Tamirez | @resenhandosonhos 23/08/2018A MEDIADORA: LembrançaEu li toda a série da Mediadora no ano passado, um livro atrás do outro e acabei aproveitando muito a companhia de Suzannah. É possível super se envolver com a história e com a protagonista, caminhando ao lado dela durando os seis livros. Fiquei sabendo realmente sobre esse lançamento só quando ele chegou ao Brasil e fiquei surpresa em ver que a autora tinha decidido dar mais uma capítulo à história.
Acredito que Lembrança seja um enorme presente aos fãs da série e que tenha agradado grande parte deles. Pra mim, a sensação que tive com esse livro é muito parecida com a que tive com todos os outros da série. É uma boa opção de entretenimento, é envolvente, divertido e essa é sua função. Sem grandes lições morais ou plots twists sensacionais.
Meg Cabot descobriu uma fórmula de manter o leitor preso e permanece nela. A escrita de Lembrança é simples igual aos outros seis livros anteriores e cumpre o seu papel. Suzannah, agora mais velha parece estar mais atenta e inteligente, chegando a ter até algumas cartas na manga que podem surpreender o leitor. Já o Jesse parece que perdeu um pouco o charme e encantamento pra mim nesse livro, ficando mais possessivo e chato quanto a suas decisões e interações com a Suze.
“Jesse sempre falou que meu apelido, Suze, é muito feio e diminuto para uma menina tão forte e bonita quanto eu. Com ele, sempre foi Suzannah, ou — mais tarde, quando nos conhecemos melhor — mi amada, que quer dizer meu amor ou minha querida. Ainda me arrepio quando ele fala isso, do mesmo jeito que me arrepio quando ele diz meu nome.”
O amor entre os dois personagens ainda é muito forte e não há desgaste na relação, apenas novos problemas com os quais lidar. Ambos amadureceram e estão lidando com situações diferentes. Ele precisou se adaptar a um novo tempo e ela a crescer e ter alguém do seu lado para lhe dar apoio, alguém com muitos e muitos anos a mais de vivencia do que ela.
Já o Paul está exatamente como sempre foi: prepotente e arrogante. Ele acha que Suzannah vai se dobrar a ele para salvar o Jesse e trata ela completamente como um objeto, como se ela fosse vir a se apaixonar por ele depois. Não sei bem o que eu esperava sobre esse livro, mas trazer de volta esse personagem não foi nada inovador ou surpreendente.
Achei a capa muito bonita e condizente com um dos maiores dilemas dela no livro: o casamento com Jesse que nunca chega. Porém infelizmente destoa completamente de todos os outros livros da série. Eu, particularmente, não gosto de nenhuma das capas que foram lançadas aqui no Brasil e não ficaria triste se os livros fossem relançados mantendo esse padrão de Lembrança. E esse também é o livro mais longo da série, com 400 páginas.
Apesar de ter sido uma leitura rápida e leve, pra mim faltou algo pra esse ser o livro especial que deveria ser. Não quero dar spoiler pra ninguém, mas um dos conflitos levantados no livro fica sem uma conclusão, deixando a trama mais uma vez aberta para um possível novo livro, o que nunca é bom, já que esse já seria um extra. Trazer algo pra nortear toda a trama e depois não atar todas as pontas não é algo legal e tira o propósito de tudo o que aconteceu no livro por causa disso.
Sendo assim, tive uma leitura super bacana, e adorei voltar a acompanhar a Suze em suas trapalhadas com seus fantasmas. Esse é um livro que mostra também que mesmo estando com Jesse, a protagonista consegue se virar sozinha e não fica refém do que ele pensa ou deseja que ela seja. Por mais que eu considere A Mediadora uma série puramente de entretenimento, acho que é possível extrair de seus livros sempre algo legal. Pra quem curte histórias simples de fantasia contemporânea ou gostou de Anna Vestida de Sangue, que foi um lançamento bem recente, essa série é uma boa pedida. E, é claro, tenho certeza que esse livro caiu como um belo presente no colo dos fãs.
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