As veias abertas da América Latina

As veias abertas da América Latina Eduardo Galeano




Resenhas - As Veias Abertas da América Latina


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Matheus 19/01/2023

Foi uma boa experiência ler esse livro, principalmente nesse momento que estou tendo as cadeiras de América na faculdade. Não vou mentir que o início e o meio do livro, que focava mais no período colonial e o pós-colonial foram os meus preferidos. Principalmente o colonial, já que se falava bastante sobre os indígenas...
Mas pelo final do livro, quando começou a se tratar de assuntos mais recentes do século XX, posso dizer que perdi um pouco o interesse, e também porque achei que os argumentos estavam começando a ficar um tanto que repetitivos, mudando apenas o país e região que o autor estava analisando...
O livro também traz alguns argumentos que podemos dizer que são ultrapassados, mas mesmo assim, acredito que seja uma boa leitura.
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carliteco 02/03/2021

Mostra por A+B o porquê da América Latina ser tão atrasada, tudo na conta dos colonizadores. Gostei muito! Não tem linguagem complicada e é bom também pra quem gosta de história de revoluções e independências.
Matheus Sobral 06/03/2021minha estante
Oi amei seu review você é muito conceitual, que tal você me beijar?




Mar 12/01/2022

História da nossa pobreza
Esse é de uma importância tremenda p todo sul-americano entender um pouco sobre como tivemos nosso futuro traçado por sermos colônias de exploração para a metrópole.

É um livro q eu julgo q deveria ser obrigatório em todas as escolas no ensino médio.

Eu dei 4 estrelas pq em vários momentos o autor é tendencioso e um pouco raso no assunto. Mas eu amei muito.
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Laura 10/03/2021

Embora tenha sido escrito há 50 anos, o livro continua muito atual.













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Ana 14/03/2022

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1. Nossa comarca no mundo, que hoje chamamos América Latina, foi precoce: especializou-se em perder desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se aventuraram pelos mares e lhe cravaram os dentes na garganta. (destaque ou posição 78-80)

2. Os impostos que cobram os compradores são muito mais altos do que os valores que recebem os vendedores. (destaque ou posição 84-45)

3. Quanto mais liberdade se concede aos negócios, mais cárceres precisam ser construídos para aqueles que padecem com os negócios. (destaque ou posição 86-87)

4. Agora, para o mundo, América é tão só os Estados Unidos, e nós quando muito habitamos uma sub-América, uma América de segunda classe, de nebulosa identidade. (destaque ou posição 94-95)

5. Até meados do século passado o nível de vida dos países ricos do mundo excedia em 50 por cento o nível dos países pobres. O desenvolvimento desenvolve a desigualdade: em seu discurso na OEA em abril de 1969, Richard Nixon anunciou que ao fim do século XX a renda per capita nos Estados Unidos seria quinze vezes maior do que na América Latina. (destaque ou posição 115-118)

6. Os países opressores se tornam cada vez mais ricos em termos absolutos, pelo dinamismo da disparidade crescente. O capitalismo central pode dar-se ao luxo de criar seus próprios mitos e acreditar neles, mas mitos não se comem, bem sabem os países pobres que constituem o vasto capitalismo periférico. (destaque ou posição 119-122)

7. Josué de Castro declara: “Eu, que recebi um prêmio internacional da paz, penso que, infelizmente, não há solução além da violência para a América Latina”. (destaque ou posição 134-136)

8. A população da América Latina cresce como nenhuma outra, em meio século triplicou com sobras. A cada minuto morre uma criança de doença ou de fome, mas no ano 2000 haverá 650 milhões de latino-americanos, e a metade terá menos de 15 anos de idade: uma bomba-relógio. (destaque ou posição 148-151)

9. O sistema não previu este pequeno incômodo: o que sobra é gente. E gente se reproduz. Faz-se o amor com entusiasmo e sem precauções. Cada vez resta mais gente à beira do caminho, sem trabalho no campo, onde o latifúndio reina com suas gigantescas terras improdutivas, e sem trabalho na cidade, onde reinam as máquinas: o sistema vomita homens. (destaque ou posição 148-151)

10. [...] em abril, George W. Ball escrevia na Life: “Ao menos nas próximas décadas a insatisfação das nações mais pobres não significará uma ameaça de destruição do mundo. Por vergonhoso que seja, durante gerações o mundo tem sido dois terços pobre e um terço rico. Por injusto que seja, é limitado o poder dos países pobres”. (destaque ou posição 155-158)

11. Ball diz que a impunidade ainda é possível porque os pobres não podem desencadear a guerra mundial, mas o império se preocupa: incapaz de multiplicar os pães, faz o possível para suprimir os comensais. “Combata a pobreza, mate um mendigo”, grafitou um mestre do humor negro num muro de La Paz. (destaque ou posição 163-165)

12. Os Estados Unidos não sofrem, fronteiras adentro, o problema da explosão demográfica, mas se preocupam como ninguém em difundir e impor o planejamento familiar aos quatro pontos cardeais. Não só o governo: também Rockefeller e a Fundação Ford padecem de pesadelos por causa dos milhões de crianças que avançam, como lagostas, dos horizontes do Terceiro Mundo. (destaque ou posição 177-179)

13. [...] toda essa ofensiva universal cumpre uma função bem definida: quer justificar a desigual distribuição de renda entre países e entre classes sociais, quer convencer os pobres de que a pobreza é consequência dos filhos que não evitam e opor um dique ao avanço da fúria das massas em movimento e rebelião. (destaque ou posição 180-182)

14. Diversas missões norte-americanas esterilizaram milhares de mulheres na Amazônia, embora seja esta a zona habitável mais deserta do planeta. (destaque ou posição 184-185)

15. Na maior parte dos países latino-americanos não sobra gente: falta. O Brasil tem 38 vezes menos habitantes por quilômetro quadrado do que a Bélgica. O Paraguai, 49 vezes menos do que a Inglaterra; o Peru, 32 vezes menos do que o Japão. Haiti e El Salvador, formigueiros humanos da América Latina, têm uma densidade populacional menor do que da Itália. Os pretextos invocados ofendem a inteligência, as intenções reais incendeiam a indignação. Afinal, não menos da metade dos territórios da Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Paraguai e Venezuela não está habitada por ninguém. (destaque ou posição 185-189)

16. Há mais de um século, um chanceler da Guatemala sentenciou profeticamente: “Seria curioso que do seio dos Estados Unidos, de onde nos vem o mal, nascesse também o remédio”. Morta e enterrada a Aliança para o Progresso, o Império propõe agora, com mais pânico do que generosidade, resolver os problemas da América Latina eliminando de antemão os latino-americanos. (destaque ou posição 192-195)

17. No entanto, alguns teólogos protestaram, e a escravização dos índios foi formalmente proibida no século XVI. Na verdade, não foi proibida, foi abençoada: antes de cada ação militar, os capitães da conquista deviam ler para os índios, na presença de um tabelião, um extenso e retórico Requerimento que os exortava à conversão à santa fé católica: “Se não o fizerdes, ou se o fizerdes maliciosamente, com dilação, certifico-vos que, com a ajuda de Deus, agirei poderosamente contra vós e vos farei guerra da maneira que puder em todos os lugares, submetendo-vos ao jugo e à obediência da Igreja e de Sua Majestade, e tomarei vossas mulheres e vossos filhos e vos farei escravos e como tais sereis vendidos, dispondo de vós como Sua Majestade ordenar, e tomarei vossos bens e farei contra vós todos os males e danos que puder (...)”. (destaque ou posição 261-267)

18. Finalmente, a população das ilhas do Caribe deixou de pagar tributos, pois desapareceu: os indígenas foram completamente exterminados nas lavagens do ouro, na terrível tarefa de revolver as areias auríferas com a metade do corpo debaixo d’água, ou lavrando os campos até a exaustão, com as costas dobradas sobre pesados instrumentos de arar trazidos da Espanha. (destaque ou posição 300-302)

19. Os cavalos, como os camelos, eram originários da América[4], mas se extinguiram nestas terras. Introduzidos na Europa pelos cavaleiros árabes, tiveram no Velho Mundo imensa serventia militar e econômica. Ao reaparecerem na América, através da conquista, colaboraram para a atribuição de forças mágicas aos invasores ante os olhos atônitos dos indígenas. (destaque ou posição 375-378)

20. O antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro estima que mais de metade da população aborígine da América, Austrália e ilhas oceânicas morreu contaminada logo ao primeiro contato com os homens brancos. (destaque ou posição 391-393)

21. Para arrebatar a prata da América, marcaram encontro em Potosí os capitães e os ascetas, os toureiros e os apóstolos, os soldados e os frades. Convertidas em pinhas e lingotes, as vísceras da rica montanha alimentaram, substancialmente, o desenvolvimento da Europa. (destaque ou posição 460-462)

22. Entre 1545 e 1558, descobriram-se as férteis minas de Potosí, na atual Bolívia, e as de Zacatecas e Guanajuato no México; o processo de amálgama com mercúrio, que tornou possível a exploração de prata de menor pureza, começou a ser aplicado no mesmo período. (destaque ou posição 509-511)

23. Os espanhóis tinham a vaca, mas quem bebia o leite eram os outros. Os credores do reino, estrangeiros em sua maioria, sistematicamente esvaziavam as arcas da Casa de Contratação de Sevilha, encarregada de guardar sob três chaves, em três diferentes mãos, os tesouros da América. (destaque ou posição 527-529)

24. Nem Espanha nem Portugal receberam os benefícios do avassalador avanço do mercantilismo capitalista, embora fossem suas colônias que, em grande parte, proporcionassem o ouro e a prata para nutrir essa expansão. (destaque ou posição 665-666)

25. O valor das exportações latino-americanas de metais preciosos, durante longos períodos do século XVI, foi quatro vezes maior do que o valor das importações, compostas estas sobretudo de escravos, sal, vinho, azeite, armas, tecidos e artigos de luxo. Os recursos fluíam para que fossem acumulados pelas nações europeias emergentes. Essa era a missão fundamental que traziam os pioneiros, ainda que também aplicassem o Evangelho nos índios agonizantes quase tão frequentemente quanto o chicote. (destaque ou posição 674-677)

26. As classes dominantes não tinham o menor interesse em diversificar as economias internas nem em elevar os níveis técnicos e culturais da população: era outra sua função na engrenagem internacional para a qual atuavam, e a imensa miséria popular, tão lucrativa do ponto de vista dos interesses reinantes, impedia o desenvolvimento de um mercado interno de consumo. (destaque ou posição 694-696)

27. Interpretando a natureza das relações “metrópole-satélite” ao longo da história da América como uma cadeia de subordinações sucessivas, André Gunder Frank, em uma de suas obras[1], frisou que as regiões hoje em dia mais afetadas pelo subdesenvolvimento e pela pobreza são aquelas que, no passado, tiveram laços mais estreitos com a metrópole e desfrutaram períodos de culminância. São as regiões que foram as maiores produtoras de bens exportados para a Europa ou, posteriormente, para os Estados Unidos, e as mais caudalosas fontes de lucro: regiões abandonadas pela metrópole quando, por qualquer razão, os negócios decaíram. (destaque ou posição 741-746)

28. A prata e o ouro da América, no dizer de Engels, penetraram como um ácido corrosivo em todos os poros da moribunda sociedade feudal na Europa, e ao serviço do nascente mercantilismo capitalista os empresários mineiros converteram indígenas e escravos negros num multitudinário “proletariado externo” da economia europeia. (destaque ou posição 890-892)

29. A Coroa considerava tão necessária a exploração desumana da força de trabalho aborígine que, em 1601, Felipe III ditou regras proibindo o trabalho forçado nas minas e, ao mesmo tempo, enviou instruções secretas, ordenando que fosse continuado “se aquela medida afetasse a produção”[4]. (destaque ou posição 909-911)

30. Em três séculos, a montanha rica de Potosí apagou, segundo Josiah Conder, 8 milhões de vidas. Os índios eram arrancados das comunidades agrícolas e, com a mulher e os filhos, impelidos rumo à montanha. De cada dez que eram levados para os altos páramos gelados, sete jamais voltavam. (Destaque ou posição 916-918)

31. Os índios eram tidos como bestas de carga porque aguentavam mais peso do que o débil lombo da lhama, e de passagem se comprovava que, de fato, os índios eram bestas de carga. (Destaque ou posição 951-952)

32. No Uruguai e na Patagônia argentina, os índios foram exterminados no século passado por tropas que os buscaram e os encurralaram nos matos ou no deserto, para que não estorvassem o avanço organizado dos latifundiários de gado. (destaque ou posição 1125-1127)

33. No princípio do século, ainda sobreviviam 230 tribos no Brasil; desde então desapareceram 90, apagadas do planeta por obra e graça das armas de fogo e dos micróbios. Violência e doença, batedores da civilização: o contato com o homem branco, para o indígena, continua sendo o contato com a morte. (destaque ou posição 1142-1144)

34. Os índios morrem sem deixar rastro e as terras são vendidas em dólares aos novos interessados. (destaque ou posição 1150-1151)

35. Sabe-se que os indígenas foram metralhados desde helicópteros e pequenos aviões, que lhes foi inoculado o vírus da varíola, que foi lançado dinamite sobre suas aldeias e que lhes foram presenteados açúcar misturado com estricnina e sal com arsênico. O próprio diretor do Serviço de Proteção aos Índios, designado pela ditadura de Castelo Branco para sanear a administração, foi acusado, com provas, de cometer 42 tipos diferentes de crimes contra os índios. (destaque ou posição 1152-1155)

36. A expropriação dos indígenas – usurpação de suas terras e de sua força de trabalho – foi e é simétrica ao desprezo racial, que por sua vez se alimenta da objetiva degradação das civilizações destruídas pela conquista. (destaque ou posição 1169-1171)

37. A exploração da madeira, o pau-brasil, ocupou o primeiro período da colonização do litoral, e logo apareceram grandes plantações de cana-de-açúcar no nordeste. No entanto, diferentemente da América hispânica, o Brasil parecia vazio de ouro e prata. Os portugueses não tinham encontrado ali civilizações indígenas de alto nível de desenvolvimento e organização, somente tribos selvagens e dispersas. Os aborígines desconheciam os metais; foram os portugueses que, por sua conta, tiveram de descobrir os locais em que se depositavam os aluviões de ouro no vasto território que se abria, através da derrota e do extermínio dos indígenas, à sua faina de conquistadores. (destaque ou posição 1213-1218)

38. Sob as camadas de areia, terra ou argila, o pedregoso subsolo oferecia pepitas de ouro de fácil extração do cascalho de quartzo; os métodos de extração se tornaram mais complexos na medida em que se esgotavam os depósitos mais superficiais. Assim entrou na história, impetuosamente, a região de Minas Gerais: a maior quantidade de ouro até então descoberta no mundo foi extraída no menor espaço de tempo. (Destaque ou posição 1222-1224)

39. Ao longo do século XVIII, a produção brasileira do cobiçado mineral superou o volume total de ouro que a Espanha extraiu em suas colônias durante os dois séculos anteriores. (destaque ou posição 1233-1235)

40. Calcula-se em uns 10 milhões o total de negros escravos trazidos da África, desde a conquista do Brasil e até a abolição da escravatura: embora não se disponha de uma cifra exata para o século XVIII, é preciso levar em conta que o ciclo do ouro absorvia mão de obra escrava em enormes proporções. (destaque ou posição 1239-1241)

41. Os mineradores desprezavam o cultivo da terra, e a região padeceu epidemias de fome em plena prosperidade, entre 1700 e 1713: os milionários tiveram de comer gatos, cachorros, ratos, formigas e gaviões. (destaque ou posição 1267-1268)

42. Uma escrava mulata, Francisca da Silva, conquistou sua liberdade ao tornar-se amante do milionário João Fernandes de Oliveira, virtual soberano de Tijuco, e ela, que era feia e tinha já dois filhos, converteu-se na Xica que manda[8]. Como nunca vira o mar e queria estar perto dele, seu cavalheiro construiu para ela um grande lago artificial, no qual colocou um barco com tripulação e tudo. (destaque ou posição 1288-1292)

43. Portugal não se limitou a matar no ovo sua própria indústria: de passagem, aniquilou também os germens de qualquer tipo de desenvolvimento manufatureiro no Brasil. O reino proibiu o funcionamento de refinarias de açúcar em 1715; em 1729, criminalizou a abertura de novas vias de comunicação na região mineira; em 1785, ordenou que fossem incendiados os teares e as fiações do Brasil. (destaque ou posição 1328-1331)

44. Portugal não produzia praticamente nada, e tão fictícia era a riqueza do ouro que até os escravos negros que trabalhavam nas minas da colônia eram vestidos pelos ingleses. (destaque ou posição 1340-1342)

45. Não é nas zonas áridas e semiáridas do interior nordestino que as pessoas comem pior, como erradamente se acredita. O sertão, deserto de pedra e ralos arbustos, de escassa vegetação, padece fomes periódicas: o sol rascante da seca abate-se sobre a terra e a transforma numa paisagem lunar; obriga os homens ao êxodo e planta cruzes à beira dos caminhos. Mas é no litoral úmido que se sofre a fome endêmica. Ali onde mais opulenta é a opulência, mais indigente – terra de contradições – é a miséria: a região eleita pela natureza para produzir todos os alimentos, nega-os todos: a faixa litorânea conhecida – a ironia do vocabulário – como zona da mata, em homenagem ao passado remoto e aos míseros vestígios da florestação que sobreviveram aos séculos do açúcar. (destaque ou posição 1495-1501)

46. [...] atualmente, segundo o Escritório Internacional de Educação da UNESCO, Cuba apresenta a menor porcentagem de analfabetos e a maior porcentagem de população escolar, primária e secundária, da América Latina. No entanto, a herança maldita da ignorância não pode ser superada de um dia para outro – tampouco em doze anos. A falta de quadros técnicos capazes, a incompetência da administração, a desorganização do aparato produtivo e a temerosa resistência à imaginação criadora e à liberdade de decisão continuam interpondo obstáculos ao desenvolvimento do socialismo. (destaque ou posição 1763-1767)

47. As importações de maquinário e de instalações industriais cresceram em 40 por cento desde 1958; o excedente econômico gerado pelo açúcar é mobilizado para desenvolver as indústrias básicas e para que não restem terras ociosas nem trabalhadores condenados ao desemprego. (destaque ou posição 1834-1836)

48. [...] numa sociedade socialista, diferentemente de uma sociedade capitalista, os trabalhadores já não atuam pressionados pelo temor do desemprego ou pela cobiça. Outros motores – a solidariedade, a responsabilidade coletiva, a consciência dos deveres e direitos que levam o homem além do egoísmo – são postos em funcionamento. (destaque ou posição 1850-1852)

49. Che Guevara dizia que o subdesenvolvimento é um anão de cabeça grande e pança inchada: suas pernas fracas e seus braços curtos não se harmonizam com o resto do corpo. (destaque ou posição 1904-1906)

50. Caio Prado calcula que, até princípios do século XIX, tenham chegado ao Brasil entre 5 e 6 milhões de africanos; Cuba já era então um mercado de escravos tão grande quanto tinha sido antes todo o hemisfério ocidental. (destaque ou posição 1934-1936)

51. Por volta de 1562, o capitão John Hawkins arrebatou de contrabando 300 negros da Guiné portuguesa. A rainha Elizabeth ficou furiosa: “Esta aventura clama por vingança dos céus”, sentenciou. Mas Hawkins lhe contou que obtivera no Caribe, em troca dos escravos, um carregamento de açúcar e peles, pérolas e gengibre. Além de perdoar o pirata, a rainha tornou-se sua sócia comercial. Um século depois, o duque de York imprimia com ferro em brasa suas iniciais, DY, na nádega ou no peito dos três mil negros que anualmente sua empresa conduzia para as “ilhas do açúcar”. (destaque ou posição 1936-1940)

52. Alguns escravos se suicidavam em grupo; ludibriavam o amo “com sua greve eterna”, como diz Fernando Ortiz. Acreditavam que assim, carne e espírito, ressuscitariam na África. Os amos mutilavam os cadáveres, para que ressuscitassem castrados, mancos ou decapitados, e deste modo conseguiam que muitos renunciassem à ideia de matar-se. (destaque ou posição 2057-2073)

53. [...] os capatazes descarregavam seus látegos de couro ou cânhamo nas costas das escravas grávidas que tinham cometido faltas, mas não sem antes deitá-las de boca para baixo, com a barriga enfiada num buraco, para que não fosse danificada a “peça” nova em gestação. (destaque ou posição 2071-2073)

54. As divindades do vodu do Haiti, do bembé de Cuba e da umbanda e quimbanda do Brasil são mais ou menos as mesmas, a despeito da maior ou menor transfiguração que tenham sofrido os ritos e os deuses originais, ao se nacionalizarem em terras da América. (destaque ou posição 2081-2083)

55. Meio milhão de nordestinos emigraram para a Amazônia até o fim do século, atraídos pela ilusão da borracha. (destaque ou posição 2117-2117)

56. Alguns autores estimam que não menos de meio milhão de nordestinos sucumbiu às epidemias, ao impaludismo, à tuberculose ou ao beribéri na época do apogeu da borracha. (destaque ou posição 2158-2159)

57. Sem nenhuma reserva de vitaminas, os trabalhadores das terras secas empreendiam a longa viagem para a floresta úmida. Ali os aguardava, nos pantanosos seringais, a febre. Iam amontoados nos porões dos barcos, em tais condições que muitos sucumbiam antes de chegar; antecipavam assim seus próximos destinos. Outros, nem sequer conseguiam embarcar. Em 1878, dos 800 mil habitantes do Ceará, 120 mil seguiram rumo ao Amazonas, mas só chegou menos da metade; os restantes foram caindo, abatidos pela fome ou pelas doenças, nos caminhos do sertão ou nos subúrbios de Fortaleza. (destaque ou posição 2160-2165)

58. Não só a febre; na floresta, também aguardava um regime de trabalho muito semelhante à escravidão. O trabalho era pago em espécie – carne seca, farinha de mandioca, rapadura, aguardente – até que o seringueiro saldasse suas dívidas, milagre que só raras vezes acontecia. Havia um acordo entre empresários para não dar trabalho. (destaque ou posição 2166-2168)

59. Por volta de 1873, Henry Wickham, um inglês que possuía matas de seringueira no rio Tapajós e era conhecido por suas manias de botânico, enviou desenhos e folhas da árvore da borracha para o diretor do jardim de Kew, em Londres. (destaque ou posição 2198-2199)

60. Quarenta anos depois, os ingleses invadiam o mercado mundial com a borracha malaia. As plantações asiáticas, racionalmente organizadas a partir de brotos verdes de Kew, desbancaram sem dificuldade a produção extrativa do Brasil. (destaque ou posição 2208-2210)

61. [...] esgotados o ouro e os diamantes do Sul, o Brasil parecia ressuscitar no Norte. (destaque ou posição 2317-2317)

62. O Brasil é o maior produtor do mundo; do café, obtém cerca de metade de suas receitas oriundas de exportações. (destaque ou posição 2386-2387)

63. O café trouxe consigo a inflação para o Brasil; entre 1824 e 1854, o preço de um homem se multiplicou por dois. Nem o algodão do Norte nem o açúcar do Nordeste, esgotados já os ciclos de prosperidade, podiam pagar aqueles caros escravos. (destaque ou posição 2389-2390)

64. Atualmente, São Paulo é o estado mais desenvolvido do Brasil, é o centro industrial do país, mas em suas plantações de café ainda abundam os “moradores vassalos”, que pagam com seu trabalho e o de seus filhos o aluguel da terra. (destaque ou posição 2403-2405)

65. De modo semelhante, são empresas norte-americanas que manejam o negócio do café, e o Brasil só participa como provedor e como vítima. É o Estado brasileiro que arca com os estoques quando a superprodução obriga a acumular reservas. (destaque ou posição 2464-2466)

66. O café beneficia muito mais quem consome do que quem o produz. Nos Estados Unidos e na Europa gera rendas, empregos, e mobiliza grandes capitais; na América Latina, paga salários de fome e acentua a deformação econômica dos países postos a seu serviço. Nos Estados Unidos, o café proporciona trabalho a mais de 600 mil pessoas: os norte-americanos que distribuem e vendem o café latino-americano ganham salários infinitamente mais altos do que os brasileiros, colombianos, guatemaltecos, salvadorenhos ou haitianos que semeiam e colhem o grão nas plantações. (destaque ou posição 2474-2478)

67. [...] os Estados Unidos ocuparam o Haiti durante vinte anos, e ali, nesse país negro que tinha sido o cenário da primeira revolta vitoriosa dos escravos, introduziram a segregação racial e o regime de trabalhos forçados, mataram 1.500 operários numa só de suas operações repressivas (segundo investigação do Senado norte-americano), e quando o governo local se negou a fazer do Banco Nacional uma sucursal do National City Bank de Nova York, suspenderam o pagamento dos soldos aos presidentes e aos seus ministros, para que tornassem a andar na linha. (Destaque ou posição 2675-2679)

68. A América Latina teve em seguida suas constituições burguesas, muito envernizadas de liberalismo, mas não teve, em troca, uma burguesia criativa, no estilo europeu ou norte-americano, que assumisse como missão histórica o desenvolvimento de um capitalismo nacional pujante. (destaque ou posição 2870-2872)

69. O latifúndio integra, às vezes como Rei Sol, uma constelação de poder que, na feliz expressão de Maza Zavala, multiplica os famintos, mas não os pães[3]. Em vez de absorver mão de obra, o latifúndio a expulsa: em 40 anos, os trabalhadores latino-americanos do campo foram reduzidos em mais de 20 por cento. (destaque ou posição 3150-3152)

70. De fato, segundo o jornal Correio da Manhã, “mais de vinte missões religiosas estrangeiras, sobretudo as da igreja protestante dos Estados Unidos, estão ocupando a Amazônia nos pontos mais ricos em minerais radioativos, ouro e diamantes (...). Difundem em grande escala diversos contraceptivos, como o dispositivo intrauterino, e ensinam inglês aos índios catequizados (...). Suas áreas estão cercadas por elementos armados e nelas ninguém pode entrar”[8]. Não é demais lembrar que a Amazônia é a zona de maior extensão entre todos os desertos do planeta habitáveis pelo homem. O controle da natalidade foi posto em prática nesse grandioso espaço vazio para evitar a concorrência demográfica dos raríssimos brasileiros que, em remotos rincões da floresta ou das imensas planícies, vivem e se reproduzem. (destaque ou posição 3439-3446)

71. Às vésperas da crise de 1929, os investimentos norte-americanos no Chile ascendiam a mais de 400 milhões de dólares, quase todos destinados à exploração e ao transporte do cobre. (destaque ou posição 3609-3611)

72. Em 1952, o acordo militar assinado com os Estados Unidos proibiu o Brasil de vender matérias-primas de valor estratégico – como o ferro – para os países socialistas. Esta foi uma das causas da trágica queda do presidente Getúlio Vargas, que desobedeceu essa imposição e, em 1953 e 1954, vendeu ferro para a Polônia e a Tchecoslováquia a preços mais altos do que aquele que era pago pelos Estados Unidos. (destaque ou posição 3838-3840)

73. Nenhum outro ímã atrai tanto os capitais estrangeiros como o “ouro negro”, nem existe outra fonte tão fabulosa de lucros; o petróleo é a riqueza mais monopolizada em todo o sistema capitalista. (destaque ou posição 3931-3933)

74. O petróleo não provocou apenas golpes de estado na América Latina. Também causou uma guerra, a do Chaco (1932-35), entre os povos mais pobres da América do Sul: a “Guerra dos soldados nus”, como René Zavaleta chamou a feroz matança recíproca entre Bolívia e Paraguai. (destaque ou posição 4061-4063)

75. Da Venezuela provém quase a metade dos lucros que os capitais norte-americanos subtraem de toda a América Latina. Esse é um dos países mais ricos do planeta e também um dos mais pobres e mais violentos. Exibe a mais alta renda per capita da América Latina e possui a mais completa e ultramoderna rede de estradas; (destaque ou posição 4181-4184)

76. Na América Latina, os capitais norte-americanos se concentram mais intensamente do que nos próprios Estados Unidos; um punhado de empresas controla a imensa maioria dos investimentos. (destaque ou posição 5276-5277)

77. A embaixada norte-americana participou diretamente no golpe de Estado que derrubou o governo de João Goulart. A queda de Goulart, herdeiro de Vargas no estilo e nas intenções, assinalou a liquidação do populismo e da política de massas. (destaque ou posição 5348-5349)

78. [...] quanto menos vinculado ao modo internacional de produção pela dependência tecnológica ou financeira, maior tendência mostra o capitalista de olhar com bons olhos a reforma agrária e a elevação da capacidade de consumo das classes populares através da luta sindical. (destaque ou posição 5366-5368)

79. Na verdade, as desvalorizações só estimulam a concentração interna de capitais em benefício das classes dominantes, e propiciam a absorção das empresas nacionais por parte dos que chegam de fora com um punhado de dólares nas maletas. (destaque ou posição 5625-5627)

80. Nascido nos Estados Unidos, com sede nos Estados Unidos e a serviço dos Estados Unidos, o Fundo opera, de fato, como um inspetor internacional, e sem sua aprovação a banca norte-americana não afrouxa os cordões da bolsa; (destaque ou posição 5639-5640)

81. [...] poderia um banco latino-americano estabelecer-se em Nova York para captar a poupança nacional dos Estados Unidos? A bolha rebenta no ar: esta insólita aventura está expressamente proibida. Nos Estados Unidos, nenhum banco estrangeiro pode operar como receptor de depósitos dos cidadãos norte-americanos. Em troca, os bancos dos Estados Unidos, através das numerosas filiais, dispõem a seu arbítrio da poupança nacional latino-americana. A América Latina zela pela norte-americanização das finanças, tão ardentemente quanto os Estados Unidos. (destaque ou posição 5720-5724)

82. Os países do chamado Terceiro Mundo permutam entre si pouco mais de uma quinta parte de suas exportações, ao passo que as três quartas partes do total de suas vendas exteriores são direcionadas para os centros imperialistas de que são tributários. (destaque ou posição 6088-6090)

83. Cada vez vale menos o que a América Latina vende e, comparativamente, cada vez vale mais o que ela compra. (destaque ou posição 6106-6106)

84. As universidades latino-americanas formam, em pequena escala, matemáticos, engenheiros e programadores que, no entanto, não encontram trabalho a não ser no exílio: nós nos damos ao luxo de proporcionar aos Estados Unidos nossos melhores técnicos e os cientistas mais capazes, que emigram atraídos pelos altos salários e pelas grandes possibilidades que, no norte, abrem-se para as pesquisas. (destaque ou posição 6340-6343)
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Fabiana Vicentim 24/03/2021

A História pela ótica dos vencidos
Gostando ou não do seu conteúdo pelo seu viés ideológico, As Veias Abertas da América Latina é uma obra que marcou gerações, seja pela censura das ditaduras sul-americanas, seja pelo embasamento histórico, econômico e social que fomentou ao mostrar que a pobreza dos países abaixo da linha do Equador - e um pouco acima quando pensamos no México - nunca foi uma fatalidade, mas um projeto, visto que os países ricos assim o quiseram para serem ricos, ou seja, para que haja um país subdesenvolvido, é preciso que haja o abuso dos países desenvolvidos. E dentre as muitas histórias desde a colonização até os períodos atuais, Galeano nos conta, de modo ensaístico, mas com fatos reais e concretos, a História pela ótica dos vencidos da América Latina.
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Nancy 04/02/2023

O verdadeiro livro de cabeceira
Não vou mentir, ler "As veias abertas na América Latina" é um desafio, mesmo que Eduardo Galeano tenha feito um livro com o objetivo de que qualquer um possa lê-lo e compreendê-lo. O que torna esse livro tão desafiador é passar página por página frustrado com tudo o que aconteceu na América Latina e ver, diariamente, como nós ainda colhemos os frutos de todas as explorações e controle que o Colonialismo e, atualmente, Imperialismo causaram em nossas terras. Viver na América Latina e ler "As veias" é compreender como nós vivemos em ciclos repetitivos de dominação por países que se aproveitam do capitalismo e como há pessoas que, em razão desse sistema, fazem de tudo para ter o mínimo para sobrevivência, para lucrarem. Uma prova dessa história repetitiva é que Galeano finalizou esse livro no início da década de 70 e, ainda assim, continua atual.

Ser latino vai além de suas barreiras geográficas: significa carregar diariamente a frustração de saber que a realidade em que vivemos hoje não é um resultado de nossos antepassados, mas sim de outras pessoas que tinham o lucro como único objetivo - é ver o ladrão, explorador se vangloriando de estar em primeiro lugar, quando, na realidade, ele só está lá, pois roubou (e continua fazendo!) tudo o que estava disponível em nossas terras.

Ter um pensamento decolonial é necessário e urgente para as comunidades latino-americanas.
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leuu_lima 29/03/2021

Quanto sangue nós latinos ainda temos pra sangrar?
Quando fiz um mochilão pela Patagônia, 3 anos atrás, vi um grafite na parede de uma agência bancária em Bariloche que dizia o seguinte: 'el mercado es más libre que vos'. Aquela frase ficou grudada na minha mente por todo esse tempo junto com uma pergunta: por quê? Bom, eu achei uma possível resposta neste livro.

Em As Veias Abertas da América Latina está o nosso passado - o antigo e o atual. É um excelente começo para debruçarmos nas relações imperialistas que nos afogam. É claro que com o tempo foram aparecendo novas e muitas variantes dentro da discussão e a coisa se mostrou mais e mais complexa internamente, com conflitos de poder que iam muito além de uma influência imperialista direta. Mas o livro é extremamente importante, principalmente por trazer dados da história recente do nosso continente e tentar sanar esse vácuo de acesso ao conhecimento histórico, social e econômico que por muito tempo nos foi imposto. A América Latina sangra há mais de 5 séculos, isso é um fato. O que ainda está em aberto é o por quanto tempo mais.
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Caroline 11/04/2021

Achei a leitura demorada e cansativa, mas isso não o torna um livro ruim. Cada capítulo carrega uma densidade de informação que o torna difícil de se ler por várias horas incansáveis por dia, talvez exatamente por exigir uma boa digestão de tudo que é exposto.

Ele é bem expositivo em seu conteúdo e vai nos guiando por uma looonga trajetória da história da América do Sul e latina. Confesso que muitas vezes termina os capítulos numa tristeza e numa raiva que todo latino americano deveria sentir por todas as perdas e sofrimentos que os nativos e novos nativos dessa terra sofreram em sua história e aí da sofrem. É um bom livro para uma visão geral pra vários acontecimentos que nos tornam o que somos hoje.
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Math 21/04/2023

Veias abertas da América Latina
Como o próprio livro se intitula: um livro infelizmente atual. É incrível em todos os aspectos, todos os latino americanos deveriam ler e mudar sua visão de enxergar o próprio passado. Uma leitura simples, que vai te ensinar e te mostrar como tudo ocorreu.
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hegui 14/07/2021

Maniqueísta
Imperialismo ianque malvadão. Esse é o resumo do livro. Eu li na adolescência e me tornei um anti-americano ferrenho depois da leitura. Possui muitas abordagens interessantes em relação às mazelas latino-americanas e takes um pouco forçados quanto ao imperialismo. Muitas informações valiosas. Se você for de direita, vai querer vomitar lendo isso. Aos amigos de esquerda, foi uma leitura agradável, mas não muito atual. O próprio autor diz que não concorda mais com o que escreveu na época.
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Ivan 20/07/2021

Tragédias
Livro descreve as muitas tragédias que a América Latina sofreu através dos tempos, muitas das coisas vistas pela ótica de esquerda, culpando os colonizadores e retirando toda a culpa dos colonizados, e isso nem sempre é assim, pois a corrupção ainda é o maior vilão que temos que enfrentar, independente do lado.
soso 22/07/2021minha estante
meu deus você claramente não entendeu NADA do livro




Tiarajú 02/08/2021

Livro necessário
Mais do que um clássico, As Veias Abertas... é um livro necessário para entender o mundo de hoje. Galeano apresenta a rapinagem que foi feita nos recursos naturais na América Latina desde 1500, e que no lugar deixou apenas miséria. Muito do que ocorreu aqui ocorre também em outras partes do mundo. Uma ressalva é que o livro foi escrito há mais de 50 anos, então muita coisa mudou nesse período, o que torna bem desatualizados os capítulos finais.
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Lara Luiza 12/08/2021

Ótimo pra quem quer iniciar os estudos sobre a LATAM
Esse livro mudou minha vida. É extremamente rico de informações e fontes e é importante lembrar que foi escrito antes dos anos 80, onde as coisas na América estavam diferentes (bom, depois de ler você se pergunta "será?"). Não é um livro de historinha pra se divertir, é um livro pra se pensar, refletir e estudar. Ele cumpre muito bem esse papel e nos coloca no lugar de latino-americanos e nosso papel e identidade perante o mundo, principalmente nós mesmos. Galeano ao longo de sua vida fez declarações sobre partes do livro que mudaria, já que era bem jovem quando escreveu, acho bem válido completar as informações e conhecer mais os pontos do autor. De qualquer forma, após conhecer Galeano, não perca a chance de ler Losurdo, não haverá arrependimentos.
"Soy América Latina, um pueblo sin piernas pero que camina"
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