Quem Teme A Morte

Quem Teme A Morte Nnedi Okorafor




Resenhas - Quem Teme A Morte


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stella87 31/12/2022

uma leitura interessantíssima?
[não é uma resenha] um livro que propõe e desenvolve inúmeras reflexões, deixa o leitor aflito, mas é bom?o melhor livro da autora na minha opinião?
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Lina DC 17/05/2014

"Quem teme a morte" conta a história de uma protagonista de origem triste mas que tem o destino e a jornada de uma heroína. A história conta que existem dois povos que vivem em constantes conflitos, os Nurus e os Okekes. Por questões culturais, a história explica que um dos povos seria escravo do outro. Houve uma revolta e a partir daí, sempre que os dois povos se encontram, a violência eclode.
O livro é dividido em três partes: a primeira, chamada "Tornando-se"; a segunda parte "Estudante" e a terceira parte "guerreiro".
A história é narrada em primeira pessoa pela protagonista. Na primeira parte, a protagonista conta a história do seu pai de criação e de coração e também a jornada de sua mãe e ela até chegarem à Jwahir com seis anos de idade. Conhecemos Fadil Ogundimir, o ferreiro do local, um homem justo e gentil, que acabou casando-se com Najirba, a mãe de Onye.
Onyesonwu é uma Ewu. Ewu significa "nascido da dor". Sua mãe foi estuprada por um Nuru. Esse Nuru em especial é extremamente maldoso e possui poderes especiais e planos para os Okekes. Por ser filha de um Nuru com uma Okeke, Onye tem características físicas diferenciadas, pois mescla os dois povos. Por isso, é sempre repelida por todos e vista como uma entidade do mal, pois acreditam-se que os Ewus, por terem sido gerados da violência, são capazes de propagarem ainda mais a violência.
Conforme Onye descobre sobre sua origem e percebe o quanto seus pais sofrem por causa dela (já que todos a repelem) ela tenta se adequar aos costumes locais, inclusive ao rito dos 11 anos de idade praticado pelo povo de Jwahir, a circuncisão feminina.
Um dos aspectos que se destacam no livro é exatamente o fato dela ser uma sociedade extremamente patriarcal, que coloca as mulheres como cidadãs de segunda categoria, mas que por ironia do destino, tem uma mulher, que é Ewu, como protagonista de uma profecia que poderá salvar a todos.
A segunda parte foca mais no treinamento de Onye, já que ela possui inúmeras habilidades especiais. O treinamento é árduo e emocionalmente desgastante, mas pelo menos Onye pode contar com Mwita.
Mwita é um jovem rapaz que também é Ewu. Desde o momento em que os dois se conhecem existem uma ligação emocional muito grande, e um companheirismo incrível. Mesmo assim, a relação dos dois não é apenas alegria. Mwita, mesmo sendo Ewu, é homem, tem dificuldades em aceitar que Onye tem um papel mais importante do que o dele.
O último capítulo leva o leitor a um desfecho magnífico e cheio de reviravoltas, magia e lendas.
O livro é recheado de aspectos místicos, onde personagens mudam de forma, conseguem entrar no mundo dos mortos e curar as pessoas. A história é extremamente rica e possuí uma linguagem própria, um mundo novo criado de maneira magistral.
O conteúdo é denso e tem muitas descrições de violência contra as mulheres e também contra os mais frágeis. A história do Reino dos Sete Rios, que é localizado no atual Sudão e apresenta uma história forte, com personagens marcantes e uma trama que permite uma reflexão profunda por parte do leitor.
Os personagens são complexos, cheios de nuances e irresistíveis. Os povos do deserto, que vivem como nômades mas que aproveitam a vida ao máximo. O cenário desértico, a natureza em seu estado mais puro, tudo isso e muito mais conquistam nessa obra.
Em relação à revisão, diagramação e layout a editora realizou um ótimo trabalho. Foram encontrados alguns errinhos de digitação, mas nada que interferisse com a leitura. A capa é muito bonita e combina com a trama.

"Esta noite você quer saber como me tornei o que sou. Quer saber como cheguei aqui... é uma longa história.. .Mas eu contarei a você.. contarei a você". (p. 10)
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Rodrigo 19/02/2022

Leitura interessante
É uma história de ficção científica distopica das mais originais que eu já li. Um livro repleto da cultura africana e, ao mesmo, tempo que mostra toda a irracionalidade,crueldade e violência que fases parte dela. É uma história que se passa em um mundo devastado e que regrediu a barbarie. A personagem principal se descobre com habilidades especiais e, com isto combate a cultura violenta de opressão e o passa pelo doloroso processo de libertação das mulheres dentro da cultura africana, sofrendo a circunsição e sendo inferiorizadas. Gostei muito da história.
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"Ana Paula" 29/05/2014

Como a sinopse diz, em Quem Teme a Morte, acompanhamos Onyesonwu, mais conhecida como Onye, em um mundo distópico, tudo foi destruído, uma nova civilização foi criada, primeiramente os Okeke e depois os Nurus. Este segundo, de acordo com o Grande Livro, foi criado pela Deusa Ani a partir do sol, enquanto os Okekes foram feitos através da noite. São povos diferentes entre si, e não se misturam, vendo oportunidade onde ninguém via, o povo Nuru começou a abusar dos Okekes. Destruíam suas casas, matavam seus homens e estupravam suas mulheres. Dos estupros, nasciam crianças com a pele mais clara, como as areias do deserto, eram chamados de Ewu, e amaldiçoados por todos. É neste contexto que somos apresentados a Onye, uma mulher Ewu que nasceu com grandes poderes e destinada a ser algo maior, algo que poderia reescrever o Grande Livro e libertar este mundo hostil e devastado.

"Desde o momento em que fui concebida, sempre fui problema. Eu era uma mancha negra. Veneno. Percebi isso quando tinha onze anos de idade. Quando algo estranho aconteceu comigo. O incidente fez com que minha mãe se sentisse obrigada a me contar a minha própria história horrorosa."

Eu amo distopias, foi exatamente por isso que pedi este livro para a editora. Quando li a sinopse, fiquei encantada e muito curiosa quanto ao enredo. A história de Onye se passa em uma África do futuro, em meio a desertos e cidades com nomes estranhos. Se prepare para encontrar neste livro uma história sem igual, nunca antes contata. Cheia de mistério, magia, tecnologia, traições, amor e ódio. Onye é o tipo de personagem que eu adoro: cheia de si, misteriosa, corajosa e guerreira. Uma personagem memorável! Você vê o crescimento da personagem, de uma menina hostil, que não sabia manipular seus poderes, para uma mulher que ama, sofre com o sofrimento do mundo e deseja desesperadamente mudá-lo.

Só senti falta de um aprofundamento sobre como o mundo chegou onde o livro começa, na sinopse, explica-se que a terra foi devastada por uma hecatombe nuclear, mas em momento nenhum da história, Onye conta sobre como ocorreu. Talvez porque tenha acontecido a muitos anos atrás, ou a autora não tenha encontrado motivos para explicar, mas o fato é que senti falta disso, mesmo amando a história de Onye. A autora também nos mostra do que o racismo é capaz, o que uma pessoa com esses sentimentos pode fazer, o quanto é mau esse sentimento. Crianças inocentes sofrendo por causa disso, crescendo sendo chamadas de monstros, ignoradas por todos por ter nascido Ewu (que significa nascida da dor). Tbm mostra o martírio das mulheres Okekes, o que as mesmas enfrentam, e por serem mulheres, não podem revidar.

"Os homens Nuru e suas mulheres haviam feito aquilo por motivos além da simples humilhação e tortura. Eles queriam gerar crianças Ewu. Tais crianças não são frutos do amor proibido entre Nuru e uma Okeke, nem são Noahs, Okeke que nasce sem cor. Os Ewu são filhos da violência."

A narrativa é em primeira pessoa, pelo ponto de vista de Onye, e eu adorei isso. Como ela é uma Eshu, Onye pode se transformar em animais e essas foram as melhores partes. Além deste poder, durante a leitura, Onye vai descobrindo seu caminho e acima de tudo, sua profecia. Como nasceu de um estrupo, Onye sabe que tem que encontrar seu verdadeiro pai e por um fim na dor de sua mãe, mas para isso acontecer, Onye terá que enfrentar desafios enormes, perder pessoas que ama e morrer muitas vezes.
A capa é linda, descreve bem o enredo do livro e nos transporta para o deserto, a diagramação é simples com pequenos detalhes superior nas folhas e títulos nos capítulos que não dão spoiler do que está por vir. O livro é divido em três partes: I Tornando-se, II Estudante e III Guerreiro, a revisão ficou boa, com poucos erros que não prejudicam muito a leitura.

A autora tem uma escrita densa, com muitas descrições de violência contra as mulheres, Nnedi conseguiu criar uma história forte, com personagens marcantes e uma trama que permite ao leitor refletir sobre tudo o que ocorre. O final não é previsível e isso é um ponto forte do livro, depois de Onye contar sua história, vc imagina um rumo e a autora optou por seguir outro totalmente diferente do que eu esperava, mesmo assim, não consigo deixar de gostar, simplesmente maravilhoso!

"Eu também sentia aquilo dentro de mim. Como um demônio enterrado sob minha pele desde minha concepção. Um presente de meu pai, de sua genética nefasta. O potencial e o gosto pela crueldade. Estava em meus ossos, firme, estável, imóvel. Oh, eu tinha que encontrar aquele homem e matá-lo."


site: www.livrosdeelite.blogspot.com
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Dressa Oficial 10/06/2014

Resenha Quem Teme A Morte
Olá, tudo bem com você?

Eu sempre tenho o costume de ler vários gêneros pois gosto de diversificar minhas leituras e sempre partir para o novo, mas confesso que esse livro é o mais diferente de tudo que já li em toda minha vida.

Esse livro se passa na África um lugar totalmente desconhecido por mim até então, e além disso o povo da África é dividido em tribos nesse conhecemos a tribo dos Okeke que possui a pele da cor da noite porque foram criados antes do dia, e a outra tribo são os Nuru vieram das estrelas e por isso que sua pele é da cor do sol.

Então os Okeke são negros e os Nuru brancos, por existir essa diferença o povo Okeke era escravo do povo Nuru.

As duas tribos são muito religiosas e acreditam em tudo que está escrito no Grande Livro eles tem uma deusa que escreveu esse livro e tudo que existe nele é para ser seguido.

Porém depois de muito tempo o povo Okeke se rebelou com o povo Nuru e acabaram se separando virando tribos diferentes e vivendo separadamente.

Essa separação gerou muitos genocídios morrendo várias pessoas dessas tribos respectivamente, a nossa protagonista se chama Onyesonwu mais conhecida como Onye ela que narra toda a história do livro, o livro é narrado em primeira pessoa do começo ao fim.

Onye não é Okeke nem Nuru, sua pele é cor de areia e ela tem sardas no rosto o que faz ela ser discriminada quando ainda era muito pequena sendo chamada de Ewu.

Página 25
Os homens Nuru e suas mulheres haviam feito tudo aquilo por motivos além da simples humilhação e tortura. Eles queriam gerar crianças Ewu. Tais crianças não são fruto do amor proibido entre um Nuru e uma Okeke, nem são Noahs, Okeke que nascem sem cor. Os Ewu são filhos da violência.


Ser um Ewu significa claramente que você foi gerado através de um estupro, porém as crianças da África não entedem que quem nasce de um estupro não tem culpa desse ato repulsivo e Onye sofre muito preconceito com isso, pois sua pele é muito clara e isso diferencia ela totalmente em um mundo que só existe brancos e negros.

Página 35
Eu sabia um pouco sobre sexo. Tinha até uma certa curiosidade sobre o assunto... bem, talvez eu tivesse mais suspeitas do que curiosidade propriamente dita. Mas eu não sabia sobre isso... sexo como violência, violência que gerava crianças... que me gerou, que aconteceu com minha mãe. Senti vontade de vomitar e de rasgar minha pele. Queria abraçar minha mãe, mas ao mesmo tempo não queria tocá-la. Eu era venenosa, Não tinha esse direito.


Onye então descobre que foi gerada através de um estupro e fica com muita raiva de seu pai biológico, ela mora na casa de seu pai de criação que ela conheceu passeando pela cidade de Jwahir e então seu pai após se encantar com a criança Onye decide casar com sua mãe para ficarem mais próximos.

Onye também prensencia o ritual dos onze anos, que na África é feito a circuncisão feminina nas meninas que é retirar uma parte da pele genital e costurar para que não seja tão fácil perder a virgindade, na época em que Onye vive, esse ritual não é mais obrigatório, as meninas que passam por essa idade podem escolher se devem ou não fazer esse ritual.

Onye conhece suas amigas nas circunstâncias do ritual e se tornam amigas inseparavéis depois disso , suas amigas são Diti, Luyu e Binta.

Cada uma dessas meninas já passou por muita coisa nessa vida, inclusive atos de pedofilia praticados pelo próprio pai.

Cada uma tem uma personalidade diferente e apesar de saberem que Onye é julgada o tempo inteiro por sua cor elas acabam conhecendo um outro lado de Onye.

Como não poderia faltar, em qualquer história que se preze precisamos de um romance, e Onye encontra um cavaleiro chamado Mwita que também é Ewu porém ele não foi gerado por um estupro e sim por um amor proibido entre o povo Okeke e Nuru.

Mwita é um pouco mais velho que Onye e os dois primeiro se tornam amigos, Mwita fala que conhece um feiticeiro e quer aprender muitas coisas com esse feiticeiro, Onye fica curiosa com isso e acaba querendo também participar, porém o feiteiro nunca aceita Onye por ser uma mulher.

Onye se depara com outros instintos que não consegue controlar , ela tem o poder de virar vários bichos, como abutre, que é o que ela mais se identifica pelo fato de poder voar, e ela também tem visões sobre o que pode ocorrer em um futuro não muito distante.

Quando Onye está com 16 anos e passa por uma situação muito chata em sua vida, ela decide ir atrás de seu pai biológico e tentar acabar com ele, para que os atos de estupro contra outras tribos não sofra as mesmas consequências que sua mãe já sofreu um dia.

Para isso Onye conta com a ajuda de seu companheiro Mwita e suas amigas, todos vão em busca do agressor e passam por situações bem aventureiras cheia de ação, lutas, sangue, e tudo mais que sua imaginação possa sonhar.

A leitura fluiu muito rápido até a página 200, porém confesso que depois disso a história se perdeu um pouco e a leitura se confundiu e eu já não sabia o que Onye e seus amigos estavam indo atrás, depois disso a leitura se tornou um pouco lenta.

A diagramação, capa e letra estão de ótimo tamanho, mas o final do livro me deixou bem aborrecida, acho que a autora quis abordar esses temas fortes como discriminação, genocídio, estupro, circuncisão e acabou deixando os personagens principais com menos destaque, eu diria que é um livro que começa muito bem, mas depois acaba perdendo algumas referências.

A autora tem ascendência nigeriana mas ela vive nos EUA, o livro já tem os direitos comprados para virar um filme, devido ao sucesso que já fez internacionalmente, o nome do livro "Quem Teme a Morte" é a tradução do nome da protagonista Onyesonwu.

O que achei ruim foi que na sinopse fala que se trata de uma distopia e não achei esse gênero dentro da história, e também informa que a terra foi devastada por um hecatombe nuclear, isso também não foi mencionado na história por isso fiquei sem entender algumas coisas.

Apesar dos temas serem bem fortes e atuais acima de tudo, a autora soube criar personagens fortes que mesmo com tantos traumas a gente não sinta vontade de chorar nem nada parecido, muito pelo contrário o livro te faz pensar e refletir sobre todos esses atos de uma maneira mais leve.

Se quiser diversificar sua leitura e ler algo bem diferente pode gostar do que o livro nos apresenta.

Página 121
- É melhor dar ou receber ?
- Ambos são a mesma coisa - respondi. - Um não pode existir sem o outro. Mas se você continua dando sem receber nada, é um tolo.


Mas caso for ler pensando que vai encontrar um distopia ou romance isso pode decepcionar....

Página 227
- Todos nascemos com fardos a carregar. Alguns de nós mais do que outros.


Beijos

Até mais...


site: http://www.livrosechocolatequente.com.br/2014/05/resenha-quem-teme-morte.html
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Carol 18/09/2021

Incrível
Fui surpreendida com uma narrativa tão poderosa, tanto que não consegui parar de ler nenhum segundo! Todo mundo deveria conhecer essa história. É um livro incrível!
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AndyinhA 01/08/2014

Trecho de resenha do blog MON PETIT POISON

Duas coisas me chamaram atenção para ler esse livro – uma foi a distopia (sim, eu queria ler uma distopia que pudesse ser diferente das que ando lendo por aí) e o segundo motivo foi se passar na África, acho que nunca li nada que realmente se passa por lá. Já li alguns livros onde a busca por alguns itens os levam até o continente e voltam, mas um livro inteiro ali, foi a primeira vez (que eu me lembre).

Sobre a distopia... esqueçam, pouquíssimos momentos a gente percebe que se passa em um futuro, na verdade a questão do tempo está bem ruim aqui na história, durante muitos momentos a gente perde completamente a noção de que período a história se passa, você não sabe se é passado ou futuro ou presente e pode ser qualquer um dos três, isso não faria diferença no decorrer da história.

A autora fez uma mistura interessante sobre a cultura africana e uma grande aventura sobrenatural. Misturando elementos do dia-a-dia da cultura africana, como o ‘rito dos onze anos’ ou as grandes questões politicas envolvendo guerras, estupros, assassinatos entre povos, deuses diferentes e suas culturas através de xamãs, ela narra a vida de Onye, uma menina marcada desde seu nascimento e como foi difícil para a mesma crescer, afinal seu próprio nascimento a colocou em uma classificação ruim. As pessoas não gostam da mistura que ela é. Na verdade não gostar é pouco, praticamente a querem morta.

A história apesar de ser contada em terceira pessoa, a gente só acompanha as coisas que Onye vê ou sente, a não ser em momentos que ela recebe uma espécie de visão, onde ela consegue ver o passado e/ou futuro. Acompanhamos também toda a sua história. Geralmente isso não é muito comum em livros de aventura/distopia/qualquer coisa, sempre é uma série (longa), mas aqui a autora foi feliz em fazer um livro único contando as aventuras da menina.

Para saber mais, acesse:

site: http://www.monpetitpoison.com/2014/07/poison-books-quem-teme-morte-nnedi.html
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Literatura 18/09/2014

Um mergulho mágico em realidades compartilhadas
Quem teme a morte (Nnedi Okorafor, 412 páginas) passa-se entre o deserto escaldante com suas intermináveis dunas, pequenos povoados e algumas cidades; é atemporal e mistura tecnologias que utilizamos diariamente, ritos culturais dos quais apenas ouvimos falar e preconceitos que ainda hoje vivenciamos.

Escrito em primeira pessoa a personagem principal é Onyesonwu, nascida de um ato de violência atravessa sua vida sem encontrar um lugar ao qual pertença e contra todas as probabilidades descobre seu propósito de vida e o cumpre.

Onyesonwu narra sua história dividida de acordo com sua evolução:

Tornando-se expõe sua chegada ao mundo, a força de sua mãe durante sua gestação, o encontro com seu pai adotivo, o momento em que começa a se encontrar tanto interior quanto socialmente; toma sua primeira grande decisão que une seu destino á suas três amigas e seu companheiro Mwita.

Continue lendo em: http://www.literaturadecabeca.com.br/resenhas/resenha-quem-teme-a-morte-nnedi-okorafor/#.VBsavJRdX3Q
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Fernanda 06/10/2014

Olá, leitores lindos! Já falei para vocês que estou sempre me aventurando em leituras novas e diferentes. Depois de muito pensar eu solicitei este livro para a editora e resolvi arriscar.

Quem Teme a Morte é uma distopia sinceramente ainda não entendi o porquê desta classificação que se passa no mundo devastado da África. Na leitura deste romance, não temos relatos sobre o que aconteceu no passado. A única coisa que sabemos do período anterior, é da existência de equipamentos tecnológicos abandonados em uma caverna e, somente isto, depois a história acontece no futuro.

Neste novo mundo existem os Okekes e os Nurus. Segundo o grande livro onde estão registradas as informações de porque o mundo é o que é os Okekes foram os primeiros povos a existirem, mas os Nurus foram criados como forma de castigo da deusa para com os outros povos. E a partir desta criação, os Okekes passaram a ser escravizados. Seus homens foram mortos e suas mulheres estupradas e deste ato violento, nascem os Ewu.

Ewu quer dizer nascidos da dor eles nascem com peles claras como a areia do deserto e são discriminados pelos outros povos. Eles são considerados sujos e indignos de existirem, pois são vistos como as vergonhas e maldições de suas mães. Mas também, por acreditarem que estes seres Ewu se tornarão violentos no futuro.

A heroína do livro, Onyesonwu que quer dizer Quem Teme a Morte é uma Ewu. Nascida da violência. Seus primeiros anos de vida foram no deserto junto de sua mãe, mas com o passar dos anos ela decidiu que deveriam passar a viver na cidade. E é nessa cidade que o destino de Onye é traçado.

Onye é uma personagem forte e teimosa. Durante a narrativa descobrimos o momento em que ela foi concebida, mas passamos acompanhá-la diariamente quando ela tem 11 anos. Ela cresce sabendo aceitar seu destino e nunca a vemos recuar. Além do mais, ela tem Mwita. Ele também é Ewu e sofre os mesmos preconceitos que ela.

O Mwita é o parceiro da Onye. Apesar de jovens eles possuem uma relação de marido e mulher. Justamente porque só tem um ao outro. São vistos como pessoas sujas e quase ninguém ousa ficar perto dos dois. Para a sociedade onde vivem é ainda mais absurdo eles terem essa relação de casal, pois temem que seus filhos sejam aberrações. Apesar de que discriminação existe em todo o lugar.

Mwita possui o poder da cura, e quando a Onye está em treinamento de suas habilidades ele fica sempre perto para cuidar das feridas dela. A relação entre eles é bonita, até quando ele sente inveja de Onye, por tudo que ela é. Ele não gosta desse sentimento ruim, pois sabe que podem levá-los à ruína.

Já Onye possui várias habilidades e uma delas é a transmutação. Ela é uma Eshu, e esta qualidade digamos assim permite a transformação dela em animais, que concede a ela o poder de ver o mundo de uma forma diferente e fazer grandes viagens em um curto espaço de tempo. Além de dar a ela acesso ao mundo selvagem ou mundo dos mortos.

A escritora escreveu bem o livro, mas mesmo assim ele ainda é complexo. E também não consegui entender o final, pois são descritas várias passagens e nada fica totalmente amarrado. Isso me deixou frustrada porque esperava algo diferente. Tiveram os personagens esquecidos, que existiram até boa parte do livro e no final eles nem sequer foram citados. E pelo que sei não teremos uma continuação.


Beijos Fê :*

site: www.amorliterario.com
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Paula1882 05/02/2021

Foi incrível acompanhar a trajetória de Onyesonwu desde que ela era criança, passando pelo momento em que ela descobre que tem super poderes e que está destinada a salvar a humanidade, até o momento em que ela coloca sua missão em prática. Só não dei cinco estrelas porque da metade pra frente achei que o livro ficou um pouco mais lento e rolou um excesso de informações.
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Nasa 18/03/2018

Quem Teme a Morte - Onye e A Profecia - Nnedi Okorafor- #3 Leituras de Fevereiro
A sinopse parece ter sido escrita para outro livro, porque o que encontramos na leitura desse livro é algo totalmente diferente. Claro, existem suaves pinceladas desse tal “hecatombe nuclear”. Mas é como se houvesse ocorrido há muito tempo atrás.
A leitura desse livro me deixou dividida, então serei sincera possível. A escrita é equilibrada e temos uma história consistente, mas muito pesada. Se você resolver ler esse livro não espere nada cor de rosa. Você vai descobrir povos violentos, discriminadores, capaz de matar apedrejando pessoas. Há cenas de estupro e violência que me pegaram de surpresa. Como disse a sinopse não te prepara. É uma mistura de distopia e conflitos entre povos africanos que acredito fictícios. Os Okeke e os Nuru. Povos governados por um Grande livro que determina o certo e o errado, o bem e o mal. Esses dois povos segundo esse livro forma os primeiros a existir e irritaram uma deusa e foram castigados com a criação de um povo chamado Nuru e seu destino se tornou a escravidão. Em alguns lugares tal profecia se concretizou em outras não.
Os tais Nuru dizima os Okeke, matam os homens e estupram suas mulheres para que eles gerem filhos deles que são chamados de Ewu. Eles carregam uma marca de vergonha e todos acreditam que eles são a escória do mundo, violentos, por serem filhos da violência.
Onyesonwu, a mocinha do livro, (nome que quer dizer "quem teme a morte), é uma ewu. Sua mãe viveu no deserto com ela até que decidiu que era hora de viver em uma cidade. E é nessa cidade que Onye começa a traçar seu destino.


Onyesonwu é fascinante, boa gente, e tem poderes incríveis. Nós acompanhamos a sua vida dos 11 aos 20 anos, ela nos conta como foi concebida, quem é sua mãe e como é obrigada a aceitar um destino nada fácil. Não é um conto de fadas, nem uma história feliz. Mas uma historia cheias de pequenas história dentro. Tem começo meio e fim, mas é um livro de cenas chocantes e fortes com poucos momentos de alegria.
Li do começo ao fim e vi Onyesonwu crescer, amadurecer, se tornar mulher, amar, passar por provas bizarras para controlar seus poderes, conviver com pessoas amigas e inimigas enfrentar o preconceito de povos, conviver com culturas onde a mulher e circuncidada para ser respeitada. A cultura africana se mescla com essa fantasia de forma perfeita. Mas deixo claro aqui, não sei até onde é real e até onde é fantasia. Algumas partes foram difíceis de digerir e olha que já li coisas bem densas.
O final me frustrou, não é feliz e deixa dúvidas cruéis. E certamente não cumpriu o que prometeu, entende? Os personagens são incrivelmente bons, bem elaborados, pude me envolver com todos, mas o desfecho foi cruel. Talvez esteja acostumada a finais felizes demais.
Só leia se tiver estômago forte e entender que a fantasia poder ser bem real ás vezes.
Minha nota? Três beijos mordidos!


site: http://www.nazarethfonseca.com.br/2018/03/21/teme-morte-onye-profecia-nnedi-okorafor-3-leituras-fevereiro/
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Maria.Paula 19/01/2021

Bom
Apesar do livro ser bom, eu achei que a história foi bem corrida
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Rodrigo Dias 26/08/2018

Nada é o que parece
Nesse livro sensacional, as coisas nunca são tão óbvias quanto parecem. Além de uma leitura altamente empolgante, as personagens têm características tão marcantes que todos eles, mesmo os menos importantes, ganham muita vida. É um livro que deveria ser lido por todos com certeza!
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Naty__ 15/05/2014

Quem teme a morte
Iniciei a leitura com a expectativa de uma deliciosa história apocalíptica. A chamada distopia é um gênero atrativo para muitos. Você é daqueles leitores que se desesperam por histórias fantásticas? Além de tudo isso, a obra tem um diferencial: ela se passa na África.

Logo no início, a leitura é acelerada; a sede de chegar ao final para saber o que acontece é imensa. Contudo, no decorrer da trama, em alguns momentos, a escritora parece que se perde um pouco na narrativa, isso faz com que a leitura fique arrastada e cansativa.

A obra descreve a vida de Onyensowu Ubaid, a grande heroína da história. Ela é gerada de um estupro. Sua mãe foi estuprada em uma guerra tribal entre os Nuru e Okeke. Esta é a origem das pessoas boas, já os Nuru são vistos como bárbaros. Eles têm o intuito de destruir a família Okeke, então, estupravam as mulheres e matavam os homens.

“Os homens Nuru e suas mulheres haviam feito tudo aquilo por motivos além da simples humilhação e tortura. Eles queriam gerar crianças Ewu. Tais crianças não são fruto do amor proibido entre um Nuru e uma Okeke, nem são Noahs, Okeke que nascem sem cor. Os Ewu são filhos da violência” (p.25).

Mesmo concebida de um estupro, a mãe não renegou sua filha. Tratou-a da melhor maneira e alimentou-a como pôde. Onyensowu, chamada de Onye, é amaldiçoada e discriminada pelos povos, por causa de sua origem.

Onye é uma Ewu, que significa nascida da dor. Toda criança gerada de um estupro era chamada dessa forma. As crianças concebidas através da violência sexual eram facilmente identificadas. A cor de sua pele, as sardas, os traços do nariz, bem como o tipo de cabelo. É uma junção das duas aldeias que se torna inconfundível. É por isso que Onye é tão discriminada por onde passa. Traduzindo, seu nome significa Quem teme a morte.

O que ninguém imagina é que Onye é a escolhida para salvar o povo através de seus poderes sobrenaturais. A profecia declara que é dela o poder de reescrever o Grande Livro e salvar o mundo de uma nova hecatombe.

“As pessoas acreditam que os nascidos Ewu em determinado momento se tornam violentos. Acreditam que um ato de violência só pode gerar mais violência. Eu sei que isso não é verdade, e você também deveria saber que não” (p.36).

E se você tivesse os poderes de Onye? E se você pudesse voar, levitar, manipular o tempo, a vida e a morte? Onye pode salvar as pessoas, assim como curá-las. Porém, a cura de alguém reflete em doença para si. Ao tocar na pessoa doente, a pele das mãos de Onye começa descamar e a dor predomina em seu corpo.

Enquanto Onye desvenda seus dons, ela conhece Mwita, que passa a compreender os fenômenos de seu corpo. O envolvimento dos dois vai além da amizade e do amor, eles são companheiros.

Além dos incríveis poderes, Onye tem visões terríveis e sofre por isso. O desespero surge quando ela descobre que alguém está prestes a matá-la e, agora, ela terá de lutar para salvar a si mesma de um assassino que a inferniza em seus sonhos. Será que ela vai conseguir? Será que uma adolescente conseguirá mudar o destino de um país assolado pela dor e pela desesperança de mudança? Leia e descobrirá!


“Rejeição. Sentimentos desse tipo se alastram silenciosamente dentro de uma pessoa. Então, um dia, a pessoa se descobre pronta a destruir tudo” (p.113).

Embarcar nessa obra foi como ir com sede demais ao ponte e notar que estava no deserto. Embora o local para os cenários seja perfeito, os personagens bem trabalhados e uma escrita marcante, a obra não atingiu o seu clímax. Pelo contrário, quando pensava que teria um fim eletrizante, ele surge de forma diferenciada.

Ao contrário de muitas resenhas que li, a sinopse descreve o que se passa no livro. Alguns desconhecem o termo hecatombe e, por isso, declaram que a obra não cumpre com o que a sinopse promete. A hecatombe, presente no livro, trata do sacrifício de várias vidas. Muitas mulheres sofreram, foram abusadas sexualmente, apenas com o objetivo de procriar os Nuru. Muitas delas morriam, logo após a violência sofrida. Em contrapartida, o termo nuclear acompanhado do substantivo, na sinopse, em si, nos dá a ideia de uma metáfora.

A capa é bastante chamativa e a diagramação é impecável. Para quem é fã de distopias, vale a pena a leitura.
“Que melhor maneira de afastar o medo da morte de uma pessoa do que mostrar sua própria morte a ela?” (p.168).
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Paulo 19/12/2019

Numa terra devastada por uma hecatombe nuclear, uma jovem e misteriosa mulher com o incomum nome de Onyesonwu – que pode ser traduzido como Quem teme a morte – descobre que tem superpoderes e foi escolhida para salvar a humanidade. Este seria um romance distópico como qualquer outro se não transcorresse na África e sua autora não fosse a surpreendente Nnedi Okorafor, elogiada pelo prêmio Nobel nigeriano Woyle Soyinka. Fantasias, batalhas, tradições e alta tecnologia, sonhos, visões, discriminação racial e sexual, tudo se mistura numa narrativa tensa e poética que confere uma nova linguagem para os romances do gênero.

Gostei demais da forma como Okorafor trabalha as estruturas sociais. No caso dos Okeke, vemos o quanto os Ewu sofrem com a hostilidade e o ostracismo. Tem uma passagem terrível logo no começo da história em que Najeeba carrega o bebê Onye e subitamente elas se tornam alvo de pedradas. Camponeses Okeke sentem uma raiva terrível pelos Ewu. Mesmo as amigas mais próximas de Onye sentem preconceito em relação a ela. É curioso porque esse tema é abordado mesmo em momentos mais avançados da história, significando que o preconceito permanece como um traço de suas amigas. A forma como a protagonista lida com o preconceito também é uma maneira de entender como ela amadureceu na narrativa. Inicialmente ela quer atacar todos aqueles que fizeram mal a ela. Mas à medida em que seus poderes vão aumentando, sua postura muda e há o entendimento de que não adianta destruir o seu povo. Algum outro tipo de atitude acaba se fazendo necessária.

Onye vai encontrar em Mwita, um Ewu assim como ela, alguém em quem ela pode confiar. Novamente Okorafor surpreende e a relação entre os dois não é só flores. Eles discutem e se amam, e pensam diferente. Mwita acaba aceitando algumas das ideias de Onye porque ele percebe que sua amada é uma força da natureza. Isso não impede que ele coloque um outro ponto de vista em sua cabeça. Se Onye é uma filha da violência, Mwita acaba sendo criado por aqueles que fazem a violência. Mas, ele é apresentado a um outro lado da coisa. Tendo sido criado entre os Nuru, ele acaba conhecendo os rebeldes Okeke e se dando conta de que atos de violência podem existir dos dois lados. O ressentimento que ele sente pelos Okeke é quase tão grande quanto a raiva que Onye sente por seu pai e pelos Nuru.

A narrativa é repleta de magia. Isso demonstra um pouco como algumas sociedades do continente africano lidam com o sobrenatural. Temos dois tipos: os juju e a magia da natureza. Os juju são habilidades mais usadas no cotidiano, sem serem usadas para atacar ou se defender. São truques como fazer fogo, criar barreiras, proteger um espaço. Já a magia da natureza é muito poderosa e somente utilizada por feiticeiros que tenham passado por um ritual de iniciação. Vale dizer que como qualquer habilidade envolvendo manipulação do meio ambiente, ela cobra alguma coisa em troca. Vamos descobrir logo de cara que uma das habilidades de Onye é se transformar em diferentes animais. Quando ela permanece muito tempo na forma de animal, sua mente acaba se transformando. Isso exige dela cautela para que ela não se torne um animal por completo.

O mundo de Quem Teme a Morte foi arrasado pelas mãos do homem. O que aconteceu exatamente não sabemos. Apenas compreendemos que o que sobrou da África se tornou um imenso deserto, significando que alguma catástrofe ambiental ocorreu. Temos algumas sobras tecnológicas aqui ou ali, como notebooks e tablets, possuindo informações bem esparsas sobre a sociedade que desapareceu. Magia e tecnologia se mesclam em uma sociedade que acaba precisando buscar qual é a sua identidade e seu papel neste novo e estranho mundo. Não há um grande esforço aqui para buscar resgatar aquilo que desapareceu. Vemos apenas nos Nuru um povo empenhado em tentar empregar a tecnologia ancestral para tarefas comuns. Mas, infelizmente acabamos não entendendo muito a sociedade Nuru porque só chegamos a Durfa (capital dos Nuru) no final da narrativa.

Achei que faltou um pouco mais dos Nuru na narrativa. Sei que a autora acabou relativizando o fato de eles serem violentos, colocando apenas na conta de alguns poucos essa postura, mas a verdade é que não os conhecemos por completo. Se torna necessário conhecer o outro lado também, ainda mais em uma narrativa onde este conflito é o cerne da história. Gostei do final, só achei que ele acabou se desenrolando rápido demais. Isso se tornou um pouco anti-climático no fim das contas. Somos deixados com pontas soltas de forma a imaginarmos o que aconteceu aos personagens depois de tudo o que aconteceu.

Este é um livro fascinante que vale a pena ser lido. Okorafor foge das convenções do gênero e procura criar algo único, passível de ser discutido a partir de vários ângulos. Basta ao leitor puxar alguma coisa. Também somos deixados com a questão de como encarar certos conflitos. Devemos combater violência com mais violência ou isso se torna uma conflito sem fim? As observações sociais feitas pela autora também são incríveis, mostrando o quanto ela não tem papas na língua e é sensível aos problemas vividos pelos negros nos dias de hoje. Convido vocês a retirarem a narrativa dos confins do scifi e entenderem o que ela diz entre as linhas de sua narrativa. Vocês vão perceber temáticas aterradoras.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
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