vanes.rc 18/01/2024
De tirar o fôlego
Percy está de volta ao Acampamento Meio-Sangue após mais uma vez ser atacado por monstros.
A Batalha do Labirinto teve seu início com um ótimo primeiro capítulo, seguindo um parâmetro parecido com os livros anteriores. Percy, em seu primeiro dia de orientação antes da volta às aulas em uma escola nova, é atacado por líderes de torcidas persuasivas e tem uma ajuda completamente inesperada. Junto de Annabeth, ele segue para a colina e logo, de cara, percebe que algo não está certo. Todos estão tensos, como se a espera de uma coisa muito ruim acontecer, o que é totalmente compreensível, pois a velha ameaça de Cronos, o Senhor dos Titãs, continua a espreitar, se refazendo das profundezas do Tártaro, onde seus pedaços foram jogados em banimento. Dessa vez, ele tem um novo plano, esse que pode levar à destruição do lugar que Percy mais ama.
Uma nova missão se inicia, dessa vez liderada por Annabeth, que há muito tempo espera por sua vez de liderança. Será preciso saber em quem confiar e seguir seus instintos no vasto Labirinto de Dédalo. O perigo está sondando, há armadilhas por toda parte, a cada curva revela as mais aterrorizantes surpresas. O labirinto é traiçoeiro como uma zombaria, ludibria você, te engana, te enlouquece e te mata. É uma missão perigosa regada a escolhas, as quais podem te levar onde você deseja ou para uma morte certa. Percy, Annabeth, Grover e Tyson terão que ser muito corajosos para enfrentar os novos perigos nessa imensa colcha de retalhos, que está sempre se expandindo mais e mais.
Neste quarto volume dos Olimpianos, temos a introdução de novos personagens, apresentações rápidas, mas que não os deixam menos interessantes. São acréscimos necessários para o desenrolar do livro. Há novos monstros, alguns são ancestrais que estão se reagrupando para lutar ao lado de Cronos numa guerra que está cada vez mais próxima. Assim como no anterior, vemos um Percy mais maduro (um crescimento considerável e visível), seguro de suas ações (mas nem tanto), uma mente mais entendida do que acontece no mundo dos deuses, monstros e agora titãs, mas sem perder seu humor característico de ?eu penso, eu falo?. Ele também acaba descobrindo um pouco mais sobre si, da força do que significa ser filho de Poseidon, o Deus do Mar e Senhor dos Terremotos. Eu me perguntava quando isso aconteceria e finalmente veio aí.
Gostei muito da dinâmica criada nesse livro, os acontecimentos vão surgindo sem demora e a atmosfera é mais sombria e cautelosa. A trama nos deixa tensos, principalmente quando a empreitada no Labirinto tem seu início. O Rick construiu tudo muito bem, sempre escrevo nas minhas resenhas de Percy Jackson, que ele sabe como prender o leitor e mais uma vez ele conseguiu isso. Ele resgata coisas passadas e introduz na história, dando a compreensão que faltava, sabe? É como um quebra-cabeça, que conforme as peças vão sendo encaixadas, nos dá uma clareza, principalmente a respeito das profecias. Gosto disso. O modo como ele ampliou o Nico foi ótimo, tendo também um papel crucial para a finalidade de tudo e um amadurecimento mais forçado depois dos acontecimentos de A Maldição do Titã. Inclusive, temos uma noção mais perceptível de como os deuses podem ser ruins com os seus filhos.
Em A Batalha do Labirinto, por fim, é um misto de emoções de tirar o fôlego. Conforme o final vai chegando, mais apreensivos ficamos. Tem revelações (duas em específico, que me deixaram assim, estagnada), promessas, traições, um combo completo. Alguns ciclos se encerram e outros apenas têm o seu início. Foi eletrizante e dramático, com perdas que deixaram meu coração apertado. O próximo livro PROMETE e estou muito ansiosa para embarcar nesse último livro da saga dos Olimpianos.
ps: gostei muito de Calipso; a Rachel é uma personalidade e tanto, foi fundamental para a missão e seu jeito destemido me conquistou; a evolução de Grover e Tyson me encheu de orgulho.