Quem Teme A Morte

Quem Teme A Morte Nnedi Okorafor




Resenhas - Quem Teme A Morte


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Ju 16/06/2014

Quem Teme a Morte
Não sei nem como começar a falar sobre esse livro para vocês. Ele não é nada do que eu esperava. Bom, temos a sinopse, que nos diz que a história se passa em uma terra devastada por uma "hecatombe nuclear". Claro que posso ter entendido tudo errado, mas não encontrei nada disso durante a leitura. Ok, hecatombe é o sacrifício de várias vidas - tive que pesquisar -, mas não tenho a menor ideia do que o termo nuclear está fazendo junto dessa palavra.

Também não consegui entender porque foi classificado como distopia. O romance se passa na África, e a única pista que encontrei de que se passa no futuro é que existem equipamentos tecnológicos abandonados em uma caverna, para tentar aplacar a ira de uma espécie de deusa que não gostou nada de eles terem sido criados.

Existem dois povos: os okeke e os nuru. Os okeke, segundo o Grande Livro, que contém informações sobre a criação do mundo e os motivos de ele ser como é, foram os primeiros seres a existir. Após terem irritado a deusa, foram castigados com a criação dos nuru - seu destino, a partir daí, era a escravidão. No mundo em que a autora descreve, existem regiões em que esse destino se concretizou, regiões em que os okeke são constantemente dizimados, e regiões em que vivem livres, sem nem tomar conhecimento da forma em que vive o restante de seu povo.

Nas regiões em que os nuru escolheram dizimar os okeke, muitas vezes eles aparecem com o objetivo de matar os homens e estuprar as mulheres, para que gerem filhos deles. Esses filhos são chamados de ewu, e todos acreditam que o seres desse tipo sempre acabam se tornando pessoas violentas, por serem filhos da violência. A heroína do livro, Onyesonwu (nome que quer dizer "quem teme a morte), é uma ewu. Em seus primeiros anos, viveu no deserto, até que sua mãe decidiu que era hora de as duas irem viver em uma cidade. E é nessa cidade que Onye começa a traçar seu destino.

A protagonista é uma personagem fascinante. Extremamente teimosa, mas de um jeito bom. Não suporta injustiça, não suporta pré-julgamentos. Acompanhamos a vida de Onye mais de perto dos 11 aos 20 anos, mas ela nos conta coisas desde que foi concebida. É obrigada a crescer e a aceitar que seu destino não será nem um pouco parecido com o que ela desejaria. Mas não tenta fugir dele, o encara e segue em frente. Temos várias outras personagens tão fascinantes como ela.

O livro é muito bem escrito. Apesar de ser altamente complexo, tem uma narrativa que me fez ir até o fim e que me manteve interessada durante todos os acontecimentos. Mas ele aborda aspectos da cultura africana e, como não sei nada sobre ela, ficou difícil para mim definir o que seria baseado numa realidade existente e o que foi invenção da autora. Além disso, existem cenas bem violentas e difíceis de digerir.

Não consegui entender o final. É descrita uma coisa, depois é descrita outra completamente diferente. Não sei o que realmente aconteceu até agora. Fui pesquisar a respeito do livro para saber se era uma série e não encontrei nenhuma informação. Como ele foi publicado em 2010 nos Estados Unidos, acredito que se trate mesmo de um livro único, o que quer dizer que terei essa dúvida sempre comigo.

Enfim, gostei da leitura, mas fiquei bem insatisfeita com a forma com que o livro terminou. Prefiro narrativas que apresentem um final em que tudo é bem amarrado; em que os fatos ficam claros e os destinos de todas as pessoas definidos. Isso não aconteceu. Mas, se você não se incomoda com isso, e gosta de ler livros que te apresentem culturas diferentes, leia.

site: http://entrepalcoselivros.blogspot.com.br/2014/06/resenha-geracao-editorial-quem-teme.html
Dani 02/07/2014minha estante
Quando li a sinopse fiquei muito interessada na leitura, achei uma pena o livro ter decepcionado. Já encontrei muitos livros onde a sinopse não tinha uma informação verdadeira sobre a estória, e me parece que este é o mesmo caso. O enredo parece mesmo ótimo, mas não gosto de ficar insatisfeita com os finais dos livros, portanto, acho que não leria este também rs
Ótima resenha!


Loló 24/06/2015minha estante
Concordo sobre quase tudo que você falou. No final, foram descritos dois finais diferentes, o que dá espaço para a compreensão de cada leitor e cada leitora. No caso, eu compreendi que um final seria o carnal, o real e que o outro seria mais num mundo espiritual, sentimental. Tipo, a Ony morre mas continua viva por aí, é o que eu acredito que seja. Mas também podem ser duas alternativas de finais reais e o leitor ou a leitora escolhe qual deseja acreditar que seja o fim do livro, variando de pessoa para pessoa também. Não achei o final ruim, achei bastante incomum e interessante


Jane 13/07/2018minha estante
Gostei muito da resenha e concordo, fiquei decepcionada com o final! A leitura foi agradável, mas algumas coisas não são devidamente explicadas deixando uma dúvida de quando se passa a estória. Também não achei que foi feita justiça devida com o pai dela.




Gabriela Costa | @leia_preta 30/05/2021

Um livrão
Consegui o livro através de uma troca aqui mesmo no Skoob e não imaginava que ele era um bom calhamaço. Devorei tão rápido a obra e fiquei imensamente tocada pela complexidade explorada por Nnedi em suas 400 páginas.

A obra que narra a história de uma jovem ewu na descoberta por seus poderes e sua própria história. Tem romance, amizade, fantasia e africanfuturismo, com mitologias e narrativas muito bem elaboradas. A princípio achava o livro infantojuvenil mas após ler chamo atenção para vários gatilhos de violência sexual, abuso, estupro e outros, assim como cenas de sexo que não são explícitas mas estão por toda obra.

Fiquei muito muito apaixonada por tudo e ainda favoritei a obra!
busbus 30/05/2021minha estante
aaaah, fiquei mais ansiosa ainda pra ler!
só preciso terminar um livro antes e começar esse ???


Gabriela Costa | @leia_preta 30/05/2021minha estante
Ele é incrível!




Daniel.Tschiedel 16/10/2023

Maçante demais...
Esse livro me deixou inconclusivo. A história é longa e maçante, a autora gasta muito tempo com descrições mundanas, de forma que a história não avança.

Os personagens não são carismáticos e salvo poucas exceções, não consegui me apegar a eles.

Apesar de tudo, partes da jornada de Onye foram interessantes e o livro me prendeu pra saber o desfecho.

Porém tudo foi caminhando lentamente para um clímax que nunca chegou. O final é confuso e aberto e o embate pelo qual você espera o livro inteiro é, sei lá, banal...

De positivo fica o fato do livro se basear muito na cultura africana, bem como em fatos tenebrosos de sua história e também por debater racismo, misoginia etc.
Daniel.Tschiedel 18/10/2023minha estante
Sinceramente, a quem tenha interesse na leitura do livro, ignore minha avaliação e veja a avaliação da Preta & Nerd. Acho que ela conseguiu colocar em seu vídeo tudo que senti durante a leitura e que me fez ficar preso no livro, mesmo não gostando muito, e que eu não consegui redigir.

https://www.youtube.com/watch?v=l1ztT-h0GrQ




Manuella 01/12/2017

AVISO DE RESSACA LITERÁRIA
Vi muita gente "reclamando" do livro pois, de acordo com os comentários, a sinopse não condiz com a história. Como eu não li a sinopse antes nem durante a leitura do livro, eu estava esperando qualquer coisa. Qualquer coisa, menos o que tinha no livro. Como eu posso descrever a experiência de leitura pra vocês... Não consigo colocar em palavras.
Estava entediada, esperando a tradução de Kate Daniel's 5, quando uma amiga mandou esse livro pra mim. Olhei a capa e desisti de ler na hora. Depois de uns dias resolvi pegar o livro pra ler (a amiga que me passou o livro só indica coisa boa rs) e logo no primeiro capítulo me vi envolvida com a história. Se pegar esse livro pra ler, se prepare, você não vai conseguir parar de ler. Não é uma leitura fácil. Não no sentido que a escrita não flui. Não. No sentido de que a autora aborda vários assuntos "pesados", pertinentes e muito reais. A história de vida de Onye é muito dolorosa e impactante. Dona de uma força de vontade incrível, Onye corre atrás do que acha ser importante para si. A história acompanha a história dela antes de seu nascimento até...
Leiam esse livro com a mente e o coração abertos, a história e os personagens são incríveis.
Ahh, eu peguei um ressaca literária imensa depois d leitura do livro!!
Babi 26/08/2019minha estante
Põe ressaca nessa! To ha dois dias só lembrando desse livro




Bruna 08/01/2023

Tive dificuldade para terminar esse livro. Tem um plot interessante, a autora sabe descrever bem os cenários pelos quais os personagens transitam, a protagonista é bem tridimensional. Porém nesse livro ela sobrecarrega a gente com informações. Todas essas coisas que ela distribuiu bem EM Binti, aqui foi excessivo. Pelo menos para mil, havia muita coisa acontecendo, muitas pessoas ao redor, muitas situações no meio ao invés de progredir com a trama principal. Acredito que se o livro tivesse menos informações em algumas partes, ele seria mais objetivo e manteria mais o interesse. Outra coisa que tornou essa leitura cansativa para mim é quando ficou um excesso de informações não importantes e falta de informação importante. Não há explicação para algumaa coisas, elas apenas são assim. É a inserção do misticismo que estragou a experiência para mim. As ações, situações e problemáticas deixam de ser verossímeis e acontecem de forma desregrada. Em Binti as coisas são sempre com base científica. Mesmo trabalhando fé e espiritualidade dos personagens, não deixa de ter explicações para o que está acontecendo, como está acontecendo e porquê. O livro não é ruim mas foi bem denso, o que me causou desânimo entao demorava a sentir vontade de continuar na narrativa cansativa.
Daniel.Tschiedel 25/09/2023minha estante
Concordo com tudo que você falou. Estou quase em 20% de leitura e estou a ponto de largar o livro. A trama não anda, parece que estou no mesmo lugar.




Naty__ 15/05/2014

Quem teme a morte
Iniciei a leitura com a expectativa de uma deliciosa história apocalíptica. A chamada distopia é um gênero atrativo para muitos. Você é daqueles leitores que se desesperam por histórias fantásticas? Além de tudo isso, a obra tem um diferencial: ela se passa na África.

Logo no início, a leitura é acelerada; a sede de chegar ao final para saber o que acontece é imensa. Contudo, no decorrer da trama, em alguns momentos, a escritora parece que se perde um pouco na narrativa, isso faz com que a leitura fique arrastada e cansativa.

A obra descreve a vida de Onyensowu Ubaid, a grande heroína da história. Ela é gerada de um estupro. Sua mãe foi estuprada em uma guerra tribal entre os Nuru e Okeke. Esta é a origem das pessoas boas, já os Nuru são vistos como bárbaros. Eles têm o intuito de destruir a família Okeke, então, estupravam as mulheres e matavam os homens.

“Os homens Nuru e suas mulheres haviam feito tudo aquilo por motivos além da simples humilhação e tortura. Eles queriam gerar crianças Ewu. Tais crianças não são fruto do amor proibido entre um Nuru e uma Okeke, nem são Noahs, Okeke que nascem sem cor. Os Ewu são filhos da violência” (p.25).

Mesmo concebida de um estupro, a mãe não renegou sua filha. Tratou-a da melhor maneira e alimentou-a como pôde. Onyensowu, chamada de Onye, é amaldiçoada e discriminada pelos povos, por causa de sua origem.

Onye é uma Ewu, que significa nascida da dor. Toda criança gerada de um estupro era chamada dessa forma. As crianças concebidas através da violência sexual eram facilmente identificadas. A cor de sua pele, as sardas, os traços do nariz, bem como o tipo de cabelo. É uma junção das duas aldeias que se torna inconfundível. É por isso que Onye é tão discriminada por onde passa. Traduzindo, seu nome significa Quem teme a morte.

O que ninguém imagina é que Onye é a escolhida para salvar o povo através de seus poderes sobrenaturais. A profecia declara que é dela o poder de reescrever o Grande Livro e salvar o mundo de uma nova hecatombe.

“As pessoas acreditam que os nascidos Ewu em determinado momento se tornam violentos. Acreditam que um ato de violência só pode gerar mais violência. Eu sei que isso não é verdade, e você também deveria saber que não” (p.36).

E se você tivesse os poderes de Onye? E se você pudesse voar, levitar, manipular o tempo, a vida e a morte? Onye pode salvar as pessoas, assim como curá-las. Porém, a cura de alguém reflete em doença para si. Ao tocar na pessoa doente, a pele das mãos de Onye começa descamar e a dor predomina em seu corpo.

Enquanto Onye desvenda seus dons, ela conhece Mwita, que passa a compreender os fenômenos de seu corpo. O envolvimento dos dois vai além da amizade e do amor, eles são companheiros.

Além dos incríveis poderes, Onye tem visões terríveis e sofre por isso. O desespero surge quando ela descobre que alguém está prestes a matá-la e, agora, ela terá de lutar para salvar a si mesma de um assassino que a inferniza em seus sonhos. Será que ela vai conseguir? Será que uma adolescente conseguirá mudar o destino de um país assolado pela dor e pela desesperança de mudança? Leia e descobrirá!


“Rejeição. Sentimentos desse tipo se alastram silenciosamente dentro de uma pessoa. Então, um dia, a pessoa se descobre pronta a destruir tudo” (p.113).

Embarcar nessa obra foi como ir com sede demais ao ponte e notar que estava no deserto. Embora o local para os cenários seja perfeito, os personagens bem trabalhados e uma escrita marcante, a obra não atingiu o seu clímax. Pelo contrário, quando pensava que teria um fim eletrizante, ele surge de forma diferenciada.

Ao contrário de muitas resenhas que li, a sinopse descreve o que se passa no livro. Alguns desconhecem o termo hecatombe e, por isso, declaram que a obra não cumpre com o que a sinopse promete. A hecatombe, presente no livro, trata do sacrifício de várias vidas. Muitas mulheres sofreram, foram abusadas sexualmente, apenas com o objetivo de procriar os Nuru. Muitas delas morriam, logo após a violência sofrida. Em contrapartida, o termo nuclear acompanhado do substantivo, na sinopse, em si, nos dá a ideia de uma metáfora.

A capa é bastante chamativa e a diagramação é impecável. Para quem é fã de distopias, vale a pena a leitura.
“Que melhor maneira de afastar o medo da morte de uma pessoa do que mostrar sua própria morte a ela?” (p.168).
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Lina DC 17/05/2014

"Quem teme a morte" conta a história de uma protagonista de origem triste mas que tem o destino e a jornada de uma heroína. A história conta que existem dois povos que vivem em constantes conflitos, os Nurus e os Okekes. Por questões culturais, a história explica que um dos povos seria escravo do outro. Houve uma revolta e a partir daí, sempre que os dois povos se encontram, a violência eclode.
O livro é dividido em três partes: a primeira, chamada "Tornando-se"; a segunda parte "Estudante" e a terceira parte "guerreiro".
A história é narrada em primeira pessoa pela protagonista. Na primeira parte, a protagonista conta a história do seu pai de criação e de coração e também a jornada de sua mãe e ela até chegarem à Jwahir com seis anos de idade. Conhecemos Fadil Ogundimir, o ferreiro do local, um homem justo e gentil, que acabou casando-se com Najirba, a mãe de Onye.
Onyesonwu é uma Ewu. Ewu significa "nascido da dor". Sua mãe foi estuprada por um Nuru. Esse Nuru em especial é extremamente maldoso e possui poderes especiais e planos para os Okekes. Por ser filha de um Nuru com uma Okeke, Onye tem características físicas diferenciadas, pois mescla os dois povos. Por isso, é sempre repelida por todos e vista como uma entidade do mal, pois acreditam-se que os Ewus, por terem sido gerados da violência, são capazes de propagarem ainda mais a violência.
Conforme Onye descobre sobre sua origem e percebe o quanto seus pais sofrem por causa dela (já que todos a repelem) ela tenta se adequar aos costumes locais, inclusive ao rito dos 11 anos de idade praticado pelo povo de Jwahir, a circuncisão feminina.
Um dos aspectos que se destacam no livro é exatamente o fato dela ser uma sociedade extremamente patriarcal, que coloca as mulheres como cidadãs de segunda categoria, mas que por ironia do destino, tem uma mulher, que é Ewu, como protagonista de uma profecia que poderá salvar a todos.
A segunda parte foca mais no treinamento de Onye, já que ela possui inúmeras habilidades especiais. O treinamento é árduo e emocionalmente desgastante, mas pelo menos Onye pode contar com Mwita.
Mwita é um jovem rapaz que também é Ewu. Desde o momento em que os dois se conhecem existem uma ligação emocional muito grande, e um companheirismo incrível. Mesmo assim, a relação dos dois não é apenas alegria. Mwita, mesmo sendo Ewu, é homem, tem dificuldades em aceitar que Onye tem um papel mais importante do que o dele.
O último capítulo leva o leitor a um desfecho magnífico e cheio de reviravoltas, magia e lendas.
O livro é recheado de aspectos místicos, onde personagens mudam de forma, conseguem entrar no mundo dos mortos e curar as pessoas. A história é extremamente rica e possuí uma linguagem própria, um mundo novo criado de maneira magistral.
O conteúdo é denso e tem muitas descrições de violência contra as mulheres e também contra os mais frágeis. A história do Reino dos Sete Rios, que é localizado no atual Sudão e apresenta uma história forte, com personagens marcantes e uma trama que permite uma reflexão profunda por parte do leitor.
Os personagens são complexos, cheios de nuances e irresistíveis. Os povos do deserto, que vivem como nômades mas que aproveitam a vida ao máximo. O cenário desértico, a natureza em seu estado mais puro, tudo isso e muito mais conquistam nessa obra.
Em relação à revisão, diagramação e layout a editora realizou um ótimo trabalho. Foram encontrados alguns errinhos de digitação, mas nada que interferisse com a leitura. A capa é muito bonita e combina com a trama.

"Esta noite você quer saber como me tornei o que sou. Quer saber como cheguei aqui... é uma longa história.. .Mas eu contarei a você.. contarei a você". (p. 10)
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Fer Kaczynski 26/05/2014

Muito bom ler coisas diferentes das habituadas, eu nunca tinha lido nada oriundo da África, não tinha conhecimento de alguns costumes ou terminologia, e foi bem interessante adentrar-me nesta história criada pela escritora Nnedi Okorafor, que foi comparada a J.K. Rowling, criadora de Harry Potter, devido a seus romances cheios de aventuras mirabolantes, por assim dizer.

Eu poderia me transformar num abutre e voar para longe agora – sussurrei. Mas se eu permanecesse como um animal muito tempo, ficaria louca. “E será que isso seria tão ruim?”, pensei. “Mwita estava certo. Sou perigosa demais.”- pág 118

A história é sobre uma garota, Onyesowu, que significa Quem teme a morte, título do livro, que descobre que sua origem é derivada de um estupro e é por isso que as pessoas tem preconceito contra ela, devido a ser filha de um rapaz do povo Nuru, e sua mãe sendo uma Okeke, ela é uma mestiça, uma Ewu, termo para “nascido da dor”, uma pária, sendo discriminada e mal vista perante a aldeia em que vive. Seu pai biológico volta para tentar matá-la e é principalmente contra ele sua luta nesta aventura.

Leia mais em:

site: http://dailyofbooks.blogspot.com.br/2014/05/resenha-quem-teme-morte-geracaoeditorial.html
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"Ana Paula" 29/05/2014

Como a sinopse diz, em Quem Teme a Morte, acompanhamos Onyesonwu, mais conhecida como Onye, em um mundo distópico, tudo foi destruído, uma nova civilização foi criada, primeiramente os Okeke e depois os Nurus. Este segundo, de acordo com o Grande Livro, foi criado pela Deusa Ani a partir do sol, enquanto os Okekes foram feitos através da noite. São povos diferentes entre si, e não se misturam, vendo oportunidade onde ninguém via, o povo Nuru começou a abusar dos Okekes. Destruíam suas casas, matavam seus homens e estupravam suas mulheres. Dos estupros, nasciam crianças com a pele mais clara, como as areias do deserto, eram chamados de Ewu, e amaldiçoados por todos. É neste contexto que somos apresentados a Onye, uma mulher Ewu que nasceu com grandes poderes e destinada a ser algo maior, algo que poderia reescrever o Grande Livro e libertar este mundo hostil e devastado.

"Desde o momento em que fui concebida, sempre fui problema. Eu era uma mancha negra. Veneno. Percebi isso quando tinha onze anos de idade. Quando algo estranho aconteceu comigo. O incidente fez com que minha mãe se sentisse obrigada a me contar a minha própria história horrorosa."

Eu amo distopias, foi exatamente por isso que pedi este livro para a editora. Quando li a sinopse, fiquei encantada e muito curiosa quanto ao enredo. A história de Onye se passa em uma África do futuro, em meio a desertos e cidades com nomes estranhos. Se prepare para encontrar neste livro uma história sem igual, nunca antes contata. Cheia de mistério, magia, tecnologia, traições, amor e ódio. Onye é o tipo de personagem que eu adoro: cheia de si, misteriosa, corajosa e guerreira. Uma personagem memorável! Você vê o crescimento da personagem, de uma menina hostil, que não sabia manipular seus poderes, para uma mulher que ama, sofre com o sofrimento do mundo e deseja desesperadamente mudá-lo.

Só senti falta de um aprofundamento sobre como o mundo chegou onde o livro começa, na sinopse, explica-se que a terra foi devastada por uma hecatombe nuclear, mas em momento nenhum da história, Onye conta sobre como ocorreu. Talvez porque tenha acontecido a muitos anos atrás, ou a autora não tenha encontrado motivos para explicar, mas o fato é que senti falta disso, mesmo amando a história de Onye. A autora também nos mostra do que o racismo é capaz, o que uma pessoa com esses sentimentos pode fazer, o quanto é mau esse sentimento. Crianças inocentes sofrendo por causa disso, crescendo sendo chamadas de monstros, ignoradas por todos por ter nascido Ewu (que significa nascida da dor). Tbm mostra o martírio das mulheres Okekes, o que as mesmas enfrentam, e por serem mulheres, não podem revidar.

"Os homens Nuru e suas mulheres haviam feito aquilo por motivos além da simples humilhação e tortura. Eles queriam gerar crianças Ewu. Tais crianças não são frutos do amor proibido entre Nuru e uma Okeke, nem são Noahs, Okeke que nasce sem cor. Os Ewu são filhos da violência."

A narrativa é em primeira pessoa, pelo ponto de vista de Onye, e eu adorei isso. Como ela é uma Eshu, Onye pode se transformar em animais e essas foram as melhores partes. Além deste poder, durante a leitura, Onye vai descobrindo seu caminho e acima de tudo, sua profecia. Como nasceu de um estrupo, Onye sabe que tem que encontrar seu verdadeiro pai e por um fim na dor de sua mãe, mas para isso acontecer, Onye terá que enfrentar desafios enormes, perder pessoas que ama e morrer muitas vezes.
A capa é linda, descreve bem o enredo do livro e nos transporta para o deserto, a diagramação é simples com pequenos detalhes superior nas folhas e títulos nos capítulos que não dão spoiler do que está por vir. O livro é divido em três partes: I Tornando-se, II Estudante e III Guerreiro, a revisão ficou boa, com poucos erros que não prejudicam muito a leitura.

A autora tem uma escrita densa, com muitas descrições de violência contra as mulheres, Nnedi conseguiu criar uma história forte, com personagens marcantes e uma trama que permite ao leitor refletir sobre tudo o que ocorre. O final não é previsível e isso é um ponto forte do livro, depois de Onye contar sua história, vc imagina um rumo e a autora optou por seguir outro totalmente diferente do que eu esperava, mesmo assim, não consigo deixar de gostar, simplesmente maravilhoso!

"Eu também sentia aquilo dentro de mim. Como um demônio enterrado sob minha pele desde minha concepção. Um presente de meu pai, de sua genética nefasta. O potencial e o gosto pela crueldade. Estava em meus ossos, firme, estável, imóvel. Oh, eu tinha que encontrar aquele homem e matá-lo."


site: www.livrosdeelite.blogspot.com
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Dressa Oficial 10/06/2014

Resenha Quem Teme A Morte
Olá, tudo bem com você?

Eu sempre tenho o costume de ler vários gêneros pois gosto de diversificar minhas leituras e sempre partir para o novo, mas confesso que esse livro é o mais diferente de tudo que já li em toda minha vida.

Esse livro se passa na África um lugar totalmente desconhecido por mim até então, e além disso o povo da África é dividido em tribos nesse conhecemos a tribo dos Okeke que possui a pele da cor da noite porque foram criados antes do dia, e a outra tribo são os Nuru vieram das estrelas e por isso que sua pele é da cor do sol.

Então os Okeke são negros e os Nuru brancos, por existir essa diferença o povo Okeke era escravo do povo Nuru.

As duas tribos são muito religiosas e acreditam em tudo que está escrito no Grande Livro eles tem uma deusa que escreveu esse livro e tudo que existe nele é para ser seguido.

Porém depois de muito tempo o povo Okeke se rebelou com o povo Nuru e acabaram se separando virando tribos diferentes e vivendo separadamente.

Essa separação gerou muitos genocídios morrendo várias pessoas dessas tribos respectivamente, a nossa protagonista se chama Onyesonwu mais conhecida como Onye ela que narra toda a história do livro, o livro é narrado em primeira pessoa do começo ao fim.

Onye não é Okeke nem Nuru, sua pele é cor de areia e ela tem sardas no rosto o que faz ela ser discriminada quando ainda era muito pequena sendo chamada de Ewu.

Página 25
Os homens Nuru e suas mulheres haviam feito tudo aquilo por motivos além da simples humilhação e tortura. Eles queriam gerar crianças Ewu. Tais crianças não são fruto do amor proibido entre um Nuru e uma Okeke, nem são Noahs, Okeke que nascem sem cor. Os Ewu são filhos da violência.


Ser um Ewu significa claramente que você foi gerado através de um estupro, porém as crianças da África não entedem que quem nasce de um estupro não tem culpa desse ato repulsivo e Onye sofre muito preconceito com isso, pois sua pele é muito clara e isso diferencia ela totalmente em um mundo que só existe brancos e negros.

Página 35
Eu sabia um pouco sobre sexo. Tinha até uma certa curiosidade sobre o assunto... bem, talvez eu tivesse mais suspeitas do que curiosidade propriamente dita. Mas eu não sabia sobre isso... sexo como violência, violência que gerava crianças... que me gerou, que aconteceu com minha mãe. Senti vontade de vomitar e de rasgar minha pele. Queria abraçar minha mãe, mas ao mesmo tempo não queria tocá-la. Eu era venenosa, Não tinha esse direito.


Onye então descobre que foi gerada através de um estupro e fica com muita raiva de seu pai biológico, ela mora na casa de seu pai de criação que ela conheceu passeando pela cidade de Jwahir e então seu pai após se encantar com a criança Onye decide casar com sua mãe para ficarem mais próximos.

Onye também prensencia o ritual dos onze anos, que na África é feito a circuncisão feminina nas meninas que é retirar uma parte da pele genital e costurar para que não seja tão fácil perder a virgindade, na época em que Onye vive, esse ritual não é mais obrigatório, as meninas que passam por essa idade podem escolher se devem ou não fazer esse ritual.

Onye conhece suas amigas nas circunstâncias do ritual e se tornam amigas inseparavéis depois disso , suas amigas são Diti, Luyu e Binta.

Cada uma dessas meninas já passou por muita coisa nessa vida, inclusive atos de pedofilia praticados pelo próprio pai.

Cada uma tem uma personalidade diferente e apesar de saberem que Onye é julgada o tempo inteiro por sua cor elas acabam conhecendo um outro lado de Onye.

Como não poderia faltar, em qualquer história que se preze precisamos de um romance, e Onye encontra um cavaleiro chamado Mwita que também é Ewu porém ele não foi gerado por um estupro e sim por um amor proibido entre o povo Okeke e Nuru.

Mwita é um pouco mais velho que Onye e os dois primeiro se tornam amigos, Mwita fala que conhece um feiticeiro e quer aprender muitas coisas com esse feiticeiro, Onye fica curiosa com isso e acaba querendo também participar, porém o feiteiro nunca aceita Onye por ser uma mulher.

Onye se depara com outros instintos que não consegue controlar , ela tem o poder de virar vários bichos, como abutre, que é o que ela mais se identifica pelo fato de poder voar, e ela também tem visões sobre o que pode ocorrer em um futuro não muito distante.

Quando Onye está com 16 anos e passa por uma situação muito chata em sua vida, ela decide ir atrás de seu pai biológico e tentar acabar com ele, para que os atos de estupro contra outras tribos não sofra as mesmas consequências que sua mãe já sofreu um dia.

Para isso Onye conta com a ajuda de seu companheiro Mwita e suas amigas, todos vão em busca do agressor e passam por situações bem aventureiras cheia de ação, lutas, sangue, e tudo mais que sua imaginação possa sonhar.

A leitura fluiu muito rápido até a página 200, porém confesso que depois disso a história se perdeu um pouco e a leitura se confundiu e eu já não sabia o que Onye e seus amigos estavam indo atrás, depois disso a leitura se tornou um pouco lenta.

A diagramação, capa e letra estão de ótimo tamanho, mas o final do livro me deixou bem aborrecida, acho que a autora quis abordar esses temas fortes como discriminação, genocídio, estupro, circuncisão e acabou deixando os personagens principais com menos destaque, eu diria que é um livro que começa muito bem, mas depois acaba perdendo algumas referências.

A autora tem ascendência nigeriana mas ela vive nos EUA, o livro já tem os direitos comprados para virar um filme, devido ao sucesso que já fez internacionalmente, o nome do livro "Quem Teme a Morte" é a tradução do nome da protagonista Onyesonwu.

O que achei ruim foi que na sinopse fala que se trata de uma distopia e não achei esse gênero dentro da história, e também informa que a terra foi devastada por um hecatombe nuclear, isso também não foi mencionado na história por isso fiquei sem entender algumas coisas.

Apesar dos temas serem bem fortes e atuais acima de tudo, a autora soube criar personagens fortes que mesmo com tantos traumas a gente não sinta vontade de chorar nem nada parecido, muito pelo contrário o livro te faz pensar e refletir sobre todos esses atos de uma maneira mais leve.

Se quiser diversificar sua leitura e ler algo bem diferente pode gostar do que o livro nos apresenta.

Página 121
- É melhor dar ou receber ?
- Ambos são a mesma coisa - respondi. - Um não pode existir sem o outro. Mas se você continua dando sem receber nada, é um tolo.


Mas caso for ler pensando que vai encontrar um distopia ou romance isso pode decepcionar....

Página 227
- Todos nascemos com fardos a carregar. Alguns de nós mais do que outros.


Beijos

Até mais...


site: http://www.livrosechocolatequente.com.br/2014/05/resenha-quem-teme-morte.html
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bia0:0 09/02/2024

Inovador
Olá, estou de volta. Mais uma vez falando da querida Nnedi Okorafor, tendo como livro da vez "Quem teme a morte: Onye e A Profecia."
Primeiro tópico que pra mim é de lei nos livros da Nnedi é o universo. Eu amo como ela representa muito bem a cultura do país, tanto das partes boas quanto das partes ruins. Eu acho as descrições dela tão singulares, não sei explicar mas eu adoro!!!! Um dos poucos autores que eu realmente consigo imaginar o que tá acontecendo, sem alterar muitas coisas.
Porém, falando do universo fantástico em si, deixou um pouco a desejar. Eu gostaria que tivesse mais descrições e explicações do que teve. Isso é o que eu penso. Não que o livro seja superficial em relação a isso, porque definitivamente não é, mas acho que para mim, ficou um pouco sem sal.
Já falando sobre o enredo, que história mais cabulosa!! Gostaria de deixar claro que é repleta de gatilhos. Tem descrições muito explícitas sobre estrupo várias vezes ao decorrer do livro. É uma história tão trágica e saber que ela tirou isso de acontecimentos que realmente acontecem no Sudão e em todo mundo é tão triste e revoltante ao mesmo tempo!!
Agora falando sobre os personagens, nunca tinha visto tanto personagens de personalidades marcantes em um só livro. Onye me irritou tanto durante o livro que só Jesus na causa. Ela é muito imatura e não pensa muito antes de agir, ela é o tipo de personagem que ou você ama ou odeia. Eu a amei, por mais que fiquei revoltada com ela uns 60% do livro todo. Já o Mwita é outro cabeça dura. A relação deles é um pouco peculiar mas já entendi que isso é comum nos livros da Nnedi. Vi gente dizendo que era dependência emocional mas não acho que seja isso. Eles podiam brigar a maior parte do tempo, mas se amava e se complementavam, um sempre cuidando do outro.
Sobre os personagens secundários, adorei a forma como ela os desenvolveu na dose certa, comparando a relevância deles na história(que não é pouca). Todos eles têm uma história e um desenvolvimento ok levando em consideração que são secundários.
Sobre o decorrer da história, em alguns momentos fica um pouco repetitivo, já que passa uns 20% deles só no deserto. Por mais que houvessem acontecimentos no deserto, ainda assim acho que enrolou de mais pra chegar no final.
E, já aproveitando a deixa sobre final, esse foi bem fraquinho ein. Eu tava tão empolgada mas aí o final chegou e foi desse jeito. Fiquei confusa em algumas cenas e até triste porque minhas expectativas estavam altíssimas.
No geral, eu super recomendo pra quem quer fugir do comum. Analisando o enredo em si, a premissa não é muito inovadora, mas acho que os elementos culturais adicionam uma camada mais profunda na história. A Nnedi foi uma revelação tão boa na minha vida que quero lê todos os livros dela!!!! Até a próxima.
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Literatura 18/09/2014

Um mergulho mágico em realidades compartilhadas
Quem teme a morte (Nnedi Okorafor, 412 páginas) passa-se entre o deserto escaldante com suas intermináveis dunas, pequenos povoados e algumas cidades; é atemporal e mistura tecnologias que utilizamos diariamente, ritos culturais dos quais apenas ouvimos falar e preconceitos que ainda hoje vivenciamos.

Escrito em primeira pessoa a personagem principal é Onyesonwu, nascida de um ato de violência atravessa sua vida sem encontrar um lugar ao qual pertença e contra todas as probabilidades descobre seu propósito de vida e o cumpre.

Onyesonwu narra sua história dividida de acordo com sua evolução:

Tornando-se expõe sua chegada ao mundo, a força de sua mãe durante sua gestação, o encontro com seu pai adotivo, o momento em que começa a se encontrar tanto interior quanto socialmente; toma sua primeira grande decisão que une seu destino á suas três amigas e seu companheiro Mwita.

Continue lendo em: http://www.literaturadecabeca.com.br/resenhas/resenha-quem-teme-a-morte-nnedi-okorafor/#.VBsavJRdX3Q
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Priscila Nonato 24/01/2017

Não foi o que eu esperava
Esse livro me decepcionou um pouco .Estava esperando por uma distopia com aventura e fantasia .Mas é um livro bem pesado .Recheado de cenas de violência contra mulheres .E o final não foi nada grandioso.
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Nasa 18/03/2018

Quem Teme a Morte - Onye e A Profecia - Nnedi Okorafor- #3 Leituras de Fevereiro
A sinopse parece ter sido escrita para outro livro, porque o que encontramos na leitura desse livro é algo totalmente diferente. Claro, existem suaves pinceladas desse tal “hecatombe nuclear”. Mas é como se houvesse ocorrido há muito tempo atrás.
A leitura desse livro me deixou dividida, então serei sincera possível. A escrita é equilibrada e temos uma história consistente, mas muito pesada. Se você resolver ler esse livro não espere nada cor de rosa. Você vai descobrir povos violentos, discriminadores, capaz de matar apedrejando pessoas. Há cenas de estupro e violência que me pegaram de surpresa. Como disse a sinopse não te prepara. É uma mistura de distopia e conflitos entre povos africanos que acredito fictícios. Os Okeke e os Nuru. Povos governados por um Grande livro que determina o certo e o errado, o bem e o mal. Esses dois povos segundo esse livro forma os primeiros a existir e irritaram uma deusa e foram castigados com a criação de um povo chamado Nuru e seu destino se tornou a escravidão. Em alguns lugares tal profecia se concretizou em outras não.
Os tais Nuru dizima os Okeke, matam os homens e estupram suas mulheres para que eles gerem filhos deles que são chamados de Ewu. Eles carregam uma marca de vergonha e todos acreditam que eles são a escória do mundo, violentos, por serem filhos da violência.
Onyesonwu, a mocinha do livro, (nome que quer dizer "quem teme a morte), é uma ewu. Sua mãe viveu no deserto com ela até que decidiu que era hora de viver em uma cidade. E é nessa cidade que Onye começa a traçar seu destino.


Onyesonwu é fascinante, boa gente, e tem poderes incríveis. Nós acompanhamos a sua vida dos 11 aos 20 anos, ela nos conta como foi concebida, quem é sua mãe e como é obrigada a aceitar um destino nada fácil. Não é um conto de fadas, nem uma história feliz. Mas uma historia cheias de pequenas história dentro. Tem começo meio e fim, mas é um livro de cenas chocantes e fortes com poucos momentos de alegria.
Li do começo ao fim e vi Onyesonwu crescer, amadurecer, se tornar mulher, amar, passar por provas bizarras para controlar seus poderes, conviver com pessoas amigas e inimigas enfrentar o preconceito de povos, conviver com culturas onde a mulher e circuncidada para ser respeitada. A cultura africana se mescla com essa fantasia de forma perfeita. Mas deixo claro aqui, não sei até onde é real e até onde é fantasia. Algumas partes foram difíceis de digerir e olha que já li coisas bem densas.
O final me frustrou, não é feliz e deixa dúvidas cruéis. E certamente não cumpriu o que prometeu, entende? Os personagens são incrivelmente bons, bem elaborados, pude me envolver com todos, mas o desfecho foi cruel. Talvez esteja acostumada a finais felizes demais.
Só leia se tiver estômago forte e entender que a fantasia poder ser bem real ás vezes.
Minha nota? Três beijos mordidos!


site: http://www.nazarethfonseca.com.br/2018/03/21/teme-morte-onye-profecia-nnedi-okorafor-3-leituras-fevereiro/
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Laila 26/04/2018

Quem teme a morte
Tive sentimentos conflituosos ao longo da leitura desse livro, porque ao mesmo tempo em que gostei muito da criatividade da autora e de sua escrita, tive muita dificuldade em sentir empatia ou sequer gostar dos personagens "principais".
Não é uma simples distopia, o livro trata de assuntos pesados como estupro, racismo, machismo, o que pode causar um certo incômodo para pessoas mais sensíveis. A minha maior dificuldade, entretanto, foi a identificação com os personagens, o par romântico da protagonista é extremamente misógino, e me incomodou como a relação deles foi tão romantizada, mesmo quando ele era um completo babaca com a menina. E a menina por sua vez, tem atitudes extremamente impulsivas, que colocam em risco a sua vida e das pessoas ao seu redor, desvirtuando completamente do propósito da sua jornada.
Apesar das minhas ressalvas em relação aos personagens, é um livro que vale a pena ler, como uma experiência de reflexão, uma vez que várias questões sociais tratadas no livro, ainda persistem na nossa realidade.
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