Su 20/06/2018
Nêmesis é o segundo livro da Agatha que leio. O primeiro A noite das bruxas tinha como protagonista Hercule Poirot, e vou admitir que não me impressionou muito, embora tenha sido razoavelmente bom.
Miss. Jane Marple estava calmamente lendo o seu jornal da tarde, quando se dirigiu a parte dedicada aos obituários, redobrou sua atenção para averiguar se havia ali algum conhecido, pensou já ter conhecido alguém de sobrenome Rafiel, mas não se recordava quem. Ao pegar em um casaquinho infantil que estava tricotando, ela se lembrou que conheceu Mr. Rafiel em uma viagem às Antilhas.
Mr. Rafiel era um homem riquíssimo, que vivia cercado por empregados. Durante a viagem, eles acabaram se aliando para solucionar um crime. Porém, jamais voltaram a se encontrar. Ainda assim, uma semana depois de saber de sua morte, Miss. Marple recebeu uma carta de seu advogado dizendo que Mr. Rafiel havia deixado aos seus cuidados uma proposta na qual, talvez, ela se interessasse.
Ao se dirigir a firma de advocacia contratada por Mr. Rafiel, Miss. Marple foi informada de que ele tinha deixado uma quantia reservada para ela, caso ela aceitasse sua proposta. A proposta foi descrita em uma carta escrita pelo próprio Mr. Rafiel. Ele queria que ela empreendesse uma investigação relacionada a um crime. As instruções, para que ela começasse a investigar, lhe seriam passadas aos poucos.
Miss. Marple é uma senhorinha encantadora. Gostei muito mais desse livro do que do outro que tinha lido anteriormente. É incrível como, partindo absolutamente do nada, Miss. Marple consegue solucionar a investigação que Mr. Rafiel tinha lhe proposto. Não consegui suspeitar de nada e, mesmo com o crime já solucionado, tive que retornar algumas páginas para realmente entendê-lo. Porém, o mérito todo da leitura vai para Miss. Marple, ela é incrível.
“Preciso efetuar um levantamento tão lógico quanto possível desse encargo que aceitei. Minhas instruções, ou “ordens”, como dizem meus amigos da marinha, por enquanto são muito imprecisas. Praticamente inexistentes. Por isso devo me fazer uma pergunta bem clara: o que vem a ser isso? Responda! Não sei. Curioso e interessante. Que maneira mais estranha de proceder, ainda mais para um homem como Mr. Rafiel, habituado a tratar de operações comerciais e financeiras com êxito. Ele quer que eu adivinhe, que use meu instinto, que observe e obedeça as indicações que me forem dadas ou sugeridas.
Portanto: Ponto 1. Vou receber indicações – de um morto. Ponto 2. Meu problema se relaciona com justiça. Para corrigir uma injustiça ou desagravar o mal, trazendo-o à justiça. Isso está de acordo com o código Nêmesis, que me foi dado por Mr. Rafiel.”