Ana 23/02/2023
Ao completar 17 anos, Tom Ryder é convocado para lutar na Primeira Guerra Mundial. Enquanto isso, três anos depois, Stanley Ryder continua esperando ansiosamente seu irmão mais velho voltar para casa, pois não aguenta mais viver sozinho com Da, seu pai. Esse sentimento pode até parecer um pouco cruel, mas a verdade é que depois da morte de sua esposa, Da se fechou totalmente para o mundo a sua volta, e isso inclui seus filhos. A família possui uma bela cadela de corrida, Rocket, que por um descuido de Stanley foge durante o cio. Apesar de voltar para casa, o "pior" já havia acontecido: Rocket tinha cruzado com vira-latas e Da deixou claro que não iria aceitar cães mestiços em casa.
Em dado momento, a mágoa de Stanley para com o pai se torna tão insuportável que ele foge de casa. Apesar de ter apenas 14 anos, consegue se alistar e vai em busca de Tom, jurando que jamais poderia perdoar seu pai pelas atitudes cruéis que havia tomado. Por ter um talento nato com os animais, Stanley acaba se tornando um ótimo adestrador de cães, que faz de tudo para honrar a sua paixão por eles e ao mesmo tempo cumprir o seu dever.
Sempre que vou ler uma história onde o foco são os animais, tenho a impressão que alguma coisa ruim vai acontecer a qualquer momento. Esse livro me quebrou porque não é apenas uma coisa ruim, mas várias situações extremamente tristes ocorrem no decorrer do livro. Eu já fazia ideia de que colocavam animais em campo, mas fiquei bem chocada ao saber que cerca de cem mil cães fora recrutados na Primeira Guerra Mundial e o pior: desses, sete mil foram mortos em batalha.
O livro é narrado em terceira pessoa e, apesar de ser ficção, consegui enxergar todos os fatos reais, todas as perdas, a dor, a situação precária dos soldados e também dos cães, tudo o que eles eram obrigados a passar. Além disso, Sam Angus conseguiu mostrar de uma forma muito bonita (e muitas vezes dolorosa) a lealdade dos cães para com os seus donos. E tem gente que ainda tem coragem de dizer que cães e gatos são irracionais, tenha dó.
Apesar de tudo ser muito bonito e tocante, não consegui me conectar cem por cento com ela, mas assumo a culpa. Procrastinei tanto para ler (por medo de ficar triste demais, eu confesso) que a história acabou perdendo o sentido para mim. Algumas tragédias acontecem, sim, mas o final me deixou muito emocionada. Soldier é o livro perfeito para todos os amantes de cachorros e aqueles que, assim como eu, acreditam que o amor desses animais podem enfrentar quaisquer obstáculos.
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