Gerson 14/07/2020
Gosto muito de ler biografias em geral, sejam de artistas do cinema, escritores, políticos, celebridades em geral e mesmo pessoas não tão conhecidas.
Acredito sinceramente que todos nós, mortais comuns, podemos render uma grande e bela história.
Agora, imaginem uma mulher de família humilde, que estudou até o ensino fundamental e que enveredou pela carreira artística a partir dos 15 anos, em plenos anos 40, quando ser atriz ou cantora era algo visto com maus olhos por uma sociedade conservadora e preconceituosa e, nada obstante, se transformou na grande dama da televisão nacional com uma carreira de mais de 65 anos?
Esse foi o caso de Hebe Camargo, que apesar de não ter conseguido escapar de momentos bastante contraditórios em sua vida - quem não os têm que atire a primeira pedra - não deixa de ser uma daquelas personalidades raras que conseguem fugir do lugar-comum e ser considerada quase uma unanimidade nacional.
Confesso que eu mesmo cheguei a torcer o nariz várias vezes para a "Loira", mas ao final me deixei contagiar pela sua irreverência, espontaneidade e, sobretudo, paixão pela vida até o fim em setembro de 2012, após mais de 2 anos lutando contra o câncer.
A biografia de Artur Xexéo em minha modesta opinião é quase perfeita, faltando apenas, talvez um pouco mais de emoção, parecendo (talvez até seja essa a intenção) muito mais uma narrativa meramente jornalística, que afinal de contas não tira o brilho de um trabalho (no sentido de esforço) concluído com êxito. E é com a visão desse êxito que o resultado cumpre sua missão.