Queria Estar Lendo 17/04/2021
Resenha: A Batalha do Labirinto
A Batalha do Labirinto é o quarto volume da série Percy Jackson e os Olimpianos, e minha quarta releitura nessa jornada de volta com a Maratona Riordanverso. Com uma história mais madura e cheia de consequências mais drásticas, Rick Riordan entrega um penúltimo capítulo essencial para o fechamento da saga do Percy.
Esta resenha vai conter alguns spoilers do livros anteriores.
Depois de confrontar Atlas e perder amigos - para a morte e para o ressentimento - Percy está prestes a fazer um teste para entrar em uma conceituada escola particular de NY. E, claro, monstros aparecem em seu caminho, forçando-o a fugir.
De volta ao Acampamento Meio-Sangue, ele descobre que o exército inimigo, servidores de Cronos, está com um plano de invasão. E pretende usar o Labirinto de Dédalo para atacar o Acampamento, uma vez que esse Labirinto corre por todo o país numa camada subterrânea. Cabe a Annabeth, desta vez, liderar a missão para encontrar Dédalo e tentar trazê-lo para o lado dos deuses; a Percy, Tyson e Grover, acompanhá-la nos confins de corredores cheios de perigos mortíferos.
A Maldição do Titã segue meu favorito da série, mas A Batalha do Labirinto tem um que de simpatia que me faz amar quase tanto quanto o terceiro volume.
Aqui, Riordan nos traz de volta ao universo de deuses gregos e semideuses à beira de uma guerra pelo poder. As forças do titã Cronos estão cada vez maiores, seus aliados vindos de todos os lados - com deuses menores e semideuses satisfeitos curvando-se às suas promessas - e a corrida do grupo de Percy pelo Labirinto é também uma corrida contra o tempo.
Não apenas isso é uma grande preocupação, porque o Labirinto é uma infinidade de caminhos que levam a lugar nenhum ou em direção a monstros esquecidos pelos deuses, mas Percy tem que lidar com o peso das suas responsabilidades como filho de um dos Três Grandes, e a culpa pelo que aconteceu na sua última missão.
Nico Di Angelo continua desaparecido depois de perder a irmã mais velha, Bianca, e culpa Percy por esse acidente. E um filho de Hades amargurado pode ser exatamente o obstáculo no caminho de alguém tentando salvar o mundo.
Eu amo meu filho emo sofredor que precisava urgentemente de um abraço, e amo tudo que ele significa para a história, para o desenvolvimento dela e principalmente para as reviravoltas no final!
Eu gosto muito de como o tio Rick segue trabalhando as camadas dos personagens, muito fiel a tudo que já estabeleceu sobre eles. Annabeth está em uma provação, uma vez que o Labirinto foi criado por um filho de Atena - um dos seus grandes heróis - e oferece a elas desafio à sua altura. Também está em conflito porque o outro lado da guerra é liderado por Luke, um grande amigo do passado, e o preço que essa traição vai cobrar pode ser maior do que o esperado.
"- Você é filho do deus dos terremotos, rapaz. Não conhece sua própria força."
Percy segue o destrambelhado sarcástico de sempre, mas bem mais maduro de novo. Os conflitos que têm vivido cobram seu preço, e ele aprendeu muito com o passar dos anos, tornando-se um garoto mais responsável e ciente dos seus deveres com os amigos e com seu legado. Eu amo um protagonista por sua sensatez, mesmo quando ele é um Cabeça de Alga!
Ah, e aqui o tio Rick ainda dá uns empurrõezinhos no ship Percabeth com uma das cenas mais fofas da saga.
Grover e Tyson começam esse livro em conflito por suas naturezas, mas se aproximam e desenvolvem uma amizade fofa com o passar dos capítulos. Grover em sua busca pelo deus perdido Pã, e Tyson como companheiro de luta do meio-irmão Percy.
Todos eles têm momentos importantes e individuais para mostrar suas qualidades e até mesmo defeitos, e o que isso pode significar para o futuro.
Outra figura carismática e maravilhosamente bem usada por esse livro é Rachel Elizabeth, uma humana que Percy conheceu em A Maldição do Titã e que tem a capacidade de enxergar através da Névoa. Sem querer, ela se torna importante para a história, e foi a melhor adição que o Riordan fez em muito tempo. Ela é debochada, ansiosa e um amorzinho de garota.
(Fica aqui o meu "nhé" pra briguinha de ciúmes super datada entre a Annabeth e ela, bem coisa de adolescente dos anos 2000 e poucos que a ficção usava muito. Com sorte, não é tão chato, mas dá pra dar umas reviradas de olhos pelo clichê desnecessário. E datado, como eu disse).
"Algo passou voando por mim, e uma escova de cabelos de plástico azul atingiu Cronos no olho."
O Labirinto é a parte mais fascinante do livro. Eu amo, amo, amo como o tio Rick adapta tudo do mundo antigo grego para a atualidade, e a criação de Dédalo e como ela foi mudando com o passar do tempo acompanham essas ideias geniais. Encaixa muito bem no contexto, e ainda é sinistro mesmo assim.
A Batalha do Labirinto termina de um jeito inesperado, um gancho que, se me lembro bem, me encheu de AIMEUDEUS quando li pela primeira vez. É uma chance para os heróis salvarem o mundo antes que a guerra com os titãs realmente estoure, mas um risco para todos eles.
E, como bons heróis, sabemos que eles vão aceitá-lo.
Com isso, Riordan abre alas para um final eletrizante, cheio de incertezas e com uma batalha eminente à frente; como os melhores finais precisam ter.
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