ricardo_22 15/08/2015
Resenha para o blog Over Shock
Prometo falhar, Pedro Chagas Freitas, 1ª edição, Ribeirão Preto-SP: Novo Conceito, 2015, 400 páginas.
Prometo ser sincero e por essa promessa sou obrigado a dizer que você não é perfeito. Sim, eu sei que nada é perfeito, mas a sua imperfeição é diferente, pois você é capaz de encantar e ao mesmo tempo deixar alguém impaciente. Amor e ódio. Desejo e raiva. Um misto de emoções.
Sim, eu confesso, foi assim que aconteceu comigo. Tão logo o peguei em minhas mãos, folheei suas páginas e a leitura de alguns textos me garantiu que você seria simplesmente incrível. Isso mudou assim que me sentei pela primeira vez para lê-lo. Em pouco tempo já não o aguentava mais. Se tivesse coragem, o colocaria em um canto qualquer da estante e faria questão de me esquecer que um dia existiu. Não porque era ruim, mas por perceber que eu estava odiando te amar.
Acho que no fundo sempre soube que sou o mais perfeito exemplo de um masoquista. Sou do tipo que na tristeza coloca músicas depressivas em um loop eterno e não consegue esconder as lágrimas que ocasionalmente caem. Sou do tipo que ao ter o coração partido, como agora, pensa em mil e uma formas de implorar, de joelhos se necessário, que ela volte aos meus braços e dê uma última chance ao nosso amor, mesmo sabendo não mudará a sua decisão e que isso me fará sofrer ainda mais. Sou do tipo que chora sem vergonha — e que se foda a história de que homem não chora! Sou do tipo que adora ter suas memórias tristes relembradas pelas páginas de um livro.
Sou do tipo…
Sim, eu sou do tipo que adora ter suas tristezas reforçadas por um livro qualquer. E você, meu caro… Ah, você é do tipo que consegue reforçar essas tristezas com maestria.
Não me entenda mal, por favor, você está longe de ser um livro qualquer, palavra de leitor, mas ao mesmo tempo é o tipo de livro do qual sempre me deixei levar por suas palavras. São apenas palavras de um colega das letras, eu sei, mas são palavras verdadeiras, que refletem exatamente o que eu estou sentindo. Ou que senti ontem. Ou que ainda vou sentir amanhã.
Não sou nenhum profeta. E imagino que o gajo também não seja nenhum leitor de mentes. Porém não estranharia se me você respondesse dizendo que ele tem superpoderes. E como eu o odiaria se fosse o caso. Como diabos ele teve coragem de falar sobre os meus sentimentos sem ao menos me comunicar? Não precisaria dedicar o livro a mim, tampouco escrever meu nome nos agradecimentos, apenas seria respeitoso me comunicar que me escolheu como tema de pelo menos 75% de seus textos — ou seria mais?
Não seja idiota!, você diria. Quero apenas deixar claro que ele conquistou um leitor, eu responderia com sinceridade. Foi essa a minha promessa, se lembra?
Talvez me ache um cara estranho, e quantas vezes não disse isso sobre mim mesmo, mas preciso deixar claro que essa possível contradição se deve apenas ao Pedro Chagas Freitas. Ele é o verdadeiro culpado! Sou inocente de todas as acusações!
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