spoiler visualizarDominicSReynaldo 26/03/2021
O ponto de virada da série
Eu amo como esse autor tem o habito de iniciar livros com a visão de personagens aleatórios e como eles conectam a trama.
Continuamos seguindo Geralt e Rience em seu jogo de gato e rato, que leva todo mundo a lugar nenhum, pois não se dão conta que são peças de um jogo bem mais elaborado e com muito mais jogadores.
Assim como no livro anterior, temos vários indícios de como a Ciri é alguém realmente especial e seu poder vai além do que ela sabe ou mostra, sendo o objeto de disputa em os reinos do norte e Nilfgaard.
O livro começa com um ritmo mais lento, com a peregrinação de Ciri e Yen, até sentimos de fato a emoção com a representação da *Caçada Selvagem*, um mito europeu que foi muito bem representado no livro como um fenômeno místico e de mau agouro, que clama pela Cirilla como sua líder já dando brechas para especulações dos livros seguintes.
Devo ressaltar que a Yennefer como a próprio deusa da Fúria, rasgando s céus foi um cena de arrepiar!
E com um mau agouro aparecendo, obviamente temos o desenrolar de muitas camadas da trama, com o motim de três faces na ilha dos feiticeiros.
De tudo que se passou, a pessoa que mais me surpreendeu foi Tissaia. Todos estavam lutando por ambição ou em nome de um Reino, mas ela estava defendendo as pessoas comuns.
Após toda a confusão, que não vou dar spoiler, onde um bruxo descobre um golpe de estado só porque não queria mijar nas plantas da janela, chegamos ao arco final com Ciri e os Ratos.
Há quem diga que foi um estratégia fraca retratar a Ciri com criança sobrevivente e vingativa, mas se pensarmos bem a princesa é sobrevivente há muito tempo. Ela sobreviveu a 2 ataques, a ficar sozinha e perdida no mundo muitos mais vezes e esteve um campos de batalhas, encarando a morte de frente.
Eu acredito que esse arco mostra a Ciri vivendo com aquilo que aprendeu "Se bem ou mal, isso pode ser avaliado mais tarde, mas é preciso agir, agarrando ousadamente a vida pelos cornos. Acredite-me, pequena: lamentam-se exclusivamente o ócio, a dúvida e a indecisão. A ação e a decisão podem às vezes trazer tristeza e pena, porém nunca o arrependimento"
E ela se agarra a vida com força, a ponto de vender a sua virgindade para usar magia do fogo, e ter uma traumatizante primeira experiência sexual (com outra mulher), mas a Ciri segue agarrada a vida, mesmo longe de Geralt e Yennefer, ela segue se mantendo viva e sem arrependimentos.
Fiquei triste por mestre Jaskier aparecer tão pouco, mas o pouco que apareceu, se mostrou mais útil e sagaz que Geralt, que parece perdido no momento mais crucial da obra, o que lhe custou tudo. Sua agilidade, seus ossos, sua amada e sua filha protegida, até mesmo seu cavalo e sua espada de meteorito. É angustiante pensar no futuro de Geralt.
Minha meia estrela foi pelo abuso da Ciri ser tratado de forma tão banal, mas... são tempos de desprezo.