Planolândia

Planolândia Edwin A. Abbott




Resenhas - Planolândia


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Marcos606 09/02/2024

Publicado no final do século XIX, a novela usa a narrativa para satirizar a estrutura social da Grã-Bretanha vitoriana em termos de castas sociais, classes, dogmas. Alegórico, usa as dimensões como contrapontos ao paradigma bidimensional. A estrutura social confere à civilização vitoriana formas e figuras com polígonos representando os homens e linhas as mulheres. Aludindo à opressão de gênero da época, embora as mulheres estejam num paradigma bidimensional, elas são unidimensionais da mesma forma que os residentes de Linhalândia são percebidos.

As castas sociais na Planície são extremamente restritivas em termos de mobilidade social; polígonos não podem progredir para uma casta superior em uma geração. A próxima geração de um polígono atinge mais um lado e assim por diante e, portanto, o avanço social é geracional. Isto ilustra uma ideia simplificada da rigidez na progressão para classes sociais mais altas na estrutura social vitoriana. A subdivisão das castas em ordens inferiores, médias e superiores e nobres reflete a estrutura da classe trabalhadora para a burguesia, aristocratas e nobres.

Os nobres são círculos considerados a casta moralmente superior, composta por padres e ministros ordenados. Aprofundando-se, portanto, na ideia de dogmas e igrejas e no papel que eles desempenharam na criação das construções sociais da era vitoriana. Além disso, o crescente ceticismo científico que colidiu com as igrejas anglicanas à medida que os avanços científicos ocorriam. As afirmações do Quadrado sobre diferentes paradigmas e novas percepções são recebidas com dúvida e suas palavras consideradas heresia. Expressando a dificuldade de perturbar a ordem social e a dificuldade de aceitar novas descobertas e noções científicas da época e ao longo da história.
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Ricardo.Barroso 08/02/2024

Um livro escrito nos século XIX, com um tema relacionado com matemática, você esperaria que seria difícil e desinteressante, não é? Pelo contrário, Planolândia é um livro com uma linguagem de fácil acesso e a parte matemática é explicada a um nível infantil. O que brilha no livro mesmo é a sua crítica social, à organização aristocrática da sociedade inglesa vitoriana, ao papel subalterno e depreciativo dado às mulheres e às classes baixas e, principalmente, à visão limitada de mundo e à restrição ao pensamento livre. Não à toa seu protagonista habita uma realidade de visão limitada, totalmente conformado à sua condição, mas que tem um "encontro sobrenatural" que o faz enxergar além do mundo plano. O livro começa descrevendo a sociedade em que ele vive, sem muito enredo, o que pode entediar alguns, mas eu achei interessante, e passa a se tornar angustiante ao final. O texto de encerramento traça paralelos desse livro com outras obras distópicas, como 1984, que são óbvias ao ler, mas que mostram o pioneirismo, já que este foi escrito 64 anos antes! Saber que a história de vida e as opiniões pessoais do autor são bem diferentes das do senhor Quadrado também é interessante!
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Davi 11/01/2024

Muitas dimensões: geométricas, físicas e humanas.
Incrível é pouco para descrever esse título.

A sentença "um romance de muitas dimensões" realmente é válida, não por trabalhar os aspectos geométricos do espaço (ele o faz), mas por usar esse fundo como justificativa pra construir uma sociedade totalmente nova e com comportamentos críticos muito interessantes, desde o papel da mulher em sociedade até o culto a divindades, uma grande obra.

Ainda é meu segundo livro do ano, mas com certeza um candidato ao melhor, além disso, creio que valha a releitura futuramente.
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Naiane.Boaz 11/01/2024

Matemática, Literatura, Filosofia e uma critica social f$#da
Planolândia é uma história sobre seres geométricos vivendo em um mundo bidimensional. O autor retrata muito bem e com bom humor a problematização de questões históricas, sociológicas, filosóficas, educacionais, éticas e tantas outras coisas.

Em Planolândia, os níveis e status sociais dependem da quantidade e congruência de lados que se tem. Quanto mais lados possui, mais próximo de um círculo o indivíduo se parecerá. Os círculos são considerados divindades em Planolândia, portanto a perfeição buscada.

As mulheres são representadas por uma reta e, dependendo do ponto de vista, elas podem se tornar um ponto quase imperceptível. Elas também representam perigo pela sua invisibilidade tendo regras específicas e até portas separadas para entrar em qualquer ambiente.

Nosso narrador é um simpático quadrado que, ao ser transportado para o mundo da Espaçolândia, vê sua vida e convicção ruírem. As consequências da sua descoberta sobre a terceira dimensão e sua insistência em espalhar esse conhecimento adquirido tem consequências desastrosas lembrando muito o mito da caverna de Platão.

Leitura obrigatória para os amantes da área.
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Gabriel Dummer 06/01/2024

Além dos limites...
Eis uma narrativa que nos faz pensar para além do óbvio, para além de nossas próprias Dimensões. De modo simples, didático e divertido aprendemos sobre a matemática e a sociedade, sobre ciência e religião, sobre pensar ou se fechar em nossas próprias percepções. Um livro que recomendo a todos e não apenas aos admiradores da matemática, pois suas reflexões absorvem muito mais da essência humana do pensamento do que a geometria. A geometria é apenas um plano de fundo para pensarmos o espaço e o tempo de nossa existência enquanto seres conscientes.
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Freezerburn 30/10/2023

Planolândia
Planolândia começa como um grande World Build de uma sociedade, que por conta de suas limitações, é terrível de se viver. Mas seu grande atrativo não é sua crítica de uma sociedade aristocrática, e sim sobre a crítica de termos uma visão limitada. O livro é sobre não nos conformar com a nossa realidade, sempre há conhecimentos, visões, que irão expandir nosso universo (ou melhor, dimensão) e que talvez sejamos os únicos loucos que aceitará esse conhecimento. O livro é legal nessa parte, mas vale mais a pena ver ou um vídeo do youtube do Ponto em Comum ou um ep do Cosmos do Carl Sagan que relata esse trecho. ele demora demais pra chegar na parte boa (tipo metade do livro) e acaba sendo um pouco confuso no fim.
Recomendo levemente, é legal, mas nem tanto
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gabrielgueri 22/10/2023

Li há um tempo, então a memória não está fresca. Mas sei que fiquei maravilhado. Partes social e matemática, ambas muito boas. Um misto que, porque é datado da era vitoriana, deveria estar frio. Mas ainda é quente. E original. Fiquei uma cota tentando vislumbrar o que seria ver o mundo a partir de quatro dimensões.
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izzystorm 21/08/2023

Resenha #24 - 2023
Como crítica social, acredito que fez uma boa analogia mas não conseguiu leva-la até o final. Acredito que o final da história cria alegorias e metalinguagem bem complexa, contudo não trouxe um desfecho que consolida a crítica pretendida pelo autor.

Digo isso, pois o início e o meio da obra estabelecem análises interessantes e traçam paralelos não só com a Inglaterra daquele período como também com problemas sociais existentes nos dias atuais.

Fiquei decepcionado com a conclusão, apesar de ter aproveitado boa parte da leitura.
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Mariana 01/04/2023

Uma viagem entre a criatividade e a crítica social
Esse romance, cheio de sátiras sobre o período vitoriano, facilmente se aplicaria aos dias atuais.

A ignorância, a misoginia e o autoritarismo, mascarado de boas intenções, são presentes no dia de hoje de uma forma muito mais nociva, eu diria, por se fantasiarem de ?costumes e opiniões?.

Abbott foi extremamente criativo ao criar esse universo, onde aquele que escolhe a ignorância, facilmente leria o romance e se perguntaria ?que caralh* é isso que acabei de ler??.

E mais genial ainda ao demonstrar que mesmo na ?evolução?, a ignorância consciente se faz presente, unicamente para a preservação da superioridade de classe e pensamento.
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Rabelo 18/12/2022

Muitas críticas sociais fodas pra época, muito maluco, mas até que é interessante. ?????????????????????????????????????
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Pedro.SaintJust 25/08/2022

Muito além de um problema geométrico.
Uma história que inviabiliza uma leitura distraída. Há, no entanto, graus de percepção da trama. Pode-se inferir que se trata de uma exposição da limitação senso-perceptiva da dimensão que nos inserimos. Porem, como exposto no posfácio dessa edição, esse romance é uma arma crítica que, ao meu ver, se equipara à A Revolução dos Bichos em sua capacidade de metaforizar duras criticas a estratificação social e o conformismo que a acompanha. Eu definiria esse livro como excitante para mentes curiosas e aguçadas, evocando conhecimentos e percepções de diversas áreas em simultâneo. Encerro essa resenha recomendando humildemente Todo Carnaval tem Seu Fim - Los Hermanos, uma canção que trás, igualmente metaforizando, os mesmos alvos para crítica.

site: https://www.youtube.com/watch?v=GO2i5_XJ8NU&ab_channel=loshermanosVEVO
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grazisouzajb 14/08/2022

Planolândia
ESSE LIVRO É MT BOM.
O autor usa uma forma ludica para criticar a sociedade da época dele.
Ele critica q as mulheres n podiam estudar, o fanatismo religioso e varias outras coisas.
Além disso ele faz a gnt refletir a respeito da nossa realidade pois mts vezes estamos focados apenas no q nos vivemos e não percebemos as outras realidades
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Karisma 14/08/2022

Vale muito a pena a leitura.
Este livro não me foi indicado e sinceramente não me lembro como cheguei a escolhê-lo, mas que foi uma descoberta ótima isso o foi.

A planolândia, espaçolândia, linholândia e pontolândia, muitas dimensões tratadas de forma didática. Embora eu não seja uma amante da Matématica os conceitos e a ideia estão claramente trabalhadas, mas não sem diminuir sua complexidade.

Abbott brilha ao trabalhar a necessidade de trabalharmos a ciência de forma livre de preconceitos, mas consegue se superar ao evidenciar as questões sociais vividas por ele em uma sociedade limitante.

Sem querer das spoilers, digo: se chegou até aqui, leia o livro.

Att.
Kárisma
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Ana Flávia 02/08/2022

Genial, mas arrastado
O autor é muito sagaz na sua analogia, mas se estende tanto nas descrições nos capítulos iniciais que por muito pouco eu não abandonei a leitura.
Valeu a pena insistir.
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