Mari Siqueira 11/05/2014Comovente, extremamente bem escrito *-*'"Encantador". É a palavra que eu usaria para descrever o livro Querida Sue. Jessica Brockmole nos apresenta uma história de amor e guerra. E o amor é um dos sentimentos que mais se intensifica em meio a esses tempos difíceis. É isso o que a autora explora, a distância, a esperança, a saudade.
O livro contado através de cartas é diferente de qualquer coisa que eu já tenha lido. Por vezes minha imaginação fez o livro tomar a forma de um envelope e eu me senti lendo as cartas de amor, de verdade. O livro me fez chorar e sorrir na mesma medida e posso garantir que é um dos melhores romances que eu já li na minha vida. É especial, diferente, tocante e extremamente bem escrito.
Em Querida Sue, nós iremos encontrar cartas, muitas cartas. O livro todo é escrito assim, não há narrativa direta, vamos aos poucos conhecendo a história de dois casais que se correspondem, em épocas diferentes, guerras diferentes. As diferenças entre as duas histórias são bem pontuadas pela autora e é possível identificar bem quando a fala é alternada de uma personagem para outra.
Em 1912, Elspeth Dunn começa a se corresponder com um leitor, sua poesia encantou David, um jovem americano sonhador. Elspeth é reclusa e mora numa pequena ilha na Escócia, apesar de escrever poesias, ela não tem grandes ambições e nunca sonhou muito alto. Não antes de receber o primeiro envelope de um americano que diz ser seu fã.
Os dois começam uma bela amizade, uma vez que a poetisa é casada, mas aos poucos descobrem que não se pode mandar no coração e as belas cartas se tornam um caso de amor à distância. Além do impedimento visível que é ser casada, há também entre os dois a Primeira Guerra Mundial, tempos em que ninguém estava seguro, em especial nenhum coração.
Em 1940, Margareth, a filha de Elspeth, começa a viver sua primeira história de amor. Apaixonada por seu amigo Paul, ela promete se corresponder com ele durante a Segunda Guerra. Apavorada, com medo de que a história se repita, Elspeth tenta alertar a filha do quanto um amor em tempos de guerra pode machucar alguém. Sem querer, Margareth encontra uma carta endereçada à uma pessoa chamada Sue. Ao ver a filha com essa carta nas mãos, Elspeth desaparece. A menina começa então uma jornada em busca dos segredos da mãe e talvez dela mesma.
As personagens criadas pela autora são impecáveis, cada característica e emoção faz com que o leitor possa se sentir parte da história, descobrindo junto com Margareth, a história das cartas de Sue. Vocês vão se apaixonar e confesso que molhei algumas cartas com minhas lágrimas, espero que Sue não se importe. "Aí está você." é o "okay.", o "always." e o "eu te amo." de David e Sue. Incríveis, sensíveis, comoventes, essas cartas precisam ser lidas.
"Uma parte de mim começou a tentar fugir no dia em que se iniciou esta outra guerra, que começou a urrar para sair agora, que você correu ao encontro do seu soldado. Eu devia ter lhe contado. Devia tê-la ensinado a proteger seu coração. Ensinado que uma carta nem sempre é apenas uma carta. As palavras na folha são capazes de inundar a alma. Ah, se você soubesse... (Mamãe)." (p.18)
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