Tempos extremos

Tempos extremos Miriam Leitão




Resenhas - Tempos Extremos


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Ticoguedes 06/10/2020

Muito além de história
É um livro sensacional por variar o enredo em três séculos diferentes,aborda questões sociais e os personagens são magníficos, só não dei 5 estrelas pois achei a escrita um pouco complicada e tive que pesquisar acerca do livro sobre a linguagem utilizada,mas vale muito a pena a leitura
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Tati 13/03/2021

"Presente e passado convivendo, e ela entrara por alguma fissura. Imaginação? Tudo era real. E impossível."

Três tempos históricos diferentes e interligados. O livro me surpreendeu bastante, a história é muito empolgante e nos deixa pensando em tudo o que já passou e como muitos esqueceram esse triste passado que ainda nos circunda.
Achei que algumas coisas ficaram sem explicação, mas isso não tira o brilho da narrativa. Um livro muito bom, uma volta ao nosso assombrado passado, de uma forma sensível e instigante.
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Lorena 07/10/2019

Tempos Extremos é daqueles livros que confrontam o passado antigo, o passado recente e o presente do Brasil de maneira espetacular numa trama muito bem tecida.

Larissa, a personagem principal, é filha de Alice, militante na época da Ditadura Militar e Carlos, também militante e desaparecido político. Não chegou a conhecer o pai. Formada em jornalismo e após certa desilusão com a profissão, resolve cursar História e se identifica na essência com o curso.

O enredo se passa principalmente na fazenda Soledade de Sinhá, localizada no interior de Minas Gerais. A família, incluindo primos e tios, se reúne afim de celebrar o aniversário da matriarca, Maria José. Mas muito além da celebração e o sonho de unir a família, fatos históricos irão vir à tona e mudar o rumo da vida de Larissa e de seus familiares.

Como que escolhida a dedo pelo Universo, Larissa recebe na primeira noite da estadia na fazenda, a visita de uma mulher negra (que em nada se parece com um fantasma) e que a convida para conhecer uma parte esquecida do lugar. A parte da senzala do escravos que ali viveram um século e meio antes.
Enquanto isso, sua mãe e seu tio Helio, travam inúmeras discussões acaloradas sobre a ordem política do país. Hélio serviu ao Exército na época da Ditadura Militar. Alice, como se sabe, fora militante contra o golpe. E o restante tenta, cada qual do seu jeito, acalmar os ânimos dos irmãos.

Larissa resiste por ser tão irreal quanto impossível, mas por fim, cede e passa não só a ver, mas se comunicar com uma pequena família de escravos compostos por: Constantino - o pai, idoso já doente - Bento - o filho, de boa idade e bom porte que acredita na revolução e fuga para conseguir alcançar a liberdade - e Paulina - a filha, que é escrava cativa da filha dos donos da Fazenda e acredita que sua alforria virá após longos anos mimando a dona (de mesma idade) fazendo-a acreditar que a servirá igualmente mesmo após ser liberta. Larissa é chamada por eles para acalmar o coração de Constantino e dizer a ele qual dos dois filhos terá êxito nos planos tão diferentes quanto perigosos.


Escravidão e Ditadura Militar, dois períodos obscuros e tristes da história do Brasil que, brutalmente, censuraram e violentaram das formas mais cruéis e desumanas possíveis, milhares de pessoas nativas e estrangeiras e que não foram encarados e investigados com a devida atenção e respeito pelos governos.

Dentro do enredo, cada personagem tem oportunidade de contar sua história e revelam um pouco desses dois períodos. Não bastasse tamanha importância, o livro ganha mais energia quando Antônio, jornalista e marido de Larissa, chega logo cedo na fazenda, após dias de chuva intensa, com informações fortíssimas do paradeiro de Carlos, as quais ele obteve de uma fonte anonima que decidiu revelar documentos e imagens dos processos de presos políticos.
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Nélio 07/08/2019

Terminada a leitura do livro, fiquei com aquela sensação de “ufa, ainda bem que li!”. Antes, estava com muita resistência em ler o romance, mas “detalhes” atingiram minha curiosidade e embarquei no livro! E que viagem!!! Valeu muito a pena, e sobra aquele desejo bobo de leitor que gosta de boas leituras: mais gente – principalmente os amigos - tinha que lê-lo. Uns para aprender mais, outros porque compartilhamos gostos afins, e muitos porque o livro é bom mesmo e tem cara de alguns aficionados por boas estórias (e histórias!).
A autora tem o dom da escrita, claro! Alguns defeitinhos narrativos para mim, mas que em nada tiram o brilho da obra. Quanta pesquisa, quanta originalidade na construção narrativa – digo por mim, é claro! -, enfim, quanta coisa legal de se ler! É uma daquelas obras que tinham que ser escritas mesmo, que não poderiam passar em branco... a gente merece boas escritas!
Temas fortes, controversos, “diabolicamente” provocativos – ainda mais no momento atual do nosso país – povoam o livro. Ele foi lançado em 2014, e traz muita coisa que poderia ajudar muita gente, hoje, a ver com olhos diferentes a escravidão brasileira até o século XIX e a ditadura militar do século passado.
O livro carrega em si uma carga sentimental que nos abraça à medida que vamos conhecendo a vida das suas personagens. Larissa é alguém que nos dá vontade de conhecer de verdade. Todos ali compartilham conosco suas duras vidas e servem, é claro, como lições para todos nós; além de ofertarem o prazer de ler ligado a um desejo quase que permanente de se ler mais um pouquinho, mais um pouquinho, e assim se vai....
Uma daquelas frases fortes que carregamos para o resto da vida: “A dor anônima é a mais cruel, porque não deixa registro”.
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yurif3lipe 13/05/2021

O cruzamento de relatos brasileiros
Este livro me mostrou como todas as histórias brasileiras tendem até o mesmo enredo, porém, com lugares e núcleos diferentes. Nele apresenta a semelhança da escravidão com o contexto da ditadura militar, e como nessas idas e vindas, ambos fizeram pessoas sofrerem até hoje. Outro ponto fantástico seja na própria construção feita pelo jornalista respeitada que viveu uns dos piores momentos da história do Brasil. Ela usou flashbacks e lembranças daquela época para trazer mais embasamento a narrativa, que sem dúvidas, é o ponto (chave) da obra. Não posso esquecer que certo momento o livro fica bastante repetitivo, incluindo um capítulo que espelha tudo que foi relado no anterior, corroborando cansaço na leitura. Em fim, a obra é perfeita para quem desacredita que o jornalista não pode contar histórias sem ser fatos do cotidiano, para quem gosta de detalhes interioranos e da força feminina
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Tamara 26/07/2014

Passado e presente, os dois lados de uma extremidade que se cruzam
Estamos dentro da história, mas muito raramente ela encontra-se dentro de nós. Na verdade ela sempre está, porém não prestamos atenção. Vivemos no presente como se não tivéssemos um passado, como se ele já tivesse partido e não importasse mais. Agimos como se este não fosse necessário para compreendermos quem somos e de onde vivemos. Raramente desejamos buscar nossas raízes. Aquelas mais profundas, que estão enterradas no fundo da terra, que estão fincadas nas árvores, nos rios e nos caminhos pelos quais milhares de pés já passaram, milhares de lágrimas já pingaram e milhares de sorrisos já se abriram. Não pensamos em quem esteve antes de nós na terra onde estamos, não imaginamos quem tocou um objeto que também tocamos antes mesmo que existíssemos, não pensamos em quem conquistou algo por nós.
A história gira em torno de Larissa, uma filha do Brasil, uma mulher nascida no seio da ditadura militar, fruto de uma união nascida nessa época. No início da história Larissa vai até uma fazenda no interior de Minas Gerais reunir-se com tios e toda a família para a comemoração do aniversário de oitenta e oito anos de sua avó. Pode-se reconhecer aí claramente a bela e singular cultura brasileira com todas as suas peculiaridades. A vida calma de uma fazenda, a mesa farta, a casa antiga, os móveis rústicos. A tranquilidade das rodas de música e conversa, o frescor das lembranças da infância, a união familiar mesmo com todas as diferenças entre os membros dessa. Larissa foi por algum tempo uma jornalista, porém em certa altura da vida resolveu abandonar tudo e tornar-se historiadora. E com o espírito de historiadora a ao saber de um possível fantasma na casa da fazenda e após presenciar uma suposta visão deste, vai em busca de fatos, investigando a história do local, sendo reportada então ao tempo da escravidão, dos sofrimentos dos negros, da falta de esperança mesmo com toda a força de vontade destes, da precariedade e da desolação. Ao mesmo tempo também é envolvida novamente em fatos da ditadura militar uma vez que seu tio Élio sendo um militar e sua mãe uma opositora da ditadura possuem desavenças desde a época dessa grande ocasião, não perdendo a oportunidade de entrar em conflitos e de remoer o passado sempre que podem. Nessas incursões pela história do Brasil entre o século XIX, XX e XXI, Larissa é capaz de compreender muito sobre a história de seu país e sua família, sua cultura e a sua própria história. Será uma busca de muito desespero, indignação, fascinação e emoção. É impossível deixar de emocionar-se com Larissa, de nos sentirmos tocados por suas descobertas e reflexões. É impossível não querer descobrir um pouco mais sobre nossa própria história.
A estréia de Miriam Leitão na ficção adulta foi muito bem sucedida e impactante, com um livro que nos remete aos locais mais fundos de nossas tradições. Esse é um livro como o próprio título esclarece que fala de tempos extremos. Dos nossos tempos, dos tempos antigos, dos tempos futuros. Tempos que são dotados de extremos tanto positivos quanto negativos. Tempos cheios de conflitos e de soluções. Cheios de histórias e de conquistas. Cheio de grandes acontecimentos e de milhares de pessoas anônimas que fizeram parte deles. Pessoas que contribuíram para a história e que nunca serão reconhecidas, terão uma existência jamais divulgada. Sabe-se que é impossível reconhecer todos que fizeram parte de cada passo da construção de nosso país tanto pela falta prática muitas vezes de registros quanto pela extensão e o número de pessoas. Porém Tempos extremos é uma homenagem silenciosa a todos esses homens, mulheres e crianças. Brancos e negros, ricos e pobres. É uma homenagem singela a todas as pessoas que construíram e constroem a história diariamente. É uma forma de dizer: "Vocês são reconhecidos. Sabemos da sua importância, mesmo que não aparente. Vocês são parte do que hoje somos. Na história, vocês são imortais."


site: http://redescobrindopalavras.wordpress.com/
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Eloisa 30/09/2021

Tempos Extremos
? Tempos Extremos é um romance histórico que aborda dois grandes marcos da história brasileira, a escravidão e a ditadura militar.

Esse livro nós trás um enredo em que as linhas temporais são ultrapassadas. São retratados conflitos entre pais e filhos, e entre irmãos. Feridas familiares profundas vem a tona o tempo todo, causando uma enorme separação, não só afetiva, mas também política.

Nessa narrativa somos convidados a visitar e conhecer um pouco mais sobre algumas histórias do nosso país, histórias essas que marcaram a sociedade e que muitas vezes são deixadas no esquecimento, encobertas pelo silêncio.

É um livro denso, cheio de referências e acontecimentos que revelam segredos e passados tortuosos. Tudo isso se passa principalmente em uma antiga fazenda no interior de Minas Gerais, é lá nesse lugar cheio de mistérios que nossa protagonista Larissa começa a passear entre as fronteiras do tempo, vivendo entre o passado e o presente.

Particularmente, tenho um carinho muito especial por romances históricos. Esse pra mim no entanto, não foi uma leitura muito fácil, demorei a ganhar ritmo de leitura, sendo que já tinha até abandonado esse livro no ano passado. Apesar da dificuldade na leitura, vale muito a pena para quem se interessa por esses assuntos.

É um livro de ficção, mas que aborda temas bem reais e que merecem ser discutidos com maior amplitude.
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Satiro 03/12/2020

O passado tem a muito a nos contar... E ensinar!
Que viagem embarquei ao longo dessas quase 300 páginas!
"Tempos extremos" é uma obra de qualidade rara e com alma brasileira (carregando os prós e contras disso), sendo digna de figurar em uma das minhas melhores leituras do ano. A autora busca sangrar a história do Brasil, levá-la à sua face e fazer você encará-la; lembrar que pisamos em, praticamente, 400 anos de escravidão e buscamos apagar isso de quem nós somos e de quem nos tornamos - uns dos muitos assuntos delicados que ela aborda e faz de maneira crua.
Obra recomendadíssima para nos lembrarmos do que é ser humano - da empatia, do respeito e da inconformidade com o injusto - e, ainda mais, do que é ser brasileiro e o que significa esse fardo.
"Eles podem possuir a minha vida, mas não possuem a minha vontade."
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Stéfane 31/12/2020

Surpreendente
Que livro incrível! Assim como a protagonista acabei me perdendo dentro dessa história, de um jeito bom, totalmente imersivo. Com relatos sobre a ditadura militar e um panorama vivo da época da escravidão, é uma ótima pedida para os que gostam da mistura entre história e ficção.
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Elo 08/12/2019

Maravilhoso! A escrita da Miriam é linda demais, poética e de um roteiro simples transformado em uma história incrível.
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Michelle Trevisani 25/04/2016

Ótimos relatos históricos
O livro Tempos Extremos foi o romance de estréia de Míriam Leitão, já conceituada jornalista brasileira. E acredito ter sido uma ótima estréia, pois o livro realmente é muito bom e te prende bastante. Aliás, tem um ótimo conteúdo histórico, que você acaba absorvendo de maneira sutil e clara, por se tratar de um romance com personagens, os elementos que muitas vezes seriam monótonos em livros de história ficam claros e gostosos de serem lidos, trazendo dinâmica ao livro. E em tempos como este, de embates políticos, de pessoas indo às ruas lutar por direitos, saber mais de nosso passado é fundamental para construir opiniões sólidas.

O livro tem como principal personagem Larissa, uma mulher que está chegando na casa dos 40 anos e que ainda não soube escolher qual profissão se encaixa melhor em suas características, já tentou algumas coisas, mas nada ainda que a surpreenda. Essa indecisão mexe tremendamente com seus valores, já que em sua idade deveria já estar com uma profissão consolidada. Na verdade Larissa tentou ser jornalista e tem formação na área, mas não suportava mais a competitividade no ramo e está pensando em investir na carreira de historiadora. E o que vai despertar ainda mais essa sua certeza são uma sucessão de fatos que começam a acontecer quando resolve passar alguns dias na fazenda da família em Minas Gerais, para comemoração dos 88 anos de sua avó.

Essa fazenda guarda mistérios, já que sua construção permeia a época dos escravos, e houve inclusive registro de um suicídio em suas dependências. Durante à noite, Larissa passa a ver vultos pela casa e começa a questionar sua sanidade, achando impossível que esse tipo de acontecimento seja possível. Mas os vultos começam a ser mais persistentes, e Larissa passa a procurar pela casa informações que possam resolver os mistérios que o desconhecido fantasma(?) passa a lhe trazer. E muito dessa história de vidas passadas, tragédias com escravos, aconteceu ali, embaixo daquele teto, naquela linda fazenda. E essa mistura de realidade e mistério dá um charme a trama, pois o passado é um lugar que todos gostariam de conhecer, por mais doloroso que possa ser. Ainda mais Larissa, que se vê desperta de um sono profundo, e vê nessa chance uma maneira de decidir os rumos de sua vida.

Paralelo a estes acontecimentos do passado que Larissa passa a desvendar a cada dia, na fazendo de sua avó, com seus parentes todos reunidos há outros embates: seu tio e sua mãe nunca se entenderam, por estarem em lados opostos nos tempos da ditadura. E passar um tempo com a família toda reunida desperta cicatrizes das mais profundas. Muitas cartas são colocadas à mesa e o que era para ser uma simples comemoração de aniversário, passa a ser uma lavagem de roupas familiar tremenda.

O livro nos traz uma bela pesquisa histórica, cheia de mistérios e dores, de alma e de choro, assim como foi a época da escravidão e da ditadura. Para você que quer saber mais sobre história de uma forma nada enfadonha, pelo contrário, com muita ação e emoção (e porque não, também com um pouco de poesia) recomento ler este livro.

Para mais resenhas, visite o meu blog:
http://meulivrodocelivro.blogspot.com.br/
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Delírios e Livros 07/12/2015

Tempos extremos tem como protagonista Larissa uma mulher de quase quarenta anos que ainda não conseguiu se encontrar profissionalmente, deixou de ser jornalista porque não conseguia lidar com a competitividade do ramo e está pensando em fazer doutorado em história, área na qual ela domina e ama. Larissa sempre foi muito retraída e prefere ficar sozinha no mundo de seus livros do que no meio de muitas pessoas.
“Hoje eu sei que pequenas decisões mudam o rumo da vida ou apressam a morte.”
A trama se inicia quando a avó de Larissa resolve reunir a família em sua fazenda em Minas Gerais para comemorar seus 88 anos, Soledad de Sinhá é uma antiga fazenda que existe desde a época da escravidão e cheia de estórias como a de uma mulher que se suicidou ali quando o marido a abandonou e que assombra o lugar, é nesse clima que o livro começa, com Larissa vendo um vulto de uma mulher no quarto que está dormindo, logo pensa que é sua prima Monica que está querendo assustá-la, mas descobre que não, mesmo Larissa não acreditando nessas coisas resolve ir dormir com a prima.

“O tempo parecia horizontal. Presente e passado convivendo, e ela entrara por alguma fissura. Imaginação? Tudo era real. E impossível.”

A misteriosa mulher em vulto continua a aparecer para Larissa e elas acabam conversando, o que Larissa não esperava é que ela seria o passado daquela fazenda, uma escrava em desespero junto a seu pai e irmão querendo que Larissa ajude-os a descobrir se seus planos para se tornarem livres irão dar certo no futuro. Larissa fica fascinada e pensa se não pode estar enlouquecendo ao entrar em contato com as pessoas do passado, o passado que Larissa tanto ama e vai tentar através dos registros guardados da época na fazenda se pode ajudá-los.

“Toda história em enredo. Essa é interessante, mas esquisita, eu nem sei se sonho, vivo ou leio. Se vocês são reais, frutos da minha imaginação, personagens de um livro que estou lendo, delírio. Se estou enlouquecendo.”

No tempo real a família de Larissa está reunida, mas sua mãe Alice e seu tio Hélio vivem brigando devido estarem em lados opostos na época da Ditadura, o que reflete até hoje essa briga deles. Alice foi presa na época da Ditadura e Hélio era militar. O pai de Larissa desapareceu quando foi torturado e seu corpo nunca foi encontrado. Alice não perdoa o irmão por não achar seu marido e por participar daquela crueldade que foi a ditadura.

“Um desaparecido não é morto. Um desaparecido pode aparecer? A que mundo pertence o desparecido? Ao dos vivos? Ao dos mortos? E sempre uma história em aberto, uma biografia parada no ar.”

Minhas impressões

O livro começa em um clima sombrio, mas logo parte para uma trama recheada de estória em forma de romance, ao mesmo tempo que voltamos a época da escravidão através de Larissa, também iremos viver a Ditadura Militar através das constantes discussões de Alice e Hélio.

Fiquei muito encantada com a leitura, Larissa foi uma protagonista que me encantou demais, me identifiquei demais com ela em alguns aspectos, me emocionei com a estória dos escravos e também fiquei chocada com as reviravoltas que vieram à tona da época da Ditadura.

Amei cada palavra desse livro, e fiquei muito feliz ao saber que a Globo vai adaptar para minissérie a trama, porém ainda sem data de estreia. O roteiro será de Maria Adelaide Amaral, que pediu para incluir na trama o depoimento de Míriam sobre a tortura que sofreu na ditadura. Nem preciso dizer que estou muito ansiosa por esta adaptação.

Recomendo a leitura a todos.


ESCRITO POR DANIELLE PEÇANHA

site: www.delirioselivros.com.br
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Danielle 01/08/2015

MARAVILHOSO
Tempos extremos tem como protagonista Larissa uma mulher de quase quarenta anos que ainda não conseguiu se encontrar profissionalmente, deixou de ser jornalista porque não conseguia lidar com a competitividade do ramo e está pensando em fazer doutorado em história, área na qual ela domina e ama. Larissa sempre foi muito retraída e prefere ficar sozinha no mundo de seus livros do que no meio de muitas pessoas.
A trama se inicia quando a avó de Larissa resolve reunir a família em sua fazenda em Minas Gerais para comemorar seus 88 anos, Soledad de Sinhá é uma antiga fazenda que existe desde a época da escravidão e cheia de estórias como a de uma mulher que se suicidou ali quando o marido a abandonou e que assombra o lugar, é nesse clima que o livro começa, com Larissa vendo um vulto de uma mulher no quarto que está dormindo, logo pensa que é sua prima Monica que está querendo assustá-la, mas descobre que não, mesmo Larissa não acreditando nessas coisas resolve ir dormir com a prima.
A misteriosa mulher em vulto continua a aparecer para Larissa e elas acabam conversando, o que Larissa não esperava é que ela seria o passado daquela fazenda, uma escrava em desespero junto a seu pai e irmão querendo que Larissa ajude-os a descobrir se seus planos para se tornarem livres irão dar certo no futuro. Larissa fica fascinada e pensa se não pode estar enlouquecendo ao entrar em contato com as pessoas do passado, o passado que Larissa tanto ama e vai tentar através dos registros guardados da época na fazenda se pode ajudá-los.
No tempo real a família de Larissa está reunida, mas sua mãe Alice e seu tio Hélio vivem brigando devido estarem em lados opostos na época da Ditadura, o que reflete até hoje essa briga deles. Alice foi presa na época da Ditadura e Hélio era militar. O pai de Larissa desapareceu quando foi torturado e seu corpo nunca foi encontrado. Alice não perdoa o irmão por não achar seu marido e por participar daquela crueldade que foi a ditadura.

Minhas impressões
O livro começa em um clima sombrio, mas logo parte para uma trama recheada de estória em forma de romance, ao mesmo tempo que voltamos a época da escravidão através de Larissa, também iremos viver a Ditadura Militar através das constantes discussões de Alice e Hélio.
Fiquei muito encantada com a leitura, Larissa foi uma protagonista que me encantou demais, me identifiquei demais com ela em alguns aspectos, me emocionei com a estória dos escravos e também fiquei chocada com as reviravoltas que vieram à tona da época da Ditadura.
Amei cada palavra desse livro, e fiquei muito feliz ao saber que a Globo vai adaptar para minissérie a trama, porém ainda sem data de estreia. O roteiro será de Maria Adelaide Amaral, que pediu para incluir na trama o depoimento de Míriam sobre a tortura que sofreu na ditadura. Nem preciso dizer que estou muito ansiosa por esta adaptação.
Recomendo a leitura a todos.


site: www.delirioselivros.com.br
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vinizambianco 27/04/2024

[sobre escravidão, ditadura e as dores e responsabilidades de se viver em tempos extremos]

Fazia muito tempo que Tempos Extremos estava na minha lista de leitura, obra nacional escrito pela jornalista Miriam Leitão, o livro conta uma história mescladas em dois tempos distintos, uma no presente e outra no passado. O foco é uma “grande” família que se encontra para o aniversário da matriarca em uma fazenda no interior de Minas Gerais, a protagonista Larissa começa a ter visões de um tempo passado enquanto luta para conciliar sentimentos do presente.

A narração é feita de forma muito concisa e orgânica, as histórias são unidas de forma muito coerente e em nenhum momento me senti perdido enquanto as histórias eram contadas, os personagens são maleáveis e não são divididos entre mocinhos e vilões, cada um tem suas motivações dentro do período temporal do qual fazem parte.

Creio que de pontos negativos, tem o fato de que os personagens em um primeiro momento são apresentados muito rápido, ainda mais que a maioria são bem coadjuvantes, e segundo que algumas storylines ficaram na minha opinião incompletas, mas foi só um sentimento, muita coisa poderia ter sido esticada para melhorar algumas histórias.

Resumindo, Tempos Extremos é um ótimo livro nacional, consegue falar sobre assuntos sérios como escravidão e ditadura sem ser explicito demais e nem superficial demais, os personagens são interessantes e ao final ficamos igual a protagonista com peso nas costas que recai sobre os viventes dos tempos extremos.
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manu 13/01/2021

Tempos Extremos
gostei muito desse livro principalmente pra retomar a leitura, muito rápido e fluido de ler.
a história percorre por dois tempos: escravidão e ditadura
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