Resenhas - As Veias Abertas da América Latina

augusto.defragacardoso 01/04/2024

A América Latina com suas veias abertas
O grande autor uruguaio Eduardo Galeano nos trouxe na década de 1970 essa história da nossa América Latina, triste história de exploração, de um povo que teima em sobreviver. Ao ler vamos percebendo a desigualdade em sua origem no nosso continente e que infelizmente, ainda hoje é saqueado. Temos algumas esperanças, pois desde que o livro foi escrito algumas mudanças tivemos, porém as forças que nos abriram as veias ainda estão por aí. Leitura de peso, mas pra quem quer conhecer a nossa história vale a pena.

NETO 07/12/2023

História do capitalismo começa nas colônias sul-americanas
Só posso comentar uma coisa: LEIA ESSE LIVRO! ELe deveria fazer parte do curriculum das escolas de toda a América Latina.

Matheus.Frazao 06/03/2024

?Nunca seremos felizes, nunca?
Desde criança eu queria entender o motivo que tornava o Brasil um país pobre. As pessoas falavam tanto sobre as riquezas naturais do país, e que se não fosse a corrupção seríamos uma potência. Agora tudo faz sentido para mim, como quando termino de montar um quebra cabeça.
O Brasil padece de um problema histórico semelhante ao de todos os países da América Latina. Nossa forma de produção, desde o inicio, foi voltada para o exterior: A cana de açúcar no Nordeste, os metais preciosos em Minas Gerais, o petróleo? O livro mostra como nossa riqueza nos tornou pobres, explorados e dependentes. Esse livro é indispensável para todo latino-americano.

Lumm 13/09/2022

é tarefa de todos os latinos lutar contra o imperialismo
Galeano é simplesmente genial, ele descreve a espoliação contínua dos países da América Latina de forma maestral, nos convidando a refletir sobre o - dito - sucesso do sistema capitalista, porque, ele funcionou, para quem o interessa, para o norte global e para a burguesia, que não se importam em destruir florestas e povos inteiros quando se trata do lucro e da exploração de tudo o que se pode ver.
Por mim todo o continente já explorado pelo monstro das experiências coloniais e imperialistas merecem um livro como este, adoraria ver um "As veias abertas da Ásia", um "As veias abertas da África".
Livro extremamente necessário.

"Não pode existir movimento revolucionário, sem teoria revolucionária."

- Lenin

Raphael.Zemolin 05/10/2020

" Os despojados, os humilhados, os amaldiçoados, eles sim tem em suas mãos a tarefa. A causa nacional latino-americana é, antes de tudo, uma causa social: para que a América Latina possa nascer de novo, será preciso derrubar seus donos, país por país. Abrem-se tempos de rebelião e de mudança. Há quem acredite que o destino descansa nos joelhos dos deuses, mas a verdade é que trabalha, como um desafio candente, sobre as consciências dos homens. " (Página 346)

Antônio 20/10/2020

A necessidade de reler As Veias Abertas da América Latina me veio no ano passado depois de inúmeras intervenções estadunidenses nos países latinoamericanos: o preocupante incentivo à "Iniciativa América Cresce", as intervenções militantes e econômicas na Venezuela durante todo o ano de 2019, o estreitamento das relações geopolíticas entre Brasil e EUA, dentre tantos outros exemplos que escancararam o interesse de Trump nos países daqui.

O livro terminou de ser escrito por Eduardo Galeano nos últimos dias de 1970. Eu o li pela primeira vez em 2015 e hoje, em 2020, a obra continua extremamente atual, como uma das grandes referências anticapitalistas dos nossos tempos. A razão disso se evidencia logo no início do livro quando o autor fala que "a história é um profeta com o olhar voltado para trás: pelo o que foi, e contra o que foi, anuncia o que será".

Recontando a história de exploração, colonização e genocídio dos nossos povos originais e das nossas terras, o livro perpassa pela febre do ouro e da prata, pelos castelos de açúcar, o investimento norte-americano nas empresas de extração do petróleo até chegar na industrialização e no crescente número de bancos estrangeiros em solo latinoamericano. Quando Eduardo Galeano escreveu o livro, a maioria dos países latinoamericanos eram atravessados por ditaduras financiadas pelos Estados Unidos.

O livro nos remonta ao passo a passo que levou ao subdesenvolvimento das nossas terras. Desenvolvimento que "não é uma etapa do desenvolvimento. É a sua consequência. O subdesenvolvimento da América Latina provém do desenvolvimento alheio e continua alimentando-o".

Alexandra.Tavares 21/10/2020

Necessário!
Excelente livro e com certeza deveria ser leitura obrigatória em algum momento da vida. Esclarece muito sobre nossa história e porque a miséria é tão presente nos países dessa região desde o nascimento destes.

romulorocha 28/03/2021

Veias abertas da América Latina - nota 9,0/10
Um livro extremamente instigante, cheio de gatilhos e realismo sobre nossa própria história.

Galeano é um daqueles autores que todo latino americano deveria ler. Ao ler suas obras, somos levados a um reencontro com nossa própria história, identidade e valores.

? Exportamos produtos ou exportamos solos e subsolos? [...] O passado é mudo? Ou continuamos sendo surdos?

amandatfaria 27/12/2022

Soy muy latina
Sinceramente, que livrão do ? #$%!& ! Estou saindo dessa leitura completamente apaixonada pela história da américa latina e com raiva de todas injustiças e agressões que sofremos ao longo dos anos. Confesso que foi uma leitura um pouco difícil pois não estou acostumada com a narrativa geopolítica presente no livro, porém isso nao impede de entender o assunto e continuar com a leitura, por mais que seja meio densa é também muito instigante e voce nao consegue parar de ler, a escrita do Galeano é incrível e todos os elementos que comportam o livro me fizeram ficar verdadeiramente apaixonada, além do que as frases são colocadas de forma perfeitamente pensadas, foi certamente o livro que mais grifei. Essa leitura acendeu em mim um fogo ingênuo por justiça e revolução.

E porque na história dos homens cada ato de destruição encontra resposta, cedo ou tarde, num ato de criação.

Jana 28/12/2020

Excelente panorama econômico e político da época, mas que permanece atual, pois continuamos sendo a fossa e o quintal dos países imperialistas. Quem diz que o livro é raso tá precisado ler mais porque muita coisa é tratada em outros livros. As pessoas querem tudo mastigado e têm preguiça de procurar outras fontes, como se o cara tivesse que falar sobre tudo em um livro só.

No fim do livro onde ele escreve 7 anos depois da edição inaugural, eu amo o item 2 dos seus comentários: "sei que pode parecer sacrílego que este manual de divulgação fale de economia política no estilo de um romance de amor ou de piratas. No entanto, repugna-me ler algumas obras valiosas de certos sociólogos [...] ou historiadores que escreve em código".

Ele critica a linguagem intelectual dita revolucionária, mas que pode esconder uma incapacidade de comunicação. É como as críticas que fazem a alguns setores da esquerda cuja linguagem é deslocada das massas.

De que adianta escrever de forma rebuscada se poucos te entendem? Essa pessoa está escrevendo apenas para sua bolha afagar seu ego gigante. Isso é puro elitismo.

Fabio 06/05/2014

As Veias que continuam abertas
Este livro vez ou outra aparecia como sugestão de leitura.
O livro é um soco na boca do estomago. Joga na cara anos e anos de exploração que resultou no subdesenvolvimento que hoje se encontra a América Latina. O que muita gente não sabe é que se não fosse à ganancia, esta seria uma das regiões mais ricas e prosperas do planeta.

Abordando desde a colonização espanhola e portuguesa passando pelas monoculturas que devastaram países inteiros como a cultura da cana, a escravidão, a corrida da Prata na Bolívia e a do Ouro no Brasil até chegar as ditaturas que tomaram esse lado do continente a partir da metade do século passado. O livro traça um panorama da triste realidade da América Latina, mostrando que evoluímos, mas continuamos a sermos explorados por outros povos.

É uma ótima fonte de pesquisa histórica, um livro que todos deveriam ler para conhecer melhor o nosso passado. Mesmo sendo um pouco tendencioso e repetitivo, com um viés politico voltado á esquerda, o livro vale a atenção do leitor, principalmente aos interessados por Historia.

Kel.T 10/12/2022

As veias abertas da América Latina: resenha
Li esse livro por conta de um trabalho que meu professor de história passou, e achei ele super exaustivo... Costumo ler livros em 2 ou 3 dias, mas são livros de fantasia, então são livros "fáceis" de ler, mas esse livro, li em 65 dias. Nunca demorei tanto para ler, não por ser um livro antigo, mas por ser repetitivo, tornando-se cansativo.
O livro em si é realmente interessante, contando sobre a economia da América Latina de antigamente. Mas há vezes em que você começa a se perguntar se já leu aquela parte, e isso deixa o livro totalmente exaustivo.

Marina 30/12/2020

Eu pensei que se tratava de um livro com reflexões sobre o cenário da América Latina, mas é um livro muito mais "histórico" que "teórico", no sentido de trazer mais fatos que ocorreram na América Latina ao longo dos séculos, do que uma reflexão propriamente dita em cima disso. Ainda assim, é uma leitura importante para entender o que ocorre e vem ocorrendo em nosso continente, e como isso influência até hoje no nosso cenário político e nas nossas culturas. Infelizmente o livro se torna um pouco maçante ao longo das páginas, principalmente porque a história vai se repetindo em todos os países, mudando apenas alguns detalhes, o que só serviu para ressaltar o quanto a gente está fodid*. Ainda assim é uma leitura que eu recomendo e que vale a pena, principalmente para quem (como eu) está ingressando agora nos debates políticos. Explica muita coisa

site: https://marina-menezes.blogspot.com/

Vanessa - @livrices 13/02/2019

Pra quem ainda insiste em pagar pau pros EUA
Considerado um clássico de história latino-americana feito por um não-historiador, As Veias deveria ser uma leitura obrigatória pra todos nós que nos dizemos politizados.
Galeano, de forma romantizada, destrincha todo o passado avassalador do povo latino. A 1a parte do livro trata do início da colonização e exploração espanhola e norte-americana, enquanto a 2a se dedica mais à consolidação capitalista e incorporação do servilismo (ou as revoluções) pelos principais países em questão: Brasil, Uruguai, Cuba, Venezuela, Chile, Colômbia, Peru, Argentina, Paraguai, Bolívia e México.

É um livro denso, que trata sobre geopolítica e economia, c/ pitadas de sociologia. Exige uma leitura atenta e anotações (pelo menos eu tive essa necessidade). Saber mais sobre o nosso passado é de expandir qualquer linha de raciocínio que você tenha. Ainda mais quando esse passado é mais presente do que nunca, como no caso de As Veias.

Galeano nos pega pela mão e mostra com detalhes e dados como a riqueza natural de países constituem a sua desgraça. Como o desprezo pela diversidade, aliado à ganância, causa a ruína de muitos e a ascensão de poucos. Como o subdesenvolvimento da América Latina não é um estágio de um futuro desenvolvimento, mas uma consequência do atual, dos países poderosos. Como as inúmeras chacinas, guerras e ditaduras estão sempre enraizadas em jogos político-econômicos e disputas por riquezas naturais, de sorte que solos férteis e climas propícios jamais terão paz na esteira do monopólio capitalista.

{Sempre que o imperialismo começa a exaltar suas próprias virtudes, convém revistar seus bolsos. P. 292}

{O desenvolvimento é um banquete de escassos convidados, embora seus resplendores enganem, e os pratos principais estão reservados às mandíbulas estrangeiras. P. 347}

Um livro para ser repensado, digerido, relido, relembrado, repassado, indicado, emprestado, compartilhado...

IG: @livrices

site: https://www.instagram.com/livrices/

Yuri Camejo 21/10/2020

Sarando as feridas do imperilismo
Eu tinha lido esse livro uns quatro anos atrás, evidentemente, não tinha maturidade para entender a análise cirúrgica que Galeano apresenta nesse livro, apesar de o livro ter envelhecido em algumas questões - pois não havia como ele prever as mudanças suis generis do inicio do século 21- suas criticas ao modo como o capitalismo moderno pautou suas bases em estruturas de dominação imperialista são vitais, uma vez que ajudam a compreender o quadro das nacionalidades abordadas na contemporaneidade. Uma sugestão interessante, é pesquisar as conjunturas latino americanas dos anos 2000 a 2008, durante a ascensão dos populismos, e posteriormente estudar as posturas desses países após a crise de 2008 até os dias de hoje, assim pode-se compreender em um âmbito geral as condições de nossos conterrâneos

site: http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/4723/1/BEPI_n2_exito.pdf ;https://www.brasildefato.com.br/2020/07/22/analise-bolivia-a-batalha-continental-a-vista