhã antes de ir pra feira
eu não
disse nada de
tchau, ele estava dormindo tão
doce
não quis acordar e o tempo
não volta.

.
O corpo dela foi encontrado por culpa dos vizinhos
que estavam reclamando do cheiro fortíssimo da casa 462,
a polícia foi verificar.
quando recebeu a notícia da morte no
escritório, o Chefe ficou visivelmente abalado
pensava que o sumiço dela
tinha a ver com
desistir
daquele trabalho antigo
pra quem sabe tentar ser aeromoça como uma vez ela tinha dito que
queria
da vida Nunca,
da vida não tinha passado pela cabeça dele, que chorou
compulsivamente, as pessoas no escritório acharam um
exagero.
"De resto
a cidade seguiu seu curso,
nem parecia
que alguém tinha morrido, até porque todos os dias alguém morre sem ninguém saber."

???
Silvgj5 13/03/2022minha estante
Quero muito ler, mas dizem ser bem pesado


Alane.Sthefany 13/03/2022minha estante
Silvgj5,

É bom você ver os gatinhos (que não diz no livro ?), mas se você é tranquila com temas que abordam sobre abuso sexual, depressão pós-parto, maternidade, morte, rejeição ...

Pode ler, que será uma experiência Incrível e transformadora ???


Martony.Demes 14/03/2022minha estante
O livro é bem legal! Denso e reflexivo. Nao obstante, é bem sintomático com milhares de mulheres no Brasil! Adorei sua resenha!


Alane.Sthefany 14/03/2022minha estante
Martony,

Que bom que gostou ?

Eu sou bem chegada em livros dramáticos, e eu viajo bastante durante a leitura, fico criando cenários que não existem na minha cabeça, entre outras coisas. ?
Gosto demais de quando um livro consegue despertar dentro de mim, a empatia, não só por um personagem, mas por vários, e que dependendo do seu ponto de vista, você consegue mudar sua opinião e expectativa sobre o mundo ou situação vivenciada na pele de outro.


Alane.Sthefany 14/03/2022minha estante
Martony,
Muito obrigado, Deus abençoe ???


Vamlirynna 22/03/2022minha estante
Eu adoro suas resenhas ?


Alane.Sthefany 22/03/2022minha estante
Liryna,

Ahh muito obrigada, fico muito feliz e grata por isso ???




Victoria (Vic) 19/10/2020

O livro é bem escrito e passa sensações muito bem, mas minha nota foi baixa pois eu me arrependi muito de ter lido. Me senti muito mal com a leitura e extremamente triste. Estou com um nó enorme na garganta, recomendo extrema cautela pois o livro é muito pesado e é um retrato de uma depressão grave. Estou muito muito triste mesmo e deveria ter seguido minha intuição abandonando no começo. Tem livros necessários mas que, pessoalmente, me fazem muito mal. Choro muito ao pensar que essa é uma história real para tantas e tantas mulheres. Mas agradeço de certa forma algumas reflexões que tive durante a leitura.
Marcela Severo 19/10/2020minha estante
Eu tô terminando agora mesmo, e eu não podia concordar mais com tudo o q tu disse. Não vou conseguir ler mais nenhum livro triste ainda esse ano, tô destruída


Let 19/10/2020minha estante
concordo com você vic! Li esse livro em duas horas e fiquei atordoada. Dormi bem mal de noite, um livro extremamente pesado e triste.


Danielle 19/10/2020minha estante
Eu terminei o livro aos prantos mas eu gostei muito de ter lido me fez refletir muito sobre o que fazermos com nossa vida.


Ari Phanie 20/10/2020minha estante
É isso mesmo. É um dos meus livros preferidos da atualidade, mas é pesado, cheio de gatilhos. Se n me engano, coloquei isso na minha resenha. Nem todo mundo deveria ler. ?


Sofis @leiturasdasof 20/10/2020minha estante
Senti o mesmo! Dei 2.5 :(


arrobasamara 05/12/2020minha estante
Nossa Vic, EXATAMENTE, eu também tive essa intuição de abandonar mas li até o fim e me arrepedi, nunca chorei tanto em um livro. Fiquei chorando da segunda página até o final.


Arianna Machado 13/04/2022minha estante
Concordo plenamente.




annacsfraccaro 05/09/2022

A cura não existe
Quando eu peguei esse livro eu não sabia o que esperar, o que eu sabia sobre que o livro era muito bom e extremamente pesado, mas nunca me passou pela cabeça o que de fato esse livro é.
É um livro rápido de ler até, eu li em 3 dias, mas também pode ser um livro demorado de ler, porque é um livro bem sensível, brutal, viceral, que dói, que é necessário absorver tudo que está escrito.
Eu não sei como explicar a história, não sei o que falar para convencer as pessoas a lerem essa história, eu só sei que eu vou indicar pra todo mundo esse livro, porque é um livro necessário e eu preciso compartilhar a dor de ler esse livro com todo mundo.
E esse livros tem muitos gatilhos, não é recomendável para todo mundo.
Eu terminei esse livro com uma dor no coração, é triste demais, sofrido demais.
gilberto 05/09/2022minha estante
Vou salvar pra ler em um momento mais tranquilo então


annacsfraccaro 05/09/2022minha estante
Leia, você não irá se arrepender


Raquel Paixão 05/09/2022minha estante
Eu senti exatamente as mesmas emoções que vc, Anna! Também não consigo até hoje explicar a história, a forma como ela foi contada, enfim. Me impactou demais. Indico tb ?A pequena coreografia do adeus?, da mesma autora.


Kell 11/09/2022minha estante
Não foi só o chefe dela que chorou por ela. Eu, criei um rio em volta de mim. Muito triste e pesado, mas fantasticamente incrível né


annacsfraccaro 12/09/2022minha estante
Raquel, já vou adicionar na minha lista sua indicação. Quando comecei a ler esse livro eu jamais pensei que seria um livro tão pesado, fui ficando mais impactada a cada página!


annacsfraccaro 12/09/2022minha estante
Kell, de todos os finais que eu imaginei, o que aconteceu jamais passou pela minha cabeça!


Kell 12/09/2022minha estante
Real demais, na tristeza e nos detalhes




Rafaela.Oliveira 28/03/2020

Que livro maravilhoso:)
Deby 28/03/2020minha estante
Li dia desses e amei nossa


Sarah Grace 28/03/2020minha estante
Quero tantoo


Sarah Grace 28/03/2020minha estante
Tem em pdf?


Deby 28/03/2020minha estante
Eu tenho e tenho um grupo no whats de livro tbem se quiser me chama q te mando o pdf (88) 993176153


Rafaela.Oliveira 28/03/2020minha estante
Aaa gente quem não leu leia pq é demais e é uma leitura super fluida e rápida.


Deby 28/03/2020minha estante
Exactamente ?




Juliete Marçal 15/04/2020

"A cura não existe."
Esse livro é de uma força e de uma sutileza tão grande que fica até difícil falar dele. É aquele tipo de livro que te deixa sem palavras.

O primeiro ponto que chama atenção em "O Peso do Pássaro Morto", não tem como não ser diferente, é a diagramação do livro, que acompanha a prosa da autora. Basicamente, a forma acompanha o conteúdo.

Nesse livro de prosa poética nós temos uma narrativa em primeira pessoa. Uma mulher, cujo nome não sabemos, está narrando os acontecimentos da sua vida. Mais especificamente, é uma história narrada através das perdas, dores e vazios da personagem. Essas perdas, ela narra através de idades específicas, ou seja, são nove capítulos nomeados conforme a idade da protagonista: 8, 17, 18, 37... até o último capítulo: 52 anos. Cada capítulo tem uma perda, como se fossem fragmentos do diário dessa mulher de acordo com as suas idades.

"entendendo que o tempo
sempre leva
as nossas coisas preferidas no mundo
e nos esquece aqui
olhando pra vida
sem elas."

É possível perceber a diferença da narrativa que muda de acordo com a mudança das idades. Um dos meus capítulos favoritos é o primeiro, "Aos 8 anos". A autora consegue colocar tanta inocência e pureza nessa narrativa, que parece mesmo, ter vindo da cabeça de uma menina de oito anos.

"pensei que a carla voltaria quando cansasse de morrer
e imitaria as borboletas no pátio pro meu medo passar.
Fiquei esperando."

A escrita da autora é maravilhosa! Ela cria umas figuras de linguagem tão bonitas, que me tocaram profundamente, como por exemplo, os aviõezinhos de papel que deveriam levar cartas para os mortos e que insistem em cair no quintal da vizinha, e também o cachorro que se chama Vento.

Dizer sobre o que trata o livro é bem complicado, eu diria, que é um livro que fala do acúmulo do peso que segue a personagem e as lembranças tristes que foram as que mais marcaram ela, fazendo com que a mesma se transformasse no próprio peso.

Aqui nesse livro, quando a autora fala de perda, ela não deixa de falar da morte e de mostrar que a gente morre um pouquinho por dentro cada vez que uma coisa muito triste e dificil acontece na nossa vida. Ela propõe refletir sobre quantas dores emocionais fortes uma mulher consegue suportar em sua vida, os sonhos que não foram realizados, a vida que não foi vivida, o desejo de ser livre como o vento e voar como os pássaros, além de trazer uma visão diferente da maternidade que nem sempre é um mar de rosas.

"mas pra mim era tudo tão
Tarde
o tempo
escorria sem
sono das minhas
mãos."

O livro é escrito de uma forma bastante fluída. Tem muita força e sutileza nas palavras, e tem momentos em que ela é muito crua. A sutileza e a força acabam justamente nessa crueza.

É uma leitura pesada, melancólica e doída, mesmo assim, eu acho que ela manteve a poesia até o fim, mesmo que uma menina de 8 anos veja mais poesia na vida do que uma mulher de 52 que já passou por todo o sofrimento que a protagonista sofreu.

"ser adulto por vezes não deixa a beleza das coisas entrar tão facilmente,
a gente começa a
desconfiar."

Leitura super recomendada! Vale muito à pena! A cada página lida é possível sentir a sensibilidade da autora.

OBS: Sim, a resenha ficou enorme, e, ainda assim, há muito a ser dito e escrito sobre "O Peso do Pássaro Morto". ;)

^^
Bruna Varela 15/04/2020minha estante
Sua resenha ficou muito boa! Esse livro é incrível mesmo, um dos favoritos da minha vida.


Juliete Marçal 15/04/2020minha estante
Obrigada! :) Nossa, esse livro traz tantas reflexões! Foi uma leitura surpreendente e sensível! :)


Eric Luiz 15/04/2020minha estante
Um dos meus favoritos e uma das minhas melhores leituras de 2019.


Glaucia 15/04/2020minha estante
Nossa amiga já terminou,agora fiquei com mais vontade ainda de ler ele??


Juliete Marçal 15/04/2020minha estante
Eric, impossível passar por esse livro e não se identificar com as perdas da personagem, mesmo que elas sejam simbólicas na nossa vida e não diretas, de alguma forma a gente vai se relacionar. Com certeza uma das minhas leituras favoritas tbm!


Juliete Marçal 15/04/2020minha estante
Glaucia, leia! :)




Ju Ghiaroni 20/01/2022

O melhor e o pior livro que já li
"O peso do pássaro morto" é um livro que retrata a vida de uma mulher desde a sua infância, com 8 anos, até sua vida adulta, com 52 anos. Sempre me falaram muito do livro, então decidi que já estava na hora de lê-lo. Foi um dos livros mais difíceis de ser lido, não porque ele é complicado ou apresenta uma leitura confusa, mas porque é um livro sofrido, triste, pesado. A cada página, você espera que algo diferente aconteça, que a personagem principal encontre algo bom em que possa se segurar. Você torce, você sofre, você fica feliz com os pequenos detalhes retratados durante a narrativa. É um dos melhores livros que já li porque me faz refletir sobre muitas coisas da vida, sobre a bondade, sobre a inocência existente dentro de cada um, sobre a esperança e é um dos piores livros que já li porque é um livro bem sofrido, bem duro, triste, que trabalha a solidão, a maldade existente dentro das pessoas, trabalha sobre o que é a morte.
É um livro emocionante. A autora consegue prender sua atenção e se você quiser e tiver tempo, consegue ficar presa(o) lendo o dia inteiro. É um livro impecável, desde a capa até o final da narrativa. Sinceramente? Entrou pro meu top 10 de melhores livros.
Mariana 20/01/2022minha estante
É nacional?


Ju Ghiaroni 20/01/2022minha estante
@Mari é sim!


Sandra216 20/01/2022minha estante
Uau! Sua resenha me convenceu... quero ler e logo ?


Mariana Macabú 20/01/2022minha estante
Esse livro é fantástico


Ju Ghiaroni 22/01/2022minha estante
@sandra Leia! Sério, você não vai se arrepender, juro


Ju Ghiaroni 22/01/2022minha estante
@Mariana Macabú, demais!! Me surpreendi muito




Thainá @thaii.limab 03/01/2022

"é só nisso que certos pais pensam, no filho crescendo e sendo alguém sendo que esse ser alguém envolve tudo menos Ser.'

Estou arrasada :'( que livro!
Tiago Absolão. 03/01/2022minha estante
"Ser alguém": bem sucedido financeiramente/carreira.


_valeriamagno 03/01/2022minha estante
É um dos meus favoritos. Amo a prosa poética da Aline Bei e a maneira que ela dança com as palavras.


Thainá @thaii.limab 03/01/2022minha estante
Esse livro é maravilhoso!


Janaina Edwiges 03/01/2022minha estante
Um livro tão dolorido! Gosto bastante da escrita da Aline Bei!


Thainá @thaii.limab 03/01/2022minha estante
Vontade de ler tudo dela!


Beto | @beto_anderson 03/01/2022minha estante
Ótimo livro




Natália 27/09/2019

Diferente de tudo que já li
É um livro que narra a história de vida de uma mulher por meio de seus pensamentos. Não existe estrutura de parágrafos nem pontuação, mas você se acostuma a ler dessa maneira. A verdade é exposta de uma forma bem crua e sem medição de palavras.

Achei uma experiência diferente, de certo modo comovente, mas eu não o leria novamente. Senti que seu conteúdo é um pouco pesado e cansativo. Vale a experiência, mas não é lá essa coisa toda...
Gleidson 27/09/2019minha estante
Já faz tempo que tô querendo ler esse.


Natália 27/09/2019minha estante
Ele é bem diferente na estrutura. Acho que vale a experiência de leitura.


Gleidson 27/09/2019minha estante
Então vou atrás dele.


Natália 27/09/2019minha estante
Espera a Black Friday pra ele ficar baratinho, pq é bem pequenino.


Gleidson 28/09/2019minha estante
Boa ideia! Vou fazer isso mesmo.




@bibliotecadedramas 26/12/2019

Visceral e poético ao mesmo tempo
Esse livro mexeu com minhas emoções de uma forma TÃO grande que eu nem sei por onde começar essa resenha. Vou começar falando que é escrito por uma autora mulher e brasileira – Aline Bei. É um livro curtinho: 168 páginas, dá pra ler numa sentada só e peguei de graça pelo Kindle Unlimited. A leitura é sobre a vida de uma mulher, sem nome, dos 8 aos 52 anos de idade. É uma história densa, crua, mas sobretudo poética que narra sobre as perdas, tragédias, traumas, solidão e saudades da vida dessa mulher sem nome e que ao final tudo se vai com o Vento.

“… entendendo que o tempo sempre leva as nossas coisas preferidas no mundo e nos esquece aqui olhando pra mim sem elas.”

Que leitura. Há tempos que eu não chorava com um livro, muito embora sempre leio histórias bem emocionantes, mas esse especialmente é como se tivesse pego meu coração e espremido entre os dedos! Não sei como colocar em palavras de como essa obra teve um impacto tão forte sobre mim e sinceramente eu não esperava por tudo isso.

Mais que merecido por ter ganho o Prêmio de Literatura São Paulo em 2018, “O Peso do Pássaro Morto” de Aline Bei é uma leitura em prosa poética (será que posso chamar assim?) que conta sobre as dores da vida e da alma de uma mulher de uma maneira muito visceral e forte, mas ao mesmo tempo muito delicada e sensível. Eu gostaria de saber quem mais leu esse livro pra me contar as emoções que sentiram, se manifestem nos comentários caso já leram. Aos que ainda não, recomendo forte essa leitura.

site: https://shejulis.com/livro-o-peso-do-passaro-morto/
Pri 26/12/2019minha estante
Quero muito ler!
Parece ser maravilhoso!!


@bibliotecadedramas 26/12/2019minha estante
Leia, Pri! Esse livro me impactou de uma forma que eu não sei por em palavras!


SanderleyAlves 26/12/2019minha estante
É triste demais, profundo e incrível... Uma vida inteira perdida, quantas histórias dessas há por aí, em cada rua... ?


@bibliotecadedramas 27/12/2019minha estante
exato, Sander, qtas histórias semelhantes ou ainda mais tristes que essa existem aqui né?


Amanda Barboza 27/12/2019minha estante
Esse livro foi uma surpresa grata para mim, peguei ele sem nem saber muito do que se tratava, e acabei devastada pela leitura. Li em uma sentada, me emocionando e torcendo pela protagonista.




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