Liz 04/10/2011Desafio literário 2011 - Abril - Ficção científica - resenha 5“- A Galáxia está mudando – disse Harl – Precisamos acompanhar essa mudança. Seguir o mercado. O mercado está crescendo. Novas aspirações. Nova tecnologia. O futuro é...
- Não me venha falar sobre o futuro – interrompeu Ford – Conheço o futuro de trás para frente. Passei metade da minha vida lá. É igual à qualquer outro lugar. Qualquer outra época. Enfim. A mesma droga de sempre, só que com carros mais velozes e um ar mais fedorento.”
Eu, como uma grande fã de Fringe, fiquei muito feliz quando soube que haveria a introdução de mundos paralelos no último livro. Se bem que isso só deixou a história ainda mais doida e confusa do que qualquer outra coisa no (meu) universo.
Arthur e Fenchurch se separaram num acidente e então o vemos completamente perdido no tempo e entre mundos paralelos. Sem nenhuma esperança de reencontrar a namorada ou mesmo o seu próprio planeta, ele passa a vagar por aí, procurando desesperadamente por um lugar para poder chamar de lar. Enquanto isso, Ford descobre que trocaram a editora do Guia, o que mudou drasticamente sua organização e seu objetivo.
Esse livro foi muito mais engraçado que o anterior. Amei a introdução dos mundos e, principalmente, as críticas à algumas crenças humanas. As piadas sobre o cristianismo foram hilárias, acho que captaram legal o sentimento de muita gente sobre religiões e pessoas que são influenciáveis demais. Digo o mesmo sobre as menções à horóscopos.
Porém, eu não estava gostando muito do livro no começo. O primeiro capítulo foi hilário, quase me levou às lágrimas, mas depois, apesar de ter revelações importantes e ótimos comentários do Adams, a história parecia se arrastar, o que deixava a leitura desanimada e lenta. Sério, demorei quase uma semana para passar da primeira metade do livro. Mas depois tudo melhora, a história anda e fica muito mais interessante engraçada, fazendo a leitura fluir bem melhor.
Trilian finalmente teve algum papel que me chamou um pouco a atenção, mas ainda não gosto muito dela. Porém adorei a Tricia, talvez porque ela lembre demais a mim mesma. Ford finalmente teve, para mim, uma participação que realmente valeu à pena. Acho que finalmente passei a gostar de Arthur, senti até compaixão por ele. Adams sumiu com Zaphod e Fenchurch, o que é muito triste, pois eu os adorava e essa foi a última chance de vê-los de novo.
O que eu gostei realmente foi o fim do livro. Foi simplesmente perfeito, um dos melhores fechamentos de séries literárias que já vi. Não é aquele final que você arregala os olhos quando chega à última página, vai ficando óbvio à medida que ele vai se aproximando e, quando você o lê, explode em gargalhadas. É excelente, exatamente no jeitinho Douglas Adams. Por que tanta gente odeia esse final ao ponto de não considerar esse quinto livro? É com certeza um final para a série muito melhor do que o do quarto.
Achei esse final tão perfeito que não vejo como o autor pretendia escrever outro livro. Para mim, não há mais o que falar. Queria muito saber o que ele pretendia fazer, e por isso fiquei curiosa quando soube que Eoin Colfer escreveu um tipo de fanfic sobre o que aconteceu depois. Chama-se “And another thing...”. Com certeza um título perfeito. Pretendo ler assim que o preço abaixar (R$40 é um preço absurdo para um livro papaerback, por melhor que este seja).
Recomendo, óbvio, a todos que leram os outros quatro livros as série. Se você resolveu ler ou já leu e não gostou do final, por favor, me explique a razão.