Uma Canção para a Libélula

Uma Canção para a Libélula Juliana Daglio




Resenhas - Uma Canção para a Libélula


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Kennia Santos | @LendoDePijamas 23/07/2017

"É preciso ter coragem para encarar a sobrevivência."
Vanessa dos Santos vive em Londres, namora Jude que é um bom rapaz, e se tornou uma pianista de sucesso.

"Era o efeito que a música tinha nas pessoas. Eu não precisava de palavras e sim de notas. Tudo o que passara em minha vida sempre se tornou harmonia e melodia, e aquele momento era só para elas." (p.20)

Mora com seus tios Ted e Lorena, e sua prima Rebeca, e mantém um relacionamento bom com as duas. Tudo isso ela usa para disfarçar todos os fantasmas do seu passado, que a perseguem até hoje onde quer que esteja -exceto quando está tocando, onde ela entra num universo paralelo e foge de tudo que a machuca.

"Eu havia surpreendido a todos? A garota doente que venceu na vida e que merecia ganhar um doce por cada dia em que conseguia vestir sua fantasia de ser humano normal." (p.49)

Quando recebe um telefonema de seu pai, onde o mesmo diz estar com a saúde frágil, ela se vê num beco sem saída: terá de voltar ao Brasil depois de tantos anos, e enfrentar as coisas que deixou para trás. Para piorar tudo, ela termina com Jude, que a fere muito com as palavras. Nessa viagem ela reencontra seu "crush" de infância, Vitor que a acompanha no percurso e tem um amigo misterioso, que posteriormente ela descobre se chamar Nathan e está vindo ao Brasil fazer a residência de medicina.

Ao pisar de volta na casa que só a deixou com marcas, Vanessa tenta lutar, tenta ser forte, tenta enfrentar e superar com unhas e dentes tudo que a persegue. Mas parece que as sombras são sempre mais fortes e estão em maior número, e pouco a pouco vemos a garota desfalecer: ela perde seu contato com a música, perde a vontade de socializar, de sair, de comer. Só sua cama parece o necessário para ela, e mais do que isso requer um esforço sobre humano.

"Quando uma dor pede para levar embora suas lembranças ruins, ela também leva a parte boa. Arranca as raízes de tudo que você lembrava de ser." (p.86)

"Até mesmo a poeira era capaz de brilhar. Eu jamais brilharia. Era estagnada, apática. Não refletia nada além de minha própria dor transformada em monotonia e palidez." (p.126

Seu pai, seu irmão e Vitor tentam de toda forma reanimá-la, mas parece que a escuridão já tomou conta de tudo: mesmo com ajuda e incentivo, a garota está cada vez pior. A vida se esvai dela a cada dia, a cada hora, a cada minuto.

"Não havia nada no passado, quanto mais no futuro. Eu estava morta dentro de meu corpo vivo sem nem poder gritar por socorro." (p.139)

É uma temática muito sensível: depressão.

E Juliana Daglio consegue descrever perfeitamente cada fase, cada sentimento e dor, todas as coisas que essa doença toma de um ser humano, tudo que ela suja, apaga e destrói.

A escrita é muito boa, e apesar de conseguir identificar algumas falhas, o livro me surpreendeu. Espero conseguir o próximo o mais rápido possível, porque vai mostrar uma outra fase das vítimas dessa doença, e tenho certeza que não vai deixar a desejar.

Esse livro é um mergulho profundo em uma mente nebulosa, permeada por lagos obscuros e pela inusitada morte. De Londres a São Paulo, dos palcos aos lagos. "Uma canção para a libélula" é a história de uma alma perdida e sua busca por quebrar o casulo de sua existência, para só então compreender o sentido da própria vida.
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Dy 10/04/2017

Uma Canção para a Libélula vol. 1 | Por Minha Fuga da Realidade
Você precisa estar preparado para ler essa história. Não vá achando que é um conto de fadas. É uma história dolorosa, que te fará refletir, você já tendo passado por algo assim ou não.
[quote]
Vanessa dos Santos é uma pessoa que apenas existe. Sua infância foi triste e dolorosa, nada muito diferente de sua vida adulta. Mas ao menos uma coisa boa lhe aconteceu, conseguiu se tornar uma pianista de sucesso. Mas como nada que é bom dura muito, um imprevisto a faz voltar para onde tudo começou, fazendo-a despedaçar-se cada vez mais, até tudo ser insuportável demais. Mesmo com sua família ao seu lado, Vanessa não consegue vencer sua Vilã Cinzenta.
[quote]
Eu não imaginei que esse livro mexeria tanto comigo. Cada página que li, sentia a dor da Vanessa, tudo que ela passou, mesmo ainda não estando claro, percebe-se o quanto a marcou. Senti sua mágoa, sua raiva, e até o chão se abrir sob seus pés.
Palavras machucam tanto quanto atitudes, as pessoas não percebem isso até serem machucadas desse jeito. E é isso que Daglio nos mostra, descrevendo com detalhes as cenas, das mais simples as mais chocantes.
[quote]
Uma Canção para a Libélula vol. 1 não nos mostra com clareza os momentos que transformaram a vida da Vanessa e sua família, então aconselho vocês já terem o segundo volume ao lado.
Além de ter uma história envolvente e com a escrita fluída, a parte física está encantadora, com libélulas por todas as páginas. Encontrei apenas alguns errinhos, mas nada que atrapalhe a leitura. Eu nunca usei tanto post-it em um livro! Vou precisar fazer um especial de quotes para mostrar tudo a vocês.

Você pode ler ouvindo a playlist organizada pela autora, clique aqui (link no blog)
[+imagens]

site: http://minha-fuga-da-realidade13.blogspot.com/2017/04/resenhando-uma-cancao-para-libelula-vol.html
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Camila Lobo 26/03/2017

Resenha dupla: Uma Canção para a Libélula - Partes I e II (Por Livros Incríveis)
PARTE I

Renomada pianista, Vanessa foi levada para Londres muito cedo. Entretanto, ela precisa voltar para o Brasil, onde seu passado a fará reviver seus fantasmas com mais intensidade, quando finalmente reencontra a mãe que a odeia e revive a morte do irmão mais novo. Com isso, ela finalmente conhecerá a quem chama de Vilã Cinzenta, que insiste em puxá-la para baixo.

Eu leio muitos livros que tratam da depressão, e até hoje, todos os que li foram muito bons, a cada um eu lia um pouco de mim mesma. Entretanto, a experiência que eu tive com Uma Canção para a Libélula foi um tanto diferente de qualquer outra que eu tivesse tido com outra obra.
Meu primeiro contato com Juliana Daglio foi muito positivo. Não sabia o que esperar de suas obras, mas sempre tive vontade de ler tanto esses como a trilogia O Lago Negro, devido às sinopses e capas belíssimas.

Dividido em duas partes, ambas funcionam como um divisor de águas na vida da protagonista; a primeira é regada a melancolia, onde as cores da capa de fato combinaram com o teor do conteúdo, que aborda a depressão voltando e apossando-se da protagonista, conforme situações complicadas vão "explodindo" ao redor dela.
A autora escreve muito bem, tratando um assunto denso com muita sutileza e intensidade, demonstrando muito entendimento do assunto (Juliana Daglio é formada em psicologia) e explorando bem a depressão e suas características, quase que em uma conversa indireta com o leitor.

"Era um peso que ficava cada vez mais fortefazendo com que eu afundasse mais e mais a cada minuto. Cada vez mais para baixo."


A cada página lida, o leitor sente na pele o sofrimento de Vanessa. Os medos, a tristeza, tudo é sentido, e ao final do primeiro volume, a angústia é palpável. Para completar, como dito no início, as partes são como um divisor de águas na vida da jovem mulher, o que significa que a Parte I termine em um momento crucial, tendo um enorme gancho, me deixando bem ansiosa para o que aconteceria. Portanto, caso vá ler Uma Canção para a Libélula, recomendo que faça como eu e adquira logo os dois volumes. Depois não diga que não avisei.

PARTE II

A luta continua contra a Vilã Cinzenta. Vencida uma importante batalha, Vanessa precisa permanecer forte se quiser se ver quase inteiramente livre dela. As feridas de uma morte precoce começam a cicatrizar e a pianista prodígio descobre-se mais poderosa do que nunca, ainda que precise finalizar assuntos inacabados e descobrir coisas indesejadas.

"Meus gritos eram mais altos e mais fortes do que eeu poderia controlar. Vinha de dentro de minha alma, de uma profundidade que eu nunca pude acessar, mas que estava emergindo com tamanha força que não havia mais como parar."


Ao contrário do primeiro volume, o segundo trata-se de recomeços, de renovação, de esperança.
Contendo o dobro de páginas, a segunda parte narra as descobertas de Vanessa sobre ela mesma, sabendo quem ela é e pelo que deseja lutar. É também sobre o perdão, tanto para si, quanto para as pessoas que ela magoou. Felizmente todas as questões que ou foram deixadas em aberto, ou foram superficiais no primeiro volume, são respondidas e aprofundadas agora, o que o tornou bem mais explicativo e detalhado.

Eu acho que o melhor da trama criada por Daglio está nos diálogos. Tanto na parte I quanto na parte II, há diálogos emocionantes, repletos de conteúdo. Sabe quando um livro tem diálogos que não parecem acrescentar muito ou às vezes parecem até mesmo vazios? Esse não é o caso de Uma Canção para a Libélula. São conversas carregas de sentimentos e sutilezas, mas fortes na medida certa. Que abrem nossa mente e nos fazem crescer na história junto da protagonista.

O único ponto que me incomodou ao longo da história foi a personalidade de Vanessa e o que eu chamaria de Síndrome do Floquinho de Neve. Por muitas situações, a protagonista só olhava para o próprio umbigo, momentos em que só ela poderia sofrer e sentir raiva, sem sequer compreender os motivos dos demais personagens. Isso levava a personagem a uma infantilidade extrema, que me deixou frustrada em muitos momentos. Felizmente, os diálogos - conforme dito anteriormente - a traziam de volta para a Terra, e logo Vanessa ficava interessante novamente.

Resumindo, é um livro inspirador, e mais denso do que qualquer outro que eu tenha lido sobre a depressão, principalmente a parte I. Portanto, fico receosa de indicar a história para quem está passando pelo ápice da doença no momento. Entretanto, indico animadamente para quem convive com a "Vilã Cinzenta", que está sob controle; pra quem gosta da temática e para quem quer ler um um ótimo livro.

Sobre a duologia:
Uma Canção para a Libélula foi dividido em partes I e II, e ambos foram lançados em segunda edição pela Editora Arwen em 2015 e 2016.

Leia mais resenhas em:

site: http://porlivrosincriveis.blogspot.com.br/2017/03/resenha-dupla-uma-cancao-para-libelula.html
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Luciana.Santos 24/02/2017

Profundamente tocada!
Sem fôlego. É assim que me sinto após terminar essa leitura. Ainda estou com os olhos embaçados de lágrimas, com um aperto no peito, uma sensação tão forte como se essa dor fizesse parte de mim (e de certa forma faz).

Vanessa é uma jovem que vive em Londres e se destaca pelo seu sucesso como pianista. Apesar de uma vida aparentemente bem sucedida, Vanessa carrega consigo marcas profundas de um passado que nunca a deixou e em determinado momento de sua vida, precisa voltar ao seu país de origem, o Brasil, para encarar seu passado, seus fantasmas e aflições.

É um livro que deve ser lido por todos, leitura obrigatória, de fato. Ele te toca tão profundamente que não é possível permanecer o mesmo depois que o termina. Eu comecei uma e agora, quando finalmente o finalizo em meio às lagrimas que ainda teimam em cair de meus olhos, sei que Vanessa me fez ser diferente.

Nem de longe senti em alguma circunstância da minha vida as mesmas dores que a protagonista, ou sofri os mesmos infortúnios, mas pude sentir a Vanessa em mim enquanto lia. Partilhei das suas aflições, apatia, desespero e temores. Em muitas passagens quis a pegar no colo, afagar seus cabelos e dizer: ?Não se preocupe, vai ficar tudo bem?. Mesmo que pudesse parecer inútil ou banal. Quis tomá-la em meus braços, quis ser seu escudo para que sua Vilã Cinzenta não a tocasse, para evitar qualquer coisa que pudesse machucá-la.

Vanessa poderia ser minha vizinha, amiga, irmã, prima, poderia ser eu! Mas ela é tudo isso, de certo modo. Existem várias por aí e muitas próximas a mim, que lembrei enquanto lia e chorava a cada página absorvida.

Uma Canção para a libélula é uma obra profunda, intensa, com uma escrita muito bem fluída da Juliana Daglio que nos faz entrar num mundo tão doloroso e obscuro de uma maneira tão voraz, que quando menos se percebe já estamos envolvidos, sentindo à flor da pele todas as sensações da personagem, como se Vanessa fosse (e porque não seria) uma extensão de nós mesmos.

Não é uma leitura para qualquer ocasião. Deve-se estar preparado para uma história tão densa e complexa, pois as palavras contidas pegam em cheio em nosso emocional. Fala de dor, amor, tristeza, solidão, medo, culpa e tantos outros sentimentos /sensações tão íntimos e violentos, oriundos de todo e qualquer ser humano.

Nunca havia chorado com um livro antes, já havia me emocionado, mas não da mesma forma. Só tenho uma coisa a dizer: Obrigada Ju por essa obra e por me fazer apaixonar pelas libélulas.

Cinco estrelas, sem dúvida alguma! Super recomendo!
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Nathália Bastos 23/02/2017

Um verdadeiro livro sobre depressão
Esse não é um livro qualquer, eu chamaria de O Livro. Vocês não têm noção do quanto isso mexeu comigo, do quanto senti o que Vanessa sentiu. Esse livro é arrebatador, é incrível de uma maneira que nem sei explicar. Só digo uma coisa, depressão não é brincadeira, não é frescura de gente “dramática”, depressão é coisa séria, é uma doença que acomete mais a metade da população, você nunca saberá como é sofrer se não sentir na própria pele, mas aqui não quero que você sofra, eu quero que sinta como é e o que acontece com alguém que sofre dessa doença, e é isso que Vanessa me mostrou, e é isso quero que vocês vejam, não é nada bonito, é cinza, é doloroso e muito sofredor, mas te fará refletir muito sobre a doença no quais muitos o intitulam de “polêmico” sem ao menos saber os fatos que levou a isso. E não, esse livro não é para qualquer um, mas quero indicar a todos, sem exceção, pois quero que todos saibam como exatamente é, a verdade nua e crua, sobre essa doença.

Vanessa é uma garota prodígio, puro talento para música clássica. Sua melhor companhia é o seu piano que quando esta tocando simplesmente entra em um novo mundo, Vanessa é uma garota onde talento nasceu cedo e de formas inimagináveis, ainda criança, Vanessa já era capaz de tocar muito bem sem ao menos alguém te-lo ensinado, mas tinha todos diziam que suas músicas eram tristes, mas foi através da musica que ela encontrou sua vontade de viver.

Ainda criança Vanessa sofreu um trauma muito grande que a abalou muito, a morte de um ente querido, sem contar que, sua mãe a culpava pela morte. Alem de querer ter o amor de sua mãe de alguma maneira, ela ainda não o conseguia entender o porquê ela o desprezava, mas Valéria, sua mãe, não era alguém muito certa da cabeça. Com isso Vanessa passou a morar com sua tia em Londres, longe de tudo, mas conseguiu seguir a vida em frente, mas isso a deixou como alguém que não consegue expressar seus sentimentos, alguém um pouco distante e até mesmo fria. Até que um dia ela se vê forçada a voltar para o Brasil a pedido de seu pai que esta muito doente, como seu amor por seu pai é incrível, ela vê entre enfrentar a voltar para o lugar onde sofreu muito somente para ter um momento perto de pai, ou, ficar em Londres e sem saber o que esta acontecendo com seu pai que poderia morrer sem vê-la novamente.

“A morte que me tirara tudo, e que agora poderia tirar meu pai” cap. 2, parte I, pag. 39.

Mesmo com a perspectiva de que teria que enfrentar os maiores “demônios” Vanessa não desistiria de revê seu pai e esta seu lado no momento que mais precisa, mas ainda assim a temível “vilã cinzenta” vinha e trazia as piores lembranças de sua infância, mas, nem por isso ela desistiu e foi ao seu encontro. Sua jornada no Brasil não será nada fácil, Vanessa passara por alguns bocados na casa de seus pais.

Queria falar mais, mas não quero soltar spoilers aqui né, o que posso dizer é que Vanessa enfrentará seus piores medos, suas piores lembranças e também, sua mãe que ainda a culpa pela morte de um ente querido. O livro todo é um enigma e cheio de mistério, ele não diz logo de cara quem morreu, apenas vai dando pista, e outra, vão vendo Vanessa na perspectiva de seus olhos, o livro é narrado em primeira pessoa, o que achei excelente pois nos coloca no lugar da personagem.

E mais uma vez minha parceira linda arrasa, é incrível a escrita da Juliana, é envolvente, é hipnotizador, como o livro é fino, você lê em dois dias (demorei um pouquinho porque estava lendo outros livros juntos kk). A construção de cada personagem é incrível, tanto que um personagem me intrigou muito, o Nathan, ele é misterioso e acho que ele será a chave principal que ajudará Vanessa. O mais lindo além da capa, é a diagramação do livro, ele possui libélulas pela pagina toda, o que faz você ficar encantada, erros encontrei um ou dois, mas mal da para perceber do quanto envolvida estava com a história.

É um livro perfeito, sua história pode ser dolorosa, sim, chorei bastante e depois que terminei fiquei com ressaca. Mas esse livro é para nos ensinar como é a depressão, Juliana conseguiu descrever tudo, todos os acontecimentos, sentimentos, tudo de forma clara, isso me impactou muito, agora sei o porquê da Libélula, ela pode ser um inseto “feio”, mas sua característica é marcante, a Libélula é livre, ela voa, ela enfrenta tudo, ela encara seus medos, mas ainda nesse livro, a Vanessa essa entrando em um casulo, agora só resta lê a parte II, e espero muitas coisas boas pela Vanessa.

A resenha do segundo livro sairá em Março, e prometo trazer as emoções aqui para você. Vou ficando por aqui, mas antes deixou uma linda citação para vocês, até a próxima

“ – Talvez eu pareça muito ingênua, mas de qualquer forma digo uma coisa para a senhorita: passado é passado, e é lá que deve ficar.
- E quando a gente não esquece?
- Não é para esquecer, é para não deixar ele atrapalhar o hoje.” Cap 9, pag. 143.

-Nathy Bastos

site: http://www.bibliotecalecture.com.br/2017/02/uma-cancao-para-libelula-parte-i.html
Cinthia.David 06/04/2017minha estante
Amei a resenha. Essa última frase do capítulo nove é para mim, preciso aprender a fazer isso.




Priscila Cruz 26/01/2017

Sentimentos descritos com perfeição.
Sentimentos descritos com perfeição. São poucos os escritores que conseguem falar sobre a tristeza e fazer o leitor sentir.
E Juliana Daglio conseguiu!
Não dá pra falar muito sobre a história, pois perderá o encanto para quem tiver vontade de ler. Porém, a leitura é recomendada. Isto é, para quem tem vontade de viver emoções fortes.
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CuraLeitura 28/11/2016

O livro apesar de conter temas pesados é lindo,é poético é sensível e triste e brilhante!!!
Neste livro vamos conhecer a historia de Vanessa. Pianista altamente renomada, mora em Londres com seus tios e sua prima Becca, tem uma carreira brilhante, uma vida tranquila, um namorado apaixonado e um passado perturbador.

"Quando uma dor pede para levar embora suas lembranças ruins, ela também leva a parte boa. Arranca as raízes de tudo que você lembrava ser. Foi isso que aconteceu. A dor me levou a parte boa de minha infância e só deixou um vazio enegrecido para trás"

As marcas de um passado difícil e sombrio fazem de Vanessa a pessoa que é hoje, não acredita amores para sempre, recusando o pedido de casamento de seu namorado, detesta os abraços, beijos e elogios que a cercam em cada evento que realiza, e mantem um relacionamento bem distante com seus pais e irmãos há 13 anos por causa de uma tragédia familiar e o sentimento de culpa que a cerca dia apos dia.

- Eu deveria saber que você não iria aceitar - soltou com certa brutalidade - Você está sempre ocupada demais com suas partituras! Sempre reclusa e antissocial! O que uma garota tão triste e infeliz iria fazer com um casamento? Acabar com ele! - continuou, agora com crueldade.

Não suportando mais usar sua mascara de felicidade, Vanessa vai ficando cada dia mais triste e mais afastada de todos. Porém uma ligação acaba mudando seus planos, seu pai à convida (obriga) a passar alguns dias com ele pois está vendo sua filha adoecer e também porque foi vitima de um infarto e gostaria que sua família estivesse ao seu lado neste momento. Sendo assim, Vanessa embarca de volta ao Brasil para encarar de frente sua mãe ou o que quer que ela seja, a vilã cinzenta enquanto tenta não se afundar em tristeza ao ponto de reviver os dramas do passado.

Leia mais em:

site: https://curaleitura.blogspot.com.br/2016/11/resenha-uma-cancao-para-libelula.html
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Pri 15/11/2016

{Resenha} Uma canção para a libélula - Blog As Meninas que leem livros
Primeiro livro da autora Juliana Daglio que leio (e também da Editora Arwen) e foi uma ótima escolha!

É claro que terminei de coração partido, não pude acreditar no final, mas o livro é incrivelmente bem escrito e tão preciso no que se trata de Depressão que acredito que todos que possuem um parente com esse transtorno deveriam ler para saber que não é só uma coisa da sua cabeça e que não passa tão fácil quanto as pessoas dizem.

“A mensagem que quis passar com minha história não é de morte, e sim de vida. Mas o que seria da vida se não fosse a morte? Como a valorizaríamos se soubéssemos que ela é infinita? E quando essa vida de torna um fardo? É preciso falar da morte para falar da vida, embora nenhum de nós possamos desvendar nenhuma delas.”

A tristeza parece estar presente em todos os cantos da estória. Não sei, parece que o livro todo é cercado por essa aura cinzenta que domina Vanessa Santos, a protagonista. Ela é uma jovem de 20 e poucos anos que foi morar em Londres após algo terrível acontecer em sua vida.
[...]
Continue lendo no blog!

site: http://www.asmeninasqueleemlivros.com/2016/08/resenha-uma-cancao-para-libelula-1.html
Juliana 23/11/2016minha estante
Priii! Obrigada por postar essa resenha aqui. Vi que não gostou da conclusão da história, mas sou muito grata por ter seguido com ela até o final. Esse resenha aqui é uma das que mais guardo com carinho, mas pensarei sobre o que falou na segunda.
Como é meu primeiro livro, tive oportunidade de mudar muito minha forma de construir histórias, e é sempre bom ter opiniões diversificadas delas




Aline 02/11/2016

Profundo
Vanessa toca piano desde os três anos, aos seis começou a ter aulas e sempre surpreendeu a todos com seu talento. Após trágicos acontecimentos, aos onze anos, sua tia Lorena a leva para morar com ela em Londres, a fim de ajudá-la a superar tudo o que aconteceu. E foi o que aconteceu. Atualmente sua vida parece ter entrado nos eixos, sua carreira vai de vento em popa, sendo conhecida como uma das principais pianistas da atualidade.

Após o rompimento com o namorado, Jude, ocasionado por divergências de opiniões e até por falta de amor da parte dela, já que ele a pediu em casamento e ela não aceitou, ela só queria paz para poder lidar com todas as coisas cruéis que ouviu dele. Mas então, seu pai liga dizendo que sua saúde vai mal e pede que ela volte para o Brasil. Preocupada, ela prontamente atende, mesmo que isso signifique enfrentar todos os fantasmas do passado, que ela tinha certeza estarem muito bem enterrados.

"Eu era feliz quando estava com minha música. O resto do tempo eu não sabia." (p. 19)


Rica e talentosa, ninguém imagina a culpa que toma conta de Vanessa, nem os pesadelos que lhe assombram todas as noites. Introspectiva, sempre encontrou na música a sua salvação, seu "abrigo da tempestade". Desde o início do livro podemos perceber os inúmeros problemas que Vanessa carrega, mas somente no decorrer da história é que tomamos conhecimento do quanto tudo a abala e do quanto ela tenta enterrar isso dentro de si.

A maneira como foi abordada a questão da depressão, as metáforas e como foi retratada, vai nos mostrando como começou e como foi se agravando dia-a-dia. É possível ver o mundo pelos olhos de Vanessa e sentir o quanto tudo aquilo a estava afetando. Nos possibilita ter uma compreensão maior da gravidade da doença, que por muitos, infelizmente, é vista como frescura. Em diversos momentos quis poder dar um abraço em Vanessa e dizer que ia ficar tudo bem, eu queria dar a atenção e a compreensão que silenciosamente ela pedia. Sofri e me angustiei junto com ela. Uma canção para libélula foi um livro que me despertou muitas emoções, a história é daquelas que quando termina ficamos um bom tempo olhando para o nada, assimilando as ideias.

"O piano não me quer e a música fugiu de mim, às pressas. Assombrada pela moradora cinzenta da minha alma." (p. 138)

"Quando uma dor pede para levar embora suas lembranças ruins, ela leva também a parte boa." (p. 86)

Sobre os personagens secundários os que mais me chamaram atenção foram a tia Lorena; Becca, a prima; Vítor, amigo de Vanessa; e Nathan, amigo de Vítor. Não posso deixar de citar Valéria, mãe de Vanessa, uma mulher egoísta e sem coração que me revoltou bastante durante a leitura. Já sobre Marcos, o pai, ainda não consegui me decidir se gosto ou não, por conta de muitas atitudes dele.

(+) Leia a resenha completa no blog.

site: http://literalizandosonhos.blogspot.com.br/2016/11/resenha-uma-cancao-para-libelula-parte.html
Juliana 23/11/2016minha estante
Lindaaaaaaaa! Obrigada pela resenha maravilhosa!!




Silvana 29/10/2016

Vanessa é uma renomada pianista de vinte e quatro anos e que a treze anos deixou o Brasil e foi morar com seus tios em Londres. Ela tem pai e mãe aqui no Brasil, mas no começo não sabemos o motivo dela ter ido tão jovem para um país estranho e longe da sua família. Só sabemos que aconteceu alguma coisa grave a quatorze anos, uma coisa que inclusive Vanessa não gosta nem de lembrar que já lhe faz mal. Vanessa é uma garota triste e solitária. Ela tem seus tios, sua prima Becca e um namorado, mas a solidão está dentro do seu coração. Seu namorado tenta quebrar essa barreira e até pede Vanessa em casamento, já que estão juntos a tanto tempo, mas Vanessa recusa, porque não acredita em amor e essas bobagens. É nesse instante que percebemos que ela carrega uma culpa enorme por alguma coisa, e essa culpa toma todo espaço dentro do seu coração.

Mas as coisas mudam com um telefonema que ela recebe de seu pai no dia do natal. Ele teve mais uma ameaça de infarte e pede que Vanessa volte para casa para ficar com ele. Vanessa se vê em um mato sem cachorro, já que sabe o quanto o passado ainda está presente em sua vida e o quanto ainda machuca, mas ela não pode dizer não para seu pai, já que ele pode falecer a qualquer momento. Nem que para isso ela tenha que enfrentar sua mãe. Valéria, mãe de Vanessa, estava no auge da carreira de modelo quando engravidou acidentalmente de Vanessa e ela nunca perdoou Vanessa por isso. E conforme o dia de voltar ao Brasil vai se aproximando, Vanessa vai ficando cada dia mais tensa, até que Becca diz a Vanessa que ela tem que procurar ajuda, porque está doente e não é de hoje. E para ajudar, seu tio diz que quando ela voltar do Brasil, é melhor que ela arrume outro lugar para ficar.

A única coisa boa vem da sua tia, que lhe dá de presente um pingente de libélula, já que o inseto representa tanto para Vanessa desde quando ela viu uma pela primeira vez quando tinha seis anos, e ate compôs sua primeira musica a Canção para a Libélula. E para sua surpresa, quem também está de volta ao Brasil e vai no mesmo voo que ela é Vitor, um amigo de infância e primeiro amor de Vanessa, o que dá até uma esperança em Vanessa de que as coisas sejam diferentes dessa vez. Mas quando ela encontra sua mãe, ela vê que nada mudou, e se dá para isso, até piorou. E não é apenas sua mãe que ela vai ter que enfrentar, mas o passado que estava bem escondido no fundo da sua mente, que só aparecia nos seus sonhos. E ela, a Vilã Cinzenta está lá pronta para dar o bote.

O que me chamou a atenção para esse livro em primeiro lugar foi a capa e em segundo o preço, que comprei bem baratinho em uma promoção no site da editora. A autora aborda um tema que eu não tinha lido em nenhum livro até agora, a depressão. E o mais interessante é que ele é em primeira pessoa, por isso acompanhamos tudo o que a personagem está sentindo. E confesso que até agora eu não sei se gostei ou não da história. Acho que fiquei com um pé atras por nunca ter lido nada assim, do ponto de vista da personagem que estava passando por aquilo. Geralmente quando leio alguma coisa com doença, é sempre em terceira pessoa e não tem o mesmo envolvimento. Só sei que a autora está de parabéns por ter provocado o tanto de sentimentos que ela provocou em mim. Eu senti desde raiva, culpa por sentir raiva e aquela sensação de impotência diante da situação.

Desde o primeiro momento que conhecemos Vanessa, já vemos que ela está muito doente, o que me deixou indignada foi ver que sua família preferia fingir que estava tudo bem. Com exceção da sua prima, todos os outros sabiam do problema e preferiam ignorar. Seu pai foi o que mais me deixou nervosa. Ele sabia de tudo o que tinha acontecido, sabia que por pouco sua filha não tinha morrido e pediu que ela voltasse, sabendo que a Valéria estava até pior do que antes. E mesmo vendo tudo isso, ficava calando vendo o que acontecia. Quando enfim resolve reagir e levar Vanessa para um médico, deixa os remédios por conta da garota que mal sabia o que estava acontecendo a seu redor. Nem sei qual coisa é pior, e nem se algum deles é saudável nessa história. A Vanessa me irritou muitas vezes também, por isso digo que senti culpa, porque sei que ela agia assim por estar doente, mas não me impediu de querer dar uns tapas nela e fazer ela reagir.

A história é bem complexa, por vezes me vi sem saber o que era real ou o que era imaginação e delírio por causa da doença. E confesso que não entendi bem o papel da libélula na história. A linguagem poética também me atrapalhou bastante, quem leu outras resenhas minhas sabe que não sou muito fã de linguagem assim. Mas vou ler a continuação, porque o livro tem um final que nos faz querer saber o que aconteceu e como vai ficar a situação. E também quero saber o que de fato aconteceu anos atras, porque ficou tudo em aberto. A edição do livro está incrível e por todo o livro temos mínis libélulas nas páginas. Eu indico o livro para quem gosta do gênero. Mas leia preparado, que a história é bem forte.

site: http://blogprefacio.blogspot.com.br/2016/09/resenha-uma-cancao-para-libelula.html
Juliana 09/11/2016minha estante
Ólá, Silvana, obrigada por ter lido e resenhado o livro. Fico feliz por ter dado essa oportunidade a ele e também por seguir lendo o próximo.
No segundo vamos entender o motivo da Vanessa ter a Libélula como sua metáfora, então vou aguardar sua conclusão da história.

Um forte abraço e sucesso para o blog. :*


Cinthia.David 06/04/2017minha estante
Interessante você falar sobre como a Vanessa te irritou em determinadas situações, pois é exatamente isso que acontece com pessoas reais. As que não são doentes as vezes n tem paciência.


Silvana 07/04/2017minha estante
Por isso que disse que me senti culpada, por estar irritada com ela sabendo que ela agia assim por causa da doença.


Cinthia.David 07/04/2017minha estante
Terminei a parte um hoje. Tenho raiva da mãe dela rs




Carlos531 01/10/2016

"Quando uma dor pede para levar embora suas lembranças ruins, ela também leva a parte boa..."
Primeiramente gostaria de citar que são inúmeras histórias que relatam a depressão, mas poucas conseguem tratar com tamanha exatidão o que uma pessoa sente e as inúmeras formas que isso pode lhe afetar, além da metáfora de sentimentos em tudo que está à sua volta. Depois de ficar encantado com A Menina Submersa de Caitlín R. Kiernan, acabo me deparando com mais uma história surpreendente.
Vanessa é uma pianista prodígio, uma profissional, que desde a infância sempre tocou como ninguém e era admirada por professores e amigos. Conhecemos de cara que a personagem tem uma carreira brilhante, uma vida notável, um namorado prestes a pedi-la em casamento. Tudo parece perfeito, não é mesmo? E quando você está destinado a viver com lembranças do passado que são maiores do que tudo isso?
Vanessa nasceu fruto de uma gravidez indesejada, sua mãe Valéria foi uma grande modelo e por conta da gravidez, teve de deixar para traz um grande contrato e toda a sua carreira. Isso gerou um ódio que se alastrou por toda a vida da filha.
Com um relato repleto de metáforas que escondem os reais e fatos da vida da personagem, neste livro você vai encontrar as brechas e as peças do passado de Vanessa. Afinal, seu pai está doente e depois de toda uma vida em Londres, ela está fadada a voltar à sua cidade natal e encarar os traumas do passado.
Uma canção para a Libélula Parte I lhe mostrará um lado totalmente diferente da depressão e suicídio, com fantasia, mistério e claro, uma vilã: a mulher cinzenta, ou como vocês conhecerão nesta história – a Morte.
Com um final perfeito e inovador, é impossível não esperar por muito de uma segunda parte.
Juliana 05/10/2016minha estante
Que alegria abrir o skoob e me deparar com essa resenha linda! Muito feliz que tenha gostado assim do livro. Espero que a parte dois venha para trazendo ainda mais bons sentimentos.
Obrigada!!




Thamyres Andrade 26/08/2016

Angústia presa na garganta
O que dizer de um livro que mexe profundamente com suas emoções e faz descer lágrimas de seus olhos? Foi assim que terminei "Uma canção para a libélula". Completamente vulnerável. Durante toda a leitura fiquei inquieta, quis participar de alguma forma e interferir no que lia. Senti vontade de esbofetear com vontade alguns personagens e dar um abraço bem apertado e demorado em outros. Levei um verdadeiro tapa na cara com os milhares de ensinamentos contidos em - pasmem - apenas 180 páginas. Amor, dor, ódio, valores, injustiça, perdão. Tudo explorado minuciosamente em cada capítulo. Me atrevo a dizer que é impossível terminar essa história sendo a mesma pessoa, pensando da mesma forma. Mesmo escrevendo essa resenha quase 24 horas depois de ter terminado, ainda me sinto atordoada e com um nó imenso preso na garganta. Nem preciso dizer que a Juliana conseguiu me deixar ansiosa pra começar o segundo livro. Pode parecer contraditório, mas mesmo aflita fiquei feliz. Descobri que, entre tantas outras, sou mais uma Libélula. Super favoritado.
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Nu e As 1001 Nuccias 22/07/2016

Resenha do Blog As 1001 Nuccias
Em vários momentos da minha vida de leitora (quase toda minha vida, diga-se de passagem), eu já me deparei com livros que você termina de ler e fica parada olhando pro nada, sem saber muito bem como reagir, se é que dá pra reagir. Você tenta começar outros livros e não consegue. É a famosa ressaca literária e é a 2ª vez que a tenho em menos de 2 meses!

Em Uma Canção para a Libélula Parte 1, somos apresentados a Vanessa Santos, uma famosa pianista, nascida no Brasil, mas morando há 13 anos com seus tios em Londres, Inglaterra. Aos poucos, sua personalidade e sua história são desnudadas aos leitores. Vanessa está sempre fingindo: detesta ser o centro das atenções, ter todo aquele público olhando para si, ter de participar de coquetéis exibindo um sorriso marmóreo à pessoas a quem nunca conheceria de verdade.

E então tem de enfrentar um desafio: dizer ao namorado que recusava seu pedido de casamento. Há no passado de Vanessa coisas que ela tenta não se lembrar, mas que não saem de sua mente momento algum. E quando ela recebe a notícia que tem de voltar ao Brasil para acompanhar e cuidar um pouco da saúde do pai, tudo retorna e retorna com força. Mas a Vilã Cinzenta não tinha se afastado, nem em sonhos.

anessa é uma personagem quase indescritível. Sempre introspectiva e pouco social, é sob sua ótica que conhecemos seu mundo, seu passado, suas dores e traumas, sua visão da família e dos acontecimentos. É sob sua ótica que entendemos o amor que tem pelos tios e pela prima Becca que a acolheram sem pensar 2 vezes, pelo pai que sempre tentou cuidar dela (mas não fez isso muito bem) e é sob sua ótica que somos apresentadas à sua mãe, Valéria.

Valéria é, no mínimo, instável. Quando se descobriu grávida de Vanessa, estava quase assinando contrato com uma agência de modelos. A gravidez impediu; a culpa e frustração foram todas jogadas nos ombros da filha. Não há um minuto em que Valéria não esnobe ou desmereça Vanessa, ao mesmo tempo em que enaltece André, o mais velho.

Não é que seu pai não a amava. Amava, sim, muito mesmo, mas sempre deu à esposa toda sua atenção, ignorando sua influência sobre a filha, ignorando tudo que a filha deveria estar sentindo. Quando sua irmã levou Vanessa para Londres, ele apenas agradeceu, concordou com visitas esporádicas e telefonemas em datas especiais.

Então agora, só resta dar minha opinião. Eu ainda estou meio sem saber o que dizer deste livro incrível! Jubs pegou suas experiências pessoais, uniu ao conhecimento acadêmico (em psicologia) e criou livros peculiares, que mostram os sentimentos por dentro.

Com uma escrita cadenciada, simples e bonita, quiçá uma prosa poética, o livro tem um tema pra lá de atual que foi escrito esmiuçando um pouco do lado obscuro, desconhecido e muitas vezes incompreendido da mente humana.

Se não fosse por esse livro, eu nunca teria confirmado que tive realmente uma leve depressão no início da surdez. As sensações estavam todas lá: a raiva inicial, a apatia, o desgosto, a vontade de não pensar ou se importar (ou seria melhor dizer a ausência de vontade para tentar mudar).

Da mesma forma que a personagem, eu lutei para não ir ver alguém que pudesse me ajudar, pelo exato mesmo motivo: não me achava com problema algum. Mas diferente dela, quando fui, me empenhei realmente na conversa, na análise e não precisei de medicação.

Jubs mostrou cada sentimento, cada sensação, cada visão que Vanessa teve ao longo de sua vida, o que a levou a estar assim e o que a família fez que só piorou seu estado. A narrativa em primeira pessoa nos ajuda a imergir no mundo sombrio de Vanessa e nos põe muitas vezes para pensar se era apenas ela, ou se a autora ou você estavam no livro também.

A impressão inicial que temos é a de que Jubs criou a personagem Valéria, a mãe, de forma meio forçada, deixando-a um pouco previsível, mas como a história deixa pontas soltas (como qual foi o trauma inicial, por exemplo), e há um prólogo bastante significativo, escrito sob o ponto de vista da Valéria, creio que tudo será explicado no segundo e último livro.

E o final? A história para no auge, lembrem que esta é apenas a parte 1. Se não fossem tantos prazos e trabalhos (afinal, meu emprego continua, né...), juro que já teria devorado a parte 2, mas prometo (palavra de bandeirante!) que a resenha sai ainda em agosto!

Não é o primeiro sick-lit de que gosto (sim, tem pelo menos 1 ou 2, nada tão chocante assim), nem o primeiro drama, mas com certeza absoluta é o primeiro que favoritei. E se reclamar, favorito de novo!

Por fim, gostaria de enfatizar que eu não só recomendo o livro, como ainda faço a maior questão de subir em um palanque e discursar sobre a beleza das palavras usadas, a forma como foi escrito, sobre a importância dele e de seu tema para a sociedade hoje em dia. Não dá mais pra esconder, não é certo deixar pra lá.

**Leia a resenha completa no blog, com fotos e citações!

site: http://1001nuccias.blogspot.com.br/2016/07/resenha-livro-cancao-libelula-1.html
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Noites 17/07/2016

A Canção Cinzenta?
Feche os seus olhos e conte até quarenta. Contou? Então, uma pessoa em algum lugar do mundo se suicidou. Tirou a própria vida por motivos que desconhecemos, mas que infelizmente podemos imaginar. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), é estimado que a cada 40 segundos alguém se suicida. Em 2012, só no Brasil, houve mais de onze mil suicídios. E mesmo a depressão não sendo a culpada por todas as mortes, é responsável pela maioria delas.

Exatamente por isso é tão importante que existam livros como o da Juliana Daglio por aí. Estórias que além de emoção, transmitam a conscientização; e ainda que não seja o foco, acaba por desconstruir a ideia errada de que depressão é "apenas frescura". Para saber mais, leia a matéria completa aqui. E procure ajuda profissional, caso precise. Ficar calado só dará oportunidade para as vozes aumentarem...

"Às vezes tenho a impressão que você só se importa mesmo com essa melancolia toda e acaba se esquecendo do mundo."

Vanessa é gente como a gente... Só que rica, linda e uma pianista muito talentosa que vive em Londres com a sua querida família adotiva. Seria inimaginável não ser feliz com a vida dos sonhos que tem, e é justamente a infelicidade a sua melhor amiga. Além de tocar, a moça não tem um propósito. Os pesadelos lhe são cotidianos, até que eles se tornam os menores de seus problemas; um deles se chama Valéria, problema também conhecido por ser sua mãe. Ela era modelo, teve uma gravidez indesejada e rejeitou a sua filha. Assim, se tornou a personagem mais odiável de todo o livro e definitivamente, não é o tipo de mãe que qualquer criança deseja ter.

Dentre os demais personagens tem um amigo esquecido de infância, uma irmã postiça bem engraçadinha e um rapaz misterioso de poucas palavras, mas de muitos olhares. Quase me esqueci do pai egoísta, que é um quase-amorzinho de pessoa, exceto quando é egoísta (praticamente o livro todo).

"Eu estava feliz quando estava com minha música. O restante do tempo eu não sabia."

O livro é escrito com tanta sinceridade que finalizei sua leitura com a sensação de ter ouvido o desabafo de uma amiga. E apesar de não ter chorado, um nozinho na garganta foi inevitável durante o terceiro ato. Culpa do Beethoven! Aliás, a autora tem um lance muito bacana que todas as suas protagonistas possuem nomes começados pela letra V, motivo que ainda é segredo. Achei relevante acrescentar.

Os personagens, como já citei, são desinteressantes e a trama possuí um ritmo bem calmo nos seus primeiros atos. O motivo do desinteresse, creio eu, seja resultado da própria protagonista e do modo cinzento que ela começa a enxergar o mundo. Contudo, eu definitivamente recomendo a leitura para amantes de um história bem contada.

site: http://www.lendocomchuva.com.br/2016/06/UmaCancaoParaALibelulaParte1.html
Juliana 20/07/2016minha estante
Que coisa mais lindaaa!


Be 11/08/2016minha estante
Muito bom!




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