Resenhas - O Andar do Bêbado

Beatriz.Milz 19/05/2024

Probabilidade, aleatoriedade e fofocas
O livro conta um pouco como se desenvolveram os estudos sobre probabilidade, e também fala sobre suas ideias sobre a aleatoriedade.

Esse livro faz parte daquele grupo de livros que as pessoas na área da estatística e ciência de dados recomendam com frequência.


Vou ser sincera: não foi uma leitura fácil para mim engajar. No início, eu até cheguei a desistir do livro por um tempo (mas voltei a tentar de novo meses depois), e em algumas partes eu preferia ler outro livro por alguns dias haha. Vou dar alguns exemplos.
O autor usa muitas falas que para ele podem parecer engraçadas, mas para mim era esquisito. Por exemplo, em uma parte onde ele comenta sobre pessoas jogando no cassino, ele deu muita ênfase no fato de uma pessoa ser gorda, sendo que isso não era nada relevante para entender a situação que ele estava contando. Ao longo da leitura, comecei com a sensação de estranheza com essas falas, e tive que me esforçar para ir ignorando e avançando na leitura.

Outro ponto relevante é: eu tenho a tendência de entender as coisas de forma mais literal do que outras pessoas ao meu redor. E logo no começo do livro, o autor fala algumas coisas que eram bem bizarras para mim - para ilustrar essa ideia, trago um trecho do capítulo 1, onde o autor contava uma história envolvendo o seu pai judeu que ficou preso em um campo de concentração nazista durante a segunda guerra mundial:

“Nesse momento me dei conta de que devo agradecer a Hitler pela minha existência, pois os alemães haviam matado a mulher de meu pai e seus dois filhos pequenos, apagando assim a sua vida anterior. Dessa forma, se não fosse pela guerra, meu pai nunca teria emigrado para Nova York, nunca teria conhecido minha mãe, também refugiada, e nunca teria gerado a mim e aos meus dois irmãos.”

Para mim, esse foi o momento que eu parei de ler pela primeira vez. Não fazia sentido qualquer pessoa dizer que deve agradecer à Hitler, ainda mais um autor reconhecido internacionalmente. Como as pessoas leem isso e ainda recomendam?

Mas, novamente, eu levo as coisas muito ao pé da letra.
Tempos depois, conversando sobre o livro com alguém que já havia lido o livro, comentei que eu não segui na leitura pois o autor tinha ideias que não faziam sentido para mim e contei sobre essa parte. A pessoa respondeu algo como “acredito que o autor não estava sendo literal”. Pensando nisso, resolvi tentar novamente ler.

Houveram outros momentos emperrados para ler, por exemplo quando o autor dava exemplos com detalhes excessivos relacionados à esportes que eu não entendo nada sobre.
Eventualmente eu engatei na leitura e consegui avançar mais rápido.

Sim! Apesar do exercício de perseverança para engatar na leitura, gostei muito de algumas coisas no livro:
• O autor combina suas ideias, exemplos ilustrativos e pessoas importantes para o desenvolvimento do entendimento sobre a probabilidade e aleatoriedade.
• Gostei principalmente deste último: ler sobre as pessoas que foram importantes me deu uma impressão que o entendimento da probabilidade que existe atualmente é fruto de estudos e pesquisas de diversas pessoas ao longo do tempo, que as vezes que não são citadas, mas cujo trabalho foi essencial. Adoraria ver uma versão resumida do livro só com essa parte. Quem sabe existe outro livro por aí com a história de pessoas importantes para o desenvolvimento da estatística? Se alguém conhecer, me avise.
• É muito legal a parte histórica e curiosidades que ele comenta. Por exemplo: você sabia que os gregos não tinham o número 0? Eu não lembro de ter aprendido sobre isso antes do livro! (Talvez aprendi na escola e esqueci).
• Outra coisa bem legal é ver como os estudos de probabilidade começaram tentando entender jogada de dados, moedas e outros jogos de azar.
• O autor é um grande fofoqueiro. Ele dava bastante detalhe citando os bêbados, viciados e trambiqueiros (Olá Johann Bernoulli, que segundo o autor, foi o matemático mais desagradável que já viveu).
• Ao longo do livro, diversos conceitos são apresentados e o autor se esforça bastante para tentar explicá-los. Por exemplo: regressão à média, teorema do limite central, a lei dos grandes números, a lei dos erros, etc.
• O caso de Monty Hall é bastante citado por aí, mas gostei de ler nesse livro: o autor dá bastante detalhes e novamente se esforça para explicar.
• O autor também trás várias reflexões que me fizeram pensar bastante no acaso, na sorte, e nas oportunidades que eu tive ao longo da vida.

Apesar das questões que me fizeram demorar para engajar na leitura, o livro trás muitos conceitos, exemplos e reflexões que são interessantes.

laioow 28/04/2024

A primeira metade é boa, mas a segunda...
A primeira metade deste livro eu achei muito boa. Trouxe diversos exemplos de como a probabilidade e a estatística estão no nosso cotidiano, como excelentes exemplos. A primeira metade do livro além de didática, é muito mais interessante que a segunda.

A segunda metade do livro, na minha opinião, é completamente opcional. Foca em temas que por si só não são tão interessantes e ainda traz uma abordagem maçante.

Vanessa Daflon 25/04/2024

São muitos dados e matemática pra entender que o ?aleatório? não é tal aleatório. Ele é calculado com previsões. O livro é intenso. Não leria novamente mas faz a gente pensar que nem sempre dá pra controlar as coisas.

RickardoMoura 21/03/2024

Interessante
O livro traz um panorama histórico sobre a ciência da probabilidade e estatística, passando por diversos nomes da matemática e outros ramos.
Não gostei tanto do livro, talvez por nunca ter sido um bom aluno em matemática, assim, em diversas explicações e exemplos fiquei confuso.
Há uma passagem bem interessante em que o autor demonstra que a maioria dos casos de sucesso humano não dependeu de talento ou aleatoriedade (acaso, sorte) mas sim de insistência! Quanto mais você insiste mais aumenta a chance de sucesso.

?O manuscrito de Tempo de matar, de John Grisham, foi rejeitado por 26 editores;?

?E o primeiro Harry Potter, de J.K. Rowling, foi rejeitado por nove.?

Entre outros.

?É por isso que as pessoas bem-sucedidas em todas as áreas quase sempre fazem parte de um certo conjunto ? o conjunto das pessoas que não desistem.?

Katze 26/02/2024

Eu gostei muito da abordagem prática do livro sobre conceitos difíceis de se entender sobre probabilidade e o acaso. A leitura não foi cansativa e me fez repensar conceitos de sorte e azar.
O livro te mostra que nem sempre os mais aptos são os que saem vencedores, mas os que não desistem de tentar c:

Só não dou nota máxima porque teve algumas partes que me pareceram sexistas.

Ana Júlia Coelho 25/02/2024

Como alguns talvez já desconfiem, o autor escolheu o título O Andar do Bêbado por conta da aleatoriedade dos passos de uma pessoa nesse estado, logo, o livro trata sobre a forma que acontecimentos aleatórios e impossíveis de prever afetam nosso dia a dia – eu achei o título simplesmente fantástico.

De forma bem didática e com exemplos bem fáceis de entender, o autor nos leva para conhecer todo o surgimento dos estudos em volta da aleatoriedade e suas vertentes, trazendo vários conceitos e modelos matemáticos para ilustrar esse avanço.

Vez ou outra me peguei relembrando as aulas de matemática no colégio e de estatística na faculdade, principalmente quando o objeto de estudo era uma moeda não viciada. Eu simplesmente amava estatística, calcular a probabilidade de coisas acontecerem, então foi bem gostoso reviver essa época e perceber que alguma coisa, em algum momento, meu cérebro absorveu. Mas, além de toda essa parte teórica, que já é bem interessante, o autor ainda nos mostra como nos baseamos em dados (muitas vezes incompletos e extremamente aleatórios) para tomarmos nossas decisões no dia a dia.

O ser humano é programado para encontrar padrões, e, até em sequências de eventos sem conexões, a gente se esforça para tentar entender e prever o que vem a seguir. Também somos inclinados a tentar controlar ações, que são impossíveis de controlar, por conta da imprevisibilidade de eventos aleatórios, e, quando acontece do nosso palpite coincidir com o que realmente acontece, nos congratulamos por sermos incrivelmente maravilhosos, sendo que a coincidência nada mais é que apenas uma coincidência.

São muitos exemplos incríveis e surpreendentes, desde a probabilidade de ganhar numa loteria até o nascimento de gêmeas e uma dela se chamar Florida. O auge foi juntar probabilidade com questões psicológicas, aí amei demais essa parte. Mesmo assim, por se tratar de um livro mais técnico, em alguns momentos fica um pouco repetitivo e difícil de entender. Mas ainda assim vale a experiência, porque é muito interessante a forma com que nos deixamos influenciar por coisas aleatórias.

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jorgemrisco 18/02/2024

Excelente livro, li duas vezes. Disposição de ideias sóbria e direta, sem enrolação ou charlatanismo (em português claro: não tem papo de coach). Apresenta uma, possivelmente inusitada, perspectiva com exemplos, cenários e humor ácido.
Livro curto porém de grande impacto, abordar com mentalidade analítica e aberta.

Itchenco 04/02/2024

Penei
Demorei bem mais que o habitual para ler esse livro. Em alguns momentos tive dificuldades para ter foco, e entender alguns temas abordados no livro. Não tinha noção do que se tratava o livro, não li nenhuma resenha, apenas me aventurei. Matemática nunca foi algo que me chamasse muito a atenção, e por isso, penei. Mas de forma geral, até mesmo para os leigos dá para se tirar um proveito e entender de forma geral o que o autor quer apresentar.

Biafort.Meireles 18/01/2024

O que seria o andar do bêbado?
É a segunda vez que leio o livro. Me deu vontade de reler depois da leitura do livro Rápido e Devagar. Aqui, inclusive, os autores são citados. O início foi um aprendizado sobre a história da matemática e da probabilidade. Depois, revi conceitos da estatística e sua história. Mas eu gostei mesmo foi do final do livro, pois aprendi sobre as aplicações da estatística nas nossas vidas, nos negócios, no esporte, na área financeira e na politica. O sucesso pode ser também pelo acaso, além da tão exaltada habilidade. Adorei a analogia do título: Andando como um bêbado, só lendo para entender.

renacentist 18/01/2024

"Não somos capazes de enxergar o potencial individual, apenas seus resultados, e assim frequentemente fazemos julgamentos equivocados, pensando que os resultados devem refletir o interior"
"O modo como enxergamos o mundo seria muito diferente de todos os nossos
Julgamentos pudessem ser isolados da expectativa e baseados apenas em informações relevantes"

Jéssica 29/12/2023

Muita boa as explicações de estatísticas e os exemplos, a gistoria por trás dos estudos e dos cientistas são maravilhosas

Daniel1562 26/12/2023

Sucesso e fracasso não dependem apenas de esforço
O acaso está muito mais presente em nossas vidas do que imaginamos e muitos padrões que por vezes enxergamos (ou nossos achismos), na verdade, podem não existir.

É muito bom ler um livro que nos faz questionar a vida - ou pelo menos o modo como a vemos.

Sucesso ou fracasso pode estar muito mais associado ao simples acaso, ou um acidente, do que a algum talento ou habilidade que temos.

C. P. 02/11/2023

Se gosta de probabilidade...
Adoro esses livros que misturam história com matemática e ciências no geral!!
Pq sai da teoria ali no livro didático e torna a coisa toda muito mais interessante e até mesmo mais lembravel... nem sei se existe essa palavra, mas que fixa mais o conhecimento dessa forma. Fixa sim.

Junior.Dias 10/07/2023

Um livro técnico e lento
Bom, o livro para te preparar para o assunto que ele trata traz diversos capítulos enfadonhos, porém necessário para compreender o conceito apresentado.

Danielle.Bertagnolli 08/07/2023

Apesar de o livro ser antigo, ainda não havia lido. Ele tem muitas semelhanças com o Rápido e adevagar, inclusive trazendo diversas remissões expressas à obra de Kannemann.