Dressa Oficial 10/06/2014Resenha Quem Teme A Morte Olá, tudo bem com você?
Eu sempre tenho o costume de ler vários gêneros pois gosto de diversificar minhas leituras e sempre partir para o novo, mas confesso que esse livro é o mais diferente de tudo que já li em toda minha vida.
Esse livro se passa na África um lugar totalmente desconhecido por mim até então, e além disso o povo da África é dividido em tribos nesse conhecemos a tribo dos Okeke que possui a pele da cor da noite porque foram criados antes do dia, e a outra tribo são os Nuru vieram das estrelas e por isso que sua pele é da cor do sol.
Então os Okeke são negros e os Nuru brancos, por existir essa diferença o povo Okeke era escravo do povo Nuru.
As duas tribos são muito religiosas e acreditam em tudo que está escrito no Grande Livro eles tem uma deusa que escreveu esse livro e tudo que existe nele é para ser seguido.
Porém depois de muito tempo o povo Okeke se rebelou com o povo Nuru e acabaram se separando virando tribos diferentes e vivendo separadamente.
Essa separação gerou muitos genocídios morrendo várias pessoas dessas tribos respectivamente, a nossa protagonista se chama Onyesonwu mais conhecida como Onye ela que narra toda a história do livro, o livro é narrado em primeira pessoa do começo ao fim.
Onye não é Okeke nem Nuru, sua pele é cor de areia e ela tem sardas no rosto o que faz ela ser discriminada quando ainda era muito pequena sendo chamada de Ewu.
Página 25
Os homens Nuru e suas mulheres haviam feito tudo aquilo por motivos além da simples humilhação e tortura. Eles queriam gerar crianças Ewu. Tais crianças não são fruto do amor proibido entre um Nuru e uma Okeke, nem são Noahs, Okeke que nascem sem cor. Os Ewu são filhos da violência.
Ser um Ewu significa claramente que você foi gerado através de um estupro, porém as crianças da África não entedem que quem nasce de um estupro não tem culpa desse ato repulsivo e Onye sofre muito preconceito com isso, pois sua pele é muito clara e isso diferencia ela totalmente em um mundo que só existe brancos e negros.
Página 35
Eu sabia um pouco sobre sexo. Tinha até uma certa curiosidade sobre o assunto... bem, talvez eu tivesse mais suspeitas do que curiosidade propriamente dita. Mas eu não sabia sobre isso... sexo como violência, violência que gerava crianças... que me gerou, que aconteceu com minha mãe. Senti vontade de vomitar e de rasgar minha pele. Queria abraçar minha mãe, mas ao mesmo tempo não queria tocá-la. Eu era venenosa, Não tinha esse direito.
Onye então descobre que foi gerada através de um estupro e fica com muita raiva de seu pai biológico, ela mora na casa de seu pai de criação que ela conheceu passeando pela cidade de Jwahir e então seu pai após se encantar com a criança Onye decide casar com sua mãe para ficarem mais próximos.
Onye também prensencia o ritual dos onze anos, que na África é feito a circuncisão feminina nas meninas que é retirar uma parte da pele genital e costurar para que não seja tão fácil perder a virgindade, na época em que Onye vive, esse ritual não é mais obrigatório, as meninas que passam por essa idade podem escolher se devem ou não fazer esse ritual.
Onye conhece suas amigas nas circunstâncias do ritual e se tornam amigas inseparavéis depois disso , suas amigas são Diti, Luyu e Binta.
Cada uma dessas meninas já passou por muita coisa nessa vida, inclusive atos de pedofilia praticados pelo próprio pai.
Cada uma tem uma personalidade diferente e apesar de saberem que Onye é julgada o tempo inteiro por sua cor elas acabam conhecendo um outro lado de Onye.
Como não poderia faltar, em qualquer história que se preze precisamos de um romance, e Onye encontra um cavaleiro chamado Mwita que também é Ewu porém ele não foi gerado por um estupro e sim por um amor proibido entre o povo Okeke e Nuru.
Mwita é um pouco mais velho que Onye e os dois primeiro se tornam amigos, Mwita fala que conhece um feiticeiro e quer aprender muitas coisas com esse feiticeiro, Onye fica curiosa com isso e acaba querendo também participar, porém o feiteiro nunca aceita Onye por ser uma mulher.
Onye se depara com outros instintos que não consegue controlar , ela tem o poder de virar vários bichos, como abutre, que é o que ela mais se identifica pelo fato de poder voar, e ela também tem visões sobre o que pode ocorrer em um futuro não muito distante.
Quando Onye está com 16 anos e passa por uma situação muito chata em sua vida, ela decide ir atrás de seu pai biológico e tentar acabar com ele, para que os atos de estupro contra outras tribos não sofra as mesmas consequências que sua mãe já sofreu um dia.
Para isso Onye conta com a ajuda de seu companheiro Mwita e suas amigas, todos vão em busca do agressor e passam por situações bem aventureiras cheia de ação, lutas, sangue, e tudo mais que sua imaginação possa sonhar.
A leitura fluiu muito rápido até a página 200, porém confesso que depois disso a história se perdeu um pouco e a leitura se confundiu e eu já não sabia o que Onye e seus amigos estavam indo atrás, depois disso a leitura se tornou um pouco lenta.
A diagramação, capa e letra estão de ótimo tamanho, mas o final do livro me deixou bem aborrecida, acho que a autora quis abordar esses temas fortes como discriminação, genocídio, estupro, circuncisão e acabou deixando os personagens principais com menos destaque, eu diria que é um livro que começa muito bem, mas depois acaba perdendo algumas referências.
A autora tem ascendência nigeriana mas ela vive nos EUA, o livro já tem os direitos comprados para virar um filme, devido ao sucesso que já fez internacionalmente, o nome do livro "Quem Teme a Morte" é a tradução do nome da protagonista Onyesonwu.
O que achei ruim foi que na sinopse fala que se trata de uma distopia e não achei esse gênero dentro da história, e também informa que a terra foi devastada por um hecatombe nuclear, isso também não foi mencionado na história por isso fiquei sem entender algumas coisas.
Apesar dos temas serem bem fortes e atuais acima de tudo, a autora soube criar personagens fortes que mesmo com tantos traumas a gente não sinta vontade de chorar nem nada parecido, muito pelo contrário o livro te faz pensar e refletir sobre todos esses atos de uma maneira mais leve.
Se quiser diversificar sua leitura e ler algo bem diferente pode gostar do que o livro nos apresenta.
Página 121
- É melhor dar ou receber ?
- Ambos são a mesma coisa - respondi. - Um não pode existir sem o outro. Mas se você continua dando sem receber nada, é um tolo.
Mas caso for ler pensando que vai encontrar um distopia ou romance isso pode decepcionar....
Página 227
- Todos nascemos com fardos a carregar. Alguns de nós mais do que outros.
Beijos
Até mais...
site:
http://www.livrosechocolatequente.com.br/2014/05/resenha-quem-teme-morte.html