Sâmella Raissa 27/09/2016Resenha exclusiva para o blog SammySacional
Já fazia um tempo que eu acompanhava os lançamentos da Editora D'Plácido e sempre ficava empolgada em conhecê-los de verdade por tamanha atenção dada aos autores mais jovens e estreantes na literatura. Dentre o catálogo cada vez mais crescente da editora, Um Amor, Um Café e Nova York era um dos que me chamavam atenção por prometer uma singela, porém romântica história de um jovem casal numa viagem que promete ser dos sonhos, e sendo assim, ao fechar a parceria, não hesitei em solicitá-lo. Qual foi minha satisfação ao me deparar com uma narrativa fluida e ágil que me fez devorar o livro em menos de 24h, o que não acontecia há muito tempo. Infelizmente, isso não evitou que eu me deparasse com alguns outros detalhes no decorrer da leitura que me fizeram baixar sua nota, e vocês já saberão quais foram eles.
O livro conta a história do casal Camila e Guilherme. Ela, uma jovem de dezoito anos recém-completados sonhadora por natureza; ele, romântico e completamente apaixonado por esta, então responsável por programar toda uma viagem de um mês para Nova York para comemorar o aniversário de sua amada e abrir seus olhos para novas e mais distantes aventuras também. Eles só não imaginavam que a viagem inicialmente tranquila e romântica poderia mostrar-se muito além e apresentar oportunidades inesperadas e consequentes decisões a serem tomadas que poderão balançar o casal se eles não estiverem preparados para enfrentá-las.
“— Eu quero acordar sabendo que tem alguém pensando em mim. Melhor ainda, eu quero dormir sonhando com alguém. Eu quero ter para quem me arrumar, para quem passar perfume, para impressionar e cativar. Eu quero realmente ter alguém.”
Naquele que fora o seu livro de estreia, Augusto Alvarenga já começa com uma narrativa leve e fluida que envolve o leitor facilmente e que, aliada a capítulos curtos, avança rapidamente, tornando-se possível concluída em pouquíssimas horas. Seus personagens são bem apresentados, e o enredo se desenvolve de forma ágil. Camila é uma garota sonhadora e romântica que, no auge dos seus recém-dezoito anos, vê-se realizada em uma viagem tão inesperada mas tão mágica e surpreendente como Nova York, ao lado de quem ela tanto ama.
Apesar do jeito meigo e simpático da personagem, porém, confesso que um dos fatores que prejudicaram um pouco minha leitura foi, no decorrer desta, ser apresentada de uma forma tão intensa ao namorado dela, o Guilherme. Por tratar-se de uma narrativa em primeira pessoa, é normal que a protagonista descreva o rapaz com encanto e amor como bem é apaixonada por ele, mas acho que a partir de um certo ponto essas descrições e pensamentos apaixonados em torno dele começaram a parecer um pouco repetitivas ou forçadas demais. Eu já havia entendido que ele era incrível para ela e que ela o amava, não precisava reafirmar isso a cada vez que ele parecia surpreendê-la de alguma forma.
“Eu costumava ser uma daquelas pessoas apressadas. Mas, agora, a única pressa que eu tinha era a de captar todas as memórias que eu pudesse antes de partir. Se havia uma coisa uma coisa que iria me acompanhar de Belo Horizonte aonde quer que eu fosse, seria a saudade.”
E por isso mesmo, ainda que eu seja uma eterna romântica como vocês bem sabem, não me apeguei muito ao casal por achar que, em alguns momentos, algumas interações soavam um pouco forçadas. Além de que, também, apesar de ter simpatizado com os personagens em geral, não acho que o Guilherme seja 'isso tudo' que a Camila descreve; inclusive, até, acho que ele saiu descrito de uma forma que soou como se ele fosse perfeito demais, sem defeitos, o que acabou soando ainda mais forçado para mim e me distanciou um pouco da leitura.
Ainda assim, Um Café, Um Amor e Nova York foi uma leitura leve e despretensiosa que conseguiu me satisfazer de alguma forma, ainda que não tenha sido realmente o que eu esperava, mas não deixa de ser uma boa história. Só acho que fiquei com um pé atrás com algumas atitudes dos protagonistas no final, com relação a decisões que precisavam ser tomadas de uma forma mais séria e consciente, e não seguindo simplesmente o pensamento de que 'era o certo a fazer e pronto', mas, ok. Recomendo a e leitura para quem procura uma história sem grandes dramas e que seja envolvente na medida certa.
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