O Guardião Invisível

O Guardião Invisível Dolores Redondo
Dolores Redondo




Resenhas - O Guardião Invisível


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Helder 30/07/2018

Suspense com cultura
Este é um livro muito interessante. Temos aqui um thriller que se passa em uma cidadezinha numa região montanhosa no norte da Espanha. Mas ele não é só isso. Possui diversas características muito diferentes que fazem a leitura valer muito a pena.
O livro começa com a policia encontrando um corpo de menina em uma floresta. Ela está enforcada com uma corda e numa posição angelical, como se tivesse sido limpa. Não existem sinais de abuso sexual, mas as roupas da menina estão todas rasgadas em tiras, seu púbis está depilado e sobre seu genital foi encontrado um doce típico da região.
Por conhecer a região, a inspetora Amalia Salazar é indicada para a investigação, mas ao retornar a sua cidade natal, ela começa a perceber que escondeu de si mesma muitas lembranças de um passado cruel vivido, e isso passa a influenciar direto na investigação, já que ela precisa enfrentar sua família e sua historia, a qual tinha feito questão de apagar.
A família Salazar sempre viveu na pequena Elizondro, na região de Navarra, no País Basco e sempre teve como fonte de renda e subsistência a doceria familiar Mantecadas Salazar, administrada pela família por 6 gerações e hoje modernizada e mantida por suas duas irmãs mais velhas.
Conhecemos então sua família e sua historia. O pai bondoso, a mãe cruel, a irmã rancorosa, a tia apaziguadora, a irmã que procura seu lugar no mundo e seus cunhados. Aos poucos vamos percebendo que por trás das aparências, existem muitas coisas escondidas e o texto da autora parece estar sempre nos preparando para uma grande catarse. Porque Amaia não manteve a tradição de trabalhar com os doces como toda a sua família?
Em paralelo com as lembranças que voltam para assombrar Amália, novas vitimas aparecem. Algumas com o mesmo método de execução. Outras parecidas. Teremos dois criminosos? E para deixar o caso ainda mais estranho, a autopsia indica que aparentemente junto aos corpos foram encontrados pelos de animais e logo os crimes passam a ser atribuídos a um ser folclórico chamado Basajaun.
Começa ai a descrição de diversas mitologias da região e a autora vai incluindo estes dados de uma maneira completamente orgânica ao texto dos crimes. Aos poucos vamos tendo uma aula sobre os costumes, a história e a geografia da região onde o livro se passa, e isso acaba sendo o grande diferencial aqui, pois até hoje não tinha lido nenhum livro que trouxesse os folclores aqui descritos.
Por um momento tive medo que o livro descambasse para um lado fantasioso, como livro do Stephen King, mas não foi essa a intenção da autora. Na opinião dela existem entidades que estão ai para cuidar da natureza e das pessoas, mas isso não impede que o ser humano tenha suas perversões e desvios morais, e assim, no meio de personagens muito bem construídos, a inspetora Amaia, que não acredita em folclore, vai conduzindo uma investigação exemplar colhendo detalhes que a levam para o ultimo lugar onde ela esperava encontrar este criminoso.
Em alguns momentos parece que a autora vai perder a mão em seu enredo, pois parece que ela dá uma freada na estória, mas logo ela se recupera e vai nos surpreendendo com novos acontecimentos e com um final bem amarrado. É uma bela estória.
Recomendo a leitura para sair do tão conhecido mundo de thrillers americanos. Eu tive que ler este livro com o Google ao lado, para conhecer os locais descritos e valeu muito a pena. Este livro é o primeiro de uma trilogia, mas infelizmente os outros dois livros não foram publicados no Brasil.
Um dos motivos que me motivou a ler este livro foi que descobri que existe um filme dele na Netflix. Agora vou ver o filme(Tomara que ainda esteja no catalogo da Netflix) e na sequencia montar um roteiro turístico pela Espanha com passagem obrigatória pela região de Navarra. Quem sabe não aproveite para comprar os outros dois livros em espanhol mesmo nesta viagem?

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vinicius.fagundes.93 10/08/2017

O Guardião Invisível
O Guardião Invisível é um mistério policial, escrito pela autora espanhola Dolores Redondo, e publicado pela Editora Planeta em 2017. O livro se passa na região norte da Espanha, mais especificamente num povoado em Navarra onde, nas margens do rio Baztán, o corpo de uma adolescente é encontrado. As circunstancias do crime levam a polícia a acreditar que um seria killer pode estar agindo na região, e a investigadora Amaia Salazar é convocada para a região, que também é sua terra natal.

Amaia precisa então aplicar todo o seu conhecimento de investigadora para desvendar esse terrível mistério. Mas o que ela não imagina é que existe muito mais escondido na pacata região de Navarra do que ela imagina e que essa investigação vai ser muito mais difícil do que o esperado.

O Guardião Invisível foi um livro que eu entrei sem muitas expectativas. Não sei se dá pra perceber olhando as resenhas que eu já fiz, mas eu não tenho o costume de ler livros policiais. Gosto mais de livros mais fantasiosos, mas a sinopse me pareceu interessante e as críticas que eu vi do livro foram positivas, então achei que seria uma leitura interessante. E realmente foi, apesar de alguns problemas.

O primeiro problema do livro é que ele demora pra entrar no tranco. A história só começa a ficar realmente interessante lá pela metade do livro, e eu imagino que vai ter gente desistindo bem antes de chegar nessa parte. E a história em si é boa, ela só leva um bom tempo pra realmente começar, o que acabou me desanimando bastante da leitura.

Outro problema que me incomodou com o livro foram os diálogos. Algumas das falas dos personagens são longas e isso deixa alguns dos diálogos mascantes. Mais uma vez, isso melhora lá pra metade do livro, quando a investigação fica mais séria, mas demora um pouco. Eu acho que demorei mais no primeiro terço do livro do que nos outros dois terços. A leitura realmente fica melhor quanto mais perto do climax você chega.

Por outro lado, o livro também tem pontos positivos. Começando pela protagonista. Amaia é uma personagem forte e complexa, que passa por vários momentos durante o livro que mostram muito bem o tipo de mulher e de detetive que ela é. Com uma protagonista menos fraca, o livro poderia ter sido bem menos interessante, mas ela conseguiu carregar a história muito bem. Infelizmente, os personagens de apoio acabam sendo menos marcantes já que a Amaia e o mistério em si são os pontos mais importantes do livro.

O próprio mistério foi outro aspecto do livro que eu gostei bastante. A trama das adolescentes assassinadas parece algo de algum filme de Hollywood, e eu achei muito interessante como a autora misturou isso com o folclore e os costumes da região onde acontece a história. Eu tinha comentado com a Débora o quanto a gente tá acostumado com histórias centradas nos Estados Unidos ou na Inglaterra, então foi muito legal ler uma história que se passa em um país diferente.

E a própria escrita da autora foi outro ponto bem legal do livro. Apesar do problema que eu tive com os diálogos e com o começo do livro, a narração da Dolores Redondo é bastante eficaz, principalmente em momentos mais dramáticos, por exemplo nas cenas de autopsia do livro. Ela conseguiu passar muito bem aquelas emoções mais tensas e perturbadoras.

No geral, O Guardião Invisível foi uma leitura um tanto quanto mediana. Um enredo interessante, uma protagonista forte e uma escrita agradável acabam sendo prejudicados por diálogos tediosos e por um ritmo lento, pelo menos no começo. Acho que para alguém que gosta de livros de mistério policial, seria uma boa indicação, mas pessoalmente

site: http://laoliphant.com.br/resenhas/resenha-guardiao-invisivel-dolores-redondo
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Ana Paula 24/07/2017

Intrigante
O guardião invisível é uma história intrigante e envolvente. Eu não conhecia a trilogia quando a vi na lista de lançamentos da Editora Planeta. Li e sinopse e não tive dúvidas: precisava ler!

Tudo começa quando uma jovem é encontrada morta a beira do rio em uma cena cuidadosa montada pelo assassino. Sem indícios de ser um crime sexual, a maneira como o corpo foi colocado e a existência de um doce deixado sob o púbis da jovem intrigam imediatamente a polícia. A policial Amaia Salazar é designada para o caso, mas o que ela não contava era ter que encarar alguns fantasmas do seu passado enquanto cumpria suas obrigações. Semelhanças do crime com um outro corpo encontrado meses antes na cidade de Elizondo, levam a detetive de volta para sua cidade natal, acompanhada do compreensivo marido, James. Lá ele iria reviver um grande trauma da infância que a impede de seguir livremente sua vida.

Uma antiga lenda volta a tona, quando as investigações apontam pelos de animais na cena dos crimes. Basajaun, uma espécie de pé-grande ou Sasquatch que habita as floresta e zelam pelo equilíbrio da natureza. Diversos relatos de avistamento do ser de mais de 2 metros de altura e de corpo coberto de pelos dão a trama um toque místico bem interessante.

Em Elizondo, Amaia se hospeda com sua família que consiste na amada tia que a criou desde pequena e suas duas irmãs com sérios problemas matrimoniais. A tia de Amaia tem um dom especial de ler cartas e suas experiências só intrigam mais a sobrinha, enquanto a investigação prossegue em meio a dúvidas, medo e descobertas.

É a primeira obra que leio da espanhola Dolores Redondo e só tenho elogios. A construção dos personagens e suas personalidades, a consistência dos acontecimentos e o toque ideal de suspense fazem o leitor "grudar" no livro. Me lembrou outra autora que gosto muito, Camila Läckberg, escritora da Princesa de Gelo (conheça aqui), entre outros. Assim como a sueca, Dolores desenvolve a história de maneira sensacional, fazendo com que o leitor espere ansiosamente para ter em mãos o segundo volume da trilogia.

Alguns pontos não foram esclarecidos no desfecho da história e devem ser abordados nos outros dois volumes da série.

Adaptado para o cinema esse ano, O guardião invisível é com certeza uma leitura que eu indico!


site: www.estantedaana.com.br
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Fer Kaczynski 22/04/2017

Série que une fantasia e policial, teve mais de 1 milhão de cópias vendidas e chegou ao cinema.

Este livro faz parte da Trilogia Baztán, é o primeiro da série e primeiro livro que leio da autora de origem espanhola Dolores Redondo, cedido gentilmente em parceria do blog com a editora Planeta de Livros.

Não foram lançadas ainda no Brasil as suas continuações, os fãs aguardam ansiosamente, já que temos o filme, com previsão de estréia para março deste ano, pelos mesmos produtores da série Millenium.

Tenho lido excelentes autores de origem espanhola, entre eles, Carlos Ruiz Záfon, Arturo Perez Reverte, Garcia Lorca e claro, Cervantes entre tantos outros que conheço e muitos ainda anseio conhecer.

site: http://dailyofbooks.blogspot.com.br/2017/03/resenha-o-guardiao-invisivel-dolores.html
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Nedi 19/04/2017

Onde ele está? Por que faz isso? Mas, sobretudo, quem é? Quem é o Basajaun?
Este livro é um suspense policial, que mistura ação, suspense e muita parte psicológica, já que as vitimas são encontradas como em uma cerimônia macabra. Apresentam sinais de enforcamento e as roupas foram completamente rasgadas em tiras, deixadas ao redor do corpo. Ainda mais estranho é que as partes genitais foram depiladas e um pequeno doce, típico da região, está posicionado cuidadosamente sobre esta área das garotas. Além do fato de deixar os calçados na estrada, virados para a direção de onde o corpo foi deixado.
[...]

Para conferir o resto da resenha, acesse o blog e aproveite e deixa lá seu comentário ;)

site: https://paginaebooks.wordpress.com/2017/03/24/resenha-o-guardiao-invisivel-trilogia-do-baztan-1/
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Lina DC 16/04/2017

A trama é narrada em terceira pessoa e tem como protagonista a inspetora Amaia Salazar, uma mulher na casa dos trinta anos, casada com James, um artista, com quem mora em Pamplona. Amaia é esforçada, dedicada ao trabalho e até mesmo passou um tempo estudando no FBI, onde aprendeu algumas técnicas para realizar perfis. É uma pessoa que se joga de corpo e alma ao que faz, mas que tem passado por turbulências internas, relacionadas ao seu passado e as dificuldades de engravidar.

"Uma maternidade com a qual queria compensar, mesmo em outro ser humano, mas que fosse sangue de seu sangue, a infância feliz que ela não tivera e a ausência de amor que sempre sentira em uma mãe torturada." (p. 120)

Tudo começa quando Amaia e outros inspetores com quem trabalha são chamados a uma cena do crime nos bosques ao redor de Elizondo, onde uma jovem foi encontrada morta.

"Ainhoa Elizasu tivera em vida belos olhos castanhos que agora miravam o espaço infinito suspensos em uma expressão de surpresa. A cabeça estava levemente inclinada para trás, deixando ver uma parte da corda áspera que afundara na carne de seu pescoço até quase desaparecer." (p. 12)

Além de ter sido um homicídio hediondo, o grande problema é que algumas semanas antes outro crime semelhante aconteceu e Carla Huarte, foi encontrada sem vida. A polícia até mesmo prendeu o culpado, seu namorado Miguel Ángel de Andrés, que jura sua inocência. Mas se ele está preso e é o responsável, como explicar a morte de Ainhoa? A resposta lógica é simples: prenderam a pessoa errada e existe um serial killer na área.
Como os crimes ocorreram na jurisdição da cidade de Elizondo, onde Amaia nasceu e cresceu, seu chefe a coloca como líder do caso. Ser colocada como chefe, divide a opinião dos colegas de trabalho que não apenas duvidam de sua capacidade, como desdenham de suas habilidades apenas pelo fato de Amaia ser mulher.
De sua equipe, vão para Elizondo o subinspetor Jonan Extaide, que é antropólogo e arqueólogo e o Inspetor Fermín Montes, um homem divorciado e cheio de ressentimentos. Enquanto que Jonan tenta aproveitar ao máximo para aprender as técnicas de investigação da protagonista, Fermín faz de tudo para atrapalhar a Inspetora e desmoralizá-la diante da polícia local.
Além da complexidade do caso, Elizondo é um vilarejo isolado, uma comunidade onde todos se conhecem e que por estar próxima a bosques e locais, possuí lendas e mitologias próprias. E uma delas acaba se enredando aos crimes, a do basajaun.

"...um basajaun é uma criatura, uma espécie de homem de uns dois metros e meio de altura, com costas largas, longa cabeleira e bastante pelo por todo o corpo. Vive nos bosques, dos quais faz parte e nos quais atua como entidade protetora. Segundo as lendas, ele cuida para que o equilíbrio do bosque se mantenha intacto. E, embora não se mostre muito, costuma ser amistoso com os humanos." (p. 103/104)

Para Amaia, o caso é um marco importante em sua carreira, mas retornar para Elizondo reabre feridas que ela nem mesmo sabia possuir. Ao ficar na cidade, ela precisa lidar com suas duas irmãs: Flora e Rosaura e sua tia Engrasi. Flora é a mais velha e aquela que se acha a perfeição em pessoa, julgando e humilhando as demais enquanto que Rosaura é aquela que aguenta os desaforos calada, aturando cada palavra afiada jogada em sua direção.
A partir da chegada de Amaia à Elizondo, a autora incluí flashbacks da primavera de 1989, período em que a vida da protagonista deu uma guinada.
A trama é muito bem desenvolvida e tem o equilíbrio certo em investigação criminal, a vida pessoal dos personagens e o aspecto sobrenatural.
Os personagens são bem construídos e fica claro que existe tensões entre alguns deles, o que torna o cotidiano complexo e irresistível para os leitores.
Em relação à revisão, diagramação e layout a editora Planeta realizou um ótimo trabalho. A capa chama a atenção e combina com o conteúdo.

"Havia morrido. Soube com a mesma certeza com que antes sabia que estava viva. Havia morrido. E da mesma forma que estava consciente de sua morte, estava consciente de tudo que acontecia ao seu redor. O sangue que ainda brotava de sua cabeça, o coração detido no meio de uma pulsação que nunca mais terminaria." (p. 161)
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"Ana Paula" 13/04/2017

O Guardião Invisível é uma leitura tensa e cheia de significados. Assim que comecei a leitura, pensei em abandoná-la, pois o começo é bem parado e até o leitor pegar o ritmo da escrita da autora, o livro parece que não anda. Mas, assim que o leitor se acostuma, a trama prende e cativa. Nos faz desejar estar lá para ajudar Amaia e nos faz pensar no mistério que ronda Elizondo: Será mesmo que um "basajaum" - um ser místico da mitologia basca - está matando meninas inocente e deixando-as desnudas para a polícia? Bem, para saber, você terá que ler o livro e passar pelo mesmo desespero que eu passei!

Amaia Salazar, como a sinopse diz, é uma investigadora da polícia, uma das melhores! Por isso, é designada para o caso "basajaum", onde adolescentes são encontradas mortas, desnudas e com algumas outras características típicas de uma obra de um serial killer. Amaia é boa no que faz, mas para conseguir resolver este caso, ela precisa voltar a sua cidade natal, Elizondo. Amaia não guarda boas lembranças de sua infância na cidade. Durante muito tempo, ela tentou fugir e esquecer, mas parece que o passado precisa ser descoberto para que ela possa dar continuidade ao seu presente.

Partindo dessa premissa, Dolores Redondo cria um enredo policial fantástico, cheio de fantasia e mitologia basca. Fiquei encantada com tudo que a autora descreveu e adorei saber mais sobre a Espanha e suas crenças. A narrativa é em terceira pessoa, o que nos deixa a par de todos os acontecimentos de ambos os lados.
Também adorei os personagens criados pela autora, destaco aqui Amaia, a protagonista que me fez gostar dela logo de cara, ainda mais por, durante a leitura, estarmos passando pelo mesmo problema de querer ter filhos e não conseguir. Me apeguei a ela e sofri junto com ela em todos os momentos de conflitos. Outro personagem que amei odiar foi Flora, irmã de Amaia, vocês vão entender o porque do meu ódio assim que lerem e tenho certeza, vão odiá-la também.

Do mais, só posso indicar essa trilogia. A escrita da autora é gostosa, mesmo com as demasiadas descrições; nos faz viajar e nos inspira a querer desvendar esse mistério.
Sobre a edição, como sempre a Planeta está de parabéns, só encontrei alguns erros de tradução, mas como o espanhol é mais fácil de entender, não atrapalhou minha leitura.
A trama estreará no cinema neste ano e espero que seja fiel ao livro. Não perca essa oportunidade e desvende esse mistério.

site: http://www.daimaginacaoaescrita.com/2017/04/resenha-o-guardiao-invisivel-trilogia.html
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livrosepixels 12/03/2017

Crimes, críticas sociais e um ser mítico que não aparece.
Eu sou daqueles leitores que não gosta de livros com capa de filme, mas confesso que neste em questão, eu gostei bastante. Aliada ao nome, a capa transmite uma aura de mistério e terror que despertaram o meu interesse pelo livro. Logo que li a sinopse, também fiquei curioso para saber mais sobre o tal basajaum e se era mesmo ele o responsável pelos crimes.

A história, narrada em terceira pessoa, acompanha os passos da inspetora espanhola Amaia Salazar, uma das únicas mulheres presente na Polícia Floral de Pamplona, quase toda formada por homens. Amaia é uma mulher decidida, focada e com uma mente muito brilhante. Seu casamento com James, um famoso escultor americano, é invejável por muitas de suas amigas e sua carreira se mostra promissora. Ainda que sofra com algumas gozações e preconceitos de seus colegas masculinos, a personagem mantém a cabeça firme e elevada, mostrando que não é fraca, nem mesmo inferior a eles.

Ainda que a personagem aparente ser forte em todos os aspectos, seu maior ponto fraco é o seu passado. Amaia nasceu no povoado de Elizondo, e quando criança, sofreu diversos traumas por parte de sua mãe. Sua vida aparentemente só melhorou depois que sua mãe foi internada com diagnóstico de transtornos mentais. Ainda que todos tenham compreendido a gravidade da situação, Flora, sua irmã, passou a culpá-la pela doença e desde então manteve rancor e distância. Se isso já não fosse o bastante, seu marido James a tem pressionado constantemente para terem um filho, algo que para a protagonista é impensável diante de todos os acontecimentos do seu trabalho.

“O mal me obrigou a voltar. Os fantasmas saíram dos seus túmulos, inspirados pela minha presença, e me encontraram.”

A autora aproveitou boa parte do seu livro para tocar temas críticos como o preconceito e desvalorização das mulheres na sociedade. Por ser a inspetora chefe da seção de homicídios, muitos dos seus colegas homens se sentem incomodado em ter ela no cargo de maior destaque, e outros, como o inspetor Montes, não aceitam de forma alguma o fato de se submeter às ordens de uma mulher. É curioso ter essa questão abordada no livro pois, de fato, não é algo muito diferente do que ocorre na vida real.

Outro ponto também que a autora critica de forma muito pesada é o pensamentos machista de que se uma mulher ou garota está usando uma roupa curta, está diretamente se “oferecendo” ou “pedindo” para ser violentada. Em certo momento da história, um personagem comenta que o que aconteceu com as moças encontradas mortas foi por culpa delas, já que se maquiavam e andavam com roupas “apelativas”. Diante do comentário, tanto Amaia quanto suas tias recriminam o outro personagem, mas este continua afirmando que se uma mulher é morta ou estuprada, é porque se vestiu de forma inadequada e que atraiu aquilo para ela.

“Alguns pais acham que fazendo as filhas voltarem mais cedo as livram do perigo, quando o importante é que não voltem sozinhas. Ao fazerem com que voltem antes do grupo, são eles que as colocam em risco.”

Porém, ainda que as críticas tenham funcionado super bem dentro da história e cooperado para a trama investigativa, penso que a autora pecou em alguns pontos da execução da obra. Por exemplo, as cenas que envolvem a busca por pistas e coleta de provas são bem curtas, e muitas vezes com várias descrições técnicas. Por outro lado, as narrativas onde são explorado o passado da personagem e de sua família são muito longas, e por várias vezes, cansativas. Mesmo que a explanação do passado da protagonista seja algo importante na história, ela consome grande parte da trama e poucas vezes faz a amarração entre os capítulos.

O basajaum também foi outro aspecto que acredito que a autora poderia ter explorado mais e melhor. No livro, ele é descrito como um humanoide com mais de dois metros de altura, com uma pelagem que lembra um urso e corpo forte e musculoso. É conhecido como senhor do bosque ou guardião invisível, pois preza pela pureza e tranquilidade das matas. Em outro momento é até comparado com o sasquatch ou Pé Grande, lendário ser místico que habita as regiões selvagens dos Estados Unidos. É um importante personagem da cultura basca-navarra, mas que praticamente não apareceu no livro. Sua presença se resumiu em grande parte à boatos e testemunho de um ou outro personagem dizendo que o viu. Talvez venha a ter uma importância maior no segundo ou terceiro livro da série, mas penso que sua inclusão neste primeiro deixou a desejar.

“Amaia sentira presenças tão evidentes naquele bosque que era fácil aceitar uma cultura druida, um poder das árvores acima do poder dos homens, e evocar o tempo em que naqueles lugares e em todo o vale a comunhão entre seres mágicos e humanos era uma religião.”

O final falta um pouco com as expectativas, mas no âmbito geral a experiência vale a pena. Além dos pontos que comentei antes, de ver a luta da personagem por reconhecimento e igualdade, e ver como sua mente funcionava, o livro me proporcionou conhecer outros aspectos da cultura espanhola, como seus seres místicos, crenças e fé. Sempre haverá algo em uma leitura que possamos retirar como um ensinamento ou aprendizado. Ainda não sei se vou continuar lendo a trilogia, mas confesso que estou bem curioso para ver a adaptação no cinema, que vai ser lançado em 2017.

site: http://resenhandosonhos.com/o-guardiao-invisivel-dolores-redondo/
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Claudia Cordeiro 05/08/2016

Nota 3,5
Ou seja, nota 7 se fosse de 1 a 10.
Difícil dizer "não gostei", sei lá, o livro não me prendeu.. complicado leitura qdo. vc está pensando em outras coisas ou seja, leitura prejudicada.
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João 29/12/2015

O Guardião Invisível é um bom livro de suspense policial.Os personagens são interessantes,bem construídos.Além dos assassinatos há as tramas paralelas onde é discutida a vida pessoal dos personagens e isso torna o livro interessante.Porém o livro faz parte dessa praga que atingiu o mundo da literatura chamada "trilogia"(minha opinião) então ficam algumas coisas pendentes da vida dos personagens.Os assassinatos ocorridos nesse livros são elucidados no livro mas ainda assim me senti um pouco roubado pois algumas pontas soltas ficaram próximo livro.
Mas vale a pena a leitura e o jeito é esperar pelo próximo!
Valeria 26/01/2017minha estante
concordo com a "praga" tá difícil


Samantha 17/02/2017minha estante
O que me deixa irritadíssima, é que a editora Planeta comprou os direitos e depois de um século lançou o primeiro livro (anteriormente publicado pela Editora Record). Ou seja, quanto tempo teremos que esperar pelos próximos da "trilogia"? Lamentável.


Carol 04/08/2018minha estante
putz sério? e pior vai saber se os proximos vem pro brasil


Danniki 24/11/2021minha estante
E o que me deixou triste é que não tem continuação disponível para saber as histórias?




Manu 02/08/2015

Thriller com sangue espanhol
“O guardião invisível” é o primeiro volume de uma trilogia que pretende acompanhar as investigações da inspetora Amaia Salazar no vale do rio Baztán. Nesta história, inteligentemente escrita por Dolores Redondo, Amaia precisa encarar uma corporação predominantemente masculina à frente de um caso assombroso de adolescentes mortas.

As tretas estão acontecendo em Elizondo - um povoado da província de Navarra, ao norte da Espanha -, lugar onde Amaia nasceu e do qual quis fugir assim que pôde, deixando para trás fantasmas do passado. Agora, além de ter que enfrentá-los, ela precisa lidar com um serial killer bastante peculiar cuja preferência por garotas na puberdade é sua característica mais forte: cada vítima é encontrada estrangulada por uma corda, com as roupas rasgadas ao meio, os pelos pubianos raspados e, sobre a pélvis, um txantxigorri (segundo fontes, no livro está escrito erroneamente com o "n" depois do primeiro "i") - doce típico da região.

À medida que o caso traz mais perguntas do que respostas, a mídia e a comunidade local começam a atribuir o crime ao basajaun, uma criatura do folclore basco (tipo o Pé Grande) que protege os bosques e guarda sua pureza. O interessante é que, junto com a protagonista, testamos nosso ceticismo em relação a essas fantasias, até a história fazer com que encaremos a sua mitologia de forma natural, aceitando que o basajaun possa realmente existir.

A construção das personagens, que são várias, é muito boa. Além de Amaia e alguns colegas de trabalho, também somos apresentados a James, o marido, e à família que permaneceu em Elizondo: as irmãs Rosaura e Flora, a tia Engrasi e o ex-cunhado Víctor. Elas ajudam a estruturar a história de vida de Amaia e a tragédia familiar que se tornou parte do que ela é: uma questão que, imagino eu, vá ser mais desenvolvida nos próximos volumes da trilogia.

Enquanto isso, nós, leitores, também acompanhamos a investigação, que anda a passos lentos por conta da dificuldade em encontrar pistas consistentes. Mas é importante se atentar aos detalhes: consegui chegar perto da conclusão correta ao tentar encaixar peças isoladas por essa razão e porque Dolores Redondo permite que solucionemos o caso junto de Amaia, diferentemente de J. K. Rowling em sua série do detetive Cormoran Strike.

Tirando algumas pequenas histórias de alguns personagens que nada acrescentaram à trama, de resto, tudo o que aparece nela tem um porquê: nada é colocado gratuitamente na trama, por mais que a princípio pareça, o que é importantíssimo ao relacionar as pistas pelo caminho. A propósito, achei o desfecho bem amarrado, apesar de esperar que as motivações dos crimes fossem melhor embasadas.

Pontos fracos e fortes: há diálogos com falas muito extensas, ocupando mais de uma página, e outros pouco realistas e puxados pra uma veia dramática, me lembrando cenas de novela. Se o livro fosse mexicano, em vez de espanhol, caberia aqui uma piadinha.
Os capítulos são curtos, o que cria uma boa fluidez ao livro, nunca cansando o leitor.

A história termina com ganchos bem interessantes, mas infelizmente ainda não foi publicado o segundo volume aqui no Brasil; em contraponto, seus direitos já foram vendidos para uma produção cinematográfica. Duas coisas pra gente aguardar. :)

site: http://www.vemaquirapidao.com/2015/08/o-guardiao-invisivel-trilogia-dolores-redondo.html
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Leitora Viciada 13/09/2014

Capa simples, porém representativa. Como se você olhasse para cima, em pleno bosque frio, cenário central da trama, e notasse um céu mágico, que simboliza a mitologia do livro. O título possui um efeito que gostei: invisível é em relevo e transparente.
O Guardião Invisível é o primeiro volume da Trilogia do Baztán, escrito pela espanhola Dolores Redondo e protagonizado pela inspetora Amaia Salazar. Publicado na Espanha em 2013, foi best-seller e chegou em 2014 ao Brasil pela Editora Record (Grupo Editorial Record).
O livro teve seus direitos vendidos para uma adaptação cinematográfica e terá a mesma produção de Millenium, de Stieg Larsson.
O principal motivo por eu ter me interessado é que o pano de fundo é a mitologia basca. O País Basco é uma região parcialmente autônoma, mas não mais independente, que abrange a nordeste da Espanha e uma parte menor na França, cortado pela cadeia de montanhas Pireneus. É um dos povos mais antigos da Europa e de um idioma único. Minha mãe nasceu lá, assim como toda a minha família materna e parte da paterna. Então eu adoro tudo relacionado a região e sou apaixonada pelo folclore basco e seus seres ricos e, infelizmente, pouco conhecidos.
A cultura basca é mostrada de modo atraente, por exemplo, a culinária. O cenário principal é o povoado de Elizondo e a região do vale / rio Baztán, em Navarra.
Embora geralmente as pessoas tenham em mente uma Espanha calorosa, o extremo norte e nordeste, em fronteira com a França, são frios e úmidos, principalmente nas áreas montanhosas. Portanto, mais um romance policial gélido europeu.

Para ler toda a resenha acesse o Leitora Viciada.
Faço isso para me proteger de plágios, pois lá o texto não pode ser copiado devido a proteção no script. Obrigada pela compreensão.

site: http://www.leitoraviciada.com/2014/09/trilogia-do-baltazan-livro-1-o-guardiao.html
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Adriano 23/08/2014

Um misto de investigação policial e mitologia basca!
Eu, particularmente, sou apaixonado por romances policiais europeus. O clima frio, sombrio, úmido e chuvoso que ambienta a maioria desses livros me fascina e encanta, ao passo em que a construção da narrativa e dos personagens também supera aos livros norte-americanos, na minha opinião.

A última obra lida que corresponde a esses critérios, foi O Guardião Invisível, escrito pela espanhola Dolores Redondo e publicado nacionalmente pelo parceiro, Grupo Editorial Record. O livro é primeiro volume de uma trilogia que pretende acompanhar as investigações da inspetora Amaia Salazar, no vale do rio Baztán.

Primeiramente, é bom salientar a minha surpresa com esse livro e como todas as minhas expectativas foram superadas. Aliás, acredito que eu nem mantinha expectativas. Fiz a solicitação do livro para resenha, mas depois percebi que a sinopse era inconclusiva: não conseguia imaginar se o livro caminharia pelo sobrenatural ou pelo real e justamente, por não saber com o que encontraria cultivei um 'pequeno' receio literário.

De modo geral, a obra acompanha as investigações de uma série de assassinatos conduzidos pela inspetora Amaia Salazar e sua equipe, no povoado de Elizondo, mais precisamente no bosque que circunda a montanha e no vale do rio Baztán. Os corpos, sempre de jovens meninas que entraram na puberdade, eram mortos por asfixia com uma corda fina e dispostos da seguinte maneira: cabelo bem arrumado, roupas rasgadas em tiras, pelos pubianos raspados e jogados próximo ao corpo e o mais nefasto: um doce típico da região chamado txatxingorri colocado na pélvis das garotas. Além disso, os sapatos das garotas eram colocados de modo alinhado e na entrada do bosque, simbolizando onde o corpo seria encontrado.

Essa cena brutal assusta até os especialistas que pontuam a mentalidade psicótica do assassino. Três garotas são mortas em intervalos de tempo próximos e com todos os detalhes coincidindo, no entanto, quando se investiga as motivações verifica-se que encontrar um culpado será mais difícil do que o esperado, uma vez que ele não comete erros, não deixa pistas e nada da vida das garotas leva a uma incógnita em comum.

Amaia e sua equipe se vê numa posição ainda mais difícil, quando a mídia sensacionalista e a população começa atribuir a responsabilidade dos atos ao basajaun, ser místico e do imaginário local que seria o guardião do bosque e assistiria a ele o dever de manter a pureza. Porém, aquele que protege seria o mesmo que mata?

O livro aborda todo o relato da Amaia, em busca de um suspeito e o transcorrer de suas investigações. Evidenciando as frustrações da vida policial quando todas as informações apontam para o vazio; o receio de que o assassino volte a agir; as responsabilidades que a polícia foral tem com a população que confia e espera agilidade e e as pressões dos superiores que esperam o caso ser resolvido.

Paralelo a isso, temos a volta de Amaia a seu povoado natal, Elizondo. Quando ela retorna, todos os fantasmas que a expulsaram retornam e agora com mais força. Temos lembranças da infância de Amaia, que parte o coração. Ela sofreu muito na infância e foi humilhada e traumatizada, justamente, por quem tem a obrigação de amá-la incondicionalmente, sua mãe. O livro retrata vários dramas familiares, intrigas entre irmãs e que acometem todas as famílias, assim como o dilema de quem cuidará dos negócios da família.

Conhecemos James, o marido de Amaia e que todas as mulheres iriam suspirar querendo um igual. Compreensivo, meigo, amável, carinhoso, preocupado e mais um turbilhão de predicados. Conhecemos as irmãs e seus relacionamentos frustrados, Ros e Flora (essa vaca). A autora é feliz em sua construção dos personagens. Ela consegue captar cenas e caracterizá-los com perfeição. Ela conseguiu humanizar todos os personagens transformando-os em gente como a gente, e quando o livro dialoga e se aproxima do leitor tudo melhora.

O drama em busca de um assassino se desenrola de um modo brilhante. Nesse livro, minha característica de detetive foi aguçada e pequenas deixas na narrativa me possibilitaram descobrir quem era o assassino antes mesmo de Amaia, ainda que eu não soubesse quais eram suas motivações e objetivos.

O Guardião Invisível é um livro policial incrível, que mistura fatos, lógica e racionalidade, com mentalidade doentia de um assassino e tangencia a perspectiva da fé, da lenda e da mitologia basca, na construção da narrativa. Só conseguirei tecer qualidades a esse livro e a escrita da Dolores. E cabe salientar que os direitos do livro foram vendidos para uma produção cinematográfica. (Pula, grita, gira e faz a dancinha da vitória).

Grupo Editorial Record, publique a continuação logo!! Os últimos parágrafos do livro deixaram um cliffhanger enorme e que pede por maiores explicações. Os leitores agradecem! :)

Avaliei o livro com 5 estrelas e meu coração de favorito

site: http://geracaoleiturapontocom.blogspot.com.br/2014/08/resenha-o-guardiao-invisivel-dolores.html
Gu 14/09/2014minha estante
Livro parece incrível.
Fiquei com vontade de ler. Obrigado pela dica e parabéns pela resenha!


Beth 15/10/2014minha estante
Tudo o que escreveste na maravilhosa resenha, mais as informações incríveis sobre a mitologia basca, um povo que me fascina desde que li Shibumi. O Guardião Invisível me surpreendeu, e muito.




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