Leo Vieira 03/12/2020
Uma Estrela no Ar
Eu já era fã da Hebe desde criança. Lembro bem do seu primeiro programa no SBT e logo se tornou um hábito assistir a Hebe de noite. Ela era como se fosse uma tia avó chique da televisão. Me fazia companhia; ela sempre foi animada e engraçada.
Esta biografia muito bem construída, narra a trajetória da maior figura feminina da história da televisão brasileira. A sua popularidade ao longo das décadas, junto com a evolução da televisão e da comunicação, mostrou como a Hebe foi influenciadora e crítica de vários aspectos no desenvolvimento da comunicação do país. Ela era crítica ferrenha de questões políticas, o que acarretou em vários dissabores para ela e para as emissoras em que trabalhou. E isso desde a época da censura. Hebe era valente, afrontosa e ao mesmo tempo amável e pacificadora. Terminou a vida sem inimigos e com muitos admiradores.
A sua minissérie, estrelada brilhantemente por Andrea Beltrão aborda muita pouca coisa do que tem no livro.
Hebe era uma espécie de Batman. Tinha a sua fortaleza toda equipada com camarins, se carregava com penteados, joias e vestidos, utilizando todo o armamento televisivo e também tinha o seu "Hebemóvel", que era uma imensa Mercedes conversível que ela mesma dirigia por São Paulo.
De heroína vigilante das noites televisivas, ela foi evoluindo para uma estrela, porque brilhava cada vez mais por onde passava. Em momentos tão ruins que o país passava, ela trazia luz e alegria e mesmo após sua morte, sempre é lembrada com muita nostalgia, fazendo parte da vida de cada um de nós.