A Liga dos Artesãos: Tales I

A Liga dos Artesãos: Tales I Neil Gaiman
Lauro Kociuba




Resenhas - A Liga dos Artesãos


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Paulo 11/06/2017

Antes de iniciar a resenha queria parabenizar a iniciativa e a garra do autor. Publicar de forma independente no Brasil não é tarefa para qualquer um. Se vocês gostarem da resenha, recomendo fortemente a compra do livro. Este volume eu acredito que o livro física talvez vocês não consigam (consultem o Lauro Kociuba no Facebook que eu tenho certeza que ele vai respondê-los), mas tanto este livro como Estações de Caça, o leitor pode encontrar na loja da Amazon para Kindle.

Tales é filho de um elfo e de uma humana, ou seja, um Encantado. O livro começa com Tales sendo entregue pelos pais aos cuidados de Aer'vedi, um dos anciãos do Conselho Élfico. Após muitos anos de treinamento, Tales se vê envolvido na eterna guerra com os orcs e seus aliados. Com a ajuda dos anões que vivem no subterrâneo de Curitiba, Tales precisa deter os planos para ressuscitar uma poderosa arma. Mas, parece que existem aliados que não concordam com o lugar dos alvores (os seres mágicos) no mundo.

A ambientação da série Alvores é muito boa. Lauro pega vários elementos dos livros de Tolkien e lhes dá personalidade própria. É quase como se ele quisesse quebrar paradigmas: os anões estão no subsolo porque é mais fácil para se esconder; os elfos acham o arco e flecha apenas uma arma mais eficiente. Ou seja, justificativas simples para algumas ideias pré-concebidas das velhas raças de Tolkien.

Só acho que o autor não precisava necessariamente usar elfos, anões e orcs. A maneira como ele se apropriou e deu personalidade própria a estas raças ficou muito interessante, mas ele poderia ter criado algo inteiramente novo, algo só dele. Entendi a intenção do autor de fazer uma desconstrução do conceito de elfos, anões e orcs, mas criar algo só seu daria um outro potencial para história. Seria um nível inteiramente novo de criação. Não posso nem dizer que isso é um ponto negativo, é muito mais uma ideia e uma reflexão.

Ao longo deste primeiro livro ficamos sabendo de toda a mitologia dos alvores e como eles se encaixam em nosso mundo. Foi criado um paralelo muito bom entre a história destes seres estranhos e a dos humanos. As histórias se intercalam de maneira harmônica criando um sentimento de naturalidade ao que está sendo dito. Só experimentei este sentimento de harmonia entre ficção e realidade em The Lives of Tao de Wesley Chu além de A Liga dos Artesãos. E, para mim, que trabalha com a disciplina História, é refrescante ver essa brincadeira com o real e o fictício. Porém, eu achei que o autor se deteve muito nos aspectos mitológicos da série. Mais da metade do livro é explicativo, apresentando tudo sobre o mundo, as raças e as interações entre elas. Alguns autores chamam esta prática de data dumping. O autor fornece as informações sobre o funcionamento do mundo e a própria "física" (magia, tecnologia, alienígenas) através de diálogos expositivos ou de um narrador que expõe estas informações progressivamente. Quando a ação de A Liga dos Artesãos começa a engrenar, a história termina. Este foi o meu sentimento ao ler a última página: "por que acabou??? Eu queria mais."

Os personagens são bem delineados, mas o espaço do livro acaba sendo pequeno para desenvolver todos por igual. Um aviso: cuidado porque neste livro Tales acaba não sendo o protagonista. O personagem funciona como uma espécie de guia pelo mundo dos alvores. Através de seus olhos conhecemos as histórias e as lendas do mundo. Acho até que Tales é um dos personagens menos desenvolvidos em A Liga dos Artesãos. A história gira em torno de Bro-Thum e Bro-Muir, os irmãos anões que ajudam Tales no início. Os personagens apresentam posicionamentos diferentes sobre a postura dos alvores em relações aos homens: um deles deseja se revelar ao mundo e mostrar que existe muito mais escondido nos subterrâneos e lugares místicos; já o outro deseja apenas a manutenção do equilíbrio, pois a revelação acarretaria muitos problemas.

Através da prosa do autor pude conhecer a cidade de Curitiba e alguns de seus pontos principais. Novamente é extremamente positivo o fato de a ambientação ser calcada em parte por elementos reais e o próprio autor conhecer a região onde se situa a história. Favorece um realismo único capaz de ancorar a imaginação do leitor em algum suporte verossímil. Faz até com que a história pareça realmente estar acontecendo neste instante.

A ação final parece ter sido meio corrida. Apesar de ter aquele aspecto épico, correspondendo ao clímax da história, senti que faltava algo. No entanto, a história se fecha deixando situações a serem resolvidas em outras histórias. No geral, o livro é bom, tendo me deixado ansioso por uma sequência. Entretanto, algum problema aqui e ali comprometem um desfrute total da história. Existe muito espaço para melhorias, e o autor mostra isto em Estações de Caça, e penso que Lauro ainda tem muitas cartas guardadas na manga.

site: www.ficcoeshumanas.com
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Lígia Colares 30/01/2017

Resenha de A liga dos artesãos (vol 1)
Eu conheci Alvores pelo facebook, em uma divulgação para arrecadar dinheiro pelo Catarse. Achei a ideia interessante, fiquei curiosa também pelo método do Catarse, e achei que seria uma boa forma de conhecer as duas propostas. Por conta disso, consegui a regalia de obter o .pdf para resenha aqui no blog! =D

Tales é um encantado (filho de um elfo com um humano), e desde pequeno já entende a dificuldade de seu povo em viver entre humanos, por isso quando seus pais pedem para ele morar em Curitiba com um conhecido que pode treiná-lo, ele aceita sem reclamar. E assim conhecemos um Tales mais velho, bem treinado, em uma missão de vigília. Missão essa que se demonstrou mais importante do que imaginada de início! Por causa dela que Tales descobre sobre a cidade dos anões, e muito mais informações sobre a grande guerra contra os ogros…

É um prazer ter contato novamente com elfos, orcs, etc, e Lauro conseguiu aproveitar muito bem a cultura dessas criaturas e incluí-los no nosso dia a dia, adaptando-os para um mundo mais moderno. Ele utiliza nossa história para explicar como eles chegaram no Brasil, e da própria história e símbolos de Curitiba para introduzir as cidades e os esconderijos. E quando você menos espera, até nossas grandes guerras tiveram envolvimento direto deles! Fica tudo tão bem construído que ocorre aquela dúvida: ‘será?’! Haha! O projeto é bem complexo e completo, mas ele escreve com habilidade para não confundir o leitor.

Não quero falar muito para não dar spoiler. Como o livro já começa em ação, todas as informações são dadas aos poucos, e qualquer detalhe que eu conte pode diminuir o encanto da leitura… Mas com certeza ela é indicada para quem gosta dessas criaturas fantásticas, para quem gosta de uma história interessante bem situada em cidade brasileira, e também para os moradores de Curitiba, só para que depois me digam se já viram alguns anões motoqueiros pelas praças! Hahaha!

Esse é o primeiro livro da série Alvores, e só na blackfriday que ele está gratuito na amazon. O livro está em processo final de produção, com a promessa de Lauro de imagens incríveis, e muito capricho! Espero só que o sucesso seja tanto que o segundo livro seja lançado rapidamente! =D
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Gnomot13 02/08/2016

Um ótima tentativa
O autor tem o coração no lugar certo e a pena bem afiada, mas ainda falta um pouco de experiência para apresentar detalhes e meandros de forma mais sutil, e ousadia para sair da base e transformar a obra em algo completamente seu.

O livro tem estrutura e a atualização dessas criaturas fantásticas possui uma lógica suprema. Se baseia nas grandes literaturas fantásticas e faz isso bem, espero ansioso para as próximas aventuras com uma personalização maior!
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Valter.Cardoso 01/06/2016

Alvores em Curitiba Fantástica
Criatividade e ousadia trazem elfos, anões e orcs para convívio moderno em metrópole atual. Seres fantásticos, elementos steampunks e batalhas ocorrem sem a percepção da população.
A ideia foi muito interessante e bem trabalhada, principalmente quando combina a história e locais de Curitiba com a fantasia urbana imaginada por Kociuba.
A produção independente através de financiamento coletivo teve um grande alcance pelos esforços do autor, permitindo uma bela e limpa capa para obra. As ilustrações junto com as descrições demasiadas quebravam um pouco o ritmo da leitura, quando tentava-se comparar detalhes entre ambas. A falta de uma Editora foi percebida em alguns erros, incluindo um parágrafo repetido.
Os flashbacks, assim como os “lugares comuns” na participação dos personagens principais, talvez possam ser evitados na sequência da saga, sem sair das situações clichês que tanto agradam os fãs do gênero fantástico.
A narrativa corre bem, permitindo a imersão na história, dificultando as vezes perceber as várias referências à cultura pop escondidas na trama.
O personagem do Bardo foi o que mais gostei e acredito que merece um romance só dele para aproveitar melhor seu background e possibilidades.
Alvores – A Liga dos Artesões, primeiro livro de Lauro Kociuba, é uma leitura bem recomendada e acredito que este autor tem muito mais para mostrar com o passar do tempo.
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Guile 28/02/2016

Sensasional
Não tive como não me apaixonar pela história e pelo livro. Muito bem ambientado em Curitiba e muito bem fundamentado em fatos e histórias da região, fez com que eu ficasse cada vez mais interessado pelos Alvores e ansioso pelas próximas edições (yn). Humildemente agradeço ao Lauro por proporcionar esse mundo de fantasia tão próximo de nós o/
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Camila 11/02/2016

Fantástico!
[Resenha completa no blog The Nerd Bubble]

O livro começa com um rápido prólogo que explica em linhas gerais o que são os Alvores (seres “místicos” como elfos, anões e orcs) e Encantados (descendentes de elfos com humanos), além de mostrar um pouco sobre terreno sobre o qual o livro se desenvolve: os Alvores estão enfraquecidos, principalmente em números e depois da Grande Guerra, a qual aconteceu em paralelo com as duas Grande Guerras Mundiais humanas e decidiu o rumo de todos. Neste mesmo prólogo, os elfos tomaram a decisão de sair em busca de outros elfos e encantados pelo mundo; Aer’delo, um dos três elfos presentes no encontro, foi designado para as Américas e foi escolhido pelos pais de Tales (nosso protagonista) para dar-lhe treinamento Alvor.

É assim que, quatro anos depois, Tales se encontra em vigília no alto de uma igreja em Curitiba, seguindo as ordens de seu tutor. Apesar das ordens de apenas observar, ele acaba sendo forçado a usar seu arco para atacar o mestiço (descendente de orcs e humanos) que o percebeu ali, vigiando. Apesar de acertar seu alvo, Tales também é atacado e é aí que entram em cena os irmãos anões, Bro-Muir e Bro-Thum, que conseguem capturar Shkrenee, general da principal organização dos orcs e mestiços – a Mão Negra –, e levam tanto o mestiço quando Tales para Khur, a cidade dos anões no subterrâneo de Curitiba. Daí por diante, Tales se vê metido numa elaborada trama cheia de história (tanto Alvor quando humana) e traições, e a busca por um artefato decisivo para a luta entre orcs e mestiços versus elfos, encantados e anões.

Tales e Aer’delo são personagens interessantes e obviamente importantes, mas são os anões que tomam a cena (não digo que “roubam” porque acho que a intenção é que eles sejam legais mesmo). Os irmãos Bro e a família real são personagens maravilhosos, fortes e profundos o suficiente para criar uma certa conexão com eles. Bro-Thuim, o anão que acabamos conhecendo melhor, é o meu favorito tanto por sua personalidade quanto por sua família linda (sim, me apaixonei pela filhinha dele). Outro personagem que me chamou atenção foi o bardo humano Marcel, pupilo da elfa Aye’lena, que tem uma participação curta, mas bem marcante e um interlúdio só pra ele.

Por falar em interlúdio, esse é um recurso que Lauro usa com frequência para explicar fatos anteriores à história, mas com relevância para ela. Vi algumas resenhas criticando os flashbacks, mas eu, particularmente, gosto desse artifício. Neles, conhecemos melhor o relacionamento entre os irmãos Bro, mais detalhes sobre a Guerra, o passado de Marcel antes de conhecer sua bela mentora. Além disso, a escrita é sempre em terceira pessoa, tanto nos interlúdios quanto no restante do livro, e a escrita é agradável. As descrições são sempre ricas, especialmente para mostrar-nos as belezas de Khur, e as explicações não são forçadas, mas estão sempre ali para nos guiar pelo mundo, história e mitologia do mundo criado por Lauro.

O melhor de A Liga dos Artesãos é, no entanto, o realismo. O cuidado do autor em fazer tudo parecer real é incrível. A história da cidade de Khur sob a atual Curitiba é sensacional – tendo até uma explicação própria para o nome da capital paranaense –, assim como a ideia da Grande Guerra dos Alvores ocorrendo paralelamente às Grandes Guerras humanas. Os anões dirigindo Harley Davidson e usando casacos de couro pode parecer simples, mas dá ao livro um ar moderno e crível, assim como toda a tecnologia a vapor em oposição à humana (que não se dá muito bem com os Alvores). E, claro, o fato de usar locais da própria Curitiba nas cenas do livro, como o Passeio Público e a Praça Tiradentes, também dá um toque extra de realismo.

Outro detalhe é que o livro está cheio de referências à Literatura Fantástica, já que Tales (e Lauro) é fã do gênero. Já descobri que não achei todas, logo vou ter que ler de novo pra destacar as referências – com um post-it, porque eu não sou doida de riscar no livro (nada contra quem o faz, desde que não seja nos meus...).
Isso me lembra de falar sobre o visual do livro, que é incrível! A capa, para começar, é simples mas linda, imitando couro (com desgastes e tudo) e o símbolo da família real – os Bur – em relevo dourado. Dentro, o livro também conta com um punhado de ilustrações de Ericke Miranda, o que eu acho fenomenal.

Enfim, minha sugestão é óbvia: leia A Liga dos Artesãos e tudo mais que Lauro escrever. Qualquer fã de fantasia vai se apaixonar pela história tanto quanto eu me apaixonei.

site: http://mynerdbubble.blogspot.com.br/2015/08/review-liga-dos-artesaos.html
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Vilson 25/01/2016

Autor com tarimba, só queria mais ginga
Machado de Assis observou certa vez que “o escritor pode ser homem do seu tempo e do seu país ainda que trate de assuntos remotos no tempo e no espaço”. Quando penso nisso e leio o livro de Lauro Kociuba, A Liga dos Artesãos: Tales I, sinto meu cérebro ser substituído pela tela azul de erro do Windows.

Digo isso, porque o autor conseguiu aqui entrelaçar - em uma trama bem fechadinha, diga-se de passagem - o cénario local do presente e o passado da literatura fantástica.

"Liga" se passa no Brasil, em Curitiba especificamente, o que é algo no mínimo interessante para um leitor paranaense como eu. Na Curitiba de Kociuba, no entanto, há espaço para anões, elfos e orcs. Suas descrições me lembram as de Eragon, de Christopher Paolini, o que quer dizer que suas criaturas mágicas são versões 2.0 das que Tolkien apresentou em O Hobbit e Senhor dos Anéis: anões ainda são artífices extraordinários e elfos continuam sendo os chatolinos brilhosos e almofadinhas que eu nunca apreciei muito - só que mais.

Deve-se ressaltar, contudo, que Kociuba consegue fazer algo muito mais interessante que aquilo que Paolini fez, simplesmente porque, embora ele nos dê os mesmos tropos, não o faz nos mesmos cenários - ele os arrasta para a selva de pedra contemporânea.

Assim, anões usam revólveres, os quais são municiados com balas feitas artesanalmente, mas com matérias-primas pós-industriais. O arco élfico aqui apresentado, não é feito de madeira dourada de uma árvore sagrada e fios de cabelo de uma rainha; em vez disso, tem a estrutura de um arco composto, do tipo que poderia ser usado numa competição olímpica atual.

Nestes momentos, a narrativa de Kociuba me lembra um autor pelo qual tenho muito mais carinho e admiração que Paolini: Eoin Colfer, autor dos livros protagonizados por Artemis Fowl - na humilde opinião deste resenhista, alguns dos melhores livros de fantasia juvenil que já li, par a par com a série Harry Potter e decididamente superior a qualquer outro de seus contemporâneos.

O que Kociuba e Colfer têm em comum? Ambos lidam bem com este que poderia ser um abismo irreconciliável: Fadas X Mundo Moderno. Afinal, há necessidade para magia em um mundo pós-industrial? Há espaço?

Certamente, mas apenas quando são combinados de forma inteligente, e é este o caso. Confesso que Tales I não é exatamente meu copo de chá em certo sentido: ainda que eu ame Tolkien, tenho inúmeras ressalvas com autores "tolkenianos". Creio que há um limite para o número de vezes que se pode escrever livros com elfos angelicais e anões que parecem vikings estereotipados (ainda que com metade da altura) sem que isso comece a se tornar maçante.

Voltando a Colfer e Rowling, admiro, por exemplo, que seus elfos, fadas e demais criaturas se apartem completamente dos tropos tolkenianos. Neste ponto, gostaria de mais variedade e sabor em Tales. É um arroz com feijão feito com muito talento, dedicação e, acima de tudo, uma fineza técnica que eu gostaria de possuir; mas ainda sinto falta de uma saladinha e um bife para acompanhar.

Não me entendam mal, o livro atende cada um dos objetivos aos quais se propõe. Eu que queria pimenta e mostarda no meu arroz, então não sou exatamente o que o Umberto Eco compreenderia como um leitor ideal.

Aliás, voltando à questão da fineza técnica, Kociuba é irrepreensível. Estou para ver um autor nacional com frases tão bem construídas e parágrafos tão bem tramados, mesmo quando escreve sobre temas e personagens externos ao seu universo. É um autor que faz o dever de casa: pesquisa, consulta pessoas que possam dar algum auxílio, monta os ossinhos e costura neles os músculos, a pele e os cabelos, um a um. Com um pouco mais de variedade temática, algo que flui para dentro da obra com o passar do tempo, sei que Lauro Kociuba ainda dará o que falar.
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Alexia Bittencourt 16/12/2015

Anões motoqueiros muito badass
A Liga dos Artesãos é uma história que se passa em Curitiba e no seu subsolo, mas uma Curitiba cheia de elfos, anões, trolls, encantados (filhos de elfos e humanos) e mestiços (filhos de orcs e humanos).
Tales é um encantado de 15 anos, que foi deixado na tutela de Aer'delo, como é costume dos elfos, e depois de 4 anos de treino recebe sua primeira missão, vigiar uma atividade suspeita dos mestiços no Largo da Ordem, mas a missão não ocorre como o esperado, quem estava no local não era um simples mestiço, mas Shkrenee, um dos dedos da mão negra, organização suprema dos mestiços.

A Liga dos Artesãos foi o primeiro livro fantástico nacional que eu li e o livro que fez eu me apaixonar pelos nacionais (fantásticos). Pra começar, ele se passa em Curitiba, a cidade que eu moro, o Lauro foi extremamente cuidadoso na pesquisa e nas descrições, são informações que batem com a história da cidade e detalhes, como a construção em ilhota com um pedestal no topo e a rachadura no piso do passeio público, que fazem você parar por um segundo e pensar "Será?"

E se você pensa que o livro é só mais do mesmo, apenas mais uma história de elfos, anões, orcs e trolls que parece ter sido feita na mesma forma padrão, está muito enganado, ou será que você já viu um anão de Harley?! O autor criou uma cultura própria para os anões (que são os mais abordados no livro), cheia de características novas e originais. Merece destaque a incompatibilidade dos Alvores com a eletrônicos e o "casamento" anão.

"Um antigo costume anão - respondeu Bro-Thum, enquanto mostrava seu braço direito com os elos marcados. - Representa o nosso equivalente a um casamento. Quando duas pessoas entendem que se amam e precisam ficar juntas, o rei preside a cerimônia e abençoa a união com aço e fogo. Para nós são os elementos que representam a estabilidade, confiança, vida e paixão. Com as mãos entrelaçadas, uma corrente de aço aquecida em brasa é fechada no pulso do casal, que mergulha as mãos em óleo frio. Assim temperam o aço, tornando-o mais forte. Nossa pele é muito mais resistente, em algumas horas a marca cicatriza e podemos continuar com pelo menos três dias de celebração."

Além disso o Lauro escreve super bem, a narrativa é leve e fluída. O livro também é cheio de referências e citações de outros livros, que arrancam sorrisos do leitor toda vez que ele se depara com uma.

Quanto aos pontos ruins do livro, eu só tenho duas coisas pra reclamar:
1. O livro é muito curto, são apenas 255 páginas, isso é muito pouco pra construir uma cultura, quando eu leio quero me sentir vivendo tudo aquilo, quero saborear cada palavra, em várias ocasiões antes de você começar a sentir a cena ela já acabou. O mesmo se aplica aos personagens, a maioria não teve tempo de ser abordada mais profundamente, dificultando a criação de um vínculo com o leitor.
2. Nomes muito parecidos dos anões. Na verdade isso também faz parte da cultura anã, o nome dos personagens é composto primeiro pelo nome do clã e depois pelo nome próprio (Bro-Thum, Bro-Muir), embora seja uma particularidade interessante, não posso negar que isso causou uma certa confusão, por várias vezes tive que voltar algumas páginas para descobrir quem era quem.
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Phelipe.Pompilio 29/10/2015

Resenha feita para o blog Bravura Literária.
Fantasia urbana ambientada em Curitiba, capital do estado do Paraná. Um dos motivos de eu ter adquirido esse livro foi a curiosidade por conta da capa de aparência misteriosa. O projeto de publicação do livro foi feito pela ferramenta de financiamento coletivo denominada Catarse, que é um meio muito interessante para aqueles, que assim como o Lauro, se aventuram nesse ramo da escrita e desejam ter seus exemplares publicados. Além do Catarse, Lauro também contou com o apoio da Prefeitura de Curitiba.

Bem-vindos a Khur!

Tales, um garoto de 11 anos e filho de elfos, é entregue aos cuidados de Aer'delo, um elfo experiente que aceita o garoto como aprendiz.

Quatro anos se passam desde que Tales foi deixado sob os cuidados de Aer'delo e o garoto está cumprindo uma missão que foi dada pelo seu tutor: vigiar os mestiços (seres que são metade orcs e metade humanos), membros da Mão Negra que estão tramando alguma coisa na Praça do Cavalo.

Bro-Thum e Bro-Muir, dois irmãos anões, também estão encarregados de observar e interceptar os mestiços caso haja alguma coisa suspeita. Além disso, a pedido de Aer'delo, também é parte da missão deles vigiar Tales para que nada de ruim possa acontecer.

Após uma série de acontecimentos, Tales é levado até a cidade de Khur, o reino dos anões que fica no subsolo da cidade de Curitiba. Dentro do reino dos anões, Tales conhece muitos personagens que terão um papel importante na história, como Ael'evendi, um elfo que até então tinha seu paradeiro desconhecido; Bur-Daem, rei de Khur e líder da Liga dos Artesãos, uma sociedade formada para combater a Mão Negra; Bur-Tuir, o príncipe dos anões; a rainha Dwa-Ella; Marcel, o bardo que também é o único humano em Khur e muitos outros.

"— Esperava menos luz e mais sujeira, não é guri? — Bro-Thum percebeu a surpresa no rosto do garoto. — Bah... Somos anões, não toupeiras ou orcs."

Uma reunião da Liga tem início e Tales é convidado para participar. Nessa reunião eles descobrem o propósito de os mestiços estarem agindo estranhos ultimamente, dando início assim ao verdadeiro assunto da trama.

Por se tratar de um livro nacional, várias pessoas ficam com um pé atrás. Confesso que também já fui assim, mas nossos autores são, assim como Rothfuss, Martin, Gaiman, Tolkien e outros, dignos de serem lidos.

Usando de criaturas tradicionais do gênero, Lauro conseguiu misturar fantasia com realidade, uma coisa que ficou muito, mas muito bacana mesmo, pois os seres fantásticos tem uma certa participação em acontecimentos históricos ao redor do Brasil e do mundo. Destaque para a explicação do nome Curitiba, que é derivado das palavras "Khur-i-Tibah", que significa, na língua dos anões, Khur de cima.

Os personagens inseridos na trama foram construídos com maestria. Apesar de eu ter gostado muito do Bro-Thum, não tem como escolher um favorito. Todos tem uma personalidade distinta, o que os torna muito cativantes.

Ainda falando sobre os personagens, acho legal destacar o modo como os nomes dos anões foram criados. O início do nome de cada anão nos dá uma ideia de qual clã ele faz parte.

Vale ressaltar que, embora o autor esteja usando criaturas clássicas, ele não abriu mão de mostrar um pouco de tecnologia. Os anões são excelentes mecânicos e constroem seu próprio arsenal utilizando de uma tecnologia que nos lembra um ambiente Steampunk.

A questão da tecnologia também é muito interessante, pois os alvores não conseguem usar o mesmo tipo de tecnologia que os humanos.

Referência. Lauro usou muito bem diversas referências dos autores que o inspiraram, mas sempre ditando seu próprio ritmo. Podemos notar em algumas partes do livro frases famosas que foram usadas por Tolkien e outros autores em suas obras.

Por falar em ritmo, a narrativa é feita em terceira pessoa, mas nunca focando em um único ponto de vista. O autor divide em interlúdios os acontecimentos do passado dos personagens, destacando todo o capítulo em itálico. "Ah, mas isso deve deixar a leitura chata". Não. Não deixa a leitura chata, pois é através desses fatores que conseguimos adentrar mais ainda no universo Alvores.

Tratando-se de uma publicação independente, o autor e sua equipe estão de parabéns. A revisão ortográfica e gramatical ficou quase impecável, contendo somente alguns errinhos básicos. A capa é maravilhosa, foi feita de um modo que nos lembra couro, somente com o símbolo em alto-relevo e sem título. Internamente, a diagramação é boa, semelhante a que encontramos nos livros da série Percy Jackson. O livro possui desenhos no fim e no início de cada capítulo, o que deixou a parte física ainda mais bela.

Os demais livros ainda estão por vir. O autor escreveu mais alguns contos após a publicação de A Liga dos Artesãos. Esses contos são facilmente encontrados em formato digital na Amazon.

site: www.bravuraliterariablog.blogspot.com.br
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Aninha de Tróia 04/09/2015

A liga dos artesãos foi um livro bom, massss não me prendeu. A escrita do autor é ok, as referências à cidade foram muito interessantes, e os anões, em geral, me agradaram bastante. Das três histórias com anões que li, apenas A liga mostrou aquilo que eu sempre tive curiosidade de ler: as anãs!!! O problema é que a personagem apareceu tão pouco que me deixou mais frustrada que empolgada. Daí chegamos ao que eu não gostei: os personagens. Talvez seja por causa do tamanho do livro, mas não consegui me apegar a nenhum personagem, mesmo com os anões sendo bem estilosos e tal; o protagonista é só sem graça mesmo.

No fim, é um bom livro que me deixou ainda mais doida para conhecer Curitiba e livros sobre steampunk (!).

Observação: o e-book precisa MUITO de um índice.
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Rodrigo Jabur 24/08/2015

Livro épico, história fantástica!
Quem já jogou AD&D vai ser pegar lembrando de alguma história onde o Mestre utilizou os dias atuais em sua narrativa e deixar aquele gosto nostálgico das aventuras de um RPG de mesa com uns adicionais "tech". :)

Achei a escrita o Lauro muito organizada e muito bem feita, o livro ficou impecável.

É leitura obrigatória a todo jogador de AD&D, agora pretendo conhecer Curitiba (onde se passa a história). :)
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Gabriele Tenshi 21/08/2015

De Curitiba, Simbolismos e Porradaria xD
Original no blog "Entre Dimensões"

"- Um antigo costume anão - respondeu Bro-Thum, enquanto mostrava seu próprio pulso direito com os elos marcados. - Representa o nosso equivalente a um casamento. Quando duas pessoas entendem que se amam e precisam ficar juntas, o rei preside a cerimônia e abençoa a união com o aço e o fogo. Para nós, são os elementos que representam a estabilidade, confiança, vida e paixão. Com as mãos entrelaçadas, uma corrente de aço aquecida em brasa é fechada nos pulsos do casal, que mergulha as mãos em óleo frio. Assim temperam o aço, tornando-o mais forte. Nossa pele é muito resistente, em algumas horas a marca se cicatriza e podemos continuar com pelo menos três dias de celebração." [pág. 80]

Esse é o quote simplesmente porque achei o simbolismo e tals lindo S2. Parabéns por isso, Lauro, merece um coração inteiro só pela criatividade u_u

Ok, focando na resenha e lá vamos nós! *joga vassoura pra Syba e insinua pra fazer que nem a bruxa do pica-pau. Syba quebra vassoura na cabeça de Gabi*

Vamos começar falando sobre a história e o mundo de Alvores!

Só o prólogo já deixa quem gosta de fantasia pilhado, ao falar sobre uma reunião de elfos e dar uma ideia de como é o universo criado pelo Lauro onde Elfos, Anões, Orcs e outros existem ao mesmo tempo que humanos numa Terra como a nossa, dando já uma pincelada na guerra Elfos e Anões vs Orcs (basicamente) que houve em paralelo à Segunda Guerra Mundial humana. Ao longo da história, as origens de Curitiba (um dos cenários da história, muito bem apresentado, aliás. Me senti em Curitiba só de ler :3 ) são misturadas com algo mais fantástico, além de a tal guerra ser maior detalhada (porque é claro que ela tem mais importância. É claro).

Nesse primeiro livro, existe um foco maior, por assim se dizer, nos Anões e em sua cidade/reino abaixo de Curitiba, Khur. Achei incrível como o Lauro construiu a tecnologia quaaaaase que steampunk dos Anões. Ficou algo bem único, na minha opinião. Além disso, Anões badass que andam de moto e atiram com armas de fogo além de brigarem com machados e que usam Mecanos *leiam pra descobrir xD *! IHA! *surta. Syba trás de volta à realidade com um pedala*

Mas, claro, não temos apenas Anões. Temos também as outras raças Alvores (raças mágicas. Taí o motivo do nome u_u ), como Elfos, com destaque para o mestre do personagem principal, Aer'delo, e os chamados Encantados, mestiços de Elfos e Humanos. No último caso, o destaque é do personagem principal, Tales, que apesar de ser o protagonista, não é aquele protagonista em torno do qual tudo gira.

Os demais personagens também possuem forte presença em relação ao desenrolar da história - de fato, Tales é quase que apenas o azarado que estava no lugar errado na hora errada no início da história: ele só tinha de vigiar e descobrir o que raios os mestiços de humanos e Orcs tinham planejado de fazer naquele local. Mas o azar bateu à porta e à cabeça dele, literalmente, na forma de um tiro de raspão. Os irmãos Bro-Thum e Bro-Muir, Anões, meio que salvaram o couro do moleque acabando com wargs e capturando o mestiço que fez parte das negociações. Bro-Thum busca Tales depois e o leva para Khur, por causa de Aer'delo. E à partir disso a história se desenrola: o objeto negociado pelo mestiço e o que isso significa, entre outras tretas. Claro que não vou contar o que é. E estragar a surpresa de vocês? E estragar todo o prazer de vocês de conhecerem Bro-Thum, Bur-Daem, Dwa-Ella, entre outros? Eu que não. Só sei que é tudo bem amarrado, deixando a dose certa de ganchos para continuações e futuras expansões sobre o universo e personagens inseridos.

Passando para outro ponto: a narrativa.

É uma narrativa fluída, que descreve na medida certa para que imaginemos os personagens e cenários e que facilmente nos dá a ideia das emoções dos personagens, nos transportando de fato para a história.

"Quando a porta se abriu por completo, nem mesmo a leitura de dezenas de obras fantásticas se mostrou suficiente para preparar Tales para a visão do Salão de Pedraluz, o coração do poder dos anões do Ocidente." [pág. 56]

Como exemplificado pelo quote acima, o autor consegue passar a sensação de quão magnífico é o Salão de Pedraluz e a emoção que Tales sente ao ver sem realmente nomear sentimentos e emoções.

Numa palavra, é uma narrativa... Viva, por assim se dizer.

Em relação à revisão, foram encontrei dois erros considerados sérios e avisei ao autor no momento que achei. Se existem outros erros gramaticais, passei batido. Num todo, o revisor está de parabéns.

Diagramação maravilinda. As ilustrações nas aberturas e encerramentos dos capítulos, então... Ilustrador de parabéns! Uma mais linda que a outra, não consigo escolher uma preferida! Além disso, contribuem e muito para se mergulhar na história!

E a capa é outra coisa linda! Me faz pensar nos livros de capa dura e couro, aqueles antigos, com título e autor na lateral apenas que meus pais colecionaram ao longo dos ano.

site: http://entredimensoesbooks.blogspot.com/2015/07/resenha-tales-i-liga-dos-artesaos.html
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Paola 07/07/2015

Anões, orcs e elfos em Curitiba - e não, não é mais do mesmo!
A Liga dos Artesãos foi surpreendente em vários sentidos. Foi gostoso ler algo fora do clichê da jornada do herói: o protagonista não é o centro de todas as batalhas e descobertas, e sim uma figura importante em meio a muitos outros personagens cativantes. A história é linear e fluida, a escrita fácil de ler e descritiva sem ser excessiva.
Curti muito o fato de ter sido ambientado em Curitiba; não conheço a cidade mas foi legal ver uma boa fantasia em terreno nacional. Amei a caracterização dos anões, a cidade subterrânea e o fato de usarem tecnologias nas batalhas - algo bem diferente de tudo que se encontra por aí.

Confesso que achei a obra seria mais uma cópia do mundo de Tolkien, mas não poderia estar mais enganada: há muita originalidade em A Liga dos Artesãos.
Recomendo para todos os fãs de fantasia, principalmente aqueles que curtem uma construção bem feita do "mundo fantástico" e histórias dinâmicas!
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