nina | @bookbloomari 15/08/2019meta: 14/40A primeira coisa que eu poderia dizer sobre SAN é que eu sou muito suspeita para falar algo. Sábado à Noite entrou na minha vida repentinamente e me trouxe uma das melhores coisas, amigos e o McFLY. Ao contrário de muita gente, foi através da história que eu conheci a banda, e não me arrependo em nada de fazê-lo.
Na época que eu li o nome da personagem principal era Marina, por obviamente ser uma fanfic interativa, mas mesmo lendo como Amanda foi como se eu continuasse a ser a personagem principal. Ela é uma garota mimada por todos, extremamente impulsiva, uma verdadeira adolescente. Da mesma forma que eu aos 16 anos não tinha lá meus comportamentos mais maduros, ela também não, e faz muita burrada ao longo do caminho. São adolescentes sem muito controle dos pais, o que foi posto a prova por algumas pessoas, mas eu posso garantir que existem muitos jovens reais que são e vivem da mesma forma. O personagem principal é Daniel, vulgo Danny (HIHIHI), o tão esperado par romântico de Amanda. E a medida que as coisas vão se desenrolando na história, os personagens tomam atitudes que os levam, sem dúvida alguma, ao contexto final.
Confesso que não curtia muito o grupinho de Amanda, a única que eu gostava e ainda gosto é a Anna, acho que ela combina muito mais comigo hoje do que a personagem principal em si. O Bruno, que era o Harry pra mim (e pelo visto pra Babi também, bate!) sempre foi um dos meus personagens mais queridos, ele era o melhor amigo que eu queria ter, e que anos depois tive e tenho até hoje, um cara que me apoia em todas as minhas empreitadas, mas que nunca deixa de me dizer umas verdades nas horas mais absurdas (te amo, Ed).
Deixando uma palavra de amor e carinho pra um personagem muito secundário no primeiro livro, mas que eu me apaixonei (REAL OFICIAL) completamente quando tinha 12 anos, o Kevin. Mesmo depois que é revelado o seu “segredo” – que não deveria ser segredo mas que infelizmente ainda é a realidade de muita gente e tudo por culpa de uma sociedade preconceituosa – eu continuei amando ele ainda mais.
É uma história clichê, com um amor clichê e com relações bem clichês, mas que incrivelmente não é clichê, o rumo que a autora dá era e continuou sendo condizente com as músicas do McFLY, mas com detalhes e empecilhos inesperados. Dizia antes e repito, uma história muito bem escrita e construída. Claro que foi preciso avaliar o tempo que ela foi escrita, na época as autoras e os jovens leitores, não debatiam e viam a necessidade de abordar assuntos importantes como representatividade ou machismo. Lembrando sempre que as obras representam seus contextos históricos e sociais também, com problematização ou não. Porém, nada disso atrapalhou a leitura ou o decorrer da história.
Sábado à Noite me causa muitos – repito, MUITOS – feelings. Foi impossível não lembrar de todas as emoções que senti ao ler a primeira vez, lá em 2011 mais ou menos. E eu tenho muito a agradecer a Babi por ter enchido a minha adolescência com tanto amor, me proporcionar conhecer uma das bandas que segue comigo até hoje, e me ajudar a passar por muitos problemas. Além de, confidencialmente, marcar o meu posicionamento com relação a amizades e relacionamentos amorosos.
Relendo esse livro eu pude lembrar um pouco do porque eu comecei a escrever, e de como isso me faz tão bem que eu até me esqueci do porque parei, e de como enfrentar alguns monstros que eu mesma tinha criado na minha cabeça, não que seja uma leitura que te faça repensar os rumos da política nacional, mas que te faz pensar sobre os rumos das suas relações interpessoais. Que tipo de relação você está criando com quem ama? Qual o valor da amizade? Mas, sempre reforçando o quanto o amor e o diálogo devem prevalecer.
"- Cozinha há muito tempo?
Ele apenas concordou, mentindo. Nunca tinha ido para a cozinha sozinho, porque quem cozinhava na sua casa era sua mãe, e na de Bruno, o dono da pizzaria mais próxima."
"Podemos ser muito mais do que as pessoas acham que somos, não é? Eu amo quem você é."