Ronan 25/11/2020
Biografia chapa branca?
Ultimamente séries televisivas nos introduzem a um determinado tema ou nos fazem relembrar de outros já nossos conhecidos, caros às nossas infâncias e adolescências. Foi assim com Hebe do canal Globoplay, me vi transportado aos 90 (quando comecei a me dar conta do que passava na TV), lembro-me vagamente do programa da Hebe nas segundas à noite, que acabava tarde e que, eventualmente, minha mãe assistia. Depois disso só me lembro de ela já bem idosa saindo do SBT e indo para a Rede TV, gravando um disco ou coisa assim, mas aí já estava ocupado trabalhando e estudando.
Fato é que a série me instigou a ler o livro, e, ao ler o livro, percebi que de certa forma a história da biografada está entrelaçada à de da TV brasileira e ao cotidiano de muitos de nós. Não sou dado a ler biografias, até onde me lembro essa foi a primeira, não sei se impressionado pela série (que é ficcional) achei a biografia “chapa branca”, o autor inclusive se diz fã e em certa medida próximo da biografada, talvez aí esteja a explicação.
É uma leitura bem prazerosa, como eu já mencionei a biografia dela esta interligada à História do Brasil, à emancipação das mulheres em nossa sociedade, à ascensão dos meios de comunicação em massa e aos diferentes momentos políticos que ela experimentou e através dos quais, entendo eu, foi se repertoriando e amadurecendo. Programas televisivos como “O mundo é das mulheres”, o formato dos primeiros anos da TV com programas ao vivo e patrocinadores que pagavam por um programa inteiro, ou o fato de que ela participou das “marchas da família com deus e pela liberdade” (que pediam o golpe militar em 1964) me surpreenderam assim como seu apoio a Maluf, não deixa de ser uma história do showbiz e da política.
Se você quer uma biografia “chapa branca”, gostosa de ler, que navega pela história da mídia brasileira através de seu biografado esta é uma boa pedida.